Dia
Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho: a importância dos cuidados com
a coluna vertebral
Neurocirurgião
especialista em coluna chama atenção para os acidentes de trabalho que podem
lesionar a coluna vertebral
No próximo 27 de julho é comemorado o Dia Nacional de Prevenção de
Acidentes de Trabalho, data que simboliza um marco histórico na
luta dos trabalhadores por melhorias nas condições de segurança e saúde no
trabalho. Segundo estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT),
de um total de 2,34 milhões de mortes em trabalho a cada ano, 321 mil se devem
a acidentes. As restantes 2,02 milhões de mortes são causadas por diversos
tipos de enfermidades relacionadas com o trabalho, o que equivale a uma média
diária de mais de 5.500 mortes. Dentre os acidentes sem mortes, que geram
lesões de parciais a graves, a coluna vertebral aparece com destaque, levando
muitos trabalhadores a se afastarem de suas atividades.
Como explica o neurocirurgião especialista
em coluna, chefe do setor de cirurgia da coluna vertebral do Departamento de
Neurocirurgia da Unifesp, Dr. Alexandre Reis Elias,
algumas funções são consideradas de maior risco de acidentes para a coluna,
como aquelas executadas por motociclistas, caminhoneiros e motoristas em geral,
carregadores, trabalhadores da área da construção civil e até esportistas
profissionais que praticam atividades de alto impacto.
“A área comumente mais afetada nos
acidentes de trabalho é a cervical e a torácica, sendo a cervical mais
suscetível à gravidade, devido a sua mobilidade e possibilidade de atingimento
do sistema nervoso e rompimento da medula. Já as lesões localizadas na região
mais estável da coluna, a baixo lombar, costumam apresentar menor gravidade”,
relata o médico.
Dois exemplos recentes de acidentes
lesionando a coluna ocorridos com esportistas, com gravidade diferente, são o
caso do jogador de futebol Neymar Jr. e da ginasta Laís Souza. No
primeiro, com uma lesão no processo transverso, anexo do eixo central de
coluna, o tratamento basicamente se baseia em medicamentos anti-inflamatórios e
analgésicos, além de colete para imobilizar a área afetada. Já em casos como o
de Laís Souza, que sofreu uma grave lesão da medula, quando treinava para as
Olimpíadas de Inverno em Sochi, o quadro, geralmente, necessita de
procedimentos mais complexos.
“O tratamento depende do nível da lesão da
coluna, podendo ser realizada cirurgia reparadora de diferentes níveis,
visando, ainda que não a volta dos movimentos do paciente, a estabilização da
sua coluna para melhor qualidade de vida”, relata o especialista.
Independente do caso, Dr. Alexandre Elias
chama a atenção para a necessidade reforçar a prevenção dos acidentes, através
da medicina do trabalho e itens de segurança orientados para a execução de
atividades de risco de quedas e ferimentos. “Vale também o bom senso e cuidados
com a coluna e postura em geral, mesmo para aquelas atividades leves, mas muito
repetitivas, como ficar de pé ou sentado por muitas horas. Mesmo que elas não
apresentem risco de acidentes, em longo prazo podem causar desgaste e agravar
problemas já instalados”, conclui.
Especialista pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), pela Sociedade Brasileira de Coluna Vertebral (SBC), mestre pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e research fellow em cirurgia da coluna vertebral na University of Arkansas for Medical Sciences (EUA).
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