Passeios em horários com temperaturas mais amenas e
uso de protetor solar estão entre as recomendações de especialistas
O
calor do verão não afeta só o homem. Nessa época do ano é preciso redobrar a
atenção com os pets, principalmente para evitar quadros de hipertermia, o
aumento da temperatura acima do limite normal, que varia de 37,8 a 39,2ºC. O
médico-veterinário Eduardo Gianini Xavier, da Clínica e Hospital 24h Cão.Com,
afirma que isso acontece porque os tutores mantém as mesmas rotinas de passeios
e outros hábitos de estações mais amenas. "No verão é preciso mudar, se
adaptar ao clima. As saídas ao ar livre, por exemplo, só são indicadas quando o
sol estiver mais fraco", alerta. Cães e gatos têm mais dificuldade de
eliminar calor, por isso são mais propensos à hipertermia. Eduardo explica que
isso ocorre porque, ao contrário do homem, eles possuem poucas glândulas
sudoríparas.
Cuidados com o pet no verão
Eliminam calor apenas através das patas e da língua
(respiração), uma superfície muito pequena comparada com a nossa. Cães obesos,
acima do peso e de algumas raças, como Labrador e Pug, têm mais chance de
desenvolver o problema devido à camada de gordura. "Quando passa dos 40
graus, os processos biológicos ficam comprometidos, afetando olhos, rins,
músculos", afirma. Os sintomas mais comuns de hipertermia são debilidade,
insuficiência respiratória e cianose (mucosas arroxeadas pelo excesso de gás
carbônico no sangue).
O que fazer nesses casos? Eduardo recomenda
resfriar o pet e em seguida levá-lo para o serviço de emergência veterinária.
"Coloque-o em um local refrigerado e umedeça-o com água em temperatura
ambiente. Nunca ponha o animal dentro de água gelada, para evitar choque
térmico", orienta Eduardo.
Confira outros conselhos e dicas do médico-veterinário
Eduardo Gianini Xavier para evitar problemas com seu pet nesse verão.
Passeios só nas horas
indicadas
Muitas pessoas caminham com seu pet no sol forte,
uma atitude perigosa para si e para ele. É preciso respeitar a fisiologia do
seu animal de estimação. O horário entre 10h da manhã e 4 da tarde não é
aconselhado, principalmente se ele tem a pele e pêlo claro.
Programe-se para
sair no início da manhã ou no fim da tarde.
Trancado no carro, nem pensar
É comum alguns tutores deixarem seu pet sozinho no
carro por alguns minutos enquanto vão ao mercado ou padaria. Jamais, sob
hipótese alguma, faça isso, nem que seja rapidinho. Ambiente quente, fechado e
associado a estresse é problema na certa.
Elimine os sapatinhos
Como muitos animais têm livre acesso às áreas
comuns e íntimas da casa, alguns tutores optam por sapatinhos na hora dos
passeios. Podem estar evitando sujeira, mas estão fazendo mal aos bichinhos. O
acessório dificulta a troca de calor através das patas.
Queimaduras nas patas
No verão é necessário estar bastante atento à
temperatura das superfícies onde os animais caminham. A sugestão é colocar a
mão sobre ela para sentir se é suportável. Asfalto no calor, nem pensar.
Protetor solar
Os animais claros, que têm pele e pêlo brancos,
sofrem queimaduras de sol. Em algumas raças o problema é mais comum, como Bull
Terrier e Bulldog. A dica é passar protetor solar de uso veterinário nas
regiões onde a pele é visível: em volta dos olhos, em cima do nariz e dentro
das orelhas. E não apenas quando for passear, mas diariamente, pois muitos pets
gostam de ficar esticados no sol no quintal.
Hidratação
Os casos de desidratação em pets são raros, mas
podem acontecer em animais que apresentam doenças como diabetes e as renais. Um
cão sadio bebe diariamente entre 40 e 60ml por quilo. Entretanto, a hidratação
é importante durante e após caminhadas e exercícios em horários mais quentes,
pois ajuda a baixar a temperatura corporal, evitando a hipertermia.
Frequência dos banhos
No verão, a vontade é dar vários banhos por semana
nos bichinhos, para aliviar o calor, neh? Mas cuidado, em excesso, ao invés de
ajudar, pode prejudicar sua saúde. Isso porque ele remove a gordura natural que
o organismo produz. Sem essa proteção, a pele fica ressecada e frágil, propensa
a uma série de problemas, como alergias e infecções bacterianas e fúngicas. O
indicado é no máximo um banho semanal. Se o seu pet não fica com mau cheiro
facilmente, pode ser a cada duas semanas.
Tosa curta
A dica é manter a tosa curta, que além de
proporcionar bem-estar para o bichinho, facilita a perda de calor e a
identificação da presença de parasitas.
Aumento de parasitas
No verão há um aumento da população de vermes,
carrapatos e pulgas, que encontram no ambiente quente e úmido o local perfeito
para o seu desenvolvimento. A recomendação é manter as medicações e vacinas em
dia, principalmente daqueles que costumam ter contato com outros animais e
passear frequentemente.
Gelo e frutas congeladas
Do ponto de vista nutricional, não é preciso
alterar em nada a alimentação do seu pet no verão, mas você pode usar a sua
criatividade para brincar e refrescá-lo. A sugestão é colocar pedras de gelo no
pote de água ou mesmo oferecê-las para ele lamber. Se preferir, pode picar
frutas e congelar junto com a água nos cubos. Mas fique atento às permitidas.
Evite as ácidas, como abacaxi, e com sementes. Banana e maçã estão liberadas
para todas as raças.
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