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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Mês de Conscientização da Rosácea: conheça causas, sintomas e tratamentos desta doença cutânea inflamatória pouco conhecida


A rosácea é uma doença inflamatória crônica da pele que, embora não tenha cura, possui tratamento. Ela afeta de 1,5% a 10% da população do país, principalmente adultos entre 30 e 50 anos de idade e pessoas do gênero feminino, causando, entre outros sintomas, vermelhidão facial1,3, vasos sanguíneos visíveis, sensibilidade na pele1,3, inflamações e lesões parecidas com acne que afetam principalmente as bochechas e o nariz. 

Pensando nisso, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)* e a Galderma estão lançando a campanha de conscientização da rosácea nas redes sociais, com postagens no Instagram da SBD (@dermatologisbd), para dar maior visibilidade ao tema e trazer esclarecimentos importantes para pacientes e população em geral.

“Embora a causa exata da rosácea ainda não seja completamente compreendida, acredita-se que envolva uma combinação de fatores genéticos, ambientais e vasculares. Há muitos casos não diagnosticados ou com diagnóstico errado, pois a condição pode se assemelhar à acne. Por isso, é fundamental que os indivíduos com suspeita busquem a orientação de um dermatologista para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento personalizado”, afirma a dermatologista Beatrix Sabóia (CRM 52799602).
 

A Dra. Fabiane Brenner, dermatologista e membro da diretoria da SBD, destaca que que as manifestações clínicas mais frequentes são: “vermelhidão de face e o aparecimento de telangiectasia, que são os vasos mais dilatados na superfície da face e lesões que lembram o aspecto da acne. Além das espinhas, que diferente da acne comum dos adolescentes, não têm cravos e isso nos ajuda no diagnóstico diferencial. Em geral, essas lesões são crônicas por longos períodos e pioram com alguns fatores desencadeantes, tais como mudança brusca de temperatura, calor, alimentos condimentados e exposição solar”.

 

Acompanhamento regular faz parte do tratamento 

“Embora a rosácea possa ser uma condição frustrante, com o cuidado adequado da pele e o tratamento médico apropriado é possível controlar seus sintomas e melhorar a aparência da pele. Dessa forma, os pacientes com essa condição podem desfrutar de uma pele mais saudável e de mais qualidadede vida”, explica Dra. Beatrix Sabóia. 

Pensando nesse acompanhamento regular da doença e para identificar os principais gatilhos que levam as crises na pele, um dos métodos mais indicados pela SBD é o Diário de Pioras3. Basicamente, o paciente registra em um caderno o estado da doença em datas, relacionando com suas atividades físicas, alimentação, nível de estresse e outros fatores3. Depois de um determinado período, ele apresenta essas anotações para um dermatologista, que passará a acompanhar mais de perto os sintomas.

 

Tratamento exige hábitos de vida mais saudáveis e skincare 

Muitas pessoas com rosácea descobrem que certos alimentos, bebidas, temperaturas extremas, exposição ao sol, estresse e produtos para a pele podem desencadear ou piorar os sintomas. Após identificar isso, é possível controlar alguns hábitose controlar os sintomasda doença.

Quem possui a pele com essa condição precisa adotar uma rotina de cuidados4 dessa forma personalizada e que atendam suas necessidades. De manhã e durante o dia, o recomendado é higienizar o rosto com um limpador facial, passar um hidratante calmante e usar protetor solar. Já no período noturno, limpar bem a pele e aplicar um produto de tratamento específico indicado pelo dermatologista.
 

Nesse sentido, deve-se optar por produtos formulados para peles sensíveis e livres de ingredientes irritantes, como fragrâncias e álcool. Limpar suavemente o rosto com um limpador e aplicar hidratantes não comedogênicos também é importante. Além disso, os hábitos de cuidado com a pele contemplam o uso de protetor solar diariamente e evitar a exposição excessiva ao sol, pois isso pode piorar a rosácea. 

“Para tratar a rosácea, existem opções de tratamentos tópicos e medicamentos via oral. Algumas tecnologias também podem ajudar a diminuir a vermelhidão da face, como laser e luz pulsada, que podem ser usados em complemento aos tratamentos domésticos.” – orienta a Dra. Fabiane Brenner, da SBD. 

É importante ressaltar que é sempre necessário consultar um dermatologista e seguir o tratamento recomendado pelo profissional.

 


SBD - Sociedade Brasileira de Dermatologia

Galderma é a empresa líder na categoria dedicada ao avanço de soluções




Referências:

*Link

1. Primary Care Dermatology Society clinicalguidance. Disponível em
2. Suarez MV Francesconi Gonçalves H. Dal Forno RibeiroBM. MuinatBrenner e alpidemioiegical prefileo rosacea in dematoioqy outpatient cinicsin Brazi an observational reportfrOm the Braziansuet grous en rosacea Lur Dermatol 2023,331Ó-11.

3. Socicdade Brastoira do Dermatoiogia. Rosácea.Disponivet em

4. Rosacea Beyond the ViSIOLe ontine report


Reduzir o sódio é o primeiro passo para evitar a hipertensão

Dia 26 de abril é celebrado o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial. Saiba que a pressão alta descontrolada pode levar à doença renal crônica

 

Cerca de 38 milhões de brasileiros possuem hipertensão de acordo com o Ministério da Saúde. Nesse dia 26 de abril, Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, diversas campanhas alertam para a importância das mudanças de hábitos quanto à alimentação e à necessidade de se praticar atividades físicas. 

O organismo humano é completamente interligado e hábitos saudáveis de vida podem evitar diversas doenças que se relacionam e atingem diversos órgãos. Por exemplo, ao reduzir a ingestão de sódio (contido no sal e em alimentos industrializados), açúcares, carboidratos e gorduras ruins, álcool e cigarro, e mantermos níveis adequados de hidratação pela ingestão de líquidos como água, podemos tentar evitar a hipertensão, a diabetes, a doença renal, e as doenças que atingem vasos, artérias e o coração. O sedentarismo também é um dos responsáveis pelo maior acometimento de diversas doenças que estão se tornando cada vez mais incidentes no mundo moderno. 

“Nós nos adaptamos a modificar o sabor natural dos alimentos. Deveríamos ingerir no máximo 5 gramas de sal por dia e usamos até o triplo. Achamos que devemos adicionar sal, açúcar, manteiga e outros óleos a tudo o que ingerimos. Criamos muitos alimentos com mistura de farinhas que acabam exigindo o uso de óleos. E além daqueles preparados em casa ou consumidos em restaurantes, aumentamos muito a ingestão de alimentos prontos, industrializados, muitas vezes conservados por sódio. Bebemos pouco líquido, trabalhamos sentados ou em pé, mas sem nos movimentarmos muito. Temos pouco tempo para exercícios físicos. Então o que vemos é um número crescente de pessoas cada vez mais jovens sofrendo com pressão alta, diabetes tipo 2. Muitas com colesterol alto. Ainda que o cigarro tenha o uso reduzido, os jovens estão ingerindo muito álcool. É um grande desafio hoje para a saúde pública convencer as pessoas a mudarem seus hábitos. Porque elas se acostumaram a comer alimentos gostosos, como pizza, hamburgueres, bolos, pães. A oferta de alimentos “tentadores” é grande. E, muitas vezes, eles são mais práticos para serem consumidos e até mais baratos”, alerta a médica nefrologista Lecticia Jorge, da Fresenius Medical Care. 

De acordo com a médica existem vários outros motivos que podem levar ao desenvolvimento da pressão alta, além dos alimentos e do sedentarismo. E o estresse é também um grande motivador. “A vida moderna é cheia de desafios. É praticamente impossível evitarmos completamente o estresse. O que recomendamos às pessoas são mudanças que possam levar a um melhor gerenciamento dos seus problemas pessoais, e nisso entra também a prática de atividades físicas. Quando nos exercitamos, liberamos hormônios importantes que regulam a atividade cerebral e com isso conseguimos pensar melhor sobre nossa vida no que tange aos estudos, ao trabalho à família. Afinal, temos que tomar decisões importantes o tempo todo e quanto mais acertamos, menos estresse sentimos. Cada pessoa escolhe sua forma de gerenciar o estresse, mas o que temos visto também o crescimento de práticas de meditação, maior contato com a natureza, plantas e animais”, complementa.
 

Rins x pressão alta

Os rins são órgãos fundamentais no controle da pressão arterial por produzirem hormônios que aumentam a pressão todas as vezes que eles reconhecem que estão recebendo pouco sangue, por exemplo, ou quando eles estão “inflamados” em um contexto de glomerulonefrite. Por outro lado, os níveis pressóricos elevados são muito lesivos aos rins, já que esses órgãos possuem uma estrutura de vasos muito delicada por onde é filtrado o sangue, não podendo, por exemplo, deixar que proteínas sejam perdidas”, explica a médica nefrologista gerente médica corporativa na Fresenius Medical Care. 

A hipertensão arterial e a perda de proteína na urina são reconhecidamente os dois fatores de risco principais que aceleram a progressão da doença renal. Quando essa estrutura delicada é submetida a um regime de alta pressão ela se distende e se danifica permitindo a perda de proteínas e a formação de lesões de esclerose, que são como cicatrizes. 

Logo, essa distensão acaba gerando a lesão da estrutura que em última análise fará pacientes que possuem problemas renais perderem seus rins mais rapidamente e pacientes que não possuem começarem a ter problemas. Em todas essas situações, a perda da função renal será tão mais rápida quanto maior for o descontrole pressórico e muitas vezes o principal tratamento para desacelerar o processo é o controle pressórico rigoroso.
 

Dicas valiosas para prevenir problemas:

- Pacientes com hipertensão arterial devem realizar investigação de doenças renais visando descartar que a causa da hipertensão seja problemas renais. 

- É recomendado que todo paciente hipertenso faça exames da sua função renal ao diagnóstico e posteriormente uma vez no ano, além de exames urinários. Se alterações urinárias forem encontradas, uma consulta com nefrologista está indicada. Os exames de imagem do rim, dos vasos do renais e das glândulas adrenais são muitas vezes indicados, porém eles dependem de uma avaliação médica que leva em consideração idade, história, exame físico.
 

- Pacientes com problemas renais devem controlar a pressão arterial rigorosamente visando retardar a progressão da doença renal e reduzir o risco de lesões cardiovasculares. Aqui vale ressaltar que pacientes renais possuem um risco cardiovascular altíssimo, extremamente maior que a população geral, sendo essas doenças a primeira causa de óbito nesse grupo de pacientes.

As doenças renais que causam hipertensão são diversas, mas vale ressaltar algumas principais como: estenose de arterial renal, hiperaldosterinismo primário, glomerulopatias primárias (como nefropatia IgA), glomerulopatias secundárias (como lúpus eritematoso sistêmico e nefropatia diabética). "Logo, não é possível se falar e pensar em hipertensão arterial sem falar em doenças renais, assim como é impossível se falar e pensar em doenças renais sem falar de hipertensão arterial e controle da pressão arterial. Cuide da pressão arterial e cuide dos seus rins”, alerta a médica.



Fresenius Medical Care


Hábitos que aceleram a perda de colágeno e como reverter

 

O farmacêutico homeopata Jamar Tejada (Tejard), da capital paulista fala como os maus hábitos prejudicam a produção de colágeno e como reverter a situação
 

O colágeno é uma proteína estrutural, produzida pelo nosso organismo, que tem o papel de manter a firmeza, elasticidade e o viço da pele, assim como fortalecer os ossos e os músculos. A partir dos 25 anos, nosso corpo começa a reduzir essa produção gerando um déficit de 1% de colágeno ao ano, dando início ao processo de envelhecimento. Após os 50 anos, o corpo passa a perder colágeno em um ritmo maior e esse déficit pode chegar a pelo menos 30%. Essa perda mais acelerada acontece principalmente nas mulheres devido às alterações hormonais da menopausa. 

Com menos produção, os sinais começam a aparecer de maneira mais acentuada com rugas profundas e flacidez na pele. 

“Isso acontece porque a medida em que começa a acontecer o envelhecimento, as células chamadas fibroblastos, responsáveis pela produção de colágeno, tornam-se menos eficientes e começam a ser produzidas em menor quantidade”, explica Jamar que alerta: “É a alimentação balanceada e a prática de exercícios físicos regulares, a alta ingesta de água e a baixa ingestão de açúcar e de bebidas alcoólicas, além da exposição moderada ao sol, ajudam a retardar o processo”. 

Para repor o colágeno perdido, o farmacêutico conta que o uso de suplementos orais disponíveis em forma de pó, cápsulas, comprimidos ou líquidos, podem ser tomados diariamente para ajudar a aumentar os níveis de colágeno no corpo. “Eles geralmente contêm colágeno hidrolisado, que é colágeno que passou por um processo de quebra das moléculas para facilitar a absorção pelo organismo, além disso, alguns alimentos como caldo de osso, carne de bovino, peixe, ovos, gelatina e vegetais como espinafre e couve e suplementos de vitamina C também desempenham um papel importante na produção de colágeno pelo corpo e podem ajudar na reposição dessa proteína que chegará até as células de defesa transformando esse colágeno reparador em colágeno do rejuvenescimento”, fala Jamar que ainda deixa uma explicação. “Atualmente se fala muito em peptídeos de colágeno, por isso vale lembrar que os peptídeos de colágeno e colágeno hidrolisado são sinônimos, sendo utilizados alternadamente para o mesmo produto. É uma mera questão de semântica. A expressão “peptídeos de colágeno” é baseada no produto final, que consiste em peptídeos derivados do colágeno, enquanto “colágeno hidrolisado” decorre do processo de hidrólise, o método através do qual os peptídeos de colágeno são fabricados”. 

Para uma ilustração simples, Jamar afirma que se consideremos o ingrediente “farinha de trigo”, podemos chamar-lhe “trigo moído” depois do processo de moagem ou ainda de “farinha de trigo” depois de finalizado o produto. Ou seja, isso é a farinha. “O colágeno hidrolisado é apenas outra forma de dizer peptídeos de colágeno”, finaliza.

 

Jamar Tejada - Farmacêutico graduado pela Faculdade de Farmácia e Bioquímica pela Universidade Luterana do Brasil, RS (ULBRA), Pós-Graduação em Gestão em Comunicação Estratégica Organizacional e Relações Públicas pela USP (Universidade de São Paulo), Pós-Graduação em Medicina Esportiva pela (FAPES), Pós-Graduação em Comunicação com o Mercado pela ESPM, Pós-Graduação em Formação para Dirigentes Industriais com Ênfase em Qualidade Total - Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul-(UFRGS) e Pós-Graduação em Ciências Homeopáticas pelas Faculdades Associadas de Ciências da Saúde. Proprietário e Farmacêutico Responsável da ANJO DA GUARDA Farmácia de manipulação e homeopatia desde agosto 2008.


Hipertensão arterial: mal silencioso atinge cerca de 35% da população adulta no Brasil

Se não controlada, condição pode levar a graves consequências como acidente vascular encefálico e infarto agudo do miocárdio

 

Genética, sobrepeso, sedentarismo, desigualdade social. São diversos os fatores que contribuem para a prevalência da hipertensão arterial sistêmica no Brasil. Este quadro se torna ainda mais alarmante quando sabemos que, dos 36 milhões de brasileiros que vivem sob esta condição, somente 20% tem a sua pressão adequadamente controlada. Por isso, medidas de conscientização para o combate a este mal silencioso são de extrema importância. 

Com o gancho do Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, celebrado em 26 de abril, a Inspirali, principal ecossistema de educação em saúde do Brasil, convidou o seu embaixador na área de clínica médica, o Dr Egídio Lima Doria, para esclarecer as principais dúvidas sobre o tema e orientar sobre as principais medidas de prevenção. Confira:

 

O que é hipertensão?

R: A hipertensão arterial sistêmica é uma doença crônica não transmissível caracterizada por valores persistentes de pressão sistólica maiores ou iguais a 140mmHg e/ou pressão diastólica maiores ou iguais a 90mmHg. Nestes níveis, os tratamentos medicamentoso e não medicamentoso determinam benefícios que superam os seus riscos.

 

O que leva uma pessoa a ter hipertensão?

R: A hipertensão é uma doença de caráter multifatorial, ou seja, diversos fatores que, isoladamente e em associação, contribuem para o seu surgimento. Entre eles: Hereditariedade (genética): ter um ou mais parentes de primeiro grau com hipertensão; Ambientais: dieta não saudável (rica em sódio e pobre em potássio), sedentarismo e estar acima do peso adequado; Sociais: estresse crônico determinado por inseguranças no emprego, moradia, baixa educação e pouco acesso aos sistemas de saúde.

 

Quando hipertensão é considerada grave?

R: Há relação entre os valores da pressão arterial e doenças cardiovasculares e é gradual, ou seja, quanto maiores os seus valores, maior o risco de infarto agudo do miocárdio (IAM), insuficiência cardíaca, acidente vascular encefálico (AVE), doença renal crônica e doença arterial periférica. Dados do DATASUS mostram que mais de 28% das mortes no Brasil decorreram de doença cardiovascular. Desses, a hipertensão esteve associada a 45% dos casos de doença arterial coronariana e insuficiência cardíaca e 51% dos casos de acidente vascular encefálico. A cada dois minutos, uma pessoa sofre um acidente vascular encefálico ou um infarto agudo do miocárdio e em 80% desses óbitos por AVE e 60% por IAM a hipertensão esteve presente.

 

Quais são os sintomas?

R: A maioria das pessoas que apresentam hipertensão arterial sistêmica são assintomáticas, por isso, mais da metade das pessoas com hipertensão não sabem do seu diagnóstico, daí a sua gravidade. A maioria dos sintomas decorrem da presença de lesões em seus órgãos alvo (coração, rins, vasos) e das doenças cardiovasculares associadas. Não se deve esperar por sintomas para se estabelecer o diagnóstico de hipertensão arterial, por isso o rastreamento com verificações adequadas da pressão arterial deve ser efetuado por todo profissional de saúde. Com o comprometimento desses órgãos, os pacientes poderão apresentar dispneia (falta de ar); dor torácica; astenia (fraqueza), cefaleia, edema de membros inferiores, dentre outros.

 

Quais os riscos?

R: A hipertensão arterial sistêmica é o principal fator de risco cardiovascular modificável. Um aumento no número de pessoas com hipertensão tratadas adequadamente até 2050 poderia evitar 76 milhões de mortes no mundo. Cerca de 120 milhões de AVE, 79 milhões de IAM e 17 milhões de casos de insuficiência cardíaca poderiam ser evitados. Esses riscos serão aumentados se as pessoas possuírem outros fatores de risco adicionais como tabagismo, diabetes mellitus, obesidade, idade maior que 55 anos em homem e 65 anos em mulher, hipercolesterolemia e histórico de doença cardiovascular precoce em parente de primeiro grau.

 

Quais os danos que a hipertensão pode causar?

R: A hipertensão arterial sistêmica afeta diversos órgãos em nosso corpo, os chamados órgãos alvos da hipertensão arterial. Esses danos muitas vezes são subdiagnosticados e estão associados a aumento do risco cardiovascular. Entre eles podemos citar a hipertrofia ventricular esquerda, rigidez arterial, retinopatia hipertensiva e a lesão renal (presença de excreção aumentada de albumina). A presença de lesão de órgão alvo deve ser levada em consideração na determinação do risco cardiovascular e estabelecimento de plano e metas de tratamento. Além disso, esses danos estão associados ao aparecimento de outras doenças crônicas que impactam negativamente de forma significativa na expectativa e qualidade de vida das pessoas, como insuficiência cardíaca, doença renal crônica, demência, doença arterial periférica, doença arterial coronariana e fibrilação atrial.

 

Como prevenir?

R: A prevenção é a estratégia mais eficaz e econômica para o combate a essa doença perigosa e muitas vezes silenciosa. A mensuração adequada da pressão arterial pelo profissional da saúde deve começar precocemente. Neste cenário de prevenção primária, a abordagem dos fatores de risco para a hipertensão arterial é fundamental. Assim, os seguintes fatores devem ser contemplados: dieta saudável com redução do conteúdo de sódio e aumento do teor de potássio; controle do peso; prática regular de exercícios físicos (recomendado cerca de 150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos de atividade intensa semanal, cinco vezes por semana); controle da ingestão de álcool: as taxas permitidas são de 30 g de álcool/dia = 1 garrafa de cerveja (5% de álcool, 600 mL); ou 2 taças de vinho (12% de álcool, 250 mL); ou 1 dose (42% de álcool, 60 mL) de destilados (uísque, vodca, aguardente). Esse limite deve ser reduzido à metade para homens de baixo peso, mulheres, pessoas acima do peso e com triglicerídeos aumentados. Pessoas que não bebem não devem começar a beber; evitar o tabagismo e adotar medidas para controle e redução de estresse

 

Quem tem mais risco de ficar hipertenso?

R: As pessoas que apresentam o maior risco de desenvolverem hipertensão arterial sistêmica são os mais idosos (65% das pessoas acima dos 60 anos apresentam hipertensão arterial); os com parentes de 1 grau com hipertensão; homens em faixas etárias mais baixas tem maior risco e mulheres em faixas etárias mais elevadas; pessoas das classes socioeconômicas mais baixas; pessoas acima do peso; sedentários; os que consomem dieta rica em sódio e baixa em potássio; os que consomem álcool em excesso e que apresentam apneia obstrutiva do sono.

 

Qual o tratamento adequado?

R: O tratamento adequado da hipertensão arterial sistêmica envolve a adoção de medidas não farmacológicas por todos os pacientes e quando indicado a introdução de medidas farmacológicas. O tratamento é individualizado de acordo com os níveis pressóricos, risco cardiovascular, presença de lesões de órgãos alvo e de outras doenças associadas. Os pacientes deverão ter um seguimento periódico e metas deverão ser estabelecidas entre o paciente e a equipe de saúde desde o momento inicial e reavaliadas periodicamente. A abordagem multiprofissional é fundamental para obtenção dos melhores resultados e envolve educação do paciente e familiar, apoio social, letramento e motivação do paciente, envolvimento do paciente no automonitoramento da pressão arterial, uso das tecnologias disponíveis e facilitação no acesso aos serviços de saúde.

 

 Quando procurar um médico?

 R: O médico é profissional chave para o diagnóstico e tratamento da hipertensão arterial sistêmica. O correto diagnóstico através da utilização de material e técnica adequados é fundamental para evitar casos de erros de diagnóstico e riscos subsequentes com exames posteriores e tratamentos incorretos que prejudicam o paciente e utiliza de forma indevida os recursos de saúde. A abordagem da hipertensão pode iniciar-se na atenção primária e em casos específicos como hipertensão de difícil tratamento, hipertensão resistente, suspeita de hipertensão secundária ou doenças associadas encaminhar para a atenção secundária e mesmo terciária.


Hipertensão: doença que afeta mais de 30 milhões de brasileiros atinge principalmente mulheres

Checkups anuais ajudam a detectar a doença no início. Mudança no estilo de vida colabora para melhoria da doença

 

Doença que atinge mais de 30 milhões de brasileiros, segundo Ministério da Saúde, a Hipertensão é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA) – acima de 140/90mmHg. Em pleno crescimento, a enfermidade, que é uma doença silenciosa, perigosa e sem cura, atinge muito as mulheres brasileiras e é um importante fator de risco para a ocorrência do acidente vascular cerebral (AVC) e infarto agudo do miocárdio. 

Lorena Faro, Diretora Médica e infectologista do Grupo Alliança Saúde, afirma que as mulheres apresentam alguns fatores de risco que vão desde as alterações hormonais, devido uso de anticoncepcional e a chegada da menopausa. ao estresse em que muitas são submetidas diariamente em grandes jornadas de trabalho e excesso de responsabilidade e conciliação de papeis. Com isso, os riscos para desenvolverem doenças como a hipertensão arterial são mais comuns que aos homens.

 

Sintomas 

Os sintomas de pressão alta geralmente quando aparecem já está na fase mais avançada da doença. É preciso ficar alerta aos pequenos sinais que podem surgir e que indicam um quadro de hipertensão. Os principais sintomas vão desde tontura e enjoo, palpitações, visão embaçada ou dupla, dificuldade para respirar, sonolência; cansaço em excesso e sangramento nasal. 

Dra. Lorena também alerta para a importância de check ups periódicos que incluam exames para detectar precocemente alterações de pressão. “Mesmo sem ter sintomas, é importante a ida a um cardiologista para aferir a pressão, que deve ser feita em diferentes momentos, segundo a nova diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia, e fazer exames complementares, como o eletrocardiograma, exames de sangue e quando necessário o uso do holter de pressão arterial, também conhecido como monitorização ambulatorial de pressão arterial (MAPA), um exame utilizado para investigar os níveis de pressão arterial do paciente, monitorando oscilações e picos de hipertensão. Quanto antes a doença for diagnosticada, mais cedo o tratamento é iniciado”. 

O tratamento da doença pode ser feito tanto por via medicamentosa ou não medicamentosa. Na segunda opção, o paciente é instruído a mudar o estilo de vida, ou seja, praticar atividade física, evitar bebidas alcóolicas, refrigerantes, frituras e alimentos com muito sal. Além disso, é recomendado diminuir a quantidade de carne vermelha e doces. 

 

Alliança Saúde

 

Em decisão histórica, Colômbia emite primeira licença para produção de medicamento genérico contra HIV

Com dinheiro gasto em apenas 1 tratamento "de marca" é possível tratar 27 pessoas com genérico 

 

O governo colombiano emitiu ontem, 24 de abril, a primeira licença compulsória para uso pelo Ministério da Saúde do país. A decisão permitirá a ampliação do acesso a versões genéricas mais acessíveis do medicamento dolutegravir sem autorização dos proprietários da patente, a empresa ViiV Healthcare (uma joint-venture formada pelas companhias GlaxoSmithKline, Pfizer and Shionogi).

Médicos Sem Fronteiras (MSF), juntamente com as organizações Public Citizen e a Corporação Global Progresso Humanitário Colômbia, elogiou essa decisão histórica, considerada um exemplo encorajador para países da América Latina, e também de fora da região, de como uma licença compulsória pode funcionar na prática para melhorar o acesso a medicamentos.

O dolutegravir é indicado como parte do regime de tratamento de primeira linha para pessoas vivendo com o HIV, inclusive durante a gravidez, de acordo com recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). MSF usa um tratamento de primeira linha com base no dolutegravir em alguns de seus programas de HIV/AIDS e tem percebido claros benefícios aos pacientes, com menos efeitos colaterais e menor risco de desenvolver resistência ao fármaco.

Apesar disso, em muitos países onde MSF atua, o acesso a versões genéricas mais acessíveis do dolutegravir continua sendo um desafio. Na Colômbia, devido a barreiras de patentes e preços altos, MSF ainda não pôde introduzir o dolutegravir em seus programas médicos. Embora versões genéricas estejam disponíveis internacionalmente por uma fração do preço da ViiV’s, por meio de licenças voluntárias com o Pool de Patentes de Medicamentos (MPP, na sigla em inglês), a ViiV excluiu a Colômbia e muitos países de renda média de se beneficiarem destas licenças. Com isso, a ViiV manteve seu monopólio e continuou a cobrar preços altos na Colômbia e em outros países excluídos da licença.

De acordo com o governo colombiano, o custo estimado do tratamento com o dolutegravir, vendido pela ViiV com o nome de Tivicay, era de US$ 1.224 por paciente por ano em 2023. É uma cifra exorbitante se comparada aos US$ 22,80 ou US$ 44 por paciente por ano, que foram os preços disponibilizados em 2023 pelo dolutegravir genérico oferecido em 2023 por meio do Fundo Global e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), respectivamente, mas que não podiam ser adquiridos pela Colômbia.

Desta forma, o preço disponível ao Ministério da Saúde por meio da licença compulsória (US$ 44 por paciente por ano) é um passo enorme na direção de permitir um acesso a versões genéricas do medicamento a todos que necessitam, incluindo a possibilidade de que MSF passe a adotar o dolutegravir em seus programas médicos.

O Brasil também não pode aceder aos preços do Fundo Global e da Opas, e o custo atual do tratamento no país é de R$ 1.525,70 (cerca de US$ 300) por paciente/ano. O valor é inferior ao cobrado da Colômbia, mas quase sete vezes superior ao do medicamento genérico que será adquirido pelo país.


Repercussão


Dra. Carmenza Gálvez, coordenadora médica de MSF para Colômbia e Panamá:

“A decisão da Colômbia de emitir uma licença compulsória para o dolutegravir é uma grande notícia porque, até agora, não conseguimos introduzir o medicamento em nossas operações, devido aos custos proibitivos. Desta forma, acolhemos de forma intensa a decisão e a notícia de que o preço do genérico será acessível. Isso vai facilitar o uso do dolutegravir em nosso tratamento de primeira linha para HIV oferecido a sobreviventes de violência sexual em nossas operações na Colômbia, e vai permitir que mais e mais pessoas vivendo com HIV na Colômbia tenham acesso aos medicamentos mais eficazes.


Luz Marina Umbasia Bernal, diretora da Corporação Global Progresso Humanitário Colômbia:

“O licenciamento do dolutegravir na Colômbia vai evitar a transmissão do HIV, chegar a migrantes que necessitam de tratamento, apoiar a sustentabilidade financeira do sistema de saúde colombiano e promover equidade e os direitos humanos de pessoas vivendo com HIV. No nível regional, implementar esse mecanismo gera um precedente vital para a promoção do acesso a medicamentos essenciais. É preciso caminhar para a eliminação do HIV como um problema de saúde pública mundial e contribuir para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Governos da América Latina têm o direito de usar flexibilidades do acordo TRIPS (que trata de propriedade intelectual no âmbito da Organização Mundial do Comércio) para proteger a saúde de seus cidadãos.”


Peter Maybarduk, diretor de acesso a medicamentos, Public Citizen:

“A Colômbia está abrindo um precedente rumo à equidade global em saúde. Isso vai inspirar novas contestações regionais a barreiras impostas por patentes e melhorar o acesso a tratamentos rumo a uma geração livre da AIDS. Ativistas em prol do tratamento têm trabalhado há muitos anos por essa decisão, ajudando a Colômbia a enfrentar as grandes empresas farmacêuticas. Quando soluções globais tem resultados frustrantes, os países podem e devem assumir o protagonismo para assegurar o acesso a medicamentos para todos.”

 

CROSP esclarece a eficácia dos raspadores de língua no combate à halitose

 

Recentemente viralizou uma “trend” no TikTok, em que algumas pessoas dizem que o raspador de língua é a solução para resolver o mau hálito. Mas, será que é verdade?

Para esclarecer o assunto, o cirurgião dentista, especialista em halitose e integrante da Câmara Técnica de Dentística do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), Dr. Mário Sérgio Giorgi, explica que o hábito de higienizar a língua com o objetivo de remover o acúmulo de saburra lingual (principal causa do mau hálito), existe desde a antiguidade.

A halitose ou mau hálito é um odor desagradável da cavidade oral, que pode ser classificada em halitose real ou imaginária (pseudo-halitose, halitofobia). A genuína está dividida em dois subgrupos, patológica ou fisiológica.

Na patológica, a halitose pode ser oral ou extra-oral, com origem no sistema respiratório ou de outros sistemas. Vale ressaltar que existem mais de 60 origens possíveis para a halitose, sendo simples ou complexas, que variam desde a má higiene oral até uma patologia, como diabetes.

A halitose fisiológica pode ser corrigida revisando a higiene. Ela é transitória e pode ocorrer por ingestão de bebidas alcoólicas, fumo ou alimentos e comidas, como cebola e alho, por exemplo.

Já a pseudo-halitose está ligada mais à parte psicológica, pois nela, o paciente se queixa de halitose, mas o mau hálito não é sentido por ninguém e o diagnóstico não é feito objetivamente. Na halitofobia, o paciente está preocupado em ter um mau odor oral contínuo e, mesmo que tenha feito o tratamento, acredita que ainda possui um mau odor, que não cessa.


Uso do raspador

De acordo com o Dr. Mario Sergio, a remoção mecânica da saburra é recomendada para o controle da halitose e o raspador é uma das opções para a higienização da língua. Nesse sentido, ele esclarece que o mau cheiro está associado à cavidade oral e os principais responsáveis pela halitose são os chamados compostos sulfurados voláteis (CSVs), que estão depositados na língua, chamados de saburra lingual.

O especialista explica que a principal área de concentração desses compostos é o dorso da língua, pois sua anatomia favorece o acúmulo de células epiteliais descamadas, bactérias, além de restos alimentares, formando a saburra lingual, que possui uma coloração branca ou amarelada.

Ele reforça, ainda, que a remoção mecânica é recomendada como cuidado caseiro para controle da halitose, pois reduz a concentração de saburra, melhorando inclusive a percepção de sabores.

“A limpeza deve ser realizada uma vez ao dia pela manhã com um instrumento próprio (limpador), alguns chamam de raspador. Bem delicadamente, segure a ponta da sua língua com uma gaze, puxe-a delicadamente até a ponta do queixo, assim você exterioriza ela e consegue limpar a língua do fundo para a frente e a saburra vai sendo depositada na gaze”, explica.

Outra sugestão, segundo o Dr. Mario, é associar a limpeza de língua. Ele ensina que o indicado é utilizar o limpador inicialmente, depois uma escova de perfil baixo - própria para limpeza de língua- intercalando assim: limpador - escova de língua - limpador.

Além da limpeza, que é um procedimento importante para a saúde oral, o especialista lembra da importância de consultas periódicas com o cirurgião-dentista para identificar os agentes etiológicos responsáveis pela formação da saburra e alteração do hálito.

O Dr. Mário Sérgio finaliza lembrando que alguns estudos têm demonstrado que a halitose pode também estar relacionada à diminuição da produção de saliva, portanto, é de extrema importância tomar água, pelo menos 2 litros por dia.

 


Conselho Regional de Odontologia de São Paulo - CROSP
www.crosp.org.br

 

Primeira vacina para prevenção das infecções pelo Vírus Sincicial Respiratório em pessoas acima de 60 anos já está disponível no Brasil 1-4

 

O imunizante, da biofarmacêutica GSK, é o primeiro aprovado pela ANVISA para essa faixa etária. Segundo estudos científicos, a eficácia pode chegar a mais de 94%*. 1-3 

Frequentemente associado a infecções respiratórias em bebês, o VSR também é preocupante em adultos mais velhos, principalmente em pessoas que convivem com condições crônicas de saúde. 4,5 

Neste período do outono há um aumento de doenças respiratórias como resfriado, gripe, COVID-19 e, também, se espera um aumento das infecções causadas pela circulação do VSR. 6-8 

Sociedades médicas recomendam a vacinação como uma das formas de prevenção contra o VSR. 20 


 

A vacina Arexvy, da biofarmacêutica GSK, contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) em pessoas com 60 anos ou mais, já está disponível no Brasil. Essa é a primeira vacina aprovada pela ANVISA no país contra o VSR para essa faixa etária.1,2 

A aprovação é baseada em estudos científicos que demonstraram eficácia de até 82,6%* na prevenção de infecções pulmonares e das vias aéreas inferiores por VSR em pessoas com 60 anos ou mais. Já em quadros respiratórios severos, a eficácia foi de até 94%*. Em pessoas com 60 anos ou mais que possuem alguma condição crônica de saúde, como asma, diabetes, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), Insuficiência Cardíaca Congestiva, doença hepática ou renal avançada, ou outras doenças respiratórias ou pulmonares crônicas, a vacina demonstrou eficácia de até 94,6%* na prevenção de infecções pulmonares e das vias aéreas inferiores por VSR. 3 

O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é conhecido por pais de crianças pequenas por ser um dos principais vírus associados à bronquiolite. 5 Mas o VSR também pode ocasionar diversas complicações e infecções graves em adultos e idosos, principalmente naqueles com condições crônicas de saúde pré-existentes, também chamadas de comorbidades. 4,9 Segundo pesquisas, a letalidade do VSR pode ser até 20 vezes maior em adultos mais velhos, do que em crianças. 10 

“Arexvy foi projetada e produzida propositalmente para estimular a resposta imunológica contra o VSR em pessoas com 60 anos ou mais. Essa vacina foi a primeira aprovada no mundo e já é disponibilizada em diversos locais como EUA, Japão e Europa, e possui alta eficácia e segurança. A princípio, a vacina estará disponível apenas no mercado privado, mas destacamos o nosso compromisso em gerar amplo acesso dos nossos medicamentos e vacinas à população. Estamos muito esperançosos e felizes em poder ajudar o público acima de 60 anos com novas metodologias para se proteger e se prevenir de um vírus que pode trazer consequências graves”, afirma Rodrigo Favoni, Head de Vacinas e HIV da GSK Brasil.

 

Sobre o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e os riscos para os 60+

O Vírus Sincicial Respiratório é um vírus altamente contagioso e pode afetar o sistema respiratório, como nariz, garganta, brônquios e pulmões. Em idosos, o VSR é pouco conhecido e subdiagnosticado. 11-13,21 Semelhante a algumas outras infecções respiratórias como a gripe e a COVID-19, o VSR pode ser facilmente transmitido através de gotículas expelidas ao tossir, espirrar, contatos próximos como beijo, ou por superfícies contaminadas. 5,11,13,14 

O Vírus Sincicial Respiratório é um vírus comum, de fácil contágio, e geralmente causa sintomas leves, que podem ser confundidos com um resfriado, como coriza, tosse, febre e mal-estar. Mas os adultos raramente são testados para o VSR, tornando a doença pouco conhecida e subdiagnosticada nesse público”, explica a Dra. Lessandra Michelin (CRM 23494-RS), infectologista e gerente médica de vacinas da GSK. 

E complementa: “Com o passar dos anos, conforme vamos envelhecendo, o nosso sistema imunológico normalmente vai enfraquecendo e, com isso, tem mais dificuldade em combater infecções. Em indivíduos adultos e idosos que possuem comorbidades, esse risco é ainda maior, podendo levar até a morte. Pesquisas mostram que mais de 78% dos adultos mais velhos possuem alguma condição crônica de saúde. As que possuem um maior risco de hospitalização são pessoas com diabetes, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), asma e Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC)”. 

Para dar a dimensão da gravidade da infecção por VSR em adultos mais velhos com condições crônicas de saúde, estudos mostram que os que possuem Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) podem ter até 13 vezes mais probabilidade de serem hospitalizados devido a complicações do VSR. Portadores de asma podem ter até 3,6 vezes mais possibilidade de hospitalizações; e diabetes podem ter até 6,4 vezes mais. Já com os portadores de Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC), há a possibilidade de até 7,6 vezes mais riscos de serem hospitalizados. 4,15,16 

Nos Estados Unidos, anualmente, segundo dados do Centers for Disease Control and Prevention (CDC), o VSR leva a aproximadamente de 60 mil a 160 mil hospitalizações e de 6 mil a 10 mil óbitos, em adultos com 65 anos ou mais. 4 No Brasil, entre 2020 e 2022 foram notificados mais de 30 mil casos da doença, com uma taxa de letalidade de 20,77%, em 2022, em adultos de 60 anos ou mais. 10 Em 2023, dados atuais do INFOGripe mostram que a letalidade do VSR em adultos acima de 60 anos foi de 21%.17 **

 

Casos de VSR podem aumentar no Outono

Outono é uma época de variação de temperatura, tempo mais seco e piora do frio, favorecendo, assim, o aumento de doenças respiratórias como resfriado, gripe, COVID-19 e, inclusive, complicações causadas pelo Vírus Sincicial Respiratório. 6-8

Segundo a Dra. Lessandra, o VSR possui uma incidência similar à influenza e co-circula com diversos outros vírus respiratórios, por isso é importante atenção e cuidado nessa época do ano, principalmente em adultos com mais de 60 anos, que possuem mais riscos de desfechos graves, como piora de quadros de doença pulmonar, pneumonia grave, e até o óbito. 4,6-8,22 

“Para a maioria dessas doenças já tínhamos imunizantes disponíveis no país e agora, com a chegada de Arexvy no mercado brasileiro, justamente no período de outono, conseguimos proteger ainda mais a nossa população, principalmente os adultos e idosos. Além disso, a vacina pode ser administrada ao mesmo tempo que uma vacina tetravalente contra a gripe, por exemplo”, conta a Dra. Lessandra. 

Segundo a Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm) e a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), a vacinação é uma das formas de prevenção contra o VSR. 20 Além disso, algumas outras medidas podem ajudar a prevenir o contágio e transmissão, como lavar as mãos frequentemente; evitar tocar no rosto, nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas; cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar; evitar contato próximo com pessoas doentes; limpar e desinfetar superfícies que são tocadas com frequência; e evitar sair de casa quando estiver doente. 4 

“Mesmo após a recuperação da infecção, o VSR pode trazer impactos a longo prazo em alguns adultos mais velhos como diminuição da independência e autonomia, das atividades sociais, da produtividade e alteração do sono. Além disso, ações como respirar, comer, tomar banho e caminhar podem se tornar desafiadoras. Por isso, é muito importante que as pessoas, principalmente acima dos 60 anos, conheçam mais sobre a doença, seus riscos, formas de prevenção e procure um médico caso tenham sintomas respiratórios. Vale alertar ainda que crianças pequenas são frequentemente expostas e infectadas pelo VSR, principalmente em ambientes como creches, escolas, parquinhos e festinhas, e poderão transmitir o vírus aos adultos e idosos. Os avós e outros adultos com doenças crônicas podem desenvolver quadros mais graves da doença”, alerta a infectologista.

 

Mais sobre a Arexvy

Arexvy é o primeiro imunizante disponível no Brasil para prevenção de infecção por Vírus Sincicial Respiratório em pessoas com 60 anos de idade ou mais. É uma vacina recombinante com adjuvante, que deve ser administrada por via intramuscular em dose única. Os estudos com a vacina foram projetados e realizados com 24.966 indivíduos, com idade igual ou maior que 60 anos, com comorbidades e graus diferentes de fragilidade, tendo como foco em estimular a resposta imunológica para prevenção de quadros respiratórios superiores e inferiores causados pelo VSR. 3,18-20
 

Baseada em dados do ensaio clínico randomizado e controlado de fase III AReSVi-006, a vacina demonstrou alta eficácia em adultos com 60 anos ou mais para prevenção de doença pulmonar por VSR, incluindo aqueles com condições médicas subjacentes, mesmo quando a doença se apresenta na forma grave. Para adultos com 60+, a eficácia foi de 94,6%* para pessoas com comorbidades, 94,1%* para evitar doença grave por VSR, e 82,6%* para evitar infecção do trato respiratório inferior causada por VSR. 3,23 * 


*Dados estudo pivotal:

Arexvy reduziu significativamente o risco de desenvolver DTRI (doença do trato respiratório inferior) associada ao VSR em 94,6% (IC de 95%; 65,9-99,9), visto que foram identificados 1 caso no grupo vacinado (N= 4.937) e 18 casos no grupo placebo (N=4.861). 3,23

Arexvy reduziu significativamente o risco de desenvolver DTRI (doença do trato respiratório inferior) grave associada ao VSR em 94,1% (IC de 95%; 62,4-99,9), visto que foram identificados 1 caso no grupo vacinado (N= 12.466) e 17 casos no grupo placebo (N=12.494). 3,23

Arexvy reduziu significativamente o risco de desenvolver DTRI (doença do trato respiratório inferior) associada ao VSR em 82,6% (IC 96,95%; 57,9-94,1), visto que foram identificados 7 casos no grupo vacinado (N= 12.466) e 40 casos no grupo placebo (N=12.494). 3,23

 

** Dados INFOgripe:

N= 127 óbitos e 600 casos



Material destinado ao público em geral. Por favor, consulte o seu médico.




GSK
Para mais informações, visite



Referências:

BRASIL. Ministério da Saúde. Anvisa aprova registro de primeira vacina para bronquiolite. Disponível em: <link>. Acesso em: 12 de março 2024.
DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO. Brasília, DF, 4 de dezembro de 2023, Seção 1, p. 148. Registro de Produto Biológico Novo. Aprovação de Arexvy pela Anvisa.
Papi A, Ison MG, Langley JM, et al., for the AReSVi-006 Study Group. Respiratory syncytial virus prefusion F protein vaccine in older adults. N Engl J Med. 2023; 388(7):595-608. doi:10.1056/NEJMoa2209604
CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Respiratory Syncytial Virus Infection (RSV). RSV in older adults and adults with chronic medical conditions. Disponível em: <Link>. Acesso em: 12 de março 2024.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Vírus sincicial respiratório (VSR). Disponível em: <Link>. Acesso em: 12 de março 2024.
INSTITUTO TODOS PELA SAÚDE. Monitoramento de patógenos respiratórios (relatório 30). Disponível em: <Link>. Acesso em: 12 de março 2024.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. SBP emite nota informativa sobre VSR. Disponível em: <Link>. Acesso em: 12 de março 2024.
FIOCRUZ. InfoGripe: vírus sincicial respiratório e Covid-19 aumentam internações. Disponível em: <Link>. Acesso em: 12 de março 2024.
Mesa-Frias M, Rossi C, Edmond B, et al. Incidence and economic burden of respiratory syncytial virus among adults in the United States: a retrospective analysis using 2 insurance claims databases. J Manag Care Spec Pharm. 2022;28(7):753-765. doi:10.18553/jmcp.2022.21459
DE VERAS, Bruna Medeiros Gonçalves et al. CASOS GRAVES DE VÍRUS SINCICIAL RESPIRATÓRIO EM ANOS DE PANDEMIA: UMA ANÁLISE RETROSPECTIVA DA BASE DE DADOS DO SIVEP-GRIPE NO BRASIL (2020-2022). The Brazilian Journal of Infectious Diseases, v. 27, p. 103129, 2023.
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AREXVY (vacina vírus sincicial respiratório [recombinante, adjuvada]). Bula da vacina.


Pesquisa demonstra relação entre poluição e riscos cardíacos em moradores de São Paulo

Segundo a pesquisa, a fibrose cardíaca está relacionada ao
tempo de exposição às partículas de carbono negro,
um indicador de poluição atmosférica
(foto: Marcelo Camargo/Wikimedia Commons)

Estudo da USP, publicado na revista Environmental Research, analisou resultado das autópsias de 238 pessoas e dados epidemiológicos; perigo é maior para hipertensos 

 

 A relação entre viver em uma cidade poluída como São Paulo e doenças pulmonares ou câncer é bem conhecida. Os problemas, no entanto, vão além. Uma pesquisa inédita aponta que a exposição de longo prazo à poluição atmosférica está diretamente ligada ao aumento dos riscos cardíacos em moradores da capital paulista. Para indivíduos hipertensos o perigo é maior.

Publicado na revista Environmental Research, o estudo foi realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) com o apoio da FAPESP (projetos 13/21728-216/23129-7 e 19/06435-5). A investigação mostra que a fibrose cardíaca, um indicador de doenças do coração, está relacionada ao tempo de exposição às partículas de carbono negro, um indicador de poluição atmosférica.

Os pesquisadores fizeram a análise das autópsias de 238 pessoas e de dados epidemiológicos para mensurar essa relação. Eles também entrevistaram familiares das vítimas para recolher informações sobre fatores de risco, como histórico de tabagismo e hipertensão. A partir da observação macroscópica do tecido pulmonar estabeleceram a presença e quantidade da fração de carbono negro nos pulmões. Amostras de miocárdio revelaram a fração de fibrose cardíaca.

Os resultados revelaram associação significativa entre a fração de carbono negro nos pulmões e a fibrose cardíaca nos indivíduos estudados. Isso significa que, quanto mais tempo uma pessoa é exposta à poluição, maior a probabilidade de desenvolver a fibrose. “Esse dado ressalta o papel crucial da autópsia na investigação dos efeitos do ambiente urbano e dos hábitos pessoais na determinação de doenças", afirma um dos autores da pesquisa, o patologista e professor da USP Paulo Saldiva.

Além disso, foi constatado que o risco é aumentado para indivíduos hipertensos. Entre eles, a presença do marcador de doenças cardíacas cresce com o aumento da presença do indicador de exposição à poluição, tanto em fumantes quanto em não fumantes. Entre os não hipertensos, os maiores riscos foram observados principalmente nos tabagistas.

A hipertensão, ou pressão alta, é uma doença que pode ser silenciosa e não apresentar sintomas. De acordo com o Ministério da Saúde, em dez anos a taxa de mortalidade passou de 11,8 óbitos para 100 mil habitantes, em 2011, para 18,7 em 2021. Cerca de 60% dos idosos que vivem no Brasil têm hipertensão.

Se a hipertensão é silenciosa, a poluição nem sempre está tão à vista de todos. Em alguns casos, no entanto, é possível saber onde ela é mais prejudicial. A exposição à poluição dentro da mesma cidade depende de fatores como hábitos e deslocamentos das pessoas. “Podemos dizer que existem dois indicadores de poluição, um medido pela rede da Cetesb [Companhia Ambiental do Estado de São Paulo], que é objetivo. E outro relacionado a quanto cada indivíduo é exposto a ela”, afirma. “Ou seja, o nível de concentração de poluição ambiental não significa a mesma dose recebida por todos. Se você está em um corredor de tráfego por horas, recebe uma dose maior porque a concentração daquele ambiente é particularmente mais elevada.”

Saldiva explica que diversos fatores, como a própria hipertensão, influenciam no desenvolvimento da fibrose cardíaca e que, agora, fica provado que a poluição é um deles. “A pergunta era ‘a poluição tem tamanho suficiente para aparecer nessa foto?’ Ela tem e foi a primeira vez que foi demonstrado no mundo em humanos. Essa é a diferença do trabalho”, pontua.

Segundo o médico, o estudo só foi possível graças ao trabalho realizado pelo Serviço de Verificação de Óbito (SVO) na cidade, 24 horas por dia, 365 dias por ano. Ele afirma que o apoio da Faculdade de Medicina da USP e da FAPESP, em convênios estabelecidos no passado com o SVO, construiu um vasto conjunto de processos e informações que resultam hoje em novas possibilidades científicas.

A pesquisa da USP fornece evidências sobre os impactos da poluição do ar na saúde cardiovascular e destaca a necessidade de medidas eficazes para reduzir a exposição da população a esse mal. A implementação de medidas como a redução das emissões de veículos, o incentivo ao transporte público sustentável na cidade e o incentivo de fontes de energia limpa são estratégias eficazes na mitigação dos impactos da poluição atmosférica na saúde pública.

O artigo Association of pulmonary black carbon accumulation with cardiac fibrosis in residents of Sao Paulo, Brazil pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0013935124002846.

 

Emilio Sant'anna
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/pesquisa-demonstra-relacao-entre-poluicao-e-riscos-cardiacos-em-moradores-de-sao-paulo/51488


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