Algumas doenças de
pele se desenvolvem com o calor. Veja com quais é preciso se preocupar
Durante o verão, com as altas temperaturas, algumas
doenças podem ser transmitidas ou serem descobertas. É o caso da acne solar,
micose, foliculite e outras. Para esclarecer algumas dúvidas frequentes sobre
manchas e outros problemas que surgem na pele, a Dra. Anna Cecília Andriolo,
membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica quais problemas
desaparecem com o tempo e quando é necessário consultar um especialista.
Queimaduras na pele por frutas ou perfume:
Quando
a nossa pele entra em contato com ácidos presentes nas frutas cítricas e em
alguns cosméticos ou perfumes, podemos notar o surgimento de manchas escuras se
há exposição solar. O sol reage com esses ácidos produzindo uma queimadura na
pele e escurecimento local. Esse problema é chamado de fitofodermatose, e pode
acontecer quando passamos perfume para ir à praia ou quando tomamos uma
caipirinha ou suco de frutas no sol. A prevenção é simples, basta evitar o
contato com estas substâncias ou, caso ele ocorra, lavar imediatamente a região
antes de se expor ao sol. Se as manchas já apareceram, não há com o que se
preocupar, elas vão sair espontaneamente. “Para acelerar o processo existem
alguns clareadores”, explica a dermatologista. Em alguns casos a
queimadura pode ser mais profunda e uma visita ao dermatologista se faz
necessária.
Melanose e melasma:
São
lesões diferentes, mas que surgem no corpo após o banho de sol. As melanoses (ou
sardas) têm formato arredondado e cor acastanhada. Elas costumam aparecer no
rosto, colo, braços e mãos. Já o melasma não possui um formato exato, apresenta
cor acastanhada ou acinzentada. Seu aparecimento é comum nas maçãs do rosto,
embaixo dos olhos, em cima dos lábios e na testa. Tem relação com hormônios
femininos e outros fatores. Nos dois casos, o tratamento estético deve ser
feito com um dermatologista e a prevenção inclui o uso de protetor solar com
base, que oferece uma dupla camada de proteção contra a luz visível.
Acne solar:
Por
vezes, surgem algumas bolinhas, principalmente nas costas, ombros e colo. Isso
acontece porque, no calor, transpiramos mais e o uso de protetor solar pode
tornar a pele mais oleosa. As acnes solares podem ser minimizadas com higiene
constante dos lugares afetados, o que diminui a oleosidade e a obstrução dos
poros. Essas espinhas não devem ser espremidas, pois pode haver infecção local
e surgimento de manchas se houver exposição solar.
Insolação e queimadura de sol:
Com
a exposição excessiva ou inadequada ao sol, podem ocorrer queimaduras na pele e
até mesmo insolação. Nesta última, os sintomas são: desidratação, ardor na
pele, sede, tonturas, mal-estar, dor de cabeça e até vômitos. Ao perceber os
sintomas, é necessário levar a pessoa até a sombra, mantê-la hidratada e se
necessário procurar ajuda em um pronto-socorro. “Compressas frias, corticóides
tópicos e muita reposição hídrica são medidas indicadas. Alguns casos podem ser
extremamente graves", adiciona a Dra. Anna Cecília Andriolo.
Herpes:
É
uma infecção causada pelo vírus Herpes Simplex. Uma vez ocorrido o contágio, o
vírus fica incubado e pode reaparecer em algumas situações como no verão, por conta
da baixa imunidade. Desidratação, ingestão de maior quantidade de álcool,
exposição prolongada ao sol e piora na qualidade da alimentação e do sono são
alguns fatores desencadeantes. Surgem áreas avermelhadas, com alteração da
sensibilidade e pequenas vesículas nos lábios ou no corpo. Os sintomas
desaparecem após uma ou duas semanas. Para diminuir o incômodo e acelerar a
cicatrização das lesões, um dermatologista pode indicar o tratamento
adequado.
Foliculite:
É
uma inflamação causada por bactérias, que aparece como pequenas espinhas de
ponta branca na base dos pelos e a região pode ficar avermelhada. É comum que
essas pequenas bolinhas surjam na virilha e nos glúteos. Elas costumam melhorar
sozinhas, mas em casos graves e de muita coceira é necessário consultar um
dermatologista.
Câncer de pele:
É
um grave problema de saúde que pode ser evitado com medidas simples e
acessíveis. A doença é causada pela exposição excessiva ao sol, principalmente
entre 10h e 16h. Para diminuir a possibilidade de desenvolvimento do câncer,
deve-se usar sempre filtro solar, inclusive nos dias nublados, e evitar a
exposição solar nos horários inadequados. “Existem basicamente dois grandes
grupos de câncer de pele: o grupo dos basocelulares e espinocelulares (mais comuns
e de agressividade local) e os melanomas (mais raros porém letais)”, cita a
dermatologista. Consulte um médico para um diagnóstico preciso.
Bicho geográfico:
A
doença é causada por parasitas de animais que, ao defecarem na areia, deixam
ovos que se transformam em larvas e penetram na pele de humanos que pisam,
sentam ou se deitam no local. Por esse motivo, a contaminação ocorre
principalmente nas praias. O nome é dado, pois quando a larva caminha na parte
interna da pele, se forma um desenho que se assemelha ao mapa
geográfico. Para que as larvas não tenham acesso ao corpo, é sempre bom
utilizar toalhas, esteiras ou cangas e evitar praias frequentadas por animais.
"O tratamento é simples, com medicações tópicas e orais, dependendo da gravidade
da infestação", finaliza a especialista.