“Vendas”
é o setor que mais recebe profissionais autônomos; “aulas particulares” e
“design gráfico” aparecem na sequência
61%
consideram a modalidade de trabalho como critério importante ao se candidatarem
a uma vaga
No mercado de trabalho, freelancer ou
profissional autônomo é aquele que trabalha de forma independente, prestando
serviços para empresas ou pessoas por períodos determinados de tempo ou por
projetos, sem relação de emprego. No Brasil, as atividades autônomas são
bastante populares e existem leis específicas para os profissionais que atuam
neste modelo.
Em relação a este formato de trabalho,
uma pesquisa realizada pela Onlinecurriculo,
plataforma de currículos online, revelou que 38% dos brasileiros trabalham
atualmente como freelancers, sendo que 23% atuam de forma paralela ao trabalho
principal, 11% trabalham apenas como autônomos, e 3% estão em processo de
se tornarem freelancers em tempo integral. Outra parcela, correspondente a 10%
das respostas, já atuou como freelancer, mas não segue mais no momento
presente.
O que se percebe é que existe um
interesse claro dos brasileiros pelo modelo autônomo. 29% dos participantes da
pesquisa que ainda não trabalharam de forma autônoma têm interesse em se
aproximar do formato no futuro, sendo que as maiores inseguranças estão
relacionadas a não saber por onde começar e ter dúvidas sobre possuir as
habilidades necessárias para o trabalho. Apenas 22% dos respondentes nunca
atuou de forma autônoma e não tem interesse em se aproximar do formato.
Os critérios essenciais para que um
trabalhador considere atuar como autônomo são a possibilidade de maior ganho
financeiro e independência com a administração de horários, ambos com 60% das
respostas. Na terceira colocação, ganha destaque
o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, indicado por 32% dos
entrevistados; o trabalho no formato remoto, escolhido por 31%, e a
oportunidade de crescimento profissional, para 25% dos respondentes.
Principais áreas
Para aqueles que gostariam de atuar
como profissionais autônomos, é importante considerar que algumas carreiras
possibilitam a inserção no mercado de trabalho como freelancer de forma mais
orgânica. Algumas áreas são, inclusive, popularmente conhecidas por
apresentarem oportunidades nessa modalidade.
Sobre os principais trabalhos como
freelancer realizados pelos brasileiros, a área de vendas aparece em
primeiro lugar com 30% das respostas. Na sequência, estão as atividades
como aulas particulares (13%); design gráfico (13%); consultoria empresarial
(11%); pesquisa de mercado (10%); redação e criação de conteúdo (9%), e
organização de eventos (8%).
Os números expressivos relativos ao setor
de vendas demonstram um comportamento do mercado brasileiro. O ingresso na área
é porta de entrada para muitos profissionais que estão iniciando sua carreira e
buscando independência financeira, pois muitas vezes as vagas não exigem um
alto grau de experiência ou escolaridade. As datas sazonais também colaboram
significativamente para o trabalho autônomo no setor, pois datas comerciais,
como Natal e Páscoa, ou mesmo momentos de alta temporada no verão, são períodos
que proporcionam um grande número de contratações.
A questão financeira
Financeiramente falando, o trabalho
como freelancer aparece como uma oportunidade de renda complementar para 61%
dos entrevistados, enquanto 31% veem no trabalho autônomo a possibilidade de
renda principal e 15% enxergam como uma perspectiva temporária enquanto se
busca um emprego formal. Já em relação às oportunidades que o modelo oferece, a
maioria dos respondentes enxerga o trabalho como freelancer como uma forma de
alcançar independência financeira (39%) ou de desenvolver novas habilidades
(35%).
Neste cenário, é importante compreender
o quanto o trabalho como freelancer impacta na renda dos brasileiros. 39% dos
respondentes possuem apenas uma fonte de renda, sendo ela formal, mas 26%
possuem mais de uma fonte de renda, com pelo menos uma delas proveniente de
trabalho informal. 15% dos entrevistados possuem mais de uma renda formal,
enquanto 7% vivem apenas de renda informal.
O panorama do mercado de trabalho
representa a diversidade de realidades da população do Brasil. Empregos com
possibilidade de atuação em modelos formais e informais contribuem para a
produção e organização da renda dos brasileiros. Assim, as diversas modalidades
de trabalho, combinadas com os perfis de profissionais, refletem diretamente no
poder de compra e nas características de consumo que marcam o país.
Presencial ou remoto: qual a
preferência atual dos brasileiros?
Nem o presencial, nem o home office: em 2024, o modelo de trabalho favorito dos brasileiros é outro — o híbrido. Para a maioria dos entrevistados (48%), mesclar as idas ao escritório com a atividade em casa é a alternativa mais interessante, estando à frente do remoto (30%).
De toda forma, o trabalho presencial
segue sendo o favorito de 21% dos respondentes. O dado, no entanto, vai de
encontro com a trajetória profissional da maior parte dos trabalhadores, pois
60% dos entrevistados sempre estiveram em empregos presenciais. Em
contrapartida, apenas 3% dos respondentes tiveram experiências exclusivamente
remotas e 5% atuaram apenas no modelo híbrido.
O movimento de retorno ao modelo
presencial vem sendo cada vez mais exigido por parte das empresas, e gera
opiniões diversas. Sobre o tema, 41% dos entrevistados pensam que a
produtividade deveria ser o principal fator avaliado no momento de decisão
sobre o formato de trabalho; 36% consideram o modelo híbrido como a melhor
solução; 33% concordam com o retorno ao formato presencial, e 32% defendem
que as empresas deveriam se adaptar de acordo com a natureza de cada trabalho.
Seja em relação ao momento do mercado,
seja pelo poder de escolha dos colaboradores, o formato presencial é essencial
em algumas áreas. Para estar alinhado com as oportunidades que vão ao encontro
do perfil de cada profissional, é importante que se tenha em mente quais
segmentos são mais propícios para cada modalidade de trabalho. Algumas
profissões inevitavelmente vão contar com a necessidade da presença física do
trabalhador.
O que é essencial na busca por uma
vaga?
Um profissional que está buscando por
uma oportunidade de emprego carrega consigo alguns critérios e expectativas em
relação às vagas. Nesses casos, a modalidade do trabalho com frequência se
mostra como um dos parâmetros levados em consideração antes da aplicação para
um emprego.
Para 61% dos entrevistados, o modelo de
trabalho foi um ponto a ser considerado antes da aplicação para as vagas, sendo que 32% consideraram o formato do trabalho como
um critério importante na escolha das oportunidades e 29% consideram como
critério determinante. 39% não avaliaram o modelo do emprego na escolha das
vagas.
A preferência por um modelo de trabalho
à distância não está necessariamente ligada ao desinteresse em comparecer à
empresa presencialmente. De forma geral, está mais conectada à busca por um
equilíbrio entre o âmbito pessoal e profissional.
Neste sentido, o que se percebe é que os
profissionais gostariam de ter a flexibilidade de ir à empresa quando
necessário, conforme 26% dos entrevistados. Em relação a periodicidade das idas
presenciais, caso pudessem escolher, 17% optariam pela frequência de três dias
por semana e 15% por ir duas vezes por semana. Para as empresas que
consideram a semana de quatro dias úteis, 8% dos respondentes demonstraram que
gostariam de ir presencialmente todos os dias.
De forma geral, os trabalhadores visam
a flexibilidade, sem extremos, o que pode ser benéfico para empresas e para
colaboradores. Para alinhar-se às expectativas dos profissionais e maximizar a
satisfação e a eficiência, é fundamental que as instituições considerem essas
preferências ao definir suas políticas de trabalho.
Metodologia
Entre os dias 13 e 14 de junho de 2024, a Onlinecurriculo
ouviu 500 pessoas de diversos segmentos produtivos, faixas etárias, classes
sociais e regiões do país. Mulheres e homens foram entrevistados
individualmente, respondendo às perguntas através de questionário estruturado
em formato online.
https://onlinecurriculo.com.br/
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