Condição que
acomete principalmente crianças a partir dos 6 anos de idade causa desconforto
e atinge os membros inferiores
A dor em membros, também conhecida popularmente por
“dor de crescimento”, é uma queixa muito comum no consultório pediátrico.
Apesar de comum, o termo “dor de crescimento” está errado, já que a maioria dos
especialistas concorda que o processo é indolor. A faixa etária acometida por
essa condição está entre 6 e 13 anos, com prevalência entre 4% a 37%,
dependendo da população estudada, e a causa do surgimento dela é desconhecida.
Segundo Tania Castro, reumatologista pediátrica,
essa é uma dor crônica, com história de, no mínimo, três meses. “A dor
acontece, geralmente, em coxas, região anterior das pernas, atrás do joelho e
panturrilhas, mas muitas vezes a criança não consegue definir o local. Além
disso, não é constante, ela aparece com intervalos onde a criança pode ficar
livre das dores por dias e até meses”.
As crianças costumam apresentar queixas de uma dor
muito forte que, por muitas vezes, até as impede de dormir. “É comum que ela
ocorra mais no final do dia ou à noite, podendo até despertar a criança do
sono. O exame físico, os exames laboratoriais e de raios-x não apresentam
alterações, mas a dor é real e pode afetar a qualidade de vida desses
pacientes”, explica a reumatologista.
O quadro clínico costuma ter duração de 10 a 15
minutos, mas diminui de forma espontânea nas próximas horas. Segundo a médica,
quando a dor é muito intensa ou não cede com medidas como bolsa de água quente
e massagem, é preciso procurar um especialista. “O pediatra é o profissional
habilitado para avaliar a criança com dor em membros. Ele é capaz de
diferenciar as causas de dores que necessitam de um médico especialista ou de
um atendimento urgente. Sintomas gerais como febre, perda de peso, cansaço e
claudicação (mancar) não fazem parte do quadro clínico de dor em membros,
devendo-se investigar outras doenças. Além disso, em alguns casos, a avaliação
do psicólogo também é necessária. ”
Nas unidades da Rede de Hospitais São Camilo de São
Paulo, os pacientes são atendidos dentro das melhores práticas, fazendo com que
ele tenha o acompanhamento do pediatra desde a sua entrada até o recebimento da
alta. Dessa forma, o médico fica responsável pelos encaminhamentos e análises
necessários para o paciente, possibilitando a visão global de cada caso e
diminuindo o período de tratamento dentro do Hospital.
Segundo a Dra. Tânia, o atendimento eficiente e a
participação dos pais junto à equipe médica é muito importante para aliviar o
desconforto dessa fase. “É importante acalmar os pais quanto à natureza benigna
do quadro clínico e explicar que, apesar de não existir uma doença orgânica, a
dor é real e talvez essa seja a forma da criança expressar seus conflitos,
medos e ansiedades. Geralmente a criança já foi examinada por vários profissionais,
fazendo com que a família sinta-se cansada e confusa. O estabelecimento de um
vínculo médico-paciente na primeira consulta é muito importante para garantir a
confiança do paciente e de seus familiares e, consequentemente, o sucesso do
tratamento.”
Fonte: Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo
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