Viagens de avião aumentam em até três vezes a probabilidade
de se desenvolver tromboembolismo venoso (TEV)[i],
soma de trombose e embolia pulmonar
A maior parte das pessoas já ouviu falar sobre trombose ou conhece
alguém que tem a doença, que é relativamente comum. No Brasil, cerca de 180 mil
novos casos surgem a cada ano[ii]. A
trombose venosa profunda (TVP), popularmente conhecida apenas como trombose,
ocorre quando o sangue tem a sua circulação interrompida, formando um coágulo –
também chamado de trombo – na parte inferior do corpo, sendo mais comum nas
veias das pernas. O quadro formado quando esse coágulo se desloca para as
artérias pulmonares, atrapalhando a passagem de sangue para o pulmão, é chamado
de embolia pulmonar, que, somada à trombose, recebe o nome de tromboembolismo
venoso (TEV).
Os sintomas da trombose incluem dores nas pernas – principalmente
nas panturrilhas, podendo se estender até os pés e os tornozelos –, sensação de
queimação na região afetada, inchaços e mudança de coloração da pele, que pode
adquirir um tom avermelhado ou azulado em função da concentração de sangue.
Embora a doença seja bastante conhecida – estima-se que um ou dois a cada 100
mil habitantes sejam afetados por ela e pela embolia pulmonar[iii] –, muitos não sabem que, em pessoas
que já têm uma predisposição genética, ela pode ser desencadeada por situações
corriqueiras.
Em geral, circunstâncias em que passamos muito tempo sentados, sem
movimentar as pernas, configuram um fator de risco para o desenvolvimento da
condição. Por isso, o surgimento da trombose está fortemente associado a
viagens longas de automóvel e, principalmente, de avião, em que a pressão da
cabine e umidade do ar são baixas. O espaço restrito da aeronave também
contribui para que passageiros não se movimentem durante o voo, especialmente
os que escolheram assentos junto às janelas, nos quais a mobilidade é ainda
mais reduzidai. No meio do ano, devido às férias escolares, o fluxo
de viagens das famílias costuma aumentar. O período, portanto, é propício para
o surgimento de novos casos, sobretudo para viagens internacionais.
Cuidados e Prevenção
Embora a trombose possa provocar complicações sérias e sequelas
permanentes, alguns cuidados simples podem ser adotados para ajudar a
preveni-la e garantir uma viagem segura e férias tranquilas. De acordo com o
Dr. Ivan Casella, cirurgião vascular do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da USP, “Prevenir a trombose é muito mais fácil do que tratá-la.
Para os que têm viagens marcadas ou costumam viajar com frequência,
recomendamos que o passageiro se levante e realize pequenas caminhadas de hora
em hora e procure movimentar as pernas enquanto estiver sentado. Usar roupas
confortáveis, meias de compressão e manter-se hidratado também são medidas
importantes”.
Para os que já têm a doença, recomenda-se exercícios frequentes
dos membros inferiores e a adoção dos mesmos cuidados indicados para a
prevenção, além do acompanhamento e tratamento orientados por um especialista.
“Os tratamentos para a trombose costumam ser feitos a partir de medicamentos
anticoagulantes, que “afinam” o sangue, diminuindo sua capacidade de
coagulação, e impedindo a formação de trombos”, afirma o Dr. Ivan.
Devido a essa propriedade dos medicamentos, alguns profissionais
que prescrevem o uso de anticoagulantes orais de forma contínua têm receio de
que pacientes não consigam controlar sangramentos em caso de acidentes ou
cirurgias de emergência[iv]. De
acordo com o Dr. Ivan, no entanto, as últimas tendências em terapêutica
anticoagulante prometem garantir ainda mais segurança para médicos e
pacientes. “Tecnologias inovadoras têm sido incorporadas aos tratamentos
anticoagulantes orais no mundo inteiro. Em breve, teremos, no Brasil, agentes
reversores para esses medicamentos, que devolvem ao sangue seu efeito
coagulante em minutos, garantindo maior segurança mesmo em situações
emergenciais”, afirma.
Boehringer Ingelheim
[i] Ferreira, Rita, et al. "Profilaxia do
tromboembolismo venoso em viagens de longa duração." Revista
Portuguesa de Medicina Geral e Familiar 31.5 (2015): 314-24.
[ii] Sociedade
Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV SP),
em http://sbacvsp.com.br/trombose-venosa-profunda-tvp/,
2014. [Último acesso em 07 de julho de 2017].
[iii] Dados do
Governo Federal, disponíveis em http://www.brasil.gov.br/saude/2014/09/dia-nacional-de-prevencao-e-combate-a-trombose-e-nesta-terca-16,
2014. [Último acesso em 07 de
julho de 2017]
[iv] Sen, Souvik, and Katherine Willett Dahlberg.
"Physician's fear of anticoagulant therapy in nonvalvular atrial
fibrillation." The American journal of the medical
sciences 348.6 (2014): 513-521.
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