Ausência de
sintomas dificulta diagnóstico precoce
O aneurisma cerebral
permanece como uma das principais causas do acidente vascular cerebral
hemorrágico (AVCH), atingindo cerca de 6% da população mundial. O médico neurorradiologista intervencionista Gelson Koppe, do
Hospital VITA, em Curitiba, conta que o problema ocorre devido a um defeito na parede
da artéria, local que submetido a pressão constante do sistema arterial,
concorre com a formação de uma dilatação e cria uma espécie de bolha, formando
o aneurisma. Como as paredes do aneurisma não têm a mesma estrutura da parede
arterial normal, aumenta o risco de que a parede se rompa e provoque um
sangramento dentro do crânio (aneurisma
roto). “Infelizmente
na maioria dos casos só é diagnosticado após o sangramento, sem sintomas que
possam proporcionar um diagnóstico precoce”, destaca.
Segundo o especialista, a melhor forma de
prevenção é a busca ativa (diagnóstico precoce), onde os fatores genéticos e
hábitos de vida são marcantes no desenvolvimento do aneurisma (tabagismo,
diabetes, hipertensão arterial, uso de drogas). “Os pacientes que possuem casos
de aneurisma e AVC hemorrágico na família devem fazer um acompanhamento e busca
diagnóstica com profissional especializado pois possuem eles 9,5% mais chances
de ter um aneurisma”, ressalta o médico.
Dr. Gelson explica que a
proporção de homens para mulheres é de 1:2, especialmente nas mulheres após os
50 anos. Além disso, mais de 90% dos aneurismas têm menos de 10 mm de diâmetro
e por isso podem passar despercebidos em exames usuais.
Sintomas
Forte e repentina dor de cabeça, enjoos, vômitos,
perda de consciência, formigamento, perda da força em um dos membros e desmaios
são alguns dos sinais mais frequentes do rompimento de um aneurisma. Devido à
gravidade da hemorragia cerebral provocada pela ruptura do aneurisma, o
tratamento deve ser realizado imediatamente. “Quanto mais rápido for o
atendimento e tratamento por um grupo especializado, maiores são as chances
para o paciente”, alerta Dr. Gelson.
Tratamento
A maioria dos casos têm sido tratados por um
procedimento endovascular chamado embolização. O paciente recebe uma anestesia
local na virilha, onde é feita uma punção com agulha para introduzir os
cateteres, microcateteres e microguias chegando ao cérebro por dentro da
artéria até o aneurisma, onde serão introduzidos os “coils” (materiais
metálicos parecidos com molas de platina que preenchem o aneurisma, como um
novelo de lã). Preenchido o espaço, o sangue deixa de circular naquela
dilatação (aneurisma) e não haverá mais pressão sobre as paredes do vaso,
evitando as rupturas. O aneurisma ainda pode ser tratado com a colocação de uma
prótese dentro do vaso (stents diversores de fluxo) a fim de desviar o
fluxo de sangue e propiciar a progressiva trombose do saco do aneurisma. “Essas
são as técnicas mais modernas, mais eficazes e menos invasivas para tratar os
aneurismas”, relata o médico.
Entre as principais vantagens da técnica
endovascular, Dr. Gelson salienta o curto tempo cirúrgico, média de uma hora, e
em apenas dois dias o paciente já pode ir para casa, sendo que em uma semana,
já pode voltar às atividades normais, sem esforços físicos.
“O procedimento é
muito menos agressivo, já que não é necessário abrir o crânio do paciente.
Minimiza-se assim, o risco de infecção hospitalar e outras complicações”,
evidencia.
Hospital VITA
Nenhum comentário:
Postar um comentário