Para
início de qualquer análise ou abordagem sobre a questão, é fato incontestável
que a mulher do século XXI exerce cada vez mais influência e protagonismo em
todos os ambientes em que atua. A despeito de todos os prejulgamentos em que
ainda somos inseridas, inclusive de nós mesmas, o crescimento de nossa
participação no mercado de trabalho e, especialmente, no agronegócio brasileiro,
é notório, relevante, e vai além de uma questão numérica.
Em
um setor tradicionalmente conduzido, liderado e associado aos homens, há certos
desafios que devem ser levados em conta, mas não precisam ser encarados como
obstáculos impossíveis de serem vencidos, afinal, no contexto atual competência
não é uma questão de gênero. Acompanhamos uma grande e constante transformação
na forma como nos projetamos profissionalmente e isto demanda um exercício
diário de coragem, desejo por conhecimento, vontade de ser melhor e o
reconhecimento de valores capazes de reverter alguns estereótipos.
Um
dos primeiros cenários que precisamos mudar é o de que competência e capacidade
só podem ser transmitidas através de uma figura masculinizada. Na verdade, as
competências femininas e masculinas são complementares no mercado de trabalho.
Uma mulher que se utiliza da sua feminilidade com sabedoria, pode colher bons
frutos com este diferencial.
Entrando
na área emocional, no que diz respeito à sensibilidade feminina, há alguns
mitos a serem transpostos. O principal é o de que essa sensibilidade seja algo
genuinamente ruim para o ambiente profissional. Na verdade, a sensibilidade é
mais uma vantagem competitiva da mulher, visto que pode conferir a empatia,
isto é, a capacidade de se colocar no lugar do outro, analisar comportamentos e
reações. Para a mulher, esta análise das pessoas ao redor é natural e sempre é
utilizada, mesmo que inconscientemente. Esta é uma característica muito útil na
resolução de conflitos, em negociações, em feedbacks e até mesmo para uma
autoanálise.
Cabe
ressaltar que, em nenhuma circunstância, estes apontamentos devem representar
intransigência ou desequilíbrio nas relações profissionais. Do manejo de
lavouras a funções administrativas, da gestão de fazendas aos cargos de
diretoria, uma mulher competente, confiante em suas qualidades e consciente de
seus desafios chega a qualquer equipe para somar e compartilhar o conhecimento
que adquire ao longo de sua trajetória. Com base neste exercício de empatia e
respeito, homens e mulheres, trabalhando juntos, fortaleceram ainda mais este
setor fundamental para o desenvolvimento do País.
Ana Cristina Colla - Diretora de Operações da ADAMA
Brasil.
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