Cólicas fortes, aumento no fluxo menstrual e dores
abdominais são sintomas que podem estar relacionados à endometriose
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
a endometriose atinge 5 milhões de mulheres em idade reprodutiva. Não existe um
consenso sobre as causas da doença: alguns médicos apontam para a herança
genética, outros sugerem uma relação com alterações do sistema imunológico. O
raciocínio mais aceito pelos especialistas é o do refluxo dos tecidos do
endométrio durante o ciclo menstrual que, em vez de serem eliminados, também se
instalam em outros órgãos pélvicos.
“Essa doença se caracteriza pela presença do tecido endometrial fora da
cavidade uterina. Embora esteja localizada na parte externa do útero, a
endometriose é susceptível à ação dos hormônios e, a cada ciclo menstrual,
provoca grande incômodo e dor na cavidade abdominal. Ela tem como locais de
envolvimento as trompas, ovários, intestinos, bexiga e a parede da pélvis”,
afirma Dr. Jurandir Passos, ginecologista, obstetra e especialista em Medicina
Fetal do Delboni Medicina Diagnóstica.
O médico esclarece dez mitos em torno da endometriose; alguns são
verdadeiros e outros não:
1. É uma
doença silenciosa, que não apresenta sintomas.
Mito. Cólica menstrual em graus variados, dificuldade para engravidar,
alterações intestinais durante a época da menstruação, dor para evacuar e
desconforto durante a relação sexual no fundo da vagina são sintomas da
endometriose. Algumas mulheres relacionam as dores abdominais com simples
cólicas. Em geral, essas mulheres podem apresentar quadros de ansiedade ou
depressão, relacionados à intensidade dos sintomas.
2.
Endometriose é causada apenas pelo aumento do fluxo menstrual.
Mito. A endometriose depende do hormônio feminino produzido pelo ovário,
o estrógeno, para seu desenvolvimento. Esse mesmo hormônio é produzido pelo
tecido gorduroso, mesmo sendo uma forma menos ativa, o que favorece uma piora
da doença. Além disso, a doença está associada à predisposição genética, estilo
de vida, queda do sistema imunológico e alterações no fluxo menstrual.
3. Não há
cura para essa doença.
Verdade. Mas apesar de não ter cura definitiva, a endometriose possui
opções de tratamento. A escolha da terapêutica mais adequada dependerá da
severidade dos sintomas e do grau da doença instalada.
4. Falta
de tratamento agrava a doença.
Verdade. A endometriose é uma doença progressiva. A falta de tratamento
vai causando processos de aderências e infiltração dos focos da doença em
órgãos vizinhos, podendo atingir o intestino, os ovários e a bexiga. Além
disso, pode causar infertilidade em casos avançados e quadros de dores crônicas,
mesmo fora do período menstrual, que não melhoram com medicações analgésicas.
5. A doença torna a mulher
infértil.
Mito. Na maioria das vezes, a infertilidade pode ser revertida com
tratamentos específicos. Na pior hipótese, a mulher é submetida a um tratamento
de fertilização in vitro, que tem apresentado altas taxas de sucesso, mesmo em
mulheres com antecedentes de endometriose.
6. Uma
das chances de reversão é a cirurgia robótica.
Verdade. Quando a endometriose está em fase mais avançada e já se
instalou profundamente na região do intestino, por exemplo, bexiga - chamada
endometriose profunda - uma alternativa à cirurgia laparoscópica convencional é
a cirurgia robótica. Essa tecnologia tem uma atuação significativa em doenças
ginecológicas benignas que, por vezes, comprometem a capacidade reprodutiva da
mulher. Sua tecnologia permite uma visão mais precisa e detalhada da região a
ser operada.
7. Existe
medicação para a endometriose.
Verdade. Em casos de grau leve de endometriose, pode-se fazer uso de
diferentes medicamentos hormonais, a fim de bloquear o estímulo que ocorre
sobre as lesões de endometriose, diminuir o processo inflamatório e os sintomas
de dor. Alguns desses medicamentos não são indicados para as mulheres que
desejam engravidar, pois eles têm ação anticoncepcional.
8. A
endometriose está diretamente ligada ao desenvolvimento do câncer no ovário.
Mito. Não existe essa associação, embora a endometriose possa aumentar a
chance de desenvolver um cisto pequeno, chamado de endometrioma, que pode ou
não ser maligno. Não é comum um tratamento da endometriose para prevenir o
câncer de ovário.
Delboni Auriemo Medicina
Diagnóstica
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