Idealizado
pelo Empathy Museum, projeto estará aberto até 17 de dezembro,
com realização do Intermuseus
A associação Intermuseus traz
pela primeira vez ao Brasil o Museu da Empatia, que está com a instalação ‘Caminhando
em seus sapatos...’ até 17 de dezembro, no Parque do Ibirapuera, em São
Paulo.
O projeto internacional sediado em
Londres é dedicado a desenvolver a capacidade de olhar o mundo com os olhos de
outras pessoas. Por meio de experiências sensoriais e situações de diálogo e
conexão entre os indivíduos, busca explorar como a empatia pode transformar as
relações interpessoais, inspirar mudanças de atitude e até contribuir para
enfrentar desafios globais como preconceitos, conflitos e desigualdade.
Esta é a proposta de ‘Caminhando em
seus sapatos...’, que conta com um acervo de 25 depoimentos na edição
brasileira da mostra. São histórias especialmente captadas para conduzir o
público a uma viagem empática e sensorial, com relatos que vão da perda à
superação, do luto ao amor, do preconceito e exclusão à esperança e inspiração,
e refletem os temas diversidade, violência social e direitos humanos,
LGBTfobia, gordofobia, educação, cultura, acessibilidade e direito à cidade.
A vivência ocorre dentro de uma
instalação que faz referência a uma caixa de sapatos gigante, onde estão pares
de calçados disponíveis acompanhados de histórias que abordam a diversidade do
ser e seu pertencimento comum à humidanidade. Ao escolher um deles, o visitante
é convidado a caminhar com os sapatos pelo espaço, enquanto escuta o depoimento
da pessoa a quem eles pertenceram. A ideia toma partido da expressão inglesa walk
in someone’s shoes (caminhando com os sapatos de alguém), para propiciar a
experiência de estar no lugar do outro, o que é a essência da empatia.
‘Caminhando em seus sapatos...’ é um projeto idealizado pelo
Empathy Museum, criado pela artista britânica Clare Patey em colaboração com o
filósofo e escritor Roman Krznaric. No Brasil, tem curadoria Intermuseus, que o
realiza em conjunto com Artsadmin, com patrocínio GNT, parceria British Council
e Instituto Alana e FCB Brasil como agência
oficial.
“É um espaço para ouvir e refletir
sobre experiências de vida que tocam em pontos fundamentais de nossos
sentimentos, valores, crenças, percepções e atitudes”, explicou Andréa Buoro,
diretora do Intermuseus.
O título original da exposição – ‘A
Mile in My Shoes’ – remete ao provérbio indígena never judge a man until you
have walked a mile in his moccasins (nunca julgue um homem até você ter
andado uma milha em seus mocassins). Desde 2015, o Empathy Museum coletou mais
de 150 histórias e pares de sapatos, tendo recebido um público de mais de 10
mil visitantes. A Mile in My Shoes foi exibida em Londres e em Redcar, na
Inglaterra, e em Perth, Austrália. Nos próximos anos, há planos de realizar
novas versões da instalação em Namur (Bélgica), Moscou (Rússia) e Milão
(Itália).
Confira alguns
trechos dos depoimentos de ‘Caminhando em seus sapatos...’:
“O mais difícil foi que, para
priorizar o aluguel, eu passei muita fome. Ou eu pagava o aluguel ou eu comia.
Aí, não conseguindo mais pagar o aluguel, eu fui para a rua com as crianças,
embaixo do viaduto do Glicério.”
“Eu só posso falar do que eu vivo, e escutar do
outro aquilo que ele vive. Eu só quero que você veja que é possível a gente
existir e ser feliz do jeito que a gente é!”
“A dor da minha mãe não é a mesma dor que a minha,
como irmã. Minha mãe até o dia de hoje está sentada no sofá esperando o meu
irmão entrar porta adentro. O desaparecimento para mim é uma morte sem fim. É
uma tortura que não passa nunca mais.”
“A família se coloca numa posição de preocupação
com o sofrimento. Se você emagrece é a primeira coisa que falam: ‘nossa, como
você emagreceu, está bonita, emagreceu!’ Me incomoda de ser pauta, entendeu?
Por que você não me pergunta se eu estou bem, o que eu tenho feito, e não me
elogia porque eu emagreci? Ser magra não é elogio.”
“A coisa que eu mais temi, por 15 anos da minha
vida, foi abrir a porta do quarto do meu filho. Era a coisa que eu tinha mais
pavor.”
"Um dia nasceram três passarinhos aqui na
minha casa. E os pais deles abandonaram o ninho. Eu tive que cuidar deles.
Aquilo mostrou que eu era alguém: um serzinho acreditava em mim, precisava de
mim 24 horas por dia! Ali eu percebi que eu não era uma pessoa tão inútil
assim, que eu tinha uma qualidade de poder cuidar dos outros."
SERVIÇO
Museu da
Empatia – Caminhando em seus sapatos...
Onde: Parque
do Ibirapuera – Praça das Bandeiras (área externa do pavilhão da Fundação
Bienal de São Paulo), acesso pelo Portão 3
Quando: até 17 de dezembro de 2017
Horários: de
terça a sexta, das 10h às 19h | sábados e domingos, das 11h às 20h
Entrada
grátis | Capacidade de 25 pessoas por vez (senhas distribuídas no local)
Créditos
Patrocínio:
GNT
Idealização:
Empathy Museum
Realização:
Intermuseus, Artsadmin
Parceria:
British Council, Instituto Alana
Agência
oficial: FCB Brasil
Assessoria
de Imprensa: Approach Comunicação
Cenografia:
Atmozz
Apoio:
Bienal, Criamundi, Fundo Brasil de Direitos Humanos, Núcleo de Antropologia
Urbana
Sobre o
Intermuseus
O
Intermuseus é uma associação civil sem fins lucrativos que idealiza,
desenvolve, estimula e fortalece ações no campo museológico, cultural e social
que visem impacto positivo e transformação social.
Acredita
que as organizações culturais têm um papel estratégico no enfrentamento dos
desafios da sociedade contemporânea, na construção de uma cultura democrática e
de um desenvolvimento social ético e sustentável. Seus projetos buscam o
reconhecimento da diversidade e o diálogo por meio da participação e criação
coletiva.
Sobre o
Museu da Empatia / Empathy Museum
O
Empathy Museum é um projeto internacional sediado em Londres, que se concretizou
por meio de uma plataforma virtual na internet e de diversos planos
participativos e ações artísticas pautadas em histórias de vida. Foi lançado em
2015 como uma série de instalações expositivas circulantes.
O
museu é idealizado pela artista e curadora Clare Patey, em colaboração com o
filósofo e escritor Roman Krznaric, produzido por Artsadmin. Entre as
experiências concebidas pelo Empathy Museum estão as ações Human Library,
A Thousand and One Books e A Mile in my Shoes, exposição que
estará no Brasil em novembro.
O
Empathy Museum responde à tendência contemporânea do hiperindividualismo e
consumismo, que gera círculos sociais cada vez menores, mesmo com a aparente
conexão online. Torna palpável os avanços das pesquisas neurocientíficas que
questionam o mito de que os indivíduos são movidos exclusivamente pelo
raciocínio egoísta e de autopreservação, apontando que a empatia é uma
habilidade que pode ser aprendida.
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