Dia dos Avós: incentive a realização de exames
para detecção do mieloma múltiplo
Apenas 5% dos
casos são diagnosticados no início da doença que atinge 30 mil pessoas no
Brasil
O
mieloma múltiplo, tipo de câncer raro de sangue, atinge no Brasil 30 mil
pessoas, sendo a maioria acima de 60 anos. Em 26 de julho comemora-se o Dia dos
Avós - aproveite a data para incentivar esses familiares a realizarem exames e
alertá-los sobre os sintomas da doença que ainda não tem cura, mas que se
diagnosticada precocemente pode ser controlada com tratamento. Segundo a médica
hematologista e membro da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e
Terapia Celular (ABHH) Vânia Hungria, apenas 5% dos casos são diagnosticados no
início.
O
diagnóstico de mieloma múltiplo muitas vezes é realizado tardiamente devido a
um dos sintomas mais comuns dores ósseas e na lombar - serem facilmente
confundidos com osteoporose. O paciente vai a um ortopedista que prescreve
cálcio e muitas vezes não investiga a causa do problema. Uma orientação é
incluir o exame de eletroforese de proteínas, único teste de sangue capaz de
medir a quantidade de proteína monoclonal ’fabricada’ (sintetizada) pelas
células plasmáticas malignas no sangue ou na urina que acusa se há
anormalidades.
“Outros
sintomas associados são anemia, problemas renais, elevação de cálcio e infecção
por repetição. A doença não tem cura e o desafio para os médicos é manter os
pacientes em tratamento e oferecer uma sobrevida com qualidade de vida”, afirma
Vânia.
A
necessidade de diagnóstico precoce é essencial, pois além de o mieloma não ter
cura, no Brasil ainda há entrave para tratamento com a lenalidomida,
medicamento que inibe a progressão da doença, aumenta a expectativa de vida de
três para 10 anos e aumenta a qualidade de vida devido à inibição das dores.
“A
negativa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em registrar a
lenalidomida causa um impasse no tratamento de pacientes e na pesquisa
científica no País. As pessoas têm que enfrentar duas batalhas - o tratamento,
que é completado por quimioterapia e autotransplante de células-tronco, e a
batalha judicial para aquisição do medicamento”, relata a médica.
Tratamento
Em
países de todo o mundo (mais de 80), pacientes já conseguem estabilizar a
doença por meio de tratamento com a lenalidomida e novas drogas, porém no
Brasil não há acesso aos medicamentos de ponta por falta de liberação dos
produtos pela Anvisa.
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