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terça-feira, 26 de maio de 2020

Desodorante aerossol pode prejudicar o meio ambiente?



Especialista explica se a substância encontrada nas embalagens pode ser vilã para a saúde da natureza e dá dicas de como descartá-las


Alguns itens presentes no nosso dia a dia são verdadeiros vilões do meio ambiente e, na maioria das vezes, a gente nem desconfia. Por muito anos, acreditou-se que o aerossol, embalagem de desodorantes, inseticidas e agora, com a pandemia, até mesmo no álcool 70, usado para limpar superfícies e higienizar nossas mãos, ajudando a nos deixar longe do coronavírus, era um vilão para a saúde do meio ambiente. Mas será que é mesmo?

Há alguns anos atrás, as embalagens dos desodorantes aerossol e de outros produtos utilizavam o gás propelente CFC (clorofluorcarbono). Esse componente, além de fazer com que o líquido do recipiente fosse expelido com pressão, também era responsável por poluir o meio ambiente. É que a cada borrifada, o gás, por ser leve, se dispersava na atmosfera atingindo a camada de ozônio e provocando uma reação que transformava o ozônio em oxigênio. O resultado? Sem a camada de ozônio para filtrar as radiações solares, elas se tornaram mais prejudiciais à saúde da nossa pele. A boa notícia é que atualmente, cerca de 90% das embalagens utilizar o GLP (gás liquefeito de petróleo), que não causa nenhum dano ao meio ambiente.

Embora não seja mais um poluente, o aerossol ainda oferece riscos. Por isso, o especialista Rafael Zarvos, fundador da Oceano Gestão de Resíduos, dá dicas de como descartá-lo e como utilizá-lo da forma correta. "Pelo fato de o conteúdo de um aerossol ser inflamável, alguns cuidados são importantes. Muita gente não sabe, mas 130 aerossóis correspondem a um botijão de gás, o que pode ser algo bastante perigoso", comenta Zarvos.

"Importante dizer também que se trata de um produto reciclável. Então, em vez de descartá-lo no lixo comum, o ideal é levar as embalagens até um ponto de coleta", acrescenta o especialista. Confira as dicas:

1 - Não jogue o aerossol no fogo, ele pode explodir;

2 - Não fure o aerossol mesmo vazio. Sempre há pressão e o resíduo pode ser inflamável e causar ferimentos;

3 - Mantenha o aerossol fora do sol e em local seco e fresco. A pressão interior da lata aumenta muito no calor e pode causar explosão;

4 - Não deixe o aerossol dentro do carro. A temperatura interna pode estar alta e fazer com que o frasco exploda;

5 - Não borrife perto das chamas;

6 - Não fume enquanto estiver utilizando um aerossol e nem logo depois, pois podem haver partículas no ar.

7 - Não borrife perto do calor ou fonte de ignição. 


Teste de anticorpos da Roche Diagnóstica com 100% de precisão é aprovado no Brasil



● Novo teste sorológico da Roche possui até 100% de sensibilidade na detecção de anticorpos contra a COVID-19 e especificidade maior que 99,8%1 para o SARS-CoV-2, evitando falsos positivos com outros tipos de coronavírus.

O novo teste sorológico Elecsys® Anti-SARS-CoV-2, da Roche, recebeu em 21 de maio a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, para uso no Brasil. Realizado por coleta de sangue e apresentando resultados em aproximadamente 18 minutos, o ensaio destina-se a detecção de anticorpos totais (IgM e IgG) em pessoas que foram expostas ao SARS-CoV-2, ainda que não tenham apresentado sintomas2 , e pode auxiliar a sociedade em estratégias seguras para a abertura gradual do isolamento.
Com 100% de sensibilidade 1 (14 dias após a confirmação da PCR) na detecção de anticorpos contra a COVID-19 e uma especificidade maior que 99,8%1 , para que não seja confundido com anticorpos de outros tipos de coronavírus e outros vírus de gripe comum, o teste oferece a segurança para apoiar a triagem prioritária de grupos que exercem atividades essenciais, como profissionais de saúde e trabalhadores de suprimentos de alimentos, que já tenham desenvolvido um certo nível de imunidade e poderiam continuar atuando ou retornar ao trabalho. Os testes de anticorpo ainda são fundamentais para apoiar o governo em suas decisões estratégicas para iniciativas de abertura da economia, contenção social, entre outras.
“A rápida aprovação da ANVISA é um reflexo dos nossos esforços como sociedade para controlar e combater essa pandemia”, diz Antonio Vergara, presidente da Roche Diagnóstica Brasil. “É um grande orgulho poder oferecer um teste com tão alta especificidade e sensibilidade, o que o torna uma importante ferramenta confiável para melhorar a gestão desta crise em saúde. Continuaremos dedicados a constante colaboração com os governos, clientes e sociedade para trazer o maior número de testes ao Brasil, considerando a alta demanda mundial”, reforça o executivo.
A Roche começou a fornecer a solução para os principais laboratórios do mundo no início de maio e tem dedicado todos os seus esforços para ampliar a produção global a dois dígitos de milhões para atender a demanda dos sistemas de saúde pelo mundo. Com a recente aprovação, a companhia já está preparada para fornecer os primeiros testes no Brasil reforçando seu compromisso para superarmos essa situação crítica em saúde.
Por aqui, existem quase mil sistemas totalmente automatizados em diferentes regiões do país aptos a analisar o novo teste. Dependendo do equipamento, é possível processar até 300 testes por hora, aumentando significativamente o número de análises realizadas por dia.
Para mais informações sobre o novo teste, acesse aqui.
1.Instruções de Uso Elecsys® Anti-SARS-CoV-2, v. 1.0
2.Thus, 29 of the 33 patients who were positive for SARS-CoV-2 at admission (87.9%) had no symptoms of Covid-19 at presentation - https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMc2009316
Roche Diagnóstica Brasil Ltda. Atendimento ao Cliente: 0800 77 20 295 www.roche.com.br Av. Engenheiro Billings, 1729, prédio 38 São Paulo – Brasil © 2020 Roche Elecsys Anti-SARS-CoV-2 - Registro Anvisa 10287411493 Todas as marcas mencionadas possuem proteção jurídica. MC-BR-0090



CONTRATO DE CONVIVÊNCIA SOCIAL


Os gregos já falavam em contrato social. O que os gregos pensavam sobre o assunto, contudo, não chegou com muita relevância ao tempo que vivemos. O domínio da “explicação” católica que imperou na Idade Média abafou a cultura greco-romana. Só a partir do século XV (Modernidade) o tema foi recuperado e recolocado em discussão.

A Idade Moderna, aliás, pôs tudo em discussão. Nesse período que principia lá pelos anos 1500 como Renascimento (não há unanimidade entre historiadores sobre o começo da Modernidade) e nos alcança ocorreram eventos sociais, políticos e científicos que vêm, ainda que lentamente, confrontando e abatendo as crenças medievais.

A Modernidade partejou o argumento liberal em contraposição ao Absolutismo. O Liberalismo concebia a convivência social e o próprio Estado como resultado de um contrato estabelecido entre cidadãos que autonomamente saíam da vida em natureza (guerra permanente de todos contra todos) e se organizavam em um coletivo governado.

Liberalismo, em definição atual, é “a doutrina baseada na liberdade individual, nos campos econômico, político, religioso e intelectual, contra as ingerências e atitudes coercitivas do poder estatal” (Houaiss). Liberdade individual com governo pouco intrometido e que representasse a vontade geral era a base doutrinária do contratualismo.

Três autores principais deram as bases gerais da doutrina: Thomas Hobbes (1588-1679), John Locke (1632-1704) e Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). Rousseau passou à história como “bonzinho”, ou de esquerda. Teria inspirado Karl Marx na sua propositura do estado socialista. Hobbes é visto como “mau”, ou de direita, e teria dado munição para as autocracias. Bem, não vejo bem assim. Ademais, os estados socialistas não foram em nada menos autocráticos do que as diversas modalidades de ditadura que o mundo (nós inclusive) conheceu ou conhece.

Pensar, hoje, em Estado como contrato é simplificar a complexidade das organizações políticas. Não há acordo geral, mas conflito permanente de interesses. Não existe uma vontade racionalista pondo ordem nas coisas, mas há relações de poder, com demandas conflitantes, vencidos e vencedores. Se alguém tem dúvida, basta olhar o Brasil, o lugar miserável dos seus pobres, o luxo ostensivo dos seus ricos. Claro, há países mais equilibrados, mas no geral das nações há excessiva vantagem de uma (pequena) parte diante da outra (grande) parcela da população.

Agora, se um contrato geral é improvável, a sensatez dos aproveitadores do sistema não deveria sê-lo. Para a esperteza inescrupulosa que só extrai vantagem das relações sociais brasileiras, os teóricos do contratualismo (Os Pensadores, Abril Cultural) ainda têm o que dizer. Recomendaria Rousseau: “Cada um tem necessariamente de se submeter às mesmas condições que impõe aos outros [...]. O pacto social estabelece entre os cidadãos uma tal igualdade que todos ficam obrigados às mesmas condições e todos devem gozar dos mesmos direitos” (p. 40-41).

Locke, alicerce do pensamento liberal, defende ideias equivalentes: No estado de natureza não há “qualquer subordinação entre os homens que nos autorize a destruir a outrem, como se fôssemos feitos para o uso uns dos outros como as ordens inferiores de criaturas são para nós” (p. 36). Então, não se pode aceitar que uns tenham privilégios sobre outros, “porque não é qualquer pacto que faz cessar o estado de natureza entre os homens, mas apenas o de concordar, mutuamente e em conjunto, em formar uma comunidade, fundando um corpo político” (p. 39).

Hobbes, muito citado mas pouco lido, foi enfático ao postular igualdade: “Embora por vezes se encontre um homem manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um e outro homem não é suficientemente considerável para que qualquer um possa com base nela reclamar qualquer benefício a que outro não possa também aspirar” (p. 75). Assim, “ninguém pretenda reservar para si qualquer direito que não aceite seja também reservado para qualquer outro” (p. 92).

O povo brasileiro requereu em muitas insurgências esses termos da vida em comum. Sempre prometidos, jamais foram entregues. Mais recentemente, a Ditadura de 64 promulgou a Lei de Segurança Nacional para enquadrar quem reivindicasse democracia; o governo petista criminalizou os movimentos de rua, tipificando-os como agressão ao Estado. Bolsonaro propala ele mesmo a violência. Vivemos em eterna tensão advinda da desigualdade que sempre contornamos. Os contratualistas, entre nós, permanecem revolucionários, o que é uma declaração de atraso.


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