A
telemedicina tem potencial para franco desenvolvimento no Brasil. O ramo da
medicina exercida a distância com o auxílio da tecnologia caminha para não
somente agilizar a entrega de laudos de exames e ampliar a gama de atendimento
nas instituições de saúde, mas também aproximar médicos de pacientes.
Entretanto, sua utilização ainda enfrenta barreiras por parte do público e
também de alguns profissionais da classe médica.
Para
desmistificar conceitos vagos e quebrar paradigmas em relação à tecnologia, o
Dr. Carlos Eduardo Camargo, cardiologista e diretor técnico da Brasil
Telemedicina, lista oito razões para aderir à telemedicina. Veja:
1 –
Redução de tempo:
utilizando os recursos de telecomunicação, tanto o médico quanto o paciente
podem reduzir, ou zerar, o tempo gasto num trajeto até um consultório ou
hospital, por exemplo. “Com o diagnóstico prévio, realizado por um profissional
especializado, o tempo para atendimento e solução de casos tem sido menor e
fundamental para salvar vidas.”, afirma o especialista.
2 – Redução de custo: Em relação ao uso da tecnologia na
otimização do atendimento médico, a telemedicina vem se destacando e sendo
usada há muitos anos em países como Estados Unidos, Suíça, Itália, China, Índia
e outros. Nos EUA, estudos comprovaram redução de custos na área da saúde com
uso de telemedicina (Fonte: ATA American Telemedicine Association).
Através de sistemas com vídeo conferência e equipamentos de
monitorização, pacientes tem acesso a médicos 24 horas por dia, desde
simples informações e orientações à sua saúde até socorro a verdadeiras emergências,
com fácil chamada ao sistema de ambulâncias. Observaram uma importante
diminuição em novas internações de pacientes crônicos tratados em suas
residências e consequente redução de custos hospitalares. Em outras esferas,
como a de de laudos a distância e que já uma realidade consolidada no Brasil os
custos na gestão de uma clinica podem chegar a 30%.
3 – Integração médica: com a telemedicina, um centro médico
que indispõe de um cardiologista, por exemplo, pode solicitar a validação de um
profissional baseado a quilômetros de distância. “No Brasil, segundo o IBGE,
42% das cidades têm até 10.000 habitantes e 72% têm até 20.000 habitantes, e em
sua maioria não possuem estrutura médica de ponta e muita nem tem médicos. Com
o uso da telemedicina podemos levar médicos e especialistas a qualquer uma
destas cidades e estaríamos reduzindo os transportes de pacientes para grandes
centros, reduzindo gastos aos cofres públicos”, ressalta.
4 – Número de exames disponíveis: No
serviço de laudo a distância, a modernização da tecnologia permite uma série de
exames que vão além do rotineiro Raio X. Há atuação para Eletrocardiograma,
Espirometria, Eletroencefalograma, Teste Ergométrico, Holter, MAPA, Teste de
cores, Acuidade visual, Campimetria, Radiologia Geral (RX e Tomografia) e Video
colposcopia.
5 –
Pacientes crônicos e especiais: Quanto ao serviço atendimento online, na lista de pacientes
que podem ser beneficiados estão aqueles que apresentam doenças crônicas como
hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, Acidente Vascular Cerebral (AVC),
doenças cancerígenas em tratamento domiciliar, Angina pectoris, Diabete
mellitus e outras patologias. Também se encaixam os pacientes acamados,
internados na UTI, em pós-operatório, idosos ou com dificuldade de transporte.
“Quando comparada à telemedicina praticada nos Estados Unidos, a percepção do
quanto ainda podemos crescer é nítida. Lá já são feitas consultas a distância
de 50 patologias, a uma média de 49 dólares por consulta. No Brasil isso ainda
é proibido, mas é inegável que esse caminho representa a evolução. Já é feito
em outros países há tanto tempo e no Brasil será inevitável ao longo do tempo”,
destaca Camargo.
6 – Monitorização dos sinais vitais em tempo real: em grandes centros médicos, os
profissionais estão preparados para atender emergências de qualquer tipo, com o
acompanhamento presencial de uma equipe especializada. E em casos de
profissionais que realizam pequenas cirurgias e não sabem como agir em
surpresas na hora do procedimento? Para que esse tipo de situação não ocorra, o
profissional precisa estar habilitado a atender emergências ou ter um contato
direto com um médico para acompanhamento do estado de saúde do paciente.
Entretanto, a monitorização a distância pode ajuda-lo a realizar os procedimentos
com segurança e precisão. “Podemos acompanhar em tempo real, via web
conferência, uma cirurgia de extração de siso, por exemplo, e ajudar o
cirurgião dentista com informações sobre variação de pressão arterial,
batimentos cardíacos e sinais vitais, evitando dessa forma que qualquer tipo de
emergência ocorra durante o procedimento", relata Dr. Carlos Camargo.
7 – Utilização em viagens: Anualmente mais de 10 milhões de
brasileiros deixam o Brasil rumo a viagens internacionais. Como parte dos itens
obrigatórios para sua viabilidade estão os seguros de saúde, atualmente a
melhor forma de garantir atendimento médico se preciso. Diante de ocorrências
médicas, as seguradoras oferecem o atendimento por meio de telefone por
atendentes treinadas para a triagem da ocorrência antes do encaminhamento ao
hospital. Ainda há a complicação de o atendimento prioritário ser feito por
pessoas que não falam a língua portuguesa, dificultando o atendimento e
atrapalhando o auxílio aos pacientes. Dessa forma, com o auxílio da
telemedicina, em casos de urgência, o profissional responsável pelo paciente
pode colaborar com informações sobre seu histórico de saúde e registro de
alterações recentes, facilitando e agilizando o atendimento médico
além-fronteiras.
8 – Medicina contemporânea: A formação médica universitária
básica, associada à residência médica na especialidade escolhida sempre foi um
bom pré-requisito para o início da vida profissional do médico. Há alguns anos
no Brasil, os médicos, após finalizarem a residência médica, estão expostos a
uma nova rotina quase que obrigatória, a realização de mestrado e doutorado.
Estes novos passos são necessários, além de classificar melhor o conhecimento
do médico, o identifica como um profissional mais qualificado para o exercício de
sua especialidade. “A complementação da especialização médica com extensão
universitária em mestrado e doutorado é de extrema importância na busca pelos
pacientes por médicos melhores preparados e qualificados, fazendo-os atingir
sua excelência em seu atendimento profissional. Médicos de vanguarda que
convivem bem com a tecnologia mostram diferencial em sua carreira e auxiliam a
sociedade no acesso à saúde”, finaliza o cardiologista.
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