Dados foram apurados pelo
Consumer Insights, elaborado pela Kantar Worldpanel
Apesar do cenário ainda de incertezas no país,
houve lenta recuperação do consumo dos lares em 2016 e 2017. As conclusões são
da mais recente edição do Consumer Insights, estudo elaborado pela Kantar
Worldpanel. De acordo com o levantamento, no segundo trimestre de 2016, apesar
do baixo crescimento em toneladas, os consumidores adquiriram 4% a mais de
unidades do que no mesmo período em 2014. Em 2017, esse percentual se eleva
para 7%. Então, o crescimento em unidades compradas ultrapassa o período
pré-crise, porque os lares estão comprando embalagens menores.
A recuperação, no entanto, vem marcada por uma
mudança de comportamento: as categorias básicas têm sido priorizadas. Seguem
firmes e fortes nas despensas do país chá líquido, complemento alimentar, suco
congelado, água mineral e torradas industrializadas por exemplo, enquanto petit
suisse, leite pasteurizado, iogurte, alisantes, sopa, creme de leite e lâminas
de barbear, entre outros itens, foram deixados de lado. Entre os que voltaram
para o carrinho de compras estão inseticidas, limpador sanitário, água de coco
e bronzeador.
A região Norte e Nordeste volta a crescer e a
impulsionar o Brasil. Apesar de puxar a queda de frequência de compras (-3,5%),
os lares da região passam a levar 7,9% mais volume por compra. Segundo os
dados, a região registrou alta de 7,2% no volume em toneladas no período
analisado. Números muito superiores a Grande Rio (queda de 3,3% em volume em
toneladas e 10,1% em volume por ocasião) e Grande São Paulo (queda de 2,1% em
volume em toneladas e 4,7% em volume por ocasião), por exemplo. O crescimento
do hábito de fazer compra em atacarejo e a recuperação do varejo tradicional,
impulsionada pela cesta de bebidas, são alguns dos fatores que explicam o bom
desempenho do Norte e Nordeste.
O Consumer Insights revela também que apenas
atacarejo e farmácia continuam atraindo novos lares compradores, com destaque
para o primeiro, único canal que manteve um ritmo de crescimento contínuo.
Entre as cestas, mercearia doce e higiene voltaram a crescer, enquanto a cesta
de perecíveis apresenta retração – 10,2% em variação de unidades e 13,1% em
variação volume toneladas. Mesmo com maior aumento de preço, as commodities
seguiram crescendo em volume (2,4%)
O relatório divulgou também dados do Brand
Footprint, revelando que mesmo com a globalização, as grandes marcas que se
destacam no país são brasileiras – 66% das 50 maiores foram desenvolvidas
internamente ou têm atuação exclusivamente local.
Kantar Worldpanel
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