Opinião
Ao longo das últimas décadas, percebe-se que o número de
queimaduras causadas por águas-vivas aumentou em todo o mundo, tornando-se um
problema crescente de saúde pública. Estima-se que anualmente ocorra certa de
150 milhões de queimaduras causadas por estes animais. A água-viva ou mãe
d’água é um animal marinho da classe dos cifozoários, que apresenta corpo mole,
gelatinoso e transparente. Seus tentáculos são capazes de provocar queimaduras
em seres humanos.
O contato dos tentáculos das águas-vivas com a pele causa dor e
ardência na região atingida, sendo mais intenso e duradouro conforme a
quantidade de tentáculos envolvidos e a espécie do animal. As águas-vivas que
causam sintomas maiores, como circulatórios e neurológicos, não existem no
Brasil.
Uma recente revisão da literatura médica sobre o assunto mostra
que a primeira medida a ser tomada é a limpeza da região atingida com água do
mar, pois a água doce pode agravar a lesão. A água do mar, quando aplicada sem
fricção sobre a pele, ajuda a não aumentar o dano causado pelo veneno e ainda
remove os resíduos dos tentáculos.
Outras medidas a serem tomadas logo após a queimadura objetivam
a diminuição dos sintomas. Várias substâncias já foram estudadas, porém as com
maior evidência científica são a aplicação local de vinagre ou bicarbonato de
sódio, que pode ser diluído em água do mar, e/ou imersão da região corporal
afetada em água morna.
Após o alívio dos primeiros sintomas da queimadura, a pessoa
atingida pode continuar apresentando dor, ardência ou coceira leves a moderadas
do local. Estes sintomas podem ser aliviados com o uso oral de analgésicos.
Geralmente a pele queimada permanece vermelha ou rosada por alguns dias, sendo
importante a proteção solar adequada, para não ocorrerem manchas residuais.
Um dermatologista deve ser consultado para esclarecimento e
prescrição de terapia adequada para alívio de sintomas mais intensos ou no caso
de complicações.
Taciana Dal'Forno Dini - Presidente da SBD-RS
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