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sexta-feira, 23 de março de 2018

Meu filho aprontou, devo castigá-lo?


 Psicóloga e orientadora educacional do Colégio Humboldt dá algumas orientações sobre a eficácia dos castigos e de como impor limites às crianças


Educar um filho não é tarefa fácil, principalmente quando começam a surgir as primeiras birras e malcriações. Por isso, muitos pais recorrem aos castigos que, quando mal aplicados, produzem um resultado de curta duração e, em geral, por opressão e medo. 

Para a psicóloga e orientadora educacional do Colégio Humboldt, Karin Kenzler, o comportamento obtido por pressão, ameaça e barganha, mesmo que imediato, é de curta duração. Para ela, punições mal aplicadas geram “obediência cega” e não desenvolvem a autonomia da criança por integração de valores e ganho de responsabilidade. “O castigo mal aplicado ou injusto não educa e nem sana o problema, mas gera revolta e um círculo vicioso negativo de pais cada vez mais rígidos e filhos mais revoltados, insolentes e mentirosos”, afirma Karin. 

Entretanto, é preciso lembrar a importância de impor limites para que a criança entenda que seus atos têm consequências e de também dar a oportunidade para ela corrigir os erros e aprender com eles. “O limite não deve ser confundido com castigo. Limite é amor. Castigo quase sempre vem com raiva. Os pais são apenas os veiculadores dos limites”, ressalta a orientadora. “Diante de um comportamento inadequado, os pais devem mostrar ao filho os prós e contras de sua ação, enfatizando as possíveis consequências. O intuito é que criança desenvolva a capacidade de avaliação e tomada de decisão em prol de uma autonomia e responsabilidade futura”, completa. 


Lidando com a birra

Chorar para comprar algo ou gritar para chamar atenção dos pais são atitudes comuns entre os pequenos, principalmente durante a primeira infância. Para contornar estas situações, o primeiro passo é escutar o que a criança deseja. “Em primeiro lugar é necessário promover a escuta, desta forma a criança percebe que há interesse pelo que ela está tentando expressar. Depois, fazer perguntas para deixar que a criança expresse sua vontade, assim irá acalmá-la, ainda que não tenha seu pedido atendido”, pondera Karin. “Após a compreensão do desejo da criança e a demonstração de empatia, os pais devem explicar os limites para sua realização e buscar soluções conjuntamente”, conclui. 

Para a orientadora, ao realizar esse processo, a criança aprende a lidar com a frustração e postergar a realização do desejo. Ela ainda completa: “esse aprendizado é lento, pois envolve um amadurecimento que precisa ser cuidadosamente cultivado ao longo do desenvolvimento das crianças”.


Cuidados ao educar

Quando a criança toma alguma atitude inadequada, é preciso ficar atento ao ensinar o que é certo. Segundo Karin, a dica é combinar com o filho a punição que será aplicada caso o mau comportamento se repita, sempre priorizando o diálogo. “A conversa deve estar presente desde a primeira infância para que a sua cultura e hábito sejam cultivados desde sempre, mesmo que a punição e a autoridade nesta idade ainda sejam eficazes”, afirma. 

Se a repressão for necessária, a orientação é dialogar e advertir inicialmente e, caso a situação se repita, os pais podem dar a bronca e aplicar o castigo combinado. Para a orientadora, tomar alguns cuidados ao educar é essencial para desenvolver a autoestima da criança e um bom relacionamento familiar.



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