Seja
no restaurante, na fila do cinema ou na rua, saber como se portar durante o contato
com as crianças e adolescentes com deficiência intelectual pode fazer a
diferença entre respeitá-los ou vitimizá-los; saiba como agir nessas situações
Cerca de 87% das
crianças brasileiras com algum tipo de deficiência intelectual apresentam mais
dificuldades na aprendizagem escolar e na aquisição de novas competências,
estima o Instituto Inclusão Brasil. Elas costumam ter problemas para
compreender ideias abstratas, como noção do tempo ou metáforas; para estabelecer
relações sociais e realizar atividades cotidianas, o que implica em cuidados
específicos. Cuidados e tratamento que seus familiares e amigos já sabem de cor
e salteado. Porém, de que maneira a sociedade pode – e deve – tratá-las em
situações corriqueiras do cotidiano?
“Durante o contato com esses pequenos, é
importante lembrar que todas as crianças gostam de brincar e de receber carinho
e atenção. As pessoas com deficiência devem ser tratadas como todas as
outras, com respeito: elas devem ser ouvidas e os seus direitos
precisam ser garantidos”, explica Juliana Amorim, coordenadora de
atendimento do Instituto Gabi, que há 15 anos oferece atendimento para crianças
e adolescentes com deficiência.
De acordo com
Juliana, a melhor maneira de ajudar sem vitimizá-los no dia a dia é observar o
seu comportamento e saber ouvi-los. Ela aconselha que observar as
dificuldades das crianças com deficiência intelectual é essencial, assim como
garantir que seus direitos não sejam violados, pois eles devem se tornar
protagonistas de suas histórias, sem ser vistos como ‘coitadinhos’.
“Para que isso realmente aconteça, os espaços
públicos devem ser adaptados para recebê-los, sem existir barreiras
arquitetônicas. Além disso, é necessário ter funcionários capacitados para
atendê-los, de forma que a comunicação seja eficiente”, aponta.
O que
evitar?
Palavras ou
atitudes que depreciem as crianças com deficiência devem
ser evitadas – especialmente as de uso pejorativo. Além disso, é essencial que
o termo correto seja empregado ao se referir a elas: ‘pessoa com deficiência’
(seja ela auditiva, intelectual, física ou múltipla), pois não se usa mais as
expressões ‘deficiência mental’, ‘especial’, ‘excepcional’ ou ‘portador de
deficiência’, explica a coordenadora do Gabi.
Evitá-las ou
olhá-las como “coitadas” são atitudes que fazem com que
as crianças com deficiência se sintam inibidas em mostrar suas capacidades,
privando-as de viver de forma plena, inseridas na sociedade. “Elas já são
carentes de tanta coisa ... O poder público nega direitos e inclusão social;
liberdade de ir e vir; ausência de intérpretes de libras; transporte adaptado e
maior atenção à saúde. Se ainda forem vistas como vítimas, o quadro tende a
agravar”, defende Iracema Sogari, pedagoga pós-graduada, com experiência de
mais de 20 anos em educação especial e fundadora do Instituto Gabi.
Há 15 anos
oferecendo atendimento a crianças e adolescentes com deficiência na zona sul de
São Paulo, o Instituto Gabi já se tornou referência no segmento. A ONG conta
com equipes multidisciplinares, compostas por psicólogos, fonoaudiólogos e
orientadores, entre outros profissionais, para ajudar estas pessoas a se
desenvolver e ser mais felizes. Também dá suporte às suas famílias por meio de
atendimento psicológico, assistência social e geração de renda.
Instituto Gabi - www.institutogabi.org.br
- Telefone (11) 5564-7709
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