Pesquisar no Blog

terça-feira, 24 de outubro de 2023

Mitos e verdades sobre a mamografia

GE HealthCare esclarece as principais dúvidas sobre o procedimento

 

Um dos mais frequentes no Brasil, o câncer de mama feminina corresponde a 10,5% dos casos da doença, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e do Ministério da Saúde. Por isso, investir na prevenção e detecção é essencial no combate e tratamento do câncer, uma vez que o diagnóstico precoce é crucial.

Para auxiliar as pacientes no esclarecimento das dúvidas sobre a mamografia, a GE HealthCare, empresa líder global em tecnologia médica, diagnóstico farmacêutico e soluções digitais, reuniu explicações do Dr. Fabrício Morais Salgado, Líder de Gestão em Saúde da GE HealthCare para América Latina, sobre os mitos e verdades do procedimento.

 

Prótese de silicone pode atrapalhar a mamografia? VERDADE.

“A mamografia para mulheres com prótese pode ser realizada normalmente. Contudo, alguns cuidados devem ser tomados no momento do exame para que se obtenha resultados mais precisos, e para evitar qualquer dano à prótese. É importante que o exame seja feito em local confiável, por profissionais qualificados e com ajustes adequados dos equipamentos. O aparelho de mamografia deve ser ajustado para exercer menor pressão sobre as mamas, para evitar expor as pacientes ao risco de ruptura da prótese”, explica Dr. Fabrício.

 

Homens também podem fazer mamografia? VERDADE.

“Embora o câncer de mama seja muito mais comum entre mulheres, os homens também possuem glândulas mamárias e tecido mamário (embora em pouca quantidade) que podem apresentar a doença. Em geral, o principal sintoma do câncer de mama em homens é a presença de nódulo palpável na mama ou na axila. Outros sintomas que podem ocorrer são alterações da pele ou do mamilo e saída de secreção pelo mamilo. Para o diagnóstico, os homens também devem fazer o exame de mamografia e o exame é feito da mesma forma que é realizado nas mulheres”, comenta o médico.

 

A mamografia deve ser feita por todas as mulheres a partir dos 50 anos? VERDADE.

“O Ministério da Saúde recomenda o rastreamento bianual a partir dos 50 anos. A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) sugerem a antecipação da idade mínima para 40 anos. O benefício de adiantar é a possibilidade de encontrar um câncer de mama no início, permitindo um tratamento menos agressivo e com maior chance de cura”, compartilha Salgado.

 

Eu não tenho nódulos nas mamas e mesmo assim tenho que fazer mamografia? VERDADE.

“Nas mamografias podem encontrar-se pequenos nódulos com tamanho de 1 milímetro até 3 anos antes de você poder senti-los. Os tumores pequenos, em estágio inicial, são tratáveis e o diagnóstico precoce tem chance de até 95% de cura”, explica o médico.

 

Mamografia, por ser um exame de raio X, pode fazer mal para a saúde? MITO.

“A mamografia funciona com baixa emissão de raios X. Atualmente, sabe-se que a radiação acumulada pode prejudicar a saúde a longo prazo. Mas isso não significa que a mamografia seja perigosa. É seguro realizar a mamografia, seguindo recomendações médicas, porque a dose de radiação envolvida é bem baixa. E a radiação, se utilizada de forma controlada e correta, não vai causar danos à saúde”, esclarece Dr. Fabrício.

 

Lactantes não podem fazer mamografia? MITO.

“Se a lactante apresentar algum sintoma ou alteração em exame que torne necessária a mamografia, não há problema em realizá-la. Entende-se que a mamografia é segura, não causando danos ou prejuízos à paciente ou à lactação. Por outro lado, as mamas ficam mais densas nessa fase, o que pode prejudicar a avaliação de alguns tipos de lesão. Como a sensibilidade do exame fica menor, não é recomendada a realização de mamografia de rotina ou de prevenção durante a lactação”, afirma Salgado.

O autoexame das mamas substitui a mamografia? MITO.

“O autoexame é um complemento à mamografia, que é capaz de detectar precocemente lesões muito pequenas ou pré-malignas, aumentando as chances de cura para cerca de 95%. Mulheres com menos de 40 anos não têm indicação de exames de mamografia de rotina, exceto se tiverem famílias com alto risco de tumores hereditários. Sendo assim, conhecer as mamas é fundamental e o médico, que é a pessoa mais indicada para fazer essa apalpação, poderá ser consultado em caso de dúvida”, reforça Dr. Fabrício.

 

Mamografia pode ter efeitos colaterais? MITO.

“Depois que o exame é realizado, a paciente não deve ter qualquer tipo de efeito colateral. As mulheres que estiverem com as mamas mais sensíveis podem sentir um incômodo maior, mas não há efeito colateral associado à mamografia”, finaliza.

 

 

Demora no início do tratamento do câncer de mama ainda é desafio para pacientes

Pesquisa revelou que 28% das pacientes demoraram mais de dois meses para iniciar o tratamento no SUS

 

O tempo é um fator crucial para o tratamento do câncer de mama. Quando detectado de forma precoce e ainda em estágios iniciais, as chances de cura e controle da doença aumentam significativamente. Os exames de rastreio como a mamografia são a chave para encontrar o tumor em estágios iniciais, mas além do diagnóstico precoce, é necessário também que o tratamento seja iniciado com rapidez, um fator que ainda é uma realidade difícil para muitos pacientes.

Uma pesquisa recente realizada com 1.237 pessoas que já foram diagnosticadas com câncer de mama indicou que, enquanto 51% das pacientes que utilizam plano de saúde iniciaram seu tratamento dentro de 30 dias após o diagnóstico, apenas 34% das pacientes do SUS vivenciaram uma situação semelhante. E embora 37% das pacientes do SUS tenham iniciado o tratamento dentro do limite de 60 dias estabelecido pela lei 12.732/12, que busca garantir tratamento em tempo hábil para pacientes com câncer, ainda havia um número substancial (28%) de pacientes que enfrentaram atrasos, chegando a até seis meses em alguns casos. No setor privado, 13% das pacientes também relataram início do tratamento após 60 dias.

Os dados são da pesquisa “Um Olhar Sobre o Câncer de Mama no Brasil”, promovida pela Roche, em parceria com a Femama e Instituto Oncoguia, e realizada pela Editora Abril. “O câncer detectado de forma precoce também precisa ser tratado de forma precoce, não adianta encontrar o tumor e demorar a tratá-lo” comenta Drª Maira Caleffi, médica mastologista e presidente da Femama. “O tempo é crucial em qualquer jornada, para pacientes em estágio inicial o tratamento iniciado, da forma mais breve possível, pode preservar as chances de cura desta paciente, por exemplo”.

Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia, concorda com a visão da especialista e complementa que fala-se muito sobre a demora em detectar o câncer, mas a demora no início do tratamento também precisa ser endereçada e combatida. “Atualmente, diferentes fatores impactam o início do tratamento no SUS, desde questões ligadas ao transporte da paciente, filas de espera e problemas na disponibilização de tecnologias mais efetivas”, completa. Atualmente, 08 medicamentos oncológicos que já obtiveram o parecer positivo da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) estão com a sua disponibilização atrasada no Sistema Único de Saúde - cenário crítico que pode ser ainda mais prejudicial quando abordamos tecnologias voltados ao tratamento do câncer em estágio inicial - por causa do potencial curativo nesse cenário.

“De acordo com cruzamento de dados disponíveis no DATASUS, todos os dias, aproximadamente sete novas pacientes chegam ao SUS com o diagnóstico de câncer de mama HER2 positivo, em estágio inicial e com alto risco de recorrência da doença. Essas pacientes, por exemplo, poderiam ser beneficiadas diretamente por uma tecnologia já incorporada e que ainda não foi disponibilizada, superando o prazo dos 180 dias previstos por lei”, explica o Dr. Max Senna Mano, oncologista clínico e investigador de estudo clínico sobre esta terapia específica. A ciência evoluiu e continua evoluindo cada vez mais em busca de tratamentos personalizados e precisos para pacientes com diversos tipos de câncer, do mais indolente até os mais graves, mas esses tratamentos precisam chegar, de fato, até quem se beneficiaria dele” finaliza o profissional.


É normal que todas as crianças tenham um pequeno grau: descubra como identificar quando os pequenos precisam de óculos

 Médica oftalmopediatra esclarece o processo de detecção de problemas visuais em crianças até os cinco anos e que não sabem comunicar que não estão enxergando direito, enfatizando a importância da retinoscopia

 

Muitos pais se perguntam se é fácil identificar se crianças muito pequenas precisam de óculos, já que nem sempre os pequenos sabem expressar de forma objetiva o que sentem. A resposta pode variar, mas, em geral, a detecção de problemas visuais em crianças com menos de cinco anos é um processo desafiador que requer o conhecimento de um oftalmopediatra.

Dra. Márcia Ferrari, especialista do H.Olhos - Hospital de Olhos, referência em oftalmologia em São Paulo, explica que a identificação precoce de problemas é crucial para garantir uma visão saudável e corrigir eventuais deficiências, e destaca o papel fundamental da retinoscopia nesse processo.

“Para descobrir se uma criança muito pequena precisa de óculos, utilizamos um exame chamado retinoscopia. Este exame é útil não apenas em crianças, mas também em pacientes que não conseguem se comunicar e informar as escolhas de lentes. Durante a retinoscopia, usamos um aparelho que emite uma luz nos olhos da criança, e essa luz reflete uma faixa que nos mostra qual é o grau do olho”, explica a médica.
 

A oftalmopediatra também explica que, por meio deste exame, é possível identificar condições como miopia, hipermetropia e astigmatismo. “Mesmo quando testamos o grau em adultos ou adolescentes, começamos com a base obtida através desse exame”, diz a especialista. 

O exame de retinoscopia, na verdade, fornece um ponto de partida para determinar o grau. “Quando a criança não consegue nos fornecer informações, essa técnica é essencial. Mas é importante destacar que é normal que todas as crianças tenham um pequeno grau, pois faz parte do desenvolvimento ocular na infância. Portanto, durante a avaliação oftalmológica, levamos em consideração diversos fatores, como o grau, a presença de desvios oculares e outros aspectos clínicos, para decidir se é necessário prescrever óculos ou não”, conta a médica.

 

VigilantesdoPeso lança movimento inédito e convoca as empresas brasileiras a se engajarem no combate à obesidade

 No mês Nacional da Prevenção à Obesidade, o Programa que é líder mundial em perda de peso traz diversas iniciativas de conscientização além de liberar acesso gratuito para funcionários de qualquer empresa que queira participar da ação

 

A obesidade é uma doença crônica e avança em largos passos. O Atlas 2023 da Federação Mundial da Obesidade prevê que 51% do mundo, ou mais de 4 bilhões de pessoas, serão obesas ou terão sobrepeso nos próximos 12 anos. No Brasil, espera-se que a cada dez brasileiros adultos quatro tenham obesidade. Na edição de 2021 da pesquisa Vigitel, realizada pelo Ministério da Saúde, essa proporção era de dois a cada dez.

Os dados são preocupantes, já que se sabe que 70% das pessoas com obesidade irão desenvolver alguma comorbidade devido ao aumento no risco para diabetes, doenças cardiovasculares e outros problemas graves de saúde. “Todos os dados apontam para uma verdadeira sobrecarga do sistema de saúde em pouquíssimo tempo. A preocupação ao redor desse assunto se torna extremamente relevante.” alerta Carolina Lima, Líder da Operação do VigilantesdoPeso no Brasil. De acordo com o Atlas, atualmente as doenças relacionadas ao sobrepeso já geram um impacto de R
64 milhões no sistema de saúde. Para 2035, a estimativa é que esse valor seja superior a R 100 milhões.

O Movimento VigilantesdoPeso no Combate à Obesidade chega neste contexto, em que se faz necessário falar sobre o tema e convida o setor privado a incentivar e promover o acesso à informação e conscientização dos riscos relacionados à obesidade, contribuindo efetivamente para o combate desse desafio de saúde pública. “A ideia de realizar essa ação veio de uma vontade de levar consciência com capacidade de influência e, nessa hora, pensamos que não poderíamos ter parceiros melhores do que o setor privado. Sabemos do grande poder e interesse das empresas para levar informação e apoiar seus colaboradores nesta jornada. Não é de hoje que esse assunto está na lista de prioridades corporativas e, constantemente, somos abordados por empresas que querem a nossa ajuda. Nós sabemos que uma campanha sazonal, um mês falando sobre isso, não será uma solução definitiva, mas pode ser um primeiro passo de muitos.” explica a executiva.

Além de liberar o acesso ao Programa Premium sem nenhum custo tanto para as empresas quanto para os colaboradores, o VigilantesdoPeso também realizará dois webinars gratuitos e abertos a todo o público. “Vamos reunir profissionais de saúde para uma conversa holística sobre o tema, além de batermos um papo com usuários que venceram a obesidade, contando, na prática, como é passar por isso.”, complementa Carolina Lima.

Para participar dessa ação, a empresa só precisa visitar o site da ação: Link. Nele, está disponível o passo a passo para a distribuição do acesso gratuito aos seus funcionários bem como materiais de apoio para a comunicação.



VigilantesdoPeso

visite o site



Conscientização sobre o câncer de mama ganha força, mas ainda não impacta pessoas pretas, pardas e trans

Apesar de representarem quase 55% da população, esses grupos ainda são tratados às margens dos programas de prevenção e têm muito menos acesso à saúde no Brasil

 

O Outubro Rosa é um movimento internacional de conscientização para a detecção precoce do câncer de mama e, apesar das crescentes campanhas de conscientização, estima-se que em 2023, cerca de 73.610 pessoas terão a doença no Brasil, sendo que dessas, 16.300 (13%), podem vir a óbito. Se fizermos um recorte para a população preta, parda e pessoas trans, esses números são ainda mais alarmantes. 

 

O país tem cerca de 1,9% da população adulta brasileira, ou aproximadamente 4 milhões de pessoas transgêneros e não binárias, segundo levantamento feito pela Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (FMB/Unesp). Já os pretos  representam 10,6% e os pardos 45,3%, de acordo com dados do IBGE, ou seja, mais de 115 milhões de pessoas. Entretanto, apesar de serem maioria, esses grupos ainda são tratados às margens dos programas de prevenção e têm muito menos acesso à saúde no Brasil. 


De acordo com uma análise exclusiva do Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais (CEDRA), em 2019, cerca de 36,3% das mulheres negras acima de 18 anos não haviam realizado exame clínico de mama. Para as mulheres brancas essa taxa cai para 21,4%. Já em relação à mamografia, entre as mulheres negras que tinham de 50 a 69 anos, no mesmo período, 27,7% não fizeram o exame, enquanto as mulheres brancas, 20,5%, ou seja, cerca de 35% mais mulheres negras que brancas não realizaram nenhuma mamografia ao longo da vida.

 

Se olharmos para as pessoas trans, o cenário é ainda pior, pois muito se fala em prevenção do câncer de mama para mulheres cis, principalmente acima dos 40 anos, porém, o público trans ainda não se vê incluído quando se trata de medicina preventiva, seja em campanhas de concientização ou até em pautas abordadas pela mídia, que buscam levar conhecimento à população. 

 

Um estudo de 2019 do University Medical Center, em Amsterdã, com 2.260 mulheres trans e 1.229 homens trans, apontou 15 casos de câncer de mama em mulheres trans após uma média de 18 anos de tratamento hormonal, e demonstrou um risco maior que a população masculina. Na população de homens trans, foram detectados quatro casos, média menor que o esperado para mulheres cisgênero. 

 

Segundo a Dra. Vivian Milani, médica radiologista, especialista em saúde da mulher no CURA grupo, o uso de hormônios a fim de induzir mudanças físicas, como o aumento das mamas, podem gerar um aumento do risco de câncer na região. “As mulheres trans devem fazer o mesmo rastreamento que as mulheres cis, ou seja, mamografia anual e exame físico a partir dos 40 anos. Já homens trans que passam pela mastectomia (retirada das mamas) não anulam por completo o risco de câncer, embora ele seja reduzido. Assim, as consultas e exames periódicos seguem sendo imprescindíveis para ambos. 

 

Como mudar esse cenário?

 

Na última década, observou-se uma melhora expressiva na disponibilidade e na qualidade das informações sobre incidência e mortalidade por câncer de mama, mas pouco dessas informações chegam aos grupos minoritários. E essa não é a única questão que afasta pessoas pretas, pardas e trans do atendimento médico e da prevenção, o preconceito também tem seu papel.

 

“Acredito que, cada vez mais, seja necessário trabalhar um Outubro Rosa para pessoa com mamas e não apenas para mulheres cis. Esse é o primeiro passo para alcançarmos mais pessoas e democratizarmos o acesso à saúde. Além do mais, nunca se falou tanto em atendimento humanizado e esse é um ponto primordial no atendimento com esse público. As pessoas precisam sentir-se acolhidas para que o exame se torne parte das suas rotinas. E é isso que fazemos aqui no CURA grupo”, enfatiza Dra. Vivian. 

 

O diagnóstico precoce é o melhor caminho contra o câncer de mama, já que há poucas medidas que possam ser tomadas para prevenção, fora os exames e uma vida mais saudável. Assim, dar mais atenção à saúde e manter os exames de rotina sempre em dia, ainda é o melhor remédio para uma vida saudável.

 



Sobre o CURA grupo
O CURA Medicina Diagnóstica foi adquirido em 2018 pela Vinci Partners, um dos principais fundos de Private Equity do Brasil, como uma plataforma de consolidação no segmento. Em 2019, o CURA se uniu ao Grupo Mérya, maior grupo de diagnóstico por imagem da região Sul do Brasil. Assim nasceu o CURA grupo, um dos maiores grupos de medicina diagnóstica do Brasil, com mais de 1,6 mil colaboradores capacitados e 500 médicos qualificados. Todo o grupo hoje funciona sob os mesmos princípios e de forma homogênea em sua operação. O trabalho concentra-se totalmente na medicina diagnóstica com olhar humano, além da excelência do atendimento, e na qualidade máxima na realização de exames de diagnóstico por imagem, medicina nuclear e análises clínicas. Atualmente está disponível em quatro estados brasileiros, com um total de 30 operações em todo o país, nas cidades de Florianópolis, São José e Chapecó, em Santa Catarina; Curitiba, São José dos Pinhais, Londrina e Pato Branco, no Paraná; Porto Alegre, no Rio Grande do Sul; e em São Paulo Capital, com mais de 6 milhões de exames realizados anualmente.



Aumenta o número de suicídios entre policiais no País

Dados apontam um crescimento exponencial dos suicídios de policiais no Brasil, uma mazela que poderia ter sido evitada com um programa efetivo de bem-estar com foco nas doenças psicossociais


         Embora a edição mais recente do Anuário Brasileiro de Segurança Pública aponte uma queda de 4% nas mortes de policiais em 2021, a boa notícia não abarca os índices de suicídio, que apresentaram um aumento de 55,4%, com 121 vítimas. Esses dados referem-se somente aos policiais militares da ativa.

Esse aumento no comparativo com 2020 se deve em grande medida à entrada de dados de novos estados na estatística nacional, dentre eles São Paulo, que tem maior representatividade, com 23,7% dos casos nacionais, e que não apresentara dados para 2020. Ocorre que, mesmo desagregando os dados desse estado, o Brasil apresentou um aumento de 18,5% das taxas de suicídios de policiais da ativa.

A polícia civil não está imune a esse aumento de suicídios nas forças policiais. Entre 2021 e 2022 houve um crescimento de 61,5%, quando o total de casos saltou de 13 para 21.

Em estados como o Rio Grande do Sul, por exemplo, o suicídio é a principal causa de morte de policiais, militares e civis.

         Quando você acompanha as estatísticas de suicídios no Brasil, os integrante das forças policiais têm uma média muito maior, um número muito maior de suicídios, de tentativas e internações por problemas psiquiátricos.


Para o Dr. Ricardo Pacheco, médico, gestor em saúde e presidente da Oncare Saúde e da ABRESST (Associação Brasileira de Empresas de Saúde e Segurança no Trabalho), isso é consequência da rotina, que é muito dura e de uma atividade que normalmente não cuida do homem. “É preciso criar uma série de estruturas de proteção aos policiais para que eles possam prestar um melhor serviço à sociedade e retornar para suas famílias em segurança”.


 

Subnotificação e fatores que levam policiais ao suicídio

 

         A subnotificação é com certeza um problema e nos impede de termos dados mais absolutos, e pode gerar uma falsa interpretação de estatísticas que mostram uma redução no número de suicídios consumados.


         O médico alerta que muitos dos casos de suicídios sucedidos e tentativas de suicídio de policiais não são informados ao setor responsável por inúmeras razões. “Entre elas, estão as questões socioculturais – o tabu em torno do fenômeno; a proteção ao familiar da vítima (a preservação do direito ao seguro de vida) e a existência de preconceito ao policial diagnosticado com problemas emocionais e psiquiátricos”, elenca Pacheco.


         Quanto aos fatores que levam os policiais a tirarem suas vidas, o presidente da Oncare Saúde elenca os mais relevantes: “O convívio permanente com a morte e a violência, as extenuantes jornadas de trabalho, a falta de sono, lazer e convívio com a família são fatores de risco para os policiais. Estão diretamente relacionados com o trabalho policial e, portanto, podem levar os profissionais a quadros de adoecimento físico e mental. No entanto, as organizações policiais individualizam os problemas, atribuindo ao indivíduo a responsabilidade por seu adoecimento ou violência auto infligida, como no caso dos suicídios. Erro recorrente nas forças policiais”, lamenta o médico.


 

O policial muitas vezes é vítima duas vezes

 

         Não é incomum relatos de policiais que apresentaram doenças mentais às suas corporações e foram penalizados. Em vários casos, os agentes optam por não relatar o transtorno para não perder o porte de armas ou até mesmo o emprego dentro da corporação.

Policiais militares do estado de São Paulo, por exemplo, relataram descaso da corporação em relação a problemas de saúde mental. Muitos informaram haver desconfiança por parte das chefias, recusa de licenças médicas e até casos de oficiais que procuraram a Justiça para comprovar que estão doentes e obter o afastamento.

"Infelizmente ainda existe um estigma dentro das corporações com relação os distúrbios mentais. Ainda existe muita resistência interna. Têm muitos policiais que acham que o outro está fingindo, tem muito comandante e delegado que acha que esse tipo de doença é frescura, que o policial está dando desculpa para não voltar para o trabalho, que na verdade ele quer pegar uma licença remunerada e trabalhar em outras coisas. Fato é que a

permanência desses agentes doentes no serviço, apesar da indicação de afastamento, traz riscos para a população”, alerta Pacheco.


 

Promover um programa de saúde mental nas corporações policiais é urgente!

 

A prevenção é fundamental quando o assunto é suicídio, também nas forças policiais.


“Essa prevenção precisa acontecer em três níveis. Primeiro, com os policiais, fazendo ações de conscientização sobre a saúde mental. Em seguida, oferecendo um olhar mais atento para os policiais que já demonstraram algum sinal de alerta ou passaram por situações difíceis (estresse contínuo, perdas na família ou de colega muito próximo, entre outras situações). Por último, observando os policiais que já tentaram suicídio uma ou mais vezes e buscar alternativas para contornar isso, como pensar em tirar arma de fogo desses policiais, ter instruções de como a família deve lidar e fornecimento de apoio pelas instituições”, afirma Dr. Ricardo Pacheco.


O médico ressalta que as corporações devem contar com uma estrutura consolidada de saúde mental internamente. “Temos muitos desafios para enfrentar, tanto no sentido de sensibilizar a tropa e os comandantes, mas também no sentido das próprias polícias terem um serviço estruturado e cultura de dados que lhes permita conhecer melhor esse fenômeno no seu interior institucional”, completa.


A Oncare Saúde mantém o Programa Bem-Estar Emocional, um canal de atendimento focado no suporte para situações de crise, com o objetivo de ajudar na motivação e crescimento, onde os trabalhadores são atendidos por um psicólogo qualificado, que trabalhará aspectos e características como autoconhecimento, instabilidade emocional, ansiedade, baixa autoestima, depressão, frustração, inquietude, além de incentivar a lidar com sentimentos negativos e falta de perspectiva.


Os psicólogos da Oncare são qualificados para prestar todo o suporte necessário na promoção do bem-estar emocional e da qualidade de vida dos trabalhadores, inclusive policiais.


 

Lei que prevê ações de apoio à saúde mental e de prevenção ao suicídio para profissionais de segurança pública e de defesa social foi sancionada

 

A Lei 14.531/2023 foi sancionada janeiro de 2023 com três vetos.


Aprovada em dezembro pelo Congresso Nacional, a lei amplia o Programa Pró-Vida, criado para atenção psicossocial e de saúde no trabalho aos profissionais da segurança pública e defesa social e inclui esses profissionais na Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio.


A norma prevê acompanhamento médico e psicológico, carga horária de trabalho humanizada, política remuneratória condizente com a responsabilidade do trabalho policial, promoção da qualidade de vida do profissional, entre outras ações.


A lei também estabelece atenção para os profissionais com quadro de depressão ou ansiedade, estresse e de outras alterações psíquicas, que façam uso abusivo de álcool e de outras drogas ou que tenham tentado o suicídio.


Autor da norma, o senador Alessandro Vieira, do PSDB sergipano, ressaltou que o suicídio entre os policiais é oito vezes maior do que em outras categorias.

 

Oncare Saúde


Cannabis medicinal, individualização da prescrição e suas vantagens terapêuticas

Um recente estudo do Datafolha revelou que a sociedade brasileira vê com bons olhos as vantagens terapêuticas da cannabis medicinal. De acordo com a pesquisa, 76% são a favor, e 22% contra. Entretanto, apenas 1% da população amostrada  afirma estar usando no momento algum medicamento à base de cannabis e 2% já o fizeram. Ou seja, 97% nunca recorreram a preparados com canabidiol (CBD), tetra-hidrocanabinol (THC) e outros componentes da planta, que vêm sendo receitados para o tratamento de diversas enfermidades que provocam dores crônicas, doenças neurológicas, artrites e até alguns tipos de câncer. 

Apesar disso, é alto o grau de informação relatado a respeito da maconha medicinal. Um total de 85% declarou ter certo conhecimento sobre o assunto, com 32% dizendo estar bem informados, 42% mais ou menos e 11% mal informados. Outros 13% afirmaram desconhecer o tema completamente, e 2% preferiram não opinar. O Datafolha entrevistou 2.016 maiores de 16 anos, nos dias 12 e 13 de setembro, em 139 municípios de todo o Brasil. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. 

Ainda segundo o estudo, 2 de 3 brasileiros (67%) defendem autorizar o plantio de cannabis para produzir remédios no Brasil. O uso medicinal da cannabis vem crescendo diariamente, mas, como o cultivo para obter matéria-prima de uso farmacológico é proibido no país, é necessário recorrer à importação, através de empresas especializadas ou por meio individual. 

Em 2015, uma resolução colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a RDC 17/2015, liberou a importação de medicamentos à base de canabidiol em caráter excepcional, a partir de prescrição médica. De acordo com dados da Anvisa, já foram emitidas mais de 235 mil autorizações para importação de produtos medicinais derivados da cannabis. 

Somente no primeiro semestre de 2023, foram mais de 80 mil. Esses são pedidos direcionados para o tratamento de diversas enfermidades, como, por exemplo, Alzheimer, Parkinson, depressão, autismo e epilepsia. 

 As farmácias de varejo no Brasil oferecem uma série de produtos à base de cannabis, com alto custo e com uma efetividade relativa. Isso porque a prescrição para os tratamentos das doenças com cannabis medicinal precisa ser mais individualizada. 

Nesse contexto científico, técnico, qualitativo e de efetividade do fármaco é que se destacam e se inserem as farmácias de manipulação. Diversos pareceres técnicos sobre o uso da cannabis medicinal no Brasil corroboram a tese de que a individualização da medicação é crucial para o sucesso terapêutico e adesão do paciente ao tratamento. 

Os profissionais das farmácias de manipulação estão preparados para atuar nesse segmento. Observa-se, com a vivência dos últimos anos, por exemplo, que muitos pacientes não se adaptam apenas com o CBD (Canabidiol) isolado, e precisam ser tratados com doses de THC (Tetrahidrocanabidiol), ativo que responde pela sensação psicoativa da planta. Juntos, os ativos presentes na cannabis produzem o chamado efeito comitiva, ou seja, atuam como uma equipe, de forma a entregar o resultado de melhora no quadro clínico dos pacientes. 

Importante destacar também que o efeito está nas várias combinações dos canabinoides da planta, como por exemplo, nos dois mais conhecidos, o tetra-tetraidrocanabinol (THC)  e o canabidiol (CBD) que separados, mostram uma proporção de 50% de seus efeitos máximos, mas juntos, são 10 vezes mais potentes, segundo um estudo fitofarmacêutico. Nesse cenário, diferentes pacientes respondem a doses de CBD/THC variadas, de acordo com as particularidades de cada organismo humano. 

Assim, na maioria dos casos os médicos devem realizar o chamado “ajuste de dosagem”, algo especialmente importante no tratamento com cannabis, a depender de cada caso e correspondente tratamento para que a cannabis tenha o efeito e a resposta esperada. 

Portanto, as farmácias de manipulação se tornam ainda mais relevantes, pois possuem a capacidade técnica para manipular qualquer dose prescrita pelo médico e, assim, produzir o medicamento adequado em tempo muito curto, auxiliando imensamente o médico prescritor na jornada de definir a dose ideal para cada indivíduo.

 

Danielle Gitti - Diretora Presidente da Farmacann - Associação para Promoção da Cannabis Medicinal Manipulada/Magistral
 



O uso da telemedicina no trabalho e quando seu uso é ilegal

Atividade regulamentada para atender o trabalhador na pandemia, está sendo empregada ilegalmente para a realização de exames ocupacionais e emissão de Atestado de Saúde Ocupacional


A telemedicina pode ser uma ferramenta valiosa em muitos aspectos da medicina, mas há razões específicas pelas quais não é adequada para exames ocupacionais e emissão de Atestados de Saúde Ocupacional (ASOs).

Primeiro porque é ilegal.

Vejamos: a Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) nº 2.314/22 está em consonância com a Lei 14.510/22, que autoriza e conceitua a prática da telessaúde em todo o território nacional.

Contudo, em seu Artigo 20º, a entidade diz que: “O CFM poderá emitir normas específicas para telemedicina em determinadas situações, procedimentos e/ou práticas médicas que necessitem de regulamentação própria”.

Por essa razão, temos, hoje, a Resolução CFM n. 2.323/2022 que, expressamente, veda a prática de telemedicina no âmbito dos exames ocupacionais no seu Artigo 6º “É vedado ao médico que presta assistência ao trabalhador: I –Realizar exame médico ocupacional, com recursos de telemedicina, sem o exame presencial do trabalhador”. Ou seja, continua proibida a realização de exames ocupacionais por telemedicina e, por óbvio, a emissão do ASO.

 

Por que é fundamental a presença do trabalhador diante do médico do trabalho?

De acordo com Dr. Ricardo Pacheco, presidente da ABRESST (Associação Brasileira de Empresas de Saúde e Segurança no Trabalho) e da Oncare Saúde, é uma questão de segurança e conformidade legal. “Embora a telemedicina possa ser útil para consultas médicas gerais e acompanhamento de condições de saúde, é importante manter a abordagem presencial para exames ocupacionais e emissão de ASOs para garantir a segurança e a conformidade com as regulamentações de saúde e segurança no trabalho”.

Ele exemplifica com o exame físico completo e o que avalia os riscos ambientais. “Os exames ocupacionais muitas vezes exigem um exame físico completo, que inclui a medição da pressão arterial, ausculta pulmonar, avaliação de força física, entre outros. Esses aspectos não podem ser adequadamente avaliados remotamente. Os exames ocupacionais frequentemente consideram os riscos ambientais do local de trabalho, como exposição a produtos químicos ou ruído excessivo. Isso requer uma avaliação in loco”, alerta.

O médico ainda destaca a importância da presença física do profissional da saúde e trabalhador para garantir a integridade dos dados e a confiabilidade. “Os exames ocupacionais devem ser conduzidos com testemunhas confiáveis para evitar fraudes ou informações imprecisas, por isso, a presença dos envolvidos pode garantir a integridade dos dados médicos. Vale lembrar que os resultados desses exames são altamente sensíveis e devem ser tratados com extrema confidencialidade, sendo assim, a segurança dos dados pode ser comprometida em consultas remotas”, alerta Dr. Ricardo Pacheco.

Além do mais, a presença física permite que o médico observe diretamente o estado de saúde do trabalhador, incluindo sinais físicos, comportamentais e posturais que podem ser indicativos de problemas de saúde relacionados ao trabalho.

Alguns exames ocupacionais envolvem ainda a realização de testes específicos, como testes de esforço físico, que requerem equipamentos e supervisão direta do médico.

Ainda de acordo com o presidente da ABRESST, os médicos especializados em medicina ocupacional têm conhecimentos específicos sobre as necessidades e regulamentos do ambiente de trabalho. “A avaliação presencial por esses especialistas é fundamental, até para que ele possa discutir diretamente com o trabalhador sobre sua saúde, condições de trabalho e questões relacionadas à segurança, proporcionando aconselhamento e orientação personalizados”, defende o médico Dr. Ricardo Pacheco.

Fato é que a presença física do trabalhador diante do médico em exames ocupacionais e na emissão de ASOs além de legal é fundamental para garantir uma avaliação completa e precisa da saúde ocupacional, a integridade dos dados e o cumprimento das regulamentações pertinentes.

Isso ajuda a proteger a saúde e a segurança dos trabalhadores no ambiente de trabalho.


CFM divulga nota de esclarecimento

“O Conselho Federal de Medicina (CFM) vem a público esclarecer que a Leinº14.510/22, publicada no dia 27.12.2022, que disciplina a prática da telessaúde em todo o território nacional não autoriza a realização de exames ocupacionais com emissão de atestado de saúde ocupacional por meio do uso da telemedicina conforme se esclarece.

O primeiro ponto a se destacar é de que a nova lei estipula em seu art.26-D que compete aos conselhos federais de fiscalização do exercício profissional a normatização ética relativa à prestação dos serviços de telessaúde, aplicando-se os padrões normativos adotados para as modalidades de atendimento presencial, no que não colidirem com os preceitos da nova lei.

Este ponto é muito importante de se esclarecer, pois quando estamos falando da saúde do trabalhador, o Conselho Federal de Medicina normatizou a questão por meio da recente Resolução CFM nº2.323/2022 a qual dispõe sobre a normas específicas para médicos que atendem o trabalhador.

Considerando as especificidades que circundam a Medicina do Trabalho e a saúde do trabalhador, oart.6º dessa resolução determinou que seria vedado ao médico realizar exame médico ocupacional, com recursos de telemedicina, sem o exame presencial do trabalhador.

Além disso, acatando o que determina o art.26-F da Lei nº 14.510/22, o ato normativo do CFM (Resolução CFM nº2.323/2022), que restringe a utilização da telemedicina conforme explicado acima, já demonstrou a imprescindibilidade do exame presencial ao trabalhador, estando em sintonia as duas normas.

O Conselho Federal de Medicina já se manifestou no sentido de que a nova lei está em sintonia com a Resolução da Telemedicina do CFM, de modo que a lei do ato médico está sendo preservada e a saúde do trabalhador está sendo resguardada.”


ANAMT lança canal de denúncias

         A ANAMT – Associação Nacional de Medicina do Trabalho lançou recentemente um canal de denúncias para que sejam identificados os profissionais e empresas que realizam exames ocupacionais sem o exame físico presencial do trabalhador - uma prática que é vedada pelo CFM.

De acordo com a entidade, todo material recebido será compilado e encaminhado para os devidos órgãos, para que sejam feitas as devidas investigações e tomadas as providências necessárias.

Envie sua denúncia pelo e-mail defesaprofissional@anamt.org.br .

 

ABRESST - Associação Brasileira de Empresas de Saúde e Segurança no Trabalho



A Era da Dopamina: O impacto do uso excessivo de tecnologia nas redes sociais e a influência no comportamento humano

Banco de fotos

“Celulares, internet e as mídias sociais são uma droga potente”, afirma a professora da Universidade Stanford. A psiquiatra americana Anna Lembke, professora da Universidade Stanford e chefe de uma clínica especializada em dependência química, é uma das principais especialistas no assunto atualmente. Seu livro "Nação Dopamina", publicado pela Editora Vestígio, é um best-seller mundial e destaca-se como um dos títulos mais vendidos de não ficção.

Lembke fala sobre o desafio da humanidade em viver na era moderna e as implicações sociais de um mundo que estimula a busca por prazeres artificiais. "Qualquer pessoa pode desenvolver um vício", alerta. 

Vivemos em uma era digital em constante evolução, onde a tecnologia desempenha um papel central em nossas vidas. No entanto, à medida que nos envolvemos cada vez mais com nossos dispositivos móveis e redes sociais, surge uma preocupação crescente sobre o impacto do uso excessivo de tecnologia em nosso comportamento e bem-estar. A terapeuta, especialista em vícios e comportamento humano, Madalena Feliciano, comenta sobre a relação entre a dopamina, o uso de celulares e redes sociais, o comportamento viciante e as consequências desse fenômeno na sociedade.

 

O papel da dopamina e a busca por recompensa 

A dopamina é um neurotransmissor que desempenha um papel fundamental no sistema nervoso central. Ela está envolvida em diversos processos cognitivos e comportamentais, além de desempenhar um papel crucial no sistema de recompensa do cérebro. 

Um dos principais sistemas em que a dopamina atua é o sistema de recompensa. Nesse sistema, a dopamina é liberada quando experienciamos algo prazeroso ou recompensador, como comer uma comida saborosa, receber elogios ou alcançar um objetivo. Essa liberação de dopamina cria uma sensação de prazer e motivação, incentivando o comportamento repetitivo para buscar essas recompensas.

 

O ciclo vicioso do uso de celular e redes sociais 

As redes sociais e os aplicativos de celular foram projetados para estimular a liberação de dopamina, criando uma busca constante por recompensa e gratificação. 

No contexto das redes sociais e da tecnologia, a dopamina também desempenha um papel importante. Quando recebemos uma notificação, como um novo e-mail, uma curtida ou um comentário em uma postagem nas redes sociais, isso pode estimular a liberação de dopamina em nosso cérebro. Essa sensação de gratificação e satisfação nos motiva a continuar usando as redes sociais e buscando mais interações e recompensas sociais. 

Embora a dopamina seja essencial para o funcionamento normal do cérebro e para a motivação, o uso excessivo de certas atividades que estimulam a liberação de dopamina, como as redes sociais, pode levar a um comportamento viciante. A busca constante por recompensas nas redes sociais, muitas vezes impulsionada pela liberação de dopamina, pode levar a um uso compulsivo e a uma dependência prejudicial.

 

O comportamento humano e as redes sociais e as consequências do comportamento viciante

“As redes sociais desempenham um papel significativo na maneira como nos relacionamos uns com os outros. No entanto, o uso excessivo pode levar a um comportamento de busca de validação e comparação social constante, impactando negativamente nossa autoestima e bem-estar emocional. A preocupação com a quantidade de curtidas, seguidores e comentários pode levar à busca incessante por aprovação externa, afetando nossa saúde mental e relacionamentos reais”. Destaca Madalena Feliciano. 

O comportamento viciante relacionado ao uso de celulares e redes sociais tem consequências significativas. O vício em tecnologia pode levar ao isolamento social, falta de sono adequado, queda no desempenho acadêmico e profissional, além de problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão. 


Banco de fotos
Impacto na vida em sociedade

O uso excessivo de tecnologia e o comportamento viciante associado a ela têm um impacto significativo em nossa vida em sociedade. A dependência de celulares e redes sociais pode resultar em várias consequências negativas que afetam tanto a interação pessoal quanto o tecido social como um todo. 

Um dos principais efeitos adversos é a diminuição da interação face a face. À medida que as pessoas se envolvem cada vez mais com seus dispositivos eletrônicos e as redes sociais, as interações pessoais diretas podem ser negligenciadas. Isso pode levar ao isolamento social, à falta de conexões significativas e à redução da empatia e compreensão interpessoal. O contato físico e a comunicação não verbal também podem ser prejudicados, afetando a qualidade das relações e a capacidade de estabelecer conexões profundas com os outros. 

O uso excessivo de tecnologia pode prejudicar a comunicação interpessoal. A dependência de mensagens de texto e comunicações online pode levar a uma diminuição das habilidades de expressão verbal e de escuta ativa. A comunicação digital muitas vezes carece de nuances e contexto, o que pode levar a mal-entendidos e dificuldades na interpretação das intenções e emoções dos outros. Isso pode afetar negativamente relacionamentos pessoais, trabalho em equipe e colaboração em diversos contextos sociais. 

Além disso, a disseminação de notícias falsas e desinformação em plataformas online pode afetar negativamente o discurso público e a tomada de decisões informadas. As redes sociais se tornaram um terreno fértil para a propagação de notícias e informações enganosas. Isso pode gerar divisões e tensões sociais, prejudicando a confiança nas instituições, nas fontes de informação e no próprio tecido democrático. A polarização do discurso público, alimentada por bolhas de filtro e algoritmos de recomendação, pode dificultar o diálogo construtivo, a troca de ideias e a busca por consenso. 

 

Conscientização e práticas saudáveis 

Para mitigar os impactos negativos do uso excessivo de tecnologia, é fundamental adotar práticas saudáveis e conscientes no nosso dia a dia. Madalena Feliciano explica em maior detalhe algumas estratégias que podem ser adotadas: 

1. Estabelecer limites de tempo: Definir limites claros para o uso diário de dispositivos eletrônicos pode ser uma maneira eficaz de controlar o tempo gasto em atividades digitais. Isso pode ser feito estabelecendo horários específicos para o uso de celulares, computadores e redes sociais, reservando períodos de tempo para atividades offline e interações pessoais. 

2. Praticar a desconexão regularmente: É importante reservar momentos de desconexão digital em nossa rotina. Isso pode incluir períodos de tempo livre de dispositivos, como durante as refeições, antes de dormir ou ao acordar. A desconexão nos permite estar presentes no momento presente, desacelerar e reconectar-se com nós mesmos e com as pessoas ao nosso redor. 

3. Cultivar relacionamentos reais: Investir em relacionamentos offline é crucial para contrabalançar o isolamento social causado pelo uso excessivo de tecnologia. Priorizar encontros presenciais, conversas face a face e atividades em grupo pode fortalecer os laços sociais, promover a empatia e melhorar a qualidade das interações interpessoais. 

4. Investir em atividades offline: Encontrar prazer em atividades offline é essencial para equilibrar o tempo gasto em frente às telas. Isso pode incluir praticar exercícios físicos, envolver-se em hobbies criativos, ler livros, passar tempo ao ar livre, meditar ou simplesmente desfrutar de momentos de tranquilidade sem a interferência dos dispositivos eletrônicos. 

Ao adotar essas práticas, podemos criar um equilíbrio saudável entre o mundo digital e o mundo real. É fundamental reconhecer os impactos do uso excessivo de tecnologia em nossa vida em sociedade e tomar medidas concretas para contrabalancear esses efeitos negativos. 

“A conscientização sobre a relação entre a dopamina, o comportamento viciante e as consequências sociais é um passo fundamental para a promoção de um ambiente digital saudável. Ao compreendermos os mecanismos por trás do comportamento viciante, podemos tomar decisões mais informadas sobre o uso da tecnologia e buscar um equilíbrio que promova nosso bem-estar físico e mental”. Finaliza Madalena Feliciano.

 

 

Madalena Feliciano - Empresária, CEO de três empresas, Outliers Careers, IPCoaching e MF Terapias, consultora executiva de carreira e terapeuta, atua como coach de líderes e de equipes e com orientação profissional há mais de 20 anos, sendo especialista em gestão de carreira e desenvolvimento humano. Estudou Terapias Alternativas e MBA em Hipnoterapia. Já concedeu entrevistas para diversos programas de televisão abordando os temas de carreira, empregabilidade, coaching, perfil comportamental, postura profissional, hipnoterapia e outros temas relacionados com o mundo corporativo. Master Coach, Master em PNL e Hipnoterapeuta, Madalena realiza atendimentos personalizados para: Fobias, depressão, ansiedade, medos, gagueira, pânico, anorexia, entre muitos outros.



Posts mais acessados