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domingo, 17 de julho de 2016

O prejuízo de trabalhar sentado



Oito horas de trabalho sentado. Esse hábito tão comum ao ambiente de trabalho pode causar 433 mil mortes. É o que aponta uma pesquisa desenvolvida na USP (Universidade de São Paulo) e na UFPel (Universidade Federal de Pelotas).

 
Os doutorandos pegaram artigos e inquéritos da OMS (Organização Mundial da Saúde) sobre o tempo médio de permanência sentado em 54 países e relacionaram esses dados com uma meta-análise publicada na revista científica PLoS ONE. Essa é uma técnica estatística feita para integrar resultados de dois ou mais estudos sobre uma mesma questão de pesquisa.
E o resultado do estudo foi que até 4% das mortes no mundo poderiam ser evitadas se o tempo que as pessoas passam sentadas reduzisse três horas, ou seja as 433 mil pessoas por ano.
O fisioterapeuta Leonardo Machado ressalta mais: "Quando o corpo está repleto de tensões, dores nos ombros, nas articulações, coluna estalando, logo vem aquela dica popular para solucionar as tensões originadas das 8 horas de trabalho: faça uma aula de alongamento e volte ao normal. Realmente, as dores acabam passando e o corpo parece mais relaxado, mas logo as dores voltam a incomodar e de forma crônica".
O fisioterapeuta Leonardo Machado explica que o corpo que não é exigido, não se esforça para manter um tecido flexível. "Quando a flexibilidade natural não é trabalhada como um hábito corrente como beber água, a rigidez será gerada, músculos estarão encurtados e articulações tenderão a ser comprimidas", relata o membro da Sociedade Brasileira de Fisioterapia e criador do Projeto Por uma Vida Sem Dor.

Mas qual seria a solução? Fazer 1 hora de alongamentos musculares na academia e durante 3 dias na semana? Infelizmente isso não é suficiente. "Uma semana tem 10.080 minutos. Se em cada aula você ficar 30s para alongar cada grupamento, você estará exigindo esse músculo em apenas 0,01% da sua flexibilidade máxima", ressalta Machado.

A solução, segundo o fisioterapeuta está em um novo cenário: livre dos apoios e encostos de cadeira, sentado no chão e pegando coisas que fazem parte da rotina sem ter que fugir de movimentos de tensionamento muscular. Não é necessário ter um horário específico para alongar o corpo, mas sim que eles estejam presentes naturalmente no decorrer do dia. Existe até um estudo sobre o tema, onde os ambientes de trabalho se transformam em áreas livres e os funcionários não ficam sentados, mas em pé recostados sobre uma plataforma anatômica.

Leonardo Machado sugere ainda 4 situações que ajudam a usar a capacidade plena do corpo humano na rotina e que poderão ajudar muito na liberdade de movimentos:

1- Leitura de um livro:

A flexibilidade dos músculos anteriores do corpo é estimulada e preservada.

2- Sentar no chão

A eventual diminuição do  corpo fará com que você esteja se movimentando a todo o instante levando as articulações do quadril, joelho, pé e coluna em uma grande variedade de movimentações. 

3- Procure afastar seus objetos de trabalho

Experimente deixar o seu material de trabalho mais afastado de você para que amplitudes maiores de deslocamento corporal sejam geradas.

4- Trabalhe no chão

Vivencie uma rotina de trabalho/estudo no chão. Combine suas atribuições com a flexibilização da coluna e das pernas.


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