A
citricultura paulista termina o ano de 2017 comemorando ótimas notícias de
aumento de safra, novas cultivares mais resistentes a pragas e doenças e os 40
anos de atuação do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus). Estabelecemos
uma formalização de parceria que se estenderá nas áreas de pesquisa, extensão e
defesa sanitária.
Testemunhei
por ocasião da comemoração do aniversário do Fundecitrus, avanços científicos e
tecnológicos importantes para o avanço no combate ao Greening. Para 2018, a
ordem é trabalhar ainda mais para manter bons resultados, vencer desafios e
consagrar o setor como a citricultura mais competitiva, saudável e sustentável.
Chegamos ao
fim do ano com uma safra de laranja 22,9% superior ao volume obtido na safra de
2016, de acordo com o quarto levantamento da safra agrícola 2016/17 - realizado
pela nossa Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo,
por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA) em parceria com a
Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati).
Uma análise
que traz ainda mais números positivos: as 320,2 milhões de caixas de 40,8 kg
desta safra representam 3,5 pontos percentuais acima do previsto no
levantamento anterior, realizado no campo em junho de 2017, em um ano que está
marcado pela derrocada dos pomares da Flórida.
Um
crescimento de produção refletido também nos preços. O estudo do IEA mostra que
o Índice de preços recebidos pelos agricultores paulistas (IqPR) registrou alta
de 1,30% em outubro de 2017. A laranja para foi o terceiro produto que mais
valorizou: 7,14%, atrás apenas da batata (84,36%) e do milho (12,75%), e ainda
assim o cenário é delicado, pois a competição com outras frutas cresceu
internacionalmente.
Os desafios
com a sanidade permanecem sempre e merecem toda a nossa atenção. Com uma área
plantada 1% maior do que a da última safra, a citricultura ainda precisa vencer
o greening, presente em 16,7% das laranjeiras do cinturão citrícola de São
Paulo e Minas Gerais, e embora o setor tenha obtido vitórias, como a mais
recente descoberta de feromônio que atrai os machos de Psilídeos, ainda é
preciso tornar sua produção comercial, o que levará cerca de um ano de intenso
trabalho.
O índice da
doença permanece no mesmo patamar dos dois últimos anos, mas, apesar da
estabilização, o número de plantas doentes é alto: são cerca de 32 milhões de
árvores. Sabemos da importância de encarar este desafio e temos unido esforços
para vencê-lo.
Lançamos
neste ano a campanha Unidos Contra o Greening, em mais uma proveitosa parceria
com o Fundecitrus, um parceiro sério e confiável com seus 22 anos de pesquisa
desenvolvida em favor de uma citricultura mais forte, buscando com suas
parcerias com a academia e institutos, pomares mais produtivos, mais saudáveis.
Além disso,
o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) da Secretaria de Agricultura através
do seu Centro de Citricultura Sylvio Moreira, lançou neste ano a tangerina IAC
2019Maria, a primeira cultivar de tangerina 100% obtida no Brasil, desenvolvida
em 20 anos de pesquisa. Esta nova tangerina é também a primeira cultivar de
citros do IAC protegida no Sistema Nacional de Proteção de Cultivares (SNPC),
do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Para o
setor de produção, o principal destaque é a resistência à mancha marrom de
alternaria (MMA), causando menor impacto ambiental por diminuir ou até eliminar
a necessidade de pulverização de defensivos. Também reduz os custos de
produção, melhora a qualidade do fruto e aumenta a produtividade: de 2 a 3
caixas de 40,8 kg, por planta, com frutos de maior calibre, o que valoriza o
produto.
A planta da IAC 2019Maria também tem menor porte, quando comparada com a
tangerina Murcott, permitindo a instalação de maior número de pés por hectare,
o que contribui para ampliar a produtividade. A IAC 2019Maria também é mais
precoce do que a Murcott, chegando a produzir com cerca de dois meses e meio de
antecedência.
Outra
novidade da pesquisa paulista, em desenvolvimento no IAC há sete anos, é a
primeira laranja transgênica do mundo com maior resistência a duas doenças
simultaneamente: o amarelinho e o cancro cítrico. Um ganho reconhecido
internacionalmente em artigo de capa da revista Molecular
Plant-MicrobeInteractions, da Associação Americana de Fitopatologia.
O
desenvolvimento sustentável está em cada gota de água economizada, na
preservação dos recursos naturais, no desenvolvimento de uma cadeia produtiva
grandiosa e que proporciona um grande número de empregos diretos e indiretos,
como destaca sempre o Governador Geraldo Alckmin.
Não temos
dúvida de que juntos podemos vencer os obstáculos nos nossos pomares para
continuarmos fazendo uma citricultura que gere emprego, renda e
sustentabilidade ambiental, agregue valor e ofereça um produto de qualidade ao
consumidor.
A
citricultura merece este reconhecimento!
Arnaldo Jardim - secretário da Agricultura e Abastecimento do Estado de
São Paulo e deputado federal PPS/SP (licenciado)
Site: www.arnaldojardim.com.br
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