Alguns governos municipais e estaduais, a partir
desse mês, começam a criar e implementar um plano de retorno às atividades
comerciais, culturais, educacionais, entre outras. Além dos critérios
sanitários já estabelecidos anteriormente, a novidade é a divisão do território
municipal ou estadual em zonas de contágio e a criação de uma classificação de
cores que indicará os locais autorizados ou não a funcionarem diariamente, mas
seguindo restrições ou orientações.
As tomadas de decisões para manutenção ou alteração
das zonas estarão vinculadas ao monitoramento dos indicadores de saúde pública.
Cabe lembrar, ainda, que não existe um consenso entre os especialistas e o
poder público em relação aos números absolutos e relativos de contaminados e
mortes por COVID-19, ou seja, a definição do pico da pandemia acaba sendo
volátil a depender da forma de análise e do contexto.
Sendo assim, os entes municipais e estaduais devem
criar mecanismos e ferramentas didáticas que possibilitem a transparência, o
entendimento e o acompanhamento pela população da sua base de análise dos dados
do Covid-19, o significado das zonas de contágio e das classificações e
cores.
A pandemia do Covid-19 colocou um desafio para os
especialistas, acadêmicos, poder público e pessoas envolvidas com o
monitoramento e avaliação de como levar informações técnicas, gráficos e
números à população de uma forma simples e educativa - já que muitos cidadãos,
de certa forma, ainda não sabem “ler” e “interpretar” corretamente um
indicador.
Aprimorar a estratégia de comunicação com a
população por diferentes canais, como redes sociais, material impresso,
televisivo e rádios, por exemplo, são procedimentos mais comuns e de alta
capacidade de cobertura. Devido a isso, devem ser colocados em prática o
mais breve possível, porém sempre atentando para as diferentes linguagens entre
as gerações de idades e os públicos, pois uma mesma informação pode - e deve -
ser traduzida para a compreensão de uma criança, um adulto e um idoso.
Além disso, a estratégia de comunicação precisa
envolver todos os territórios da cidade, pois eles são diferentes. As pessoas
possuem hábitos e estruturas sociais distintas. Uma estratégia de
comunicação que se aplica em um bairro, não, necessariamente se aplica em
outro. Cabe ao poder público estabelecer parcerias locais para que a
comunicação seja assertiva, primando pelo respeito aos canais, linguagens e
momentos mais adequados de cada público. Uma possibilidade é a inclusão do tema
COVID -19 de forma transversal nos conteúdos das escolas públicas e privadas,
das empresas, dos cursos e eventos on-line.
Para que isso ocorra, é necessária uma ampla
reflexão entre os diferentes setores sociais, de modo que criem estratégias não
apenas conjuntas, mas integradas de resposta, visando para estimular uma
mudança de atitude de maneira gradual na sociedade e que possibilite de forma
rápida alterar os hábitos e atitudes do dia a dia - caso ocorra alteração da
classificação das zonas de contágio.
Por fim, esse processo do “novo normal” foi imposto
pela circunstância de uma pandemia e, por isso, a comunicação precisa ser
educativa, acompanhada e avaliada para que as medidas sejam adequadas e
efetivas. Por isso, não só o acesso à informação salvará vidas, mas o quanto
essa informação será transformada em conhecimentos e passará a fazer sentido
para a sociedade.
Taiana Jung - Gestora Técnica da Logos Consultoria.
Atua há mais de 15 anos nas áreas de planejamento estratégico, pesquisa,
formação e avaliação. Possui larga experiência em facilitação e mediação de
eventos e formações. É Mestre em Estudos Populacionais e Pesquisa Social
(ENCE/IBGE), Personal Coach (Sociedade Brasileira de Coaching), Mediadora de
conflitos (Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro), Especialista em
Organização Espacial do Rio de Janeiro e Licenciada em Geografia (UFF). No
setor público, foi chefe do Centro Social da Fundação Leão XIII. Na área
acadêmica, já atuou como Professora no curso de graduação em Geografia
(UERJ-FFP) e como Pesquisadora convidada do Departamento de Endemias (ENSP/Fiocruz).
Compõe o grupo de orientadores do CIEDS. Atualmente, é gestora do Grupo de
mulheres “Somos Empreendedoras”, com mais de 160 participantes em Niterói.
Desde 2008, é sócia gerente da Logos Consultoria, na qual exerce a função de
diretora técnica.
Rui Marcos - Gestor Administrativo-Financeiro da
Logos Consultoria. Possui 20 anos de experiência nas áreas de educação e
ensino, planejamento com ênfase em ordenamento territorial urbano e ambiental.
Conhecimentos sólidos em gestão e planejamento estratégico. É Mestre em
Engenharia de Transportes (COPPE-UFRJ). Especialista em Gestão e Planejamento
Ambiental (UVA). Graduado em Geografia (UFF) e Administração (UCAM). Na área de
planejamento urbano foi chefe do departamento de urbanismo da Prefeitura de
Niterói-RJ, sendo gestor de equipe e responsável por projetos de gestão
ambiental e delimitação de áreas de preservação. No campo acadêmico foi
professor da pós-graduação no Curso de Especialização em Gestão, Planejamento e
Licenciamento Ambiental da Universidade Salgado de Oliveira/Niterói-RJ. Desde
2008, é sócio da Logos Consultoria, atua como diretor administrativo e
implementou o modelo de gestão da empresa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário