Na maturidade estamos em melhores condições do que
na adolescência, porque o que o jovem ainda espera conseguir, isso, já
conseguimos. Assim como no teatro ocorre um último ato, assim na maturidade,
ato da vida no qual se faz a colheita, de forma alguma podemos fracassar.
Nascemos da vida e para a vida, inicialmente belos, bons, puros, não perder
essa condição é necessário.
Pitágoras proibia que alguém abandonasse o posto em
que a vida o colocou. A “fase sobremesa” é o corolário das ações vividas. Daí
advém que as pessoas mais velhas muitas vezes são mais cordiais e mais animadas
do que as pessoas jovens. Solon, perguntado sobre que o deixava tão forte,
respondeu: “a velhice”. A fruta madura sente-se plena, é doce, natural
sobremesa.
Tudo o que existe na grande vida é belo, depende
apenas das pessoas. Não importa quem seja o dirigente, o valor está na harmonia
do movimento, no seu sincronismo, na sua intencionalidade. Na positividade da
ação encontra-se vida, beleza, alegre caminhar.
O belo e o prazer fazem exaltação do ser, portanto,
a idade madura, entendida como aquela situação de elevado equilíbrio, porta paz
e satisfação a todas as percepções: a “fase sobremesa” é prevista, é uma
necessidade intrínseca ao ato de existir.
Quanto a mim, esta maturidade cada vez me agrada
mais e mais..., quanto mais avanço nos anos, mais tenho a impressão de “terra à
vista”, de vislumbrar o porto onde me aguardam suculentas romãs depois de longa
e árdua navegação.
E assim a vida vira pluma, festa, doce e serena
alegria, inefável criatura, lábios de mel, olhos de luz...doce momento de amor
vivido.
Alice
Schuch - palestrante e pesquisadora do universo feminino
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