Apesar de
parecer o assunto do momento, o termo empoderamento feminino já está em pauta
há muitos anos. Tudo bem que o desfile da Chanel de 2014 incitou a mídia a
falar sobre isso, mas sua importância vai muito além de um protesto fashion.
Também vale lembrar que não estamos falando da causa de uma pessoa, empresa ou
organização, mas sim do que você pode fazer para fortalecer o reconhecimento e
a igualdade de gêneros em todos os ambientes onde a mulher é minoria .
Desde a
instauração do Dia Internacional da Mulher, em 1911, conseguimos grandes
avanços nessa luta. Conquistamos o direito de voto em 1932, questionamos os
padrões de beleza através da famosa Queima de Sutiãs de 1968, homologamos a Lei
Maria da Penha em 2006. Contudo, a desigualdade ainda prevalece e pesquisas
recentes confirmam esse cenário. Veja alguns dos números revelados:
·
Quando
estão em uma atividade remunerada, mulheres recebem em média 24% menos
do que homens (Relatório de Desenvolvimento Humano de 2015);
·
Entre
os profissionais de média e alta gerência de marketing, enquanto os homens
receberam um aumento salarial de 40%, entre 2014 e 2015, as mulheres receberam 7%,
pelo mesmo cargo e período (Talenses, consultoria de recrutamento de executivos
em São Paulo) e,
·
67% das estudantes universitárias
entrevistadas por uma pesquisa realizada pelo Instituto Data Popular afirmaram
já terem sofrido algum tipo de violência (sexual, psicológica, moral ou física)
no ambiente acadêmico.
Como você pode
perceber por esses exemplos, ainda temos um caminho muito longo a trilhar para
sermos reconhecidas e termos as mesmas oportunidades oferecidas aos homens.
Mas, para isso, precisamos quebrar dois estereótipos, o da Profissional
Competente vs. Mãe e Esposa Dedicada.
Ainda hoje em
dia é comum encontrarmos mulheres dispostas a sacrificar seus projetos
profissionais, para colocar a família como prioridade. Continuamos a carregar a
culpa de dividir nosso tempo entre o pessoal e profissional. Somos pressionadas
diariamente pelo chefe, pelos prazos, pelas reuniões de pais e pelos filhos que
ficaram doentes de uma hora para outra.
Ao mesmo
tempo, a sociedade continua impondo a doutrina da maternidade. Os cuidados com
os filhos, a casa e o marido são inquestionavelmente responsabilidades da
mulher. Dessa forma, acabamos por carregar nas costas e, muitas vezes,
sozinhas, o peso de uma rotina sufocante baseada no ciclo: trabalho, casa,
filhos e marido. Para amenizar o caminho, acabamos por escolher entre ser uma
profissional competente ou uma mãe e esposa dedicada. Contudo, o que precisamos
colocar em mente é que não precisamos escolher, podemos ser as duas coisas ou
nenhuma delas, se não quisermos. Só precisamos encontrar o equilíbrio sobre o
que realmente queremos.
Se você que
construir uma carreira, mas sem abrir mão de uma vida familiar saudável, por
exemplo, você pode trabalhar em uma distribuição mais igualitária das funções e
tarefas dentro da sua casa. Afinal, de nada adianta buscarmos uma igualdade no
mercado de trabalho, se tivermos que continuar a enfrentar essa dupla-jornada.
Compartilhe com seu companheiro os cuidados com o seu filho, permita que ele
exerça seu papel de pai com dedicação, negocie os afazeres domésticos, disponha
de um tempo para você!
Mesmo ainda
não vivendo em um mundo ideal para nós, devemos lembrar que temos a
oportunidade de escolher a vida que queremos e como gostaríamos de viver, então
viva da forma que você achar melhor, não como a sociedade te impõe. Acredite: we
can do it!
Tatiana
Leite é terapeuta de
casal e família com especialização em Sexualidade Humana.
Tatiana Leite - Graduada
em psicologia pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), a profissional
possui especialização em terapia familiar e de casal, pela Pontifica Universidade
Católica (PUC/SP) e Pós-graduação em Sexualidade Humana, pela Faculdade de
Medicina da USP. O conhecimento acadêmico aliado à experiência em atendimento
clínico fazem de Tatiana Leite uma profissional completa, com um olhar apurado
e sistêmico sobre as diferentes formas de relacionamento
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