Chegamos naquele momento em que olhamos para
os projetos do ano que está terminando e começamos a traçar resoluções para o
próximo. Tratando-se de tecnologia, e particularmente da área de TI e
desenvolvimento, o ritmo das mudanças está incrivelmente acelerado, e tudo
indica que deverá aumentar nos próximos anos. Gerentes, líderes e diretores de
TI devem ficar ainda mais atentos a essas frequentes transformações, pois o
mercado está em constante ebulição e requer tecnologias que acompanhem esse
momento.
Embora algumas preocupações se repitam como
redução de custo, melhoria da eficiência e escalabilidade, novas tendências
começam a ressoar como Multi- Cloud e Hype: Containers e
Kubernetes, novidades que concentram as principais oportunidades quando
falamos de transformação digital. Escalar as iniciativas e gerar mais receita
para o digital é uma das prioridades para 2018, principalmente pelo fato
de que muitas empresas ainda estão descobrindo como alinhar suas estratégias.
Embora seja fácil perceber como a tecnologia
mudou a forma como trabalhamos, negociamos e entregamos serviços, encontrar o
caminho é complexo e vai além do uso de novas ferramentas. Temos a necessidade
de transformar cultura, processos e práticas.
Habilidades e papel do CIO
Estudos apontam que os CIOs - Chief
Information Officer, com melhor performance no digital, são os que mais
possuem responsabilidades fora da TI. No entanto, acredito que muitos perderam
o contato com o lado técnico, logo estão com dificuldades de entender
tecnologias emergentes e de que forma os benefícios se encaixam na estratégia.
O CIO é o patrocinador mais forte dentro deste contexto, logo ter uma visão
ampla das tecnologias emergentes, é essencial na hora de apoiar a decisão de
projetos pilotos.
Um conselho que dou é que participem mais de
eventos de tecnologias emergentes que tragam cases de sucesso e incentivem o
compartilhamento de experiências bem-sucedidas. Um bom exemplo é a KubeCon,
conferência do Kubernetes, tecnologia que está transformando a forma
como olhamos para infraestrutura e aplicações. Lá você terá acesso às pessoas
que estão construindo a ferramenta, como também apresentações de empresas que
vão desde Comcast, Ebay à brasileira varejista Magazine Luiza.
Containers e Kubernetes
São duas tecnologias que deixaram a zona do hype
em 2017 e trazem casos reais de uso em produção em empresas como Goldman
Sachs, SAP a SoundCloud e Pokemon GO. Os benefícios na utilização de containers
para o desenvolvimento de aplicações são grandes demais para serem ignorados,
oferecem ganhos extremos de produtividade, velocidade e consistência nas
entregas, portabilidade e redução de custo.
O Kubernetes, gerenciador de containers
criado pelo Google e doado como projeto Open Source em 2015 para
a CNCF (Cloud
Native Computing Foundation), sem dúvida nenhuma está transformando a forma
como rodamos software e olhamos para infraestrutura. Oferece eficiência
ao estilo Google na hora de escalar, gerenciar e tratar de questões como
disponibilidade das aplicações. O projeto conta com +1400 contribuidores de
empresas como Google, Red Hat, Microsoft, além de patrocinadores de peso como
AWS, Oracle, Cisco e SAP.
De
Cloud-First para Cloud-Only
Que a Nuvem se tornou o padrão no deploy de
novas aplicações, ninguém discute. A estratégia Cloud-First está bem
estabelecida e é considerada fundamental para manter relevante em um mundo de
transformação em ritmo acelerado. Começa a ser gradualmente ampliada e até
mesmo substituída por Cloud-Only na hora de desenhar e planejar novas
arquiteturas de software.
Prova disso, são os números do Gartner,
apontando que até 2019, mais de 30% dos investimentos de software das
100 maiores empresas terão sido substituídos de Cloud-First para Cloud-Only.
De acordo com o levantamento, até 2020, terá sido vendido mais poder
computacional para provedores IaaS e PaaS do que datacenters
tradicionais das empresas.
Outra sugestão que dou, baseada neste
cenário, é que os profissionais desenhem suas novas aplicações considerando Cloud-Only,
independentemente de onde for rodar. Recursos e tecnologias de ponta são cada
vez mais disponibilizados apenas na Nuvem. O uso de containers aqui é
estratégico, pois oferecem portabilidade entre ambientes, criando um caminho de
migração com menor custo, risco e complexidade.
Estudo do Gartner, empresa líder em pesquisa
tecnológica global e consultoria de mercado, indica que as organizações estão
migrando para a Nuvem. Cerca de 44,6% das pequenas empresas já passaram a
adotar a tecnologia enquanto 37,7% reflete o percentual das empresas de médio
porte que já fazem uso. Outro dado importante é a estimativa das despesas globais
com os serviços de Nuvem pública que chegaram a U$ 246,8 bilhões registrados
até o momento, o que significa um crescimento de 18% quando comparado aos US$
209,2 bilhões computados em 2016.
Multi-Cloud
Quando a computação em Nuvem surgiu, a
questão entre muitos CIOs era se iriam ou não adotar. Com o passar do tempo, a
dúvida passou a ser quando. Hoje, com a forte adoção e diferentes ferramentas e
plataformas oferecidas para cada provedor, a questão passa a ser como usar
diferentes ambientes, ferramentas e garantir que irão trabalhar de forma
integrada e com segurança.
A boa notícia é que estamos entrando em um
futuro marcado pela abertura e interoperabilidade. Arquiteturas Open Source
protegem empresas de lock-in, permitindo que a TI possa explorar a
melhor solução que atenda uma necessidade específica do seu negócio, sem as
limitações arbitrárias impostas por soluções proprietárias.
Para 2018, tenha na sua estratégia o uso de
plataformas Open Source como (Kubernetes, TensorFlow, Hadoop) e
diferentes provedores de Nuvem. Grandes empresas já possuem produtos que
utilizam um mix de serviços em diferentes plataformas, integrações com
serviços e sistemas On-Premise, já que flexibilidade e velocidade são os
motores deste modelo.
Bons negócios!
Diogo Goebel, - CEO e fundador da Getup,
startup residente no Cubo Itaú - um dos maiores epicentros de tecnologia e
inovação do Brasil. A empresa foi reconhecida como Cool Vendor 2017 pelo
Gartner. O executivo acumula mais de 20 anos de experiência na área de tecnologia.
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