Os
tratamentos paliativos para oferecer conforto a pacientes terminais são muito
importantes na área de cardiologia, considerando que as doenças do coração e do
aparelho circulatório são as principais causas de morte em todo o mundo. A
ponderação foi feita pela médica Ana Cláudia Quintana Arantes, especialista em
Cuidados Paliativos pela Universidade de Boston (EUA). Ela proferiu palestra
virtual, por meio de vídeo, no 38º Congresso da Sociedade de Cardiologia do
Estado de São Paulo (Socesp), que se realiza no Transamerica Expo Center. O
evento, aberto ontem (15/06), terminará nesta sábado, 17 de junho.
A
palestra da médica realizou-se em colóquio sobre “Espiritualidade na Prática
Clínica e Cuidados Paliativos”, que contou com a participação de
aproximadamente 600 médicos cardiologistas de todo o Brasil. “É preciso que
tenhamos conhecimento científico para mitigar o sofrimento dos pacientes quando
a cura não é mais possível”, disse, acentuando: “Não temos controle sobre a
vida ou a morte para responder a essa indagação dos pacientes, mas devemos
perguntar-lhes sobre o que eles mais temem; se fizermos isso, teremos respostas
para adotarmos providências factíveis. É importante responder às pessoas que a
dor e a dificuldade de respiração, por exemplo, podem ter evitadas. E isso
costuma lhes dar mais tranquilidade e atenuar seu medo de sofrer”.
Dra. Ana
Cláudia acrescentou ser importante cuidar do paciente até o último dia de sua vida
e não apenas até o momento em que se conclui que a sua doença já não tem mais
cura. “Trata-se de uma questão de qualidade e ética na saúde”.
O
colóquio sobre Espiritualidade e Cuidados Paliativos foi coordenado pelo médico
cardiologista Álvaro Avezum, diretor científico da Socesp. Ao abrir os debates,
ele apresentou números interessantes sobre a espiritualidade e religiosidade
dos estudantes de medicina: 84% acreditam em Deus; 79% creem na existência da
alma; e um terço, na reencarnação.
Dr. Álvaro conduziu um debate entre os membros da mesa e os
congressistas, sobre como abordar a morte, a possibilidade da imortalidade do
espírito e outras questões que respondem às inquietações de pacientes
terminais.
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