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terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Novo indicador de bem-estar financeiro mostra que 63% dos brasileiros não estão preparados para imprevistos, diz SPC Brasil



Indicador marca 47,4 pontos em novembro. 48% dos brasileiros acreditam que alcançarão as coisas que querem pela forma que lidam com suas finanças, mas 62% não estão assegurando o futuro financeiro. SPC Brasil lança aplicativo para o consumidor calcular seu próprio bem-estar financeiro e comparar com a média nacional

Sufoco na hora de comprar algum presente, falta de recursos para lidar com imprevistos, dificuldade para fechar as contas no azul... Esses são alguns sintomas de que a vida financeira não vai bem e que, nestes tempos de crise, acometem uma parte expressiva dos brasileiros. É diante desse quadro que o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) com o apoio de pesquisadores do Comissão de Valores Mobiliários (CVM) lança um indicador inédito de Bem-Estar Financeiro do Brasileiro. De acordo com os dados, 63% dos consumidores afirmam não estarem preparados para lidar com imprevistos e apenas 12% disseram ter a capacidade de lidar com despesas inesperadas.

A proteção contra imprevistos é um dos quatro pilares que sustentam o indicador, ao lado do controle sobre as finanças, os objetivos financeiros e a liberdade para fazer escolhas. O nível de bem-estar financeiro de cada consumidor varia de acordo com respostas dadas em dez questões que passam pelos quatros pilares. Numa escala que varia de zero a 100, quanto mais próximo de 100, maior o nível médio de bem-estar financeiro da população; quanto mais distante de 100, menor o nível.

Em novembro de 2017, o indicador marcou 47,4 pontos. Calculado desde julho de 2017, ao longo desses meses os resultados exibiram pouca variação, ficando praticamente estáveis. “Ainda temos uma taxa de desemprego bastante elevada, e isso coloca as famílias em situação de aperto. Mas não só a crise que põe as pessoas em dificuldade – muitas vezes, a negligência com o controle das finanças também pesa. Investigar como o consumidor se relaciona com o dinheiro é o importante porque uma vida financeira mal administrada pode afetar a saúde, a produtividade e até as relações familiares”, afirma a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
 

Controle das finanças: 48% acreditam que alcançarão as coisas que querem na vida pela maneira que administram as finanças

Outro importante pilar pesquisado no indicador é o controle das próprias finanças: 48% dos consumidores disseram acreditar que, por causa da forma como administram as finanças, alcançarão as coisas que querem na vida, mas 24% mostraram-se pouco confiantes a respeito disso. A preocupação com a possibilidade de o dinheiro que tem acabar descreve cerca de 33% dos consumidores.

No geral, 22% dos consumidores sempre ou frequentemente deixam a desejar no cuidado com as finanças – já 46% nunca ou raramente descuidam das finanças. Por fim, a sensação de que a situação financeira controla a vida acompanha 35% dos consumidores.


Objetivos financeiros: 62% não estão assegurando o futuro financeiro

O foco e o compromisso com os objetivos financeiros também pesam no bem-estar financeiro dos indivíduos. Nesse pilar, os consumidores brasileiros mostram-se especialmente desprecavidos: expressivos 62% dos consumidores afirmaram que não estão assegurando o futuro financeiro, enquanto 24% disseram que asseguram mais ou menos – apenas 15% garantem o oposto.

Outra constatação referente a conquista dos sonhos é que 65% nunca ou raramente têm dinheiro sobrando no final do mês, enquanto 24% têm algumas vezes e só 11% conseguem a sobra.


Liberdade para fazer escolhas: 59% não têm condições de aproveitar a vida por causa da forma que administra o dinheiro

Não é só do futuro, no entanto, que o consumidor deve se ocupar para ter bem-estar financeiro. A liberdade para fazer escolhas que permitam aproveitar a vida completa os pilares do bem-estar financeiro: os números mostram que 59% não possuem a condição de poder aproveitar a vida por causa da forma que administram o dinheiro. Apenas 15% disseram que podem aproveitar a vida. Indo ainda mais além, 36% dos consumidores disseram que a condição de apenas sobreviver, e não viver plenamente, descrevia a sua situação, contra 35% que não se viam descritos nessa condição.

Dar um presente a alguém, exemplo de gasto eventual que pode ocorrer a qualquer um, prejudicaria 25% dos consumidores frequentemente ou sempre. Já 35% seriam prejudicados algumas vezes e 39%, nunca ou raramente.


Em caso de perda de emprego, o padrão de vida seria mantido por menos de 4 meses

Avaliando cada quesito em separado, aquele em que o consumidor brasileiro mais destaca-se é o que diz respeito à conquista futura das coisas que quer na vida, com 55,4 pontos. Quando o assunto é a avaliação do cuidado com as próprias finanças, a pontuação é a mesma. Já as maiores dificuldades estão em fazer reserva contra imprevistos (38,4), e em assegurar o futuro financeiro (40,3). A sobra de dinheiro no final do mês também pontua mal (40,3), assim como as possibilidades para aproveitar a vida (41,4).

Sendo o preparo para situações adversas um dos atributos mais falhos constatados pela sondagem, em face da perda do emprego ou problema de saúde o padrão de vida dos entrevistados seria mantido por 3,8 meses. Mais de um quarto (26%) não conseguiria manter por nem um mês.

“Gozar de alto nível de bem-estar financeiro não é algo que vem de graça. O quadro econômico influencia o bem-estar dos indivíduos, mas está fora do seu controle. A personalidade, o comportamento financeiro e as habilidades individuais em lidar com as finanças também pesam”, explica Kawauti. “O desafio dos consumidores é fazer escolhas que equilibrem o desfrute do presente e o preparo para o futuro. Isso exige, para maior parte, vontade, controle, disciplina e a definição de prioridades.”

SPC Brasil lança aplicativo para o consumidor calcular seu próprio bem-estar financeiro

Além do novo Indicador de Bem-Estar Financeiro, o SPC Brasil acaba de lançar o aplicativo SPC Consumidor. Inicialmente, os consumidores poderão fazer o cálculo do seu próprio bem-estar financeiro e comparar com a média nacional.

Além da simulação, o usuário descobrirá como andam suas finanças e receberá dicas personalizadas periodicamente para melhorar a sua pontuação cada vez mais. Após quatro dicas recebidas, o consumidor pode refazer o teste e avaliar as mudanças no resultado.
“O SPC Brasil é uma plataforma de soluções integradas e queremos gerar conhecimento e bem-estar para sociedade. Esse é um passo importante para uma maior aproximação com o consumidor, possibilitando à população o acesso a essa importante e pioneira experiência de autoconhecimento e bem-estar financeiro”, afirma Magno Lima, superintendente do SPC Brasil.

“Queremos conhecer melhor os consumidores para desenvolver soluções que atendam às suas necessidades e ajudem a melhorar a gestão de suas finanças. Oferecer o aplicativo com indicador de bem-estar financeiro é o primeiro passo, mas muitas outras novidades estarão disponíveis em breve”, completou.

O aplicativo SPC Consumidor está disponível para usuários Android e e IOS.


Metodologia


O Indicador baseia-se num modelo de score desenvolvido pelo Consumer Financial Protection Bureau (CFPB), órgão americano de proteção ao consumidor, e tem como objetivo medir, periodicamente, o nível de bem-estar financeiro da população. A mensuração é feita através de entrevistas aplicadas periodicamente a uma amostra representativa dos brasileiros, com um questionário composto de dez questões. De acordo com suas respostas, os entrevistados recebem uma nota, que pode variar entre zero e 100. Quanto mais próximo de 100, maior será o nível de bem-estar financeiro; quanto mais próximo de zero, menor o nível de bem-estar. O Indicador é obtido pela média dos scores da amostra.

Baixe a análise do Indicador de Bem-Estar Financeiro no link:
https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/indices-economicos



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