Todo mundo gosta de vestir uma peça bonita,
principalmente se for nova, não é verdade? Mas o que poucas pessoas sabem é que
a roupa pode ser a responsável por quadros alérgicos e gerar algumas reações
desagradáveis.
Segundo o coordenador técnico do projeto social Brasil Sem
Alergia, o médico Marcello Bossois, existem alguns fatores na vestimenta que
poderão desencadear em incômodos processos de alergia dermatológica ou até
respiratória.
Roupa nova
São elas, as peças que acabaram de sair da loja, as
vilãs de quem sofre com espirros e coceiras constantes. Muito usado para manter
a roupa com aspecto de nova e para dar firmeza ao tecido, o formol, substância
que já foi alvo de discussões em diversos locais por conta de sua alta
toxicidade, é um dos grandes causadores de processos alérgicos.
“O formaldeído (formol) é um grande irritante
respiratório e dermatológico e pode causar reações quando inalado ou em contato
direto com a pele”, comenta Dr. Bossois. A substância libera no ar algumas
propriedades que muitas vezes agridem as vias respiratórias, resultando em
coceira no nariz, ressecamento da mucosa e espirros constantes.
A dermatite de contato é outro exemplo de processo
alérgico bem comum que surge em função da alta quantidade de formol presente
nas roupas novas.
“Quando em contato direto com a pele de pacientes
predispostos à alergia, o formol causa feridas em diversas partes do corpo”,
afirma Patrícia Schlinkert, médica que também coordena o Brasil Sem Alergia.
Normalmente as lesões se concentram no tronco e nas axilas, mas também podem
surgir em outras partes da pele.
Componentes
do tecido
Os especialistas lembram que os componentes
utilizados na peça também podem causar reações em alérgicos, além dos mofos e
ácaros que por vezes acaba impregnando a roupa. De acordo com Marcello Bossois,
as substância utilizadas na indústria têxtil que são mais envolvidas na indução
de alergia de contato incluem, além do formaldeído, corantes como
parafenilenodiamina – muito usado em roupas de cor escura – e um conservante
chamado dimetil fumarato, que inclusive é proibido na União Europeia. Além
disso, tecidos sintéticos como lycra e poliéster, de uma forma geral, causam
mais alergias do que fibras naturais como o algodão.
Esporte
Muitas pessoas acabam manifestando quadros
alérgicos durante a prática de exercícios físicos por alguns motivos,
entre os quais a roupa escolhida. “O simples fato de muitos atletas utilizarem
roupas justas já poderá causar alergias de pele como urticária por pressão”,
comenta Schlinkert. Ela lembra ainda que o suor produzido através do exercício
aumenta a zona de contato da pele com a roupa, podendo induzir ainda mais o
surgimento das reações alérgicas.
Cinco dicas
da equipe do Brasil Sem Alergia para evitar as alergias com as roupas:
- Sempre lavar a peça antes de utilizá-la;
- Evitar roupas que fiquem roçando muito na pele;
- Sempre passar a ferro;
- Estender as peças em local arejado;
- Manter os armários limpos e com pouca umidade.
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