Especialistas do
HSPE relacionam aumento com diagnósticos mais precisos
Diagnósticos de Hepatites do tipo A, B, C e D,
tiveram crescimento expressivo no país, totalizando mais de 748 mil casos nos
últimos 22 anos (entre 2000 e 2022). No entanto, dentre os diferentes tipos, a
Hepatite C registrou o maior número de incidência, com mais de 298 mil, tendo
seu principal aumento na população idosa 60+ com 23,3% do total de casos, de
acordo com o Ministério da Saúde. Em mulheres, a porcentagem foi de 27,6% e em
homens 20,0%.
As hepatites são grupos de doenças causadas por
vírus ou até mesmo por remédios e bebidas alcoólicas que inflamam o fígado. Os
especialistas do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) avaliam que o
crescimento de casos se deu em virtude da ampliação dos diagnósticos precisos.
Mesmo com o alto número de casos, é possível tratar e curar a hepatite C.
Em contrapartida, a hepatite D teve a menor
incidência, com mais de quatro mil casos de 2020 para 2022. Atualmente, os
tipos A e B de hepatites virais possuem vacinação, disponíveis pelo Sistema
Único de Saúde (SUS). O tipo A tem maior chance de cura. Em casos mais graves
da doença causada pelos vírus B e C, o paciente pode desenvolver quadro de
cirrose hepática ou câncer de fígado.
Dada a gravidade das doenças, o ideal é prevenir,
como explica o médico infectologista, Marcelo Mostardeiro, do Hospital do
Servidor Público Estadual (HSPE). “É comum vermos a transmissão da hepatite
viral do tipo A por água contaminada, por isso, é recomendado sempre procurar
por água filtrada e tratada. Para a prevenção do tipo B, como é transmitida por
sangue e secreções, é necessário que não compartilhe seringas, objetos
cortantes e agulhas e que preservativos sejam usados durante relações sexuais.
Além disso, é sempre recomendado que sejam feitos testes para a detecção da
doença, que podem ser encontrados pelo SUS”, enfatiza.
Está em vigor a Estratégia Mundial da OMS que tem
por objetivo eliminar a hepatite viral como uma grande ameaça à saúde pública
até 2030, além de garantir o acesso a cuidados e tratamentos seguros e
acessíveis para as pessoas que vivem com a doença. O conjunto de metas globais
inclui redução de 90% de novos casos de hepatite B e C até 2030 e uma redução
de 65% na mortalidade para esses tipos virais.
Saiba os
diferentes tipos de hepatites virais:
Hepatite A
- Transmissão: Fecal-oral.
- Casos
Globais:
Cerca de 1,4 milhão de novos casos anuais.
- Brasil: A hepatite A tem uma
incidência maior em áreas com saneamento básico precário, mas vem
diminuindo com as melhorias de condição de vida e vacinação.
Hepatite B
- Transmissão: Sangue, fluidos corporais.
- Casos
Globais:
Aproximadamente 296 milhões de pessoas vivem com hepatite B crônica.
- Mortes
Anuais:
Cerca de 820 mil.
- Brasil: Estima-se que 0,4% da
população tenha hepatite B crônica.
Hepatite C
- Transmissão:
- Casos
Globais: Cerca
de 58 milhões de pessoas têm hepatite C crônica.
- Mortes
Anuais:
Aproximadamente 290 mil.
- Brasil: A prevalência é estimada em
0,7% da população, com esforços contínuos para diagnóstico e tratamento.
Hepatite D
- Transmissão: Sangue (ocorre somente em
quem já tem hepatite B).
- Casos
Globais:
Cerca de 5% das pessoas com hepatite B crônica também estão coinfectadas
com hepatite D.
- Brasil: A coinfecção com hepatite D
é menos comum, mas presente em algumas regiões específicas, como a
Amazônia.
Hepatite E
- Transmissão: Fecal-oral.
- Casos
Globais:
Estima-se que haja cerca de 20 milhões de infecções anuais, com
aproximadamente 3,3 milhões de casos sintomáticos.
- Mortes
Anuais:
Cerca de 44 mil.
- Brasil: Casos são raros e
geralmente associados a viagens para áreas endêmicas.
Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo - Iamspe
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