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terça-feira, 29 de abril de 2014


A dengue e suas implicações


A Organização Mundial de Saúde, estima que entre 50 e 100 milhões de novos casos de dengues surgem a cada ano

 
Mais de 2,5 bilhões de pessoas (cerca de 40% da população mundial) vivem sob o risco de contrair Dengue. A Organização Mundial de Saúde – OMS, estima que entre 50 e 100 milhões de novos casos de dengues surgem a cada ano. Somente no ano de 2013, foram constatados mais de 2,35 milhões de casos da doença, só nas Américas.

 Dados da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo revelam que até o dia 4 deste mês, mais de 18 mil casos foram registrados no Estado, com maior incidência nas regiões de Campinas, Ribeirão Preto, Marília e Vale do Paraíba quase 23 mil casos ainda estão sob investigação. No Brasil, embora o Ministério da Saúde tenha registrado uma redução de 80% no número de casos comparados a 2013, apenas em janeiro e fevereiro de 2014 houve o registro de 87 mil notificações contra 427 mil no mesmo período de 2013. Na contramão dessa redução, a capital paulista registrou alta de 42% no número de casos oficiais, nos três primeiros meses de 2014.

 A Dengue é uma doença semelhante a uma gripe muito severa. A Dengue Grave (anteriormente conhecida como Dengue Hemorrágica) foi reconhecida pela primeira vez na década de 1950, durante as epidemias nas Filipinas e Tailândia. Hoje, ela afeta os países asiáticos e latino-americanos e se tornou uma das principais causas de hospitalização e morte entre as crianças e adultos nessas regiões.

 Historicamente, o vírus atingia países de regiões tropicais e subtropicais, normalmente em áreas urbanas de periferia e áreas rurais. Na atualidade, é possível encontrar incidências em regiões mais privilegiadas desses países e também casos da doença em vários países da Europa e também nos Estados Unidos, revelando uma mudança na transmissibilidade da doença e uma adaptação do vetor a regiões menos quentes do planeta.

 O professor Jan Carlo Delorenzi, responsável pelo Laboratório de Farmacologia e Toxicologia Aplicadas da Universidade Presbiteriana Mackenzie, explica que existem quatro sorotipos distintos do vírus que causam a Dengue. (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e a DEN-4). “A recuperação da infecção fornece imunidade vitalícia contra esse sorotipo específico. No entanto, trans-imunidade para os outros sorotipos após a recuperação é apenas parcial e temporária. Infecções subsequentes por outros sorotipos pode aumentar o risco de desenvolvimento de dengue grave”, ressalta o especialista.

Uma vez no interior do mosquito, o vírus coloniza o intestino médio e posteriormente as glândulas salivares, em um período de 8 a 12 dias. Após este período de incubação, o vírus pode ser transmitido aos seres humanos durante um novo repasto sanguíneo.

 Ainda pouco divulgados, surtos de dengue também podem ser atribuídos à transmissão do vírus por mosquitos da espécie Aedes albopictus, Aedes polynesiensis e várias espécies do Aedes scutellaris. “Cada uma dessas espécies tem uma ecologia particular, comportamento e distribuição geográfica. Aedes albopictus é principalmente uma espécie florestal que se adaptou a ambientes humanos rurais, suburbanos e urbanos. Nas últimas décadas essa espécie se espalhou da Ásia para a África, às Américas e à Europa, nomeadamente ajudado pelo comércio internacional de pneus usados, ​​em que os ovos são depositados quando contêm a água da chuva. Esses ovos podem resistir a condições muito secas (dessecação) e permanecer viáveis por muitos meses na ausência de água”, explica o professor.

 O professor ainda alerta que uma vez infectados, os seres humanos tornam-se os principais portadores e multiplicadores do vírus, servindo como fonte de vírus para os mosquitos não infectados. “O vírus circula no sangue de uma pessoa infectada de 2 a 7 dias, aproximadamente o mesmo tempo em que a pessoa desenvolve febre”.

 

Os sintomas

 Uma pessoa infectada pelo vírus da dengue desenvolve sintomas que se assemelham a de uma gripe forte. A doença, também chamada de febre “quebra-ossos” afeta bebês, crianças e adultos e pode ser fatal. As características clínicas de dengue podem variar de acordo com a idade do paciente.

 Os indivíduos devem suspeitar de dengue quando a febre alta (40°C) é acompanhada por dois dos seguintes sintomas:

 
Forte dor de cabeça

Dor atrás dos olhos

Náusea, vômito

Intumescimento glandular

Dores musculares e articulares

Erupções cutâneas


Os sintomas geralmente duram de 2 a 7 dias, depois de um período de incubação de 4 a10 dias após a picada de um mosquito infectado.

 

Prevenção e controle

 O único método atual de controlar ou prevenir a transmissão do vírus da dengue é combater eficazmente os mosquitos vetores. Todas as esferas governamentais estabelecem como política estratégica da saúde o controle do transmissor da Dengue, entretanto, as ações não podem partir apenas do poder público ou de iniciativas individuais, mas é necessário o envolvimento de toda a comunidade no processo de prevenção na tentativa de quebrar o ciclo de transmissão da doença.

Segundo Jan Carlo é preciso ficar atento, pois a Dengue é uma doença perfeitamente controlável e tratável, se houver cuidado e orientação.

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