Confundir a menarca com fezes, achar que perdeu a virgindade, medo de iniciar a fase como “mocinha” e ter vergonha do corpo são alguns pensamentos que surgem. As influenciadoras Thaynara OG, Fernanda Concon e Mc Soffia contam suas experiências sobre o início do ciclo menstrual e a médica Rebeca Gerhardt esclarece as dúvidas
Se há um período marcante na vida de qualquer mulher é a primeira menstruação. Uma transição entre a infância e o mundo adulto. Considerando a importância de falar sobre o assunto, a famosa menarca foi tema de um bate-papo entre as influenciadoras da Casa do Novo Ciclo, uma ação digital de Intimus, marca de produtos femininos da Kimberly-Clark, para debater como meninas e mulheres enxergam o ciclo e também temas acerca do estigma da menstruação.
"Menstruei aos 11 anos. Toda a
família estava reunida na sala de TV. Fui ao banheiro e quando olhei minha
calcinha tinha uma mancha marrom. Na hora pensei que tinha feito coco e não
sabia!”, contou aos risos a influenciadora Thaynara OG, que ainda refletiu como
o tema era cercado por estigmas. “Chamei minha mãe, e ela me disse que eu tinha
ficado menstruada. Comecei a chorar muito, achei que não era mais pura. Fiquei
com muita vergonha.”
A ilustradora Nath Araújo também
compartilhou lembrança semelhante à de Thaynara ao lembrar da sua primeira
menstruação. “Eu tinha 12 anos, e na minha cabeça a menstruação era bem
vermelha. Fui tomar banho, quando abaixei a calcinha, vi aquela coisa marrom.
Achei que tinha feito o número 2 e fiquei supernervosa”, disse.
Já a rapper Mc Soffia lembra que
queria aproveitar a infância ao máximo. Por isso, desejava que a menstruação
viesse apenas com 18 anos. Mas, aos 11 anos, em um dia de gravação, ficou
menstruada. “Eu estava trabalhando, fazendo uma gravação, e meu pai estava me
acompanhando. No meio da gravação, comecei a passar mal, com dor de cabeça e
vômito. Depois que terminamos, fui pra casa e quando fui ao banheiro e vi o
sangue me desesperei e chorava muito. Fiquei morrendo de vergonha do meu pai.
Mas depois, quando contei, ele que começou a chorar emocionado.”
Enquanto algumas relembraram de
situações que envolveram muitas lágrimas, a atriz Raissa Chaddad sonhava com o
momento de ficar menstruada. “Acordei cedo e, quando vi, gritei para minha mãe
para contar. Na mesma hora peguei o telefone e liguei supercontente para o meu
pai e contei que tinha virado mocinha.”
O que é normal?
Com base nos depoimentos e medos (que
ainda surgem em meninas que iniciam o ciclo), a ginecologista e obstetra Rebeca
Gerhardt explicou que a menstruação tem uma variação de cor ao longo da vida da
mulher. Veja a seguir o que é importante saber:
> A cor normalmente vem associada
à quantidade de sangramento. Por isso, é normal a menstruação começar um
pouquinho mais escura e em pequenas quantidades, porque ela fica acumulada no
fundo da vagina e depois exterioriza para a calcinha ou o absorvente.
> A variação do volume de fluxo
também altera a coloração do sangue menstrual em função da particularidade de
cada pessoa que menstrua, podendo ser mais avermelhado.
> É normal, em alguns momentos do
ciclo menstrual, vir pedaços e coágulos, pois provavelmente a pessoa está em
uma fase mais exuberante do fluxo. Mas, se a menstruação inteira apresentar
coágulo, aí é importante questionar. E, se a perda for muito intensa,
precisamos corrigir.
> É importante que as alterações
sejam acompanhadas por um ginecologista.
Menstruação: estigma na escola
Durante o bate-papo, as meninas
relembraram os medos que vivenciaram na época da pré-adolescência e como
sentiam muita vergonha ao falar sobre menstruação. O período escolar era um
momento em que compartilhavam em segredo com outras amigas a respeito do ciclo
menstrual, e eram escassas as fontes de informação que abordavam o assunto.
Para a cantora e compositora Mc Tha,
a menstruação tinha uma conotação negativa. “O código era falar em segredo que
estava menstruada. A escola era um ambiente hostil. Nós, meninas, tínhamos medo
de manchar a cadeira, que era branca, medo de sangrar e todo mundo ver. Depois,
percebi que era algo comum, que acontecia com todas as meninas”, relembra.
A modelo Bia Gremion também comentou
ter tanta vergonha na escola, que tinha até uma caixinha própria para esconder
o absorvente. “Ficava questionando minhas amigas se estava suja a todo momento.
Fico feliz que hoje podemos falar abertamente e abrir caminho para essa nova
geração.”
Thaynara relembrou ter tanta vergonha
de pegar o absorvente e mostrar que estava menstruada, que chegou a manchar a
cadeira da escola. “Fiquei esperando todo mundo da classe ir embora para sair
correndo. Foi um sufoco!”.
Já Fernanda Concon comentou que tinha
um fluxo muito intenso e, aos 13 anos, no meio de uma prova, sentiu que tinha
vazado e havia sujado toda a cadeira da sala de aula. “A única pessoa que
conseguiu me ajudar foi um colega que limpou a cadeira para mim enquanto eu ia
ao banheiro. Minhas amigas ficaram travadas, assim como eu também fiquei. Pra
você ver como o estigma e a vergonha de lidar com a situação era forte entre as
meninas”.
Normalizar a menstruação é uma das
premissas de Intimus. O estigma da menstruação é algo que perdura há muitas
gerações. Independentemente de cultura ou classe social, as mulheres ainda são
estigmatizadas por algo natural que acontece desde a existência da humanidade.
E isso acontece porque o assunto “menstruação” ainda é visto como algo ruim,
gerando, por vezes, uma desinformação que reforça o estigma de que o ciclo
menstrual é algo vergonhoso e limitador.
O bate-papo fez parte da programação
da Casa do Novo Ciclo, ação de Intimus, para a campanha #EuSouUmNovoCiclo. Um
time de oito embaixadoras, além de convidadas, como Thaynara OG e a atriz
Thainá Duarte, vivenciaram experiências e compartilharam aprendizados
relacionados ao ciclo menstrual, incentivando o debate referente ao estigma da
menstruação.
O bate-papo completo pode ser visto
aqui: https://youtu.be/erfS7Xakgk8
Kimberly-Clark
Intimus®