A audição dos
recém-nascidos pode ser avaliada. Exames atualmente obrigatórios em Campinas
são realizados há 20 anos pela Maternidade de Campinas. Evento voltado aos
profissionais da saúde - com palestra também para os pais nos dias 18 e 19 de
agosto - comemorará a implantação do serviço na instituição. O ingresso para o
evento é a doação de fraldas para bebês.
Entre uma e seis crianças a cada 1.000
recém-nascidos apresentam perda auditiva. No entanto, se a perda auditiva for
diagnosticada logo no nascimento - e o tratamento iniciado até os 6 meses de
vida -, as crianças apresentam desenvolvimento muito próximo ao de uma
ouvinte.
A triagem auditiva em recém-nascidos é
obrigatória por Lei Federal desde 2010. Mas, na Maternidade de Campinas, o
Teste da Orelhinha - como é conhecido o programa Triagem Auditiva Neonatal
(TAN) - é pioneiro no interior paulista e oferecido há 20 anos. Graças a esse
teste, realizado com a ajuda de equipamentos de última geração, a Maternidade
de Campinas tem conseguido identificar a perda auditiva ainda no período
neonatal, para permitir a intervenção precoce e, assim, evitar alterações de
fala e de linguagem da criança, desvinculando a surdez da mudez. São realizados
na Maternidade de Campinas cerca de mil testes por mês.
“O sistema auditivo está formado a partir
do quinto mês de gestação e, após o nascimento, o desenvolvimento do sistema
auditivo central acontece a partir da estimulação auditiva. Qualquer problema
auditivo deve ser detectado logo no nascimento, para que seja devidamente
tratado e não venha prejudicar o desenvolvimento da fala e da linguagem da
criança”, explica o responsável pelo Departamento de Otorrinolaringologia da
Maternidade de Campinas, Dr. Luis Miguel Chiriboga.
De acordo com o especialista, qualquer bebê
pode apresentar um problema auditivo ao nascer ou adquiri-lo nos primeiros anos
de vida, mesmo que não haja casos de surdez na família ou fatores de risco
aparentes. “O diagnóstico após os seis meses de vida pode trazer prejuízos ao
desenvolvimento da criança e na sua relação com a família”, alerta.
Comemoração
Para comemorar as duas décadas da implantação do Teste da Orelhinha, o serviço de Triagem Auditiva Neonatal da Maternidade de Campinas programou para os dias 18 e 19 de agosto uma série de palestras em seu anfiteatro voltadas aos profissionais, entre eles fonoaudiólogos, otorrinolaringologistas, pediatras e alunos de Medicina.
Para comemorar as duas décadas da implantação do Teste da Orelhinha, o serviço de Triagem Auditiva Neonatal da Maternidade de Campinas programou para os dias 18 e 19 de agosto uma série de palestras em seu anfiteatro voltadas aos profissionais, entre eles fonoaudiólogos, otorrinolaringologistas, pediatras e alunos de Medicina.
Para os pais e familiares, a palestra sobre
a aceitação da deficiência auditiva será feita pela psicóloga Vera Sant’ana no
dia 19, das 11h15 às 12h15. A Maternidade de Campinas está localizada na
Avenida Orosimbo Maia, 165.
O objetivo é divulgar o serviço, atualizar
os profissionais do setor e conscientizar os pais sobre o tratamento e
(re)habilitação da deficiência auditiva, incluindo tecnologias como o implante
coclear. O ingresso para as palestras é um pacote de fralda descartável para
recém-nascidos que será doado para as pacientes atendidas pelo SUS – Sistema
Único de Saúde da Maternidade de Campinas.
Teste da
Orelhinha
A triagem auditiva é feita inicialmente por meio do exame de Emissões Otoacústicas Evocadas, realizado no segundo ou no terceiro dia de vida, ainda durante o período de internação, com o bebê em sono natural. Dura entre 5 e 10 minutos, não tem contraindicação, não incomoda e não acorda o bebê por não exigir nenhum tipo de intervenção invasiva.
As Emissões Otoacústicas Evocadas são os
sons captados pelo equipamento utilizado, provenientes da cóclea (parte
auditiva do ouvido interno), após receber um estímulo sonoro. O método não tem
como objetivo quantificar a deficiência auditiva, porém detecta a sua
ocorrência, considerando que as emissões otoacústicas estão presentes na grande
maioria das orelhas funcionalmente normais. Elas deixam de ser observadas
quando existe qualquer alteração auditiva.
A falha detectada no primeiro exame pode
demonstrar que a criança apresenta perda auditiva ou está com a orelha
obstruída. Como no recém-nascido a obstrução é comum e causada por vérnix
(substância gordurosa que envolve todo o corpo do bebê no nascimento), caso
ocorra falha no primeiro exame, esse bebê deve retornar no período de 15 dias
para reteste. Quando a perda auditiva do bebê é confirmada, a Maternidade de
Campinas também realiza todo o diagnóstico e acompanhamento audiológico
necessários.
Triagem
Auditiva Neonatal
O Setor de Triagem Auditiva Neonatal da Maternidade de Campinas iniciou o atendimento opcional em 7 de agosto de 1997. Desde então, aproximadamente 100 mil crianças foram triadas (88.487 estão registradas no banco de dados computadorizado).
Em setembro de 2007, essa triagem passou a
ser obrigatória na cidade de Campinas a partir de uma Lei Municipal. É feita
conforme as diretrizes de atenção à TAN do Ministério da Saúde e seguindo os
indicadores de qualidade recomendados pelo Comitê Multiprofissional em Saúde
Auditiva (Comusa). O serviço é coordenado pela Dra. Fga. Elaine Soares, que
também faz parte do Grupo de Apoio à Triagem Auditiva Neonatal Universal
(Gatanu).
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