Pelo diagnóstico precoce e contra o estigma, SBD reforça campanha de conscientização sobre hanseníase
"A hanseníase é negligenciada, a sua saúde
não! ". Este é o alerta da campanha lançada neste mês pela Sociedade
Brasileira de Dermatologia (SBD), em apoio ao chamado Janeiro Roxo, mês
dedicado à conscientização sobre uma doença que, apesar de todos os avanços
técnicos e científicos, ainda faz milhares de vítimas todos os anos no País.
Além de material publicitário (cards, posts, vídeos), também foi desenvolvido
um site sobre o tema.
CONHECA O SITE DO JANEIRO ROXO 20 21
Ao longo do mês, os dermatologistas brasileiros,
em apoio à tradicional mobilização do Ministério da Saúde, farão circular entre
médicos, pacientes e outros profissionais da saúde informações de utilidade
pública preparadas por especialistas da SBD. Entre os tópicos abordados estão a
descrição de sinais e sintomas da hanseníase e orientações sobre onde buscar
diagnóstico e iniciar o tratamento. Também será abordada a necessidade de se
eliminar o estigma e o preconceito contra as pessoas com a doença.
"Situação negligenciada é aquela que é alvo
de desatenção, desconsideração, displicência, descaso, indiferença, menosprezo.
Infelizmente, apesar da detecção de 30 mil novos casos da doença a cada ano, a
hanseníase ainda é considerada assim: uma doença negligenciada", pontuou o
presidente da SBD, Mauro Enokihara, presidente da SBD.
Segundo ele, ao alertar a população sobre este
tema, a entidade pretende assegurar a todos o acesso a informações que ajudem a
tirar o Brasil de uma triste posição: o segundo lugar mundial em número de
casos de hanseníase, perdendo apenas para a Índia. Todos os anos são
diagnosticados, em média, 30 mil novos casos da doença no País.
Campanha 2021 - O Janeiro Roxo, iniciativa instituída no Brasil em 2016,
tem como data símbolo o último domingo deste mês, quando é celebrado o Dia Mundial
de Combate e Prevenção da Hanseníase. Para marcar o período, a SBD planeja
também realizar eventos online, divulgar depoimentos de pacientes e
celebridades, estimular a iluminação em roxo de espaços públicos e monumentos.
Todas as ações visam reforçar o compromisso de prevenir e combater a
hanseníase, por meio do diagnóstico e tratamento precoces.
Outra preocupação da SBD é com o preconceito.
"Combater o estigma é salvar vidas. Por isso, queremos auxiliar a
sociedade a compreender essa doença. Desfazer mitos e fazer prevalecer a
verdade sobre a hanseníase são as principais formas de ajudar profissionais da
área de saúde, familiares, amigos e principalmente aqueles que buscam por
tratamento", ressaltou o vice-presidente, Heitor Gonçalves.
Para dar dimensão a esse alerta, a SBD convidou
neste ano instituições de referência nacional. Além de representantes das
Secretarias de Saúde dos Estados (Conass) e Municípios (Conasems), também foram
convidados a encampar esta luta - por meio da iluminação de suas sedes e
filiais ou distribuição de conteúdo digital - o Conselho Federal de Medicina
(CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB), a Confederação Nacional de
Municípios (CNM), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o
Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Precoces - A campanha da SBD também chama a atenção para um outro ponto
importante: no Brasil, o tratamento para a hanseníase é gratuito e oferecido
pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os pacientes podem se tratar em casa, com
supervisão periódica nas unidades básicas de saúde. De acordo com Sandra
Durães, coordenadora do Departamento de Hanseníase da SBD, se trata de uma
doença infecciosa que pode levar a incapacidades físicas, mas o tratamento
precoce promove a cura.
Segundo ela, a hanseníase é transmitida por
meio do contato próximo e prolongado com pessoas que tenham a doença e não
estejam em tratamento. Por isso, familiares, amigos e colegas de trabalhos de
pessoas com Hanseníase também devem ser avaliadas por médicos. "A
prevenção consiste no diagnóstico e tratamento precoces, o que ajuda a evitar a
transmissão e o consequente surgimento de novos casos", lembra Sandra
Durães. "Precisamos frisar: hanseníase tem cura e quanto antes o
tratamento for iniciado, menor o risco de sequelas", complementou.
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