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quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Especialista da Geekie esclarece as principais dúvidas de estudantes, pais e responsáveis sobre o Enem Seriado

Psicóloga, mestre e doutora pela Universidade de Brasília (UnB), Camila Karino - diretora pedagógica da Geekie - esclarece quais são as principais dúvidas de pais e responsáveis sobre as reais mudanças do Enem Seriado.

 O Ministério da Educação e da Cultura (MEC) anunciou, por meio de uma portaria publicada no Diário Oficial da União, que começará a aplicar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) seriado em 2021. Na prática, essa mudança – que integra o novo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) – representa que os estudantes do Ensino Médio farão uma prova ao fim de cada ano do ciclo escolar. Com isso, o ingresso no ensino superior será o resultado da média das três notas. Camila Karino, diretora pedagógica da Geekie, responde as principais dúvidas de estudantes, pais e responsáveis sobre o impacto do Enem Seriado. A especialista analisa, ainda, a Reforma do Ensino Médio.

Segundo Camila, diante de um grave quadro de evasão escolar no Brasil, o desafio tem sido superar a barreira da falta de interesse e de engajamento dos estudantes, tornando a escola mais significativa do ponto de vista do aluno. “Quando pensamos no Novo Ensino Médio, a elaboração de itinerários formativos que unam as demandas do mercado e da vida aos interesses dos estudantes tem como uma das justificativas a troca de um currículo engessado por novas possibilidades de estudo”, afirma. De acordo com ela, se antes o aluno percorria três séries do Ensino Médio com um currículo fechado e sem opções, com a reforma, esse estudante tem a possibilidade de criar diversos ambientes de aprendizagem, ou seja, pode escolher algumas disciplinas. “É importante que pais e responsáveis saibam que a Reforma do Ensino Médio é o primeiro passo para transformar o processo de ensino e aprendizado; ela tem o potencial real de tornar a escola – na percepção do aluno – mais significativa”, reflete. Esse novo significado, na opinião de Camila Karino, está refletido, também, no ENEM Seriado.

 

PRINCIPAIS DÚVIDAS SOBRE O ENEM SERIADO  

#1 |Quando começará o Enem Seriado?

O Enem Seriado deve começar em 2021, com os estudantes do primeiro ano do Ensino Médio; os alunos farão a primeira prova no final deste ano e, em 2022, devem fazer uma nova prova com conteúdo do segundo ano. Em 2023 – quando estiverem cursando o terceiro ano e ao concluírem a terceira prova – terão acesso a uma média de desempenho nas três avaliações. Sobre a nota, ainda não está definido se haverá pesos diferentes para cada uma das provas e como será conduzido, caso o estudante não realize algum dos exames. É importante ressaltar que, hoje, o Enem tradicional e os vestibulares continuam valendo como acesso ao ensino superior.

#2 |Quais serão os conteúdos avaliados em 2021?

O Conselho de Secretários de Educação (Consed) definiu que, neste ano, serão avaliados conceitos de Português e Matemática. A previsão é a de que outras disciplinas da parte comum – assim como habilidades previstas para os itinerários formativos do Novo Ensino Médio –, sejam avaliadas ao final do terceiro ano do Médio, em 2023.


#3 | O Enem Seriado vale para o Prouni e Fies?

A pontuação do ENEM Seriado, também, poderá ser utilizada em diferentes processos seletivos – incluindo o Prouni (Programa Universidade para Todos) e o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). A expectativa é que a nota do Enem Seriado seja, também, usada no SISU (Sistema de Seleção Unificada), que oferece vagas em instituições de ensino superior públicas de todo o país. Mas, essa medida dependerá da adesão das universidades, que têm autonomia para ofertar vagas pelo SISU.


#4 |Qual é a diferença entre o ENEM Seriado e o tradicional?

O Enem tradicional avalia o conteúdo de todo o Ensino Médio em dois dias de provas, enquanto o Seriado avaliará o conteúdo de cada ano, assim que o estudante finalizar cada uma das três etapas. Os alunos poderão fazer os dois exames – que serão em datas diferentes. Na prática, poderão concorrer a uma vaga por meio dos dois processos seletivos. Haverá um percentual de vagas reservado para o Enem tradicional e um percentual para o Seriado.


#5 | O Enem Seriado é o novo Saeb?

O Enem Seriado integra o novo Saeb. Até 2020, a prova era aplicada a cada dois anos, com conteúdos de Língua Portuguesa e Matemática. Em 2021, as provas do Ensino Fundamental terão as quatro áreas de conhecimento: Matemática, Linguagens, Ciências da Natureza e Ciências Humanas; ele passará a ser anual. 


#6 |Como será implementado o novo Saeb?

Neste ano, o Saeb será aplicado no segundo ano, quinto ano e nono ano do Ensino Fundamental e nas primeira e terceira séries do Ensino Médio. A cada ano, novas séries/anos serão incorporados na avaliação até que haja cobertura total da educação básica.


#7 |O Enem Seriado já reflete a matriz da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do Novo Ensino Médio?

Sim. O artigo 5º da portaria recentemente publicada, destaca que o Saeb passará por “ajustes técnico-pedagógicos com vistas a implementar os avanços da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) observadas as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), a Política Nacional de Alfabetização (PNA) e o novo Ensino Médio.” Isso traz à tona a importância de as escolas da rede pública e privada já estarem no processo de reformulação do segmento para preparar estudantes também para este novo formato do Enem Seriado. Como o Enem Seriado deve ser aplicado já em 2021, os conteúdos cobrados na prova devem refletir uma matriz estruturada a partir dos documentos citados no artigo da portaria.

 

SOBRE A GEEKIE | Referência em educação com apoio de inovação no Brasil e no mundo, a Geekie foi fundada em 2011 – pelos empreendedores Claudio Sassaki e Eduardo Bontempo – com a missão de transformar a educação do país. Em uma década, a empresa tem desenvolvido soluções inovadoras que potencializam a aprendizagem. Com foco no Ensino Básico, a edtech alia tecnologia de ponta a metodologias pedagógicas inovadoras. Única plataforma brasileira de ensino adaptativo credenciada pelo Ministério da Educação (MEC) para o Guia de Tecnologias Educacionais – que identifica soluções tecnológicas capazes de melhorar a qualidade do ensino brasileiro – em sua trajetória a Geekie alcançou mais de 5 mil escolas públicas e privadas de todo país, impactando cerca de 12 milhões de estudantes. 

Entre as certificações mais relevantes, a empresa destaca: WISE 2016 (Qatar Foundation), TOP Educação (Revista Educação, categoria software educacional mais lembrado do mercado), Empreendedor Social Brasil (Folha de São Paulo e Fundação Schwab), Empreendedor Social Mundial (Fundação Schwab), Trip Transformadores e Empresas Mais Conscientes (Revista IstoÉ). A Geekie já contou com aporte de investidores de tradição na área educacional como família Gradin (por meio do fundo Virtuose), Fundação Lemann, Jorge Paulo Lemann (por meio do Fundo Gera), Arco Educação, além dos fundos, o norte-americano Omidyar Network e o japonês Mitsui & Co.

 

Orçamento Familiar: Você conhece a regra 50/30/20?

Especialista da Sicredi Iguaçu PR/SC/SP explicam como funciona e como aplicar no dia a dia

 

Atualmente, mais da metade dos brasileiros - aproximadamente seis em cada 10 - não tem controle financeiro, segundo a última pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). A falta de planejamento financeiro é um dos principais motivos de endividamento das famílias brasileiras. Por isso, é preciso sempre levar em consideração não apenas os gastos essenciais, mas também determinar o quanto cada família investe mensalmente em outros aspectos, como lazer, por exemplo.

“O que é essencial e o que é supérfluo no meu dia a dia? Investir ou quitar dívidas antes? Esses são questionamentos que sempre aparecem na hora de fazer um planejamento financeiro. Hoje, a maioria dos brasileiros vive no limite do orçamento e isso acarreta em vários problemas, como o endividamento. Por isso existem algumas regras básicas que podem ajudar muito nesta organização, como a regra 50/30/20, um modelo simples e eficaz que ajuda a facilitar o orçamento familiar”, destaca o gerente do Sicredi em Campinas, Carlos Liberato.

50% sobrevivência

Lidar com dinheiro exige, além de disciplina, muita organização, equilíbrio e controle. “Essa regra vale independentemente do salário. É importante saber que 50% da renda deve sempre ser utilizada para bancar os chamados gastos fixos e essenciais para a sobrevivência.  Entre elas podemos citar moradia (aluguel, condomínio, IPTU); contas de luz, água, internet, telefone; alimentação; e transporte. Fazer uma planilha com o orçamento mensal e controlar o total dessas contas para ver se elas equivalem a 50% do seus rendimentos é um bom início. "Caso contrário, é preciso rever contratos e valores para tentar se adequar a isso”, explica.


30% qualidade de vida

Essas são as despesas que geralmente têm muito impacto na vida financeira, portanto são as que as pessoas precisam sempre ficar de olho. “Aqui entra a lista de “desejos e estilo de vida”, que geralmente é onde mais temos descontrole. Apesar de ajudarem muito na qualidade de vida, elas são também as que mais dão dor de cabeça na hora de organizar a planilha. Por isso, o indicado é sempre separar apenas 30% do orçamento para isso: despesas pessoais (beleza, roupas); viagens; cinema e teatro; restaurantes; TV a cabo; e outras assinaturas. Aqui sempre é importante pensar se você realmente precisa daquilo ou é apenas um desejo que a pessoa pode postergar ou deixar de lado”, argumenta.


20% investimentos e dívidas

Aqui está uma das mais importantes, porém a mais esquecida na hora de controlar os gastos. “Guardar 20% da renda mensal deve ser uma prioridade. Esse valor deve ser destinado primeiro para quitar dívidas e depois para investimentos a curto e longo prazos, para que a pessoa possa ter uma reserva de emergência. Esse valor pode ser flexível quando necessário. Por exemplo, se existem muitas dívidas, o ideal é reduzir os gastos com a parte do estilo de vida e aumentar as economias aqui”, ressalta.



Sicredi

www.sicredi.com.br


Como sua empresa pode realizar ações efetivas para manter o cuidado com a saúde mental dos seus funcionários?

 

Somos seres sociais e justamente por isso não podemos falar de saúde mental sem pensar nas pessoas que estão ao nosso redor e nas nossas redes de apoio: trabalho, comunidade, família, amigos. Esses círculos sociais têm que estar em harmonia e equilíbrio para que seja possível manter o bem-estar mental na vida pessoal e profissional - e muitas empresas já têm entendido isso.

Hoje, quando o assunto são temas de interesse coletivo (saúde, educação, assistência social), a tendência é que os trabalhadores esperem mais ações concretas das organizações. Pensando nisso, as empresas podem atuar tanto interna quanto externamente na saúde mental de seus funcionários e das pessoas com que eles se relacionam.

A preocupação com o bem-estar dos funcionários deve ser pensada em um nível individual e coletivo, dessa maneira ela se torna mais estratégica. Algumas formas de se fazer isso são acompanhando o engajamento, motivos de turnover e o indicador de e-NPS, que mede o nível de satisfação com a empresa.

A iniciativa mais utilizada normalmente - e de menor custo para as companhias - são as campanhas de conscientização. Alertar para os sintomas dos transtornos de ansiedade e de depressão, falar sobre burnout (estado de estresse crônico que leva à exaustão física e emocional), elaborar cartilhas de orientação e divulgar canais de ajuda são ações que podem fazer uma diferença enorme, especialmente entre os profissionais da geração X.

Outras possíveis medidas são a promoção de convênios com psicólogos e psiquiatras e o investimento em ações de educação para a saúde mental. É cada vez mais comum vermos redes paralelas de profissionais da área se formando para atender à crescente demanda dentro das empresas. Além disso, existem professores de psicologia que trabalham com técnicas de psicoeducação e são especializados em ensinar as pessoas a identificarem seus principais pontos de conforto e sofrimento, e assim conseguirem perceber quando há algum desequilíbrio em suas emoções e pensamentos, aprender a manejar melhor seus sintomas e procurar ajuda quando necessário.

Mas é preciso ressaltar que certas insatisfações não estão relacionadas a benefícios, mas sim a estrutura de trabalho, como as jornadas, o local, a rotina e, é claro, a qualidade das relações no ambiente de trabalho. Adotar práticas como home office e incorporar flexibilidade de horário exige relações de confiança e diálogo entre as equipes e lideranças, que, além de lidar com casos de pessoas que passam por algum tipo de sofrimento ou transtorno mental, têm um papel importante em ouvir e criar relações saudáveis com seu time, tornando o ambiente de trabalho mais saudável.

É essencial que o líder transmita confiança para os seus funcionários. Quando uma pessoa está insegura e desconfiada, ela entra em constante estado de alerta e de estresse e, por isso, fica ansiosa.

Nesse contexto, o líder deve ser exemplo de acolhimento e de combate à psicofobia (discriminação contra pessoas com algum tipo de transtorno mental), demonstrando apoio às pessoas que estejam lidando com transtornos mentais, em especial nos momentos iniciais de diagnóstico, quando o indivíduo está sensibilizado e, muitas vezes, com dificuldades em aceitar a própria condição.

A partir do exemplo dado pela liderança, um ambiente de trabalho saudável entre o time é construído a partir de duas atitudes: empatia e diálogo. É importante incentivar as pessoas a abrir espaço para as outras exporem suas inseguranças e desconfortos e lembrar que a competitividade interna pode ser saudável quando existe clareza de que os rivais de verdade estão fora da organização, e não dentro.

Um bom método para garantir que os funcionários estejam confortáveis em seu ambiente de trabalho é garantir que eles de fato tenham fit cultural com a organização, ou seja, os valores pessoais e os organizacionais precisam ser compatíveis para que a saúde mental se mantenha. Trabalhar em uma empresa onde os valores não combinam com os seus cria um fenômeno chamado dissonância cognitiva, que nada mais é quando as suas ações no trabalho, inclusive tomada de decisões, não estão de acordo com aquilo que você de fato acredita. Isso cria um conflito interno que pode ter diversos efeitos a longo prazo, especialmente na autoestima.

Durante a permanência do funcionário na organização existem outras ações que podem ser tomadas para garantir o empoderamento psicológico. A tolerância ao erro e à falha é fundamental para aliviar a pressão de ser 100% produtivo. Não existe 100% de produtividade. É natural, é físico, todo processo envolve perda de energia e o trabalho não é diferente.

Faz sentido reforçar aos funcionários que está tudo bem haver esse redirecionamento de energia - vale mais ainda fornecer ferramentas para lidar com esse redirecionamento de forma eficaz: incentivar hobbies, trabalhos voluntários e descanso, oferecer day off para que possam ter tempo para cuidar de sua saúde, se dedicar à família e a si mesmo, entre outras.

A Inteligência Artificial também pode ser uma importante aliada para identificar problemas de saúde mental no ambiente de trabalho. O que está mais próximo de nos fornecer essa visão é o indicador de engajamento e clima organizacional. De maneira geral, podemos dizer que é um indicador coletivo da companhia. Uma empresa com alto engajamento é uma empresa onde as pessoas vêem valor, propósito e equilíbrio em suas vidas profissionais, e esses são três pilares fundamentais para o bem-estar mental. É um sistema retroalimentado: um funcionário, apesar de por vezes enfrentar dificuldades em sua vida privada, deve ter o sentimento que pode contar com o apoio da rede profissional para conseguir ter tempo para cuidar de seus conflitos pessoais.

Por fim, mas não menos importante, é preciso ter um olhar atento sobre a diversidade dentro do ambiente de trabalho. Abrir as portas para a diversidade significa, principalmente, abrir espaço para o sentimento de pertencimento. Sentir-se parte do ambiente onde se encontra e perceber-se como pessoa respeitada em suas individualidades, pensamentos e preferências é fundamental para que as tendências naturais do ser humano possam ser seguidas com fluidez. Neste pilar, a empatia, o diálogo, o fit cultural, os benefícios, a tecnologia e o relacionamento saudável com a liderança - temas abordados neste artigo - também são fundamentais para que se construa uma organização orientada à promoção da saúde mental.

 


Thaylan Toth - CEO e fundador da Mindsight, empresa especializada em tecnologia e ciência de dados.

 

Investir na bolsa de valores pode ser mais rentável do que começar o próprio negócio

Compra e venda de ações vem sendo uma das alternativas para quem aposta na valorização de longo prazo e no potencial de distribuição de dividendos. Prova disso é que, pela primeira vez, volume financeiro negociado na B3 se aproxima do PIB no Brasil


O ano de 2020 teve o melhor registro histórico de negociações na bolsa brasileira versus o Produto Interno Bruto (PIB), conforme mostra estudo realizado pela Economatica, maior empresa de informações financeiras sobre a América Latina. Segundo o levantamento, tendo em vista a estimativa do PIB para o ano passado (R$ 6,93 trilhões) e o volume financeiro movimentado na bolsa B3 no mercado à vista (R$ 6,45 trilhões), a relação foi de 93,1%. Já em 2019, a comparação foi de 52,0%, levando em conta o PIB de R$ 7,25 trilhões e o volume negociado na bolsa de R$ 3,77 trilhões. Para se ter uma ideia, em 1995, um ano após o Plano Real, este percentual era de apenas 6,7%.

Isso significa que os brasileiros passaram a investir mais na bolsa de valores e, segundo o agente autônomo de investimento da VCorp Capital, Marcelo Estrela, esta situação se deve a dois principais fatores. “Um relacionado com investimentos e outro com a economia real. As pessoas têm percebido uma menor rentabilidade nos investimentos de renda fixa mais tradicionais e estão procurando alternativas. Compra e venda de ações é uma delas. Além disso, com a popularização dos investimentos em bolsa, mais pessoas têm preferido comprar ações de empresas listadas do que abrir o próprio negócio”, explica.

Em termos práticos, considerando o serviço de frete e transporte de pequenas cargas para comércio, por exemplo, que foi uma das ideias de negócios mais buscadas em 2020 no site do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), abrir uma empresa neste segmento significaria, além do cumprimento das exigências legais, investimentos em insumos, estrutura, segurança, manutenção, qualificação e divulgação, entre outros fatores necessários para o bom funcionamento do serviço. Por outro lado, comprar fatias de um operador logístico terrestre que tem suas ações negociadas na bolsa de valores, a exemplo da JSL S.A, custaria menos de R$10.

“Antes a pessoa tinha dinheiro na poupança e resgatava para montar uma empresa, pedia dinheiro para parentes ou ainda pegava empréstimo. Boa parte do PIB do Brasil girava dessa forma, inclusive boa parte dos funcionários CLT's brasileiros são contratados por empresas desse porte. Agora que mais de três milhões de CPF's conhecem a bolsa de valores, mais pessoas querem se ver sócias de empresas de capital aberto acreditando na sua valorização de longo prazo, bem como no aumento da sua capacidade de distribuir dividendos”. Pela primeira vez o volume de compra e venda de ações está se equiparando ao PIB no Brasil. Nos Estados Unidos, o volume chega a ser de 4 vezes o PIB”, destaca Marcelo. 

Em 2021, mesmo com a perspectiva de que a taxa básica de juros volte a aumentar, o cenário não deve ser diferente. Isso porque esta crescente movimentação está diretamente relacionada com a visão a longo prazo. “Um estudo recente apontado também pela Economática aponta que 24 empresas de diversos setores distribuirão dividendos superiores a 2% do valor do preço da ação em 2021. Alguns desses setores são bastante palpáveis para o pequeno investidor, como é o caso do setor de vestuários. Mais vale comprar roupa para revender ou ser sócio de uma empresa listada na B3? Quanto mais popular a bolsa fica, mais ela fomenta a economia real”, defende. O profissional acredita ainda que tal realidade vai impactar diretamente no agronegócio, já que mais empresas do setor devem abrir seu capital, permitindo a negociação de suas ações na B3. “Como temos uma vocação para esse segmento, veremos mais empresas do Centro-Oeste partindo para esse caminho ou acessando o mercado de capitais através de dívidas como os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA's)”, afirma.

 

Vacina: Ato de ‘furar-fila’ deve ser criminalizado, defende Sociedade Brasileira de Direito

Para entidade, multa e prisão devem estar entre as penalidades para casos comprovados de irregularidade quanto à ordem prioritária de aplicação das doses

 

Diante das inúmeras denúncias a respeito de pessoas que estariam violando a ordem prioritária de vacinação contra a Covid-19, a Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem) manifesta sua defesa à criminalização de tais infrações, as quais já foram registradas em diversos Estados, como Amazonas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe, além do Distrito Federal.


Para a entidade, a violação afronta os direitos fundamentais da coletividade e deve ser tipificada como crime, ficando os infratores sujeitos à multa e prisão. Peculato, dano qualificado e corrupção são alguns dos tipos penais que podem ser considerados. No caso de agentes públicos, o autor pode responder ainda por prevaricação, abuso de autoridade e crime de responsabilidade, entre outros.


“Não podemos amenizar para quem, diante de tanto sofrimento, se vale de condições privilegiadas para tirar vantagem. É um momento de instabilidade para todos, mas ainda mais arriscado para aqueles que abdicam de suas famílias e de sua vida pessoal para atuar dia após dia na linha de frente do combate à pandemia. Nossos profissionais de saúde precisam ter assegurado e respeitado o direito prioritário à imunização”, pontua o presidente da Anadem, Raul Canal.


Conforme o Plano Nacional de Imunização, os Estados são os responsáveis pela distribuição das doses aos municípios e estes respondem pela efetivação do sistema de imunização. Às prefeituras cabe ainda a fiscalização a fim de que seja cumprida a rigor a ordem de prioridade estabelecida nesta primeira fase. Em caso de irregularidade, o cidadão também pode apresentar denúncia (veja abaixo).


 

Projetos de lei


A defesa da Anadem vai de encontro a três projetos de lei apresentados nos últimos dias no Senado e que determinam a prisão de quem furar a fila para tomar a vacina contra o novo coronavírus. As penas sugeridas variam de três meses a seis anos, além de multa. Uma das propostas também prevê que fique proibido de ingressar em cargo, emprego ou função pública, por dois anos, aquele que burlar a ordem de vacinação.


 

Denúncias


Atos que infrinjam as regras estabelecidas pelo Ministério da Saúde podem ser denunciados aos órgãos competentes locais ou ainda pelo Canal de Denúncias do Instituto Ética Saúde (0800-741-0015 ou www.eticasaude.org.br).

 

Reforma da Lei de Recuperações e Falências: avanços e oportunidades perdidas

Entrou em vigor essa semana a reforma na Lei de Recuperações e Falências. O texto traz muitos avanços em relação à redação atual, que é de 2005. As mudanças foram tão amplas, que a comunidade passou a se referir à Nova Lei de Recuperações e Falências, mesmo que não se trate efetivamente de uma nova lei ou novo sistema, dado o grande número de alterações na lei existente.

Um primeiro ponto de inovação que a reforma trouxe é o do ajuste do procedimento para torná-lo mais ágil e menos sujeito a suspensões e loopings. Uma lei nunca é um fato isolado; ela se insere num sistema jurídico e com ele interage. Por esta razão, a forma do procedimento na redação original da Lei acabava por resultar num processo moroso e prejudicial tanto à superação da crise pelas empresas quanto da recuperação de ativos pela coletividade de credores.

A agilidade no procedimento foi buscada não somente na mudança de prazos dentro do rito, mas também com a ampliação das possibilidades de negociação; ou com a maior agilidade para o retorno do empresário falido ao mercado, dando ênfase ao empreendedorismo como um valor econômico. Dessa forma, a economia será favorecida, já que o processo será potencialmente mais rápido e visará manter a atividade econômica em movimento naquilo que for viável e racional.

Originalmente, um processo de recuperação de empresas foi pensado para durar aproximadamente de três a seis meses, até a aprovação do Plano de Recuperação. Ocorre que, na prática, em razão do Sistema Processual e Judiciário Brasileiro, existem muitos casos de recuperações que ultrapassam o prazo. E, na grande maioria destes casos, podia-se observar também uma longa suspensão de ações e de outras iniciativas dos credores para tentar reaver seu crédito.

A nova Lei, tentando corrigir estas distorções com relação à suspensão de prazo traz que em hipótese nenhuma excederá o prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias contado do deferimento do processamento da recuperação, excepcionalmente prorrogável sem culpa da recuperanda. Contudo, não é afastada, de imediato, através do Poder Geral de Cautela, o Judiciário prorrogar a suspensão para além do prazo da nova regra.

Um ponto positivo da nova Lei é que o Brasil parece finalmente sair do isolamento jurídico, aumentando as garantias às empresas com negócios transnacionais, que passam a ser disciplinados em conformidade com a Lei Modelo da UNCITRAL. Já em 2005, quando da aprovação da redação original, a omissão do tema da insolvência transfronteiriça foi alvo de muitas críticas. Uma correção que é feita nesse momento e torna o país mais atraente para empresas que realizam negócios além das fronteiras brasileiras.

Uma das inovações mais esperadas e celebradas, que também havia sido negligenciada na redação original, diz respeito ao DIP Financing, uma modalidade de financiamento especial para empresas que estão em processo de recuperação judicial. Seu objetivo é fomentar a concessão de crédito para que a empresa recuperanda mantenha suas operações. Com as mudanças, o pagamento desse financiamento passa a ser prioridade caso a recuperanda se torne insolvente e venha a falir, possibilitando maior atratividade da oferta de crédito em situação de distressed.

Mais um aspecto positivo é o reconhecimento e o estímulo dos mecanismos de Mediação e Arbitragem. A partir de agora, a mediação entre a recuperanda e seus credores é estimulada em qualquer  fase do procedimento, o que reduz a pressão sobre a decisão do juiz, buscando uma forma de composição mais coerente com a lógica do mercado, já que credor e devedor poderão buscar formas de negociação mais economicamente racionais para ambas as partes do que seria eventualmente uma sentença judicial com mera aplicação da regra jurídica desprovida do feeling do negócio.

O tratamento das dívidas tributárias das recuperandas também foi objeto de reforma. Com relação ao patamar de “deságio”, houve aumento de seu percentual máximo para as grandes empresas. O prazo de parcelamento especial tributário para empresas em recuperação também foi ampliado de no máximo sete anos para no máximo dez anos. Embora tenha sido uma ampliação em favor da recuperanda, não é possível afirmar se tal ampliação será suficiente, posto que o parcelamento não exclui o pagamento dos tributos correntes das empresas recuperandas e precisa estar harmonizado com o fluxo de caixa projetado no Plano de Recuperação.

O consenso entre os juristas sobre o tratamento tributário da empresa recuperanda - se é que existe um firme consenso - é de que os prazos e deságios previstos farão sentido quando a arrecadação tributária passar por uma reforma também, tornando ágil e contemporânea a cobrança de tributos, afastando uma prática nefasta de suspensão de pagamentos destes ao menor sinal de crise numa empresa. Assim, com a aprovação da reforma da Lei de Recuperações e Falências é imperioso que se faça a Reforma Tributária, fazendo o Sistema Jurídico mais coeso e menos sujeito a falhas endógenas.

Um aspecto bastante celebrado pelo meio jurídico é a disciplina do chamado fresh start – que poderia ser traduzido por recomeço, que, de certa maneira, dissocia a pessoa do empresário da empresa insolvente, privilegiando o empreendedorismo, entendendo que aquela empresa, compreendida como atividade econômica organizada sobre os fatores de produção, se tornou inviável e faliu.

Em suma, a nova Lei apresenta avanços bastante significativos, buscando condições mais condizentes com os problemas e percalços que apareceram por aplicação da redação originária, mas, ao mesmo tempo, acabou perdendo a oportunidade de promover outras reformas já muito pedidas pela comunidade jurídica. Cabe a nós, continuar lutando por reformas contínuas, entendendo que as empresas e o mercado são realidades dinâmicas e que o constante monitoramento e aperfeiçoamento de suas regras são favoráveis a toda sociedade.

 

 


Jayme Petra de Mello Neto - advogado do escritório Marcos Martins Advogados e especialista em Direito cível e societário.


Marcos Martins Advogados

https://www.marcosmartins.adv.br/pt/ 

 

Agro: Desafio é continuar vendendo

O ano de 2020 entrou para a história e em nossas vidas. O Agronegócio reuniu todas as condições e se tornou a sustentação da economia. Alguns fatores contribuíram para alavancar resultados e agregar valor em nossas agrorevendas, industrias, distribuidoras e na atividade comercial como um todo.


Diante deste cenário, temos um grande desafio: continuar vendendo, manter o crescimento comercial, continuar alavancando vendas, ampliar a participação no mercado e conquistar mais clientes.
A pergunta que desejo ajudar a responder: É possível vender mais e melhor com a mesma equipe comercial de hoje.

Sim é possível. Nos trabalhos de consultoria empresarial tenho enfatizado o quanto é importante as empresas desenvolverem uma estratégia de capacitação e formação de profissionais nas áreas Técnica e Comercial. Com a consolidação das plataforma de Ensino à Distância, o conhecido ead, associando ao treinamento presencial, podemos incrementar resultados superiores em 50 % de vendas para grupos medianos de desempenho e resultados de 10 a 15 % para grupos de alta performance.

Em um mercado extremamente competitivo, onde a grande maioria das empresas buscam apresentar um diferencial de benefícios e qualidade de seus produtos com inovação tecnológica, fica evidente que a qualificação profissional também é um diferencial na velocidade da negociação e do fechamento de uma venda.

Agenda sem planejamento, ausência de indicadores de performance do profissional, falta de monitoramento das atividades, falta de suporte e treinamento e o não cumprimento de meta são as principais causas do insucesso das empresas e a perda da grande oportunidade que temos hoje de vender mais e melhor.

Vendedores que conhecem de produto, dominam técnicas de vendas e concentram clientes, são desejados pelas empresas e vemos o seu passe custar muito investimento. Contudo, impulsionar profissionais dentro do corpo da empresa contribui em muito para o resultado com a “prata da casa”.
Reafirmo que é possível continuar vendendo mais e melhor em 2021. Tenho feito isso com as empresas as quais estou trabalhando. Até mesmo o trabalho de consultoria em gestão comercial passou a ser mais valorizado pelas empresas que desconheciam a aplicação das ferramentas comercias e dos indicadores de desempenho. O momento agora é treinar, capacitar e qualificar nosso time para continuar vendendo.

 

MARCELO CERUTTI – Veterinário e Pós graduado em Marketing. Diretor da CERUTTI – Consultoria e Treinamentos. Campo Grande - MS
cerutti@cursosposagro.com.br
www.cursosposagro.com.br


Brasil perde 50 mil vidas por ano por falta de políticas públicas de controle da poluição do ar

A sistematização mais abrangente de estudos sobre a qualidade do ar no país acaba de ser lançada e traz dados preocupantes. Segundo o estudo O Estado da Qualidade do Ar no Brasil, elaborado por renomados cientistas e especialistas no tema, como o físico Paulo Artaxo e a dra. Evangelina Vormittag, entre outros, sob coordenação do WRI Brasil, o país possui uma política nacional de controle da poluição do ar que não é implementada, tem fragilidades jurídicas e não conta com um cronograma claro de redução dos poluentes que levam à morte mais de 50 mil brasileiros por ano. Como grande parte da base normativa que sustenta o Programa Nacional de Controle de Qualidade do Ar (PRONAR) é infralegal, em resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente, há ainda o risco de retrocesso.

“A pandemia da Covid-19 poderá ser interrompida com a vacina, mas a poluição do ar continuará matando se nada for feito. Estamos falando de um problema sistêmico, profundo e extremamente letal, para o qual a vacina são políticas públicas adequadas”, alerta Carolina Genin, diretora do programa de Clima do WRI Brasil. “A má qualidade do ar foi apontada como o segundo maior perigo ambiental global à vida humana, perdendo apenas para a Covid-19, e voltará ao topo do ranking quando o vírus for combatido. Para piorar ainda mais este cenário, estudos correlacionam o ar tóxico como um fator de agravamento da Covid-19 e de sua letalidade”, explica Evangelina Vormittag, Diretora Executiva do Instituto Saúde e Sustentabilidade, médica e representante da Coalizão Respirar, uma das autoras do estudo. O trabalho privilegiou fontes nacionais, evidenciando um relevante acúmulo de produção científica na área, em especial na interface com a saúde.  “Apesar disso, o setor de saúde é notoriamente ausente da governança da gestão da qualidade do ar em nível nacional. O combate à poluição do ar é transdisciplinar, deve ter a gestão compartilhada”, ressalta Evangelina.

No Brasil, a poluição do ar é tratada como um problema ambiental, ignorando seus impactos na saúde pública e na economia. Em apenas seis regiões metropolitanas brasileiras, onde vivem 23% da população total do país, ela matará quase 128 mil pessoas entre 2018 e 2025. É como se toda Sertãozinho, no interior de São Paulo, Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, ou Guarapari, no Espírito Santo, simplesmente fossem riscadas do mapa em apenas sete anos.  Sem esse contingente de pessoas, as perdas de produtividade seriam da ordem de R$ 51,5 bilhões. Mas não se trata apenas de mortes: serão quase 70 mil internações públicas que custarão quase R$ 130 milhões ao Sistema Único de Saúde.

Estima-se que os custos associados a mortes prematuras equivaleram a 3,3% do PIB brasileiro em 2015, mas os impactos da poluição do ar sobre a economia também abrangem a perda de produtividade de trabalhadores, menor aquisição de habilidades cognitivas relevantes e perdas na produtividade agrícola. Além disso, o ozônio troposférico é responsável por perdas consideráveis na produção agrícola, em especial em regiões peri-urbanas e as afetadas por queimadas associadas a mudança de uso do solo.

Segundo o estudo, os índices de qualidade do ar estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde não são atendidos na maioria das grandes cidades brasileiras, e não existem penalidades se a legislação não é cumprida pelos órgãos competentes. “Há uma grande lacuna entre as responsabilidades estabelecidas pelo PRONAR e a implementação de ferramentas em nível estadual. Embora o programa nacional exija a implementação de uma série de ferramentas e políticas em nível estadual, estas não se traduzem em realidade”, informa o estudo.

Atualmente, com a pandemia de Covid-19, a poluição do ar é considerada a segunda maior causa ambiental de doenças e mortes prematuras em todo o mundo. Os impactos da poluição do ar na saúde humana estão conectados com doenças pulmonares, cardiovasculares, acidentes vasculares cerebrais, disposição ao câncer e ao diabetes, prejuízo no desenvolvimento cognitivo em crianças e demência em idosos. Segundo levantamento da Organização Mundial de Saúde, mais de 90% da população mundial não respira ar de qualidade aceitável e está exposta a riscos diários, resultando em 7 milhões de mortes anuais, ou cerca de 11,6% de todas as mortes no planeta. Desse total, 600 mil são crianças. Esses números são 15 vezes maiores que o número de mortes causadas por guerras e outras formas de violência.

Poluentes como ozônio, metano e carbono negro contribuem tanto para a poluição do ar quanto para a mudança do clima. Essa sobreposição é importante e aponta áreas onde ganhos no controle destes poluentes, conhecidos como poluentes climáticos de vida curta, geram benefícios tanto em termos de qualidade do ar quanto para a mitigação das mudanças climáticas.

O Brasil não dispõe de inventários nacionais completos e atualizados das emissões de poluentes atmosféricos pelas diferentes fontes. Porém, a compilação de dados aponta que as principais fontes de poluentes atmosféricos são o setor de transportes, os processos industriais e queima de biomassa – neste último caso, com poluentes que viajam de norte a sul do país pelas correntes de ar.



Poluição de Norte a Sul do Brasil

Queimadas e incêndios florestais são a principal fonte de poluição do ar no Brasil Central e na Amazônia. Os níveis da poluição do ar gerada pelas queimadas na região amazônica chegam a atingir valores de PM10 de 500 micrograma/m3, o que representa cerca de 25 vezes mais poluição do que a média normal da região (20 micrograma/m3). O desmatamento da Amazônia é também a principal fonte de emissão de gases de efeito estufa no Brasil.

A queima de biomassa decorrente das áreas desmatadas e da manutenção de pastos também libera grandes quantidades de material particulado. Ele tem sido um dos principais causadores de doenças do aparelho respiratório que ocorrem no período de seca na Amazônia. Apenas entre julho e outubro de 2019, foram mais de duas mil internações por doenças respiratórias diretamente relacionadas a queimadas, sendo que os mais afetados foram bebês (21%) e pessoas com mais de 60 anos (49%). Em agosto de 2019, quando foi registrado um dos maiores picos no número de focos de calor no mês desde 2010, cerca de três a quatro milhões e meio de pessoas foram expostas ao material particulado fino gerado pelas queimadas além dos limites estabelecidos como nocivos para a saúde. A poluição do ar relacionada às queimadas e ao desmatamento implicou um custo para o SUS de cerca de US$ 1,5 milhão em 2019.

Esse material particulado se movimenta, afetando a qualidade do ar em outras regiões. Ele segue as correntes de ar que atuam na Amazônia e que levam a umidade da região para o Centro-Oeste, Sul e Sudeste do Brasil, conhecidas como rios voadores. Além disso, o material particulado aumenta a disponibilidade de partículas na atmosfera que interferem na formação das gotículas de chuva, de forma que elas acabam demorando mais para atingir o tamanho ideal, ou para evoluírem como gotícula e precipitar como chuva, gerando um ciclo vicioso entre queimadas e seca.



Cresce uso do fogão a lenha

No Brasil houve uma diminuição do uso de gás para preparação de alimentos em função do aumento da pobreza. Dois agravantes do aumento do uso de diferentes produtos para substituir o gás, como madeira, resíduos de poda de plantas, lixo e outros produtos, é que eles são ineficientes na queima, gerando muitos poluentes, e atingem mais mulheres, crianças e idosos, que passam mais tempo em casa. Dados da Empresa de Planejamento Energético (EPE) estimam que quase um quarto de toda a energia residencial no país vem do uso de lenha. Segundo o IBGE, em 2018 foram 14 milhões de famílias usando lenha ou carvão para cozinhar, um aumento de 3 milhões em relação a 2016.



Transporte de cargas e passageiros

Outra importante fonte de poluentes do ar é o transporte rodoviário de cargas e pessoas. Cerca de 63% dos deslocamentos urbanos em cidades com mais de 1 milhão de habitantes em 2018 e 65% da movimentação de cargas em 2015 se deu sobre quatro rodas. Nos últimos dez anos, o segmento de transportes apresentou a maior taxa média de crescimento de consumo de energia, tornando-se a partir de 2018 o principal consumidor de energia do país.

Não se trata apenas de quantidade, mas de (má) qualidade. Ou melhor, de ineficiência energética: os automóveis, que representam apenas 25% do total de viagens no país, consomem 60% do total de energia destinada à mobilidade urbana. O mesmo se aplica ao transporte de carga, no qual o consumo de combustível para transportar uma tonelada de carga por caminhões é 2,7 vezes maior do que o consumo dos trens.



WRI Brasil


Diversidade é essencial para o crescimento da empresa e dos colaboradores, mas esse valor não pode apenas ficar no discurso

Nos últimos tempos, você pode ter ouvido muito falar sobre temas relacionados à diversidade, especialmente por conta da luta por direitos para as minorias e o combate ao racismo, homofobia e outros preconceitos. O debate sobre a importância de contar com um ambiente inclusivo ultrapassou as barreiras da sociedade de modo geral e chegou ao ambiente corporativo nas pequenas e grandes empresas.

O tema ganhou grande espaço na mídia com a notícia de que a Magazine Luiza só selecionaria negros para a sua próxima etapa de seu programa de trainee. Apesar de gerar algumas polêmicas, a decisão foi celebrada como uma tentativa de aumentar a presença de negros no mercado de trabalho e em cargos de liderança. Esse é um movimento que vem ganhando cada vez mais força e deve se tornar uma condição essencial para que as empresas se mantenham competitivas no mercado nos próximos anos. Um estudo da consultoria Mais Diversidade, publicado pela revista Você RH, apontou que 97% das empresas pesquisadas pretendem ampliar o orçamento direcionado para a diversidade em 2021. Mas por que isso é algo tão importante e como fazer com que, de fato, a empresa incorpore a diversidade em seu DNA?

O primeiro fator de grande importância é que uma equipe diversa, que conte com pessoas de diferentes formações, experiências, idades, classes sociais, culturas e raças, é mais produtiva. Você combina diferentes possibilidades de solução para um problema e consegue um resultado completo e viável e, a depender do projeto, mais rápido e rentável. Uma pesquisa da consultoria McKinsey apontou que empresas com equipes plurais alcançam resultados até 21% maiores em relação àquelas em que tal fator não é prioridade. E não apenas isso. A diversidade pode causar impactos profundos a ponto de oferecer à empresa uma mudança de posicionamento, de atuação ou da criação de novos produtos e serviços.

O segundo fator também diz respeito aos benefícios para a própria empresa. Lutar por diversidade e inclusão se tornou um fenômeno global tão valorizado que o indicador ESG (que aponta para a valorização a questões, ambientais, sociais e de governança), está se tornando essencial para a realização de negócios. O banco Goldman Sachs, a bolsa de valores Nasdaq e a Comissão de Valores Imobiliários (CVM), ainda em etapa inicial, já consideram o indicador como um elemento decisivo para as negociações nas empresas.

Mas não há como deixar de abordar o fator social envolvido nessa questão. Incluir na cadeia de trabalho populações que sofrem com a exclusão, seja por conta de sua raça, opção sexual, sexo, nacionalidade ou condição social significa corrigir uma injustiça social que ainda persiste no país. São fatores políticos, econômicos, sociais e até mesmo crenças pessoais e preconceitos por parte de quem está no controle dessas empresas que impedem milhões de pessoas de progredir em suas carreiras. É preciso encarar essas mudanças como um propósito e um compromisso com a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Para além dos benefícios financeiros e comerciais, investir em diversidade significa contribuir para um mundo menos desigual e, consequentemente, melhor para todos. Com uma conscientização no cenário corporativo em relação ao tema e ao colocá-lo como um de nossos propósitos, o mundo só tem a ganhar.

Em alguns casos, as empresas precisarão atuar na capacitação e preparação de alguns desses profissionais, mas a longo prazo isso será extremamente benéfico não apenas para o colaborador. Se uma empresa atua diretamente para a evolução desse colaborador no ambiente de trabalho o resultado será uma pessoa motivada com as oportunidades e, para a empresa, isso significará a descoberta e retenção de novos talentos em seus quadros. Em um mercado como o da tecnologia, em que a mão de obra tem se tornado cada vez mais escassa, isso poderá fazer toda a diferença no futuro.

Mas com a consciência de que a diversidade é um fator importante, é preciso fazer um outro alerta. Muitas empresas se dizem preocupadas com as causas sociais, mas o que se percebe é que há um descolamento entre o discurso e a prática. O caso do assassinato de um negro cometido em novembro de 2020, no Carrefour, uma empresa que contava com comitês de inclusão e diversidade, foi o caso mais emblemático nesse sentido. A pesquisa da Mais Diversidade apontou que 65% das empresas não tem um pensamento estratégico que direcione às práticas voltadas a essa questão. O grande problema é que muitas empresas visam implementar políticas de diversidade por meio de seu Departamento de Recursos Humanos, mas, como não há uma cultura favorável ao tema na empresa, muitas ações não surtem o efeito esperado. Um estudo do site Vagas.com mostrou que, para 62% dos profissionais de RH, suas empresas não estavam preparadas para lidar com o tema.

O resultado disso é o enfraquecimento e o fracasso das políticas propostas. Afinal, sem que o tema esteja incluído verdadeiramente no DNA da empresa tudo fica mais difícil. A concepção de cada funcionário sobre uma empresa se dá pela combinação entre o ambiente e o conjunto de suas crenças pessoais, criando uma visão única para cada pessoa. Para que mais pessoas se sintam incluídas nesse ambiente, a diversidade é um valor de grande importância e sua necessidade tem que ser reconhecida e valorizada pelos líderes. A começar pelo próprio presidente e diretores da empresa.

Para isso, é preciso implementar um processo real de gestão de mudança organizacional (GMO), conduzido por pessoas de fora da empresa e que visa transformar a cultura e a incorporar conceitos essenciais de transformação. Essa gestão acontece através de um projeto estruturado, com metas, atividades, cronograma e objetivos bem definidos, que permitirá identificar as motivações e queixas dos funcionários entre os mais e menos envolvidos com a empresa e buscar a resolução de problemas. Para isso, serão trabalhadas políticas de comunicação para fazer com que medos, inseguranças e frustrações sejam enfrentados. No contexto atual, a busca pela adaptabilidade se torna uma capacidade cada vez mais essencial e é isso que a gestão de mudanças procurará despertar na cultura da empresa.

O objetivo final é que haja uma transformação no ambiente da empresa, buscando o engajamento e a conscientização dos colaboradores. Fazê-los entender que as diferenças não vêm para desagregar, desmotivar ou prejudicar determinada pessoa e sim promover um processo de transformação benéfico para todos. Vivemos em uma sociedade multicultural e as empresas que entendem e incorporam esse conceito de fato entendem a realidade onde atuam e se diferenciam no mercado. E os profissionais envolvidos nesse processo também se transformam, se tornam mais tolerantes, agregadores e obtêm melhores resultados.

 


Niviani Rudek -diretora de operações da Gateware


Fusões de empresas garantem inovações e batem recorde de operações no Brasil em 2020

Levantamento da Exame Academy aponta os rumos do setor de tecnologia para este ano


Estudar a sociedade e prever as tendências de consumo é o que diferencia os empresários visionários que lideram as transformações daqueles que são sacrificados em tempos de crise. A Exame Academy, em conjunto com o Ace Startups, divulgou recentemente o relatório “12 tendências para 2021”, no qual, entre outras coisas, aponta o crescimento de operações de M&A (Fusões e Aquisições) no Brasil. 

Josney Lara, diretor de negócios da Infoworker, analisa que as operações de M&A são um demonstrativo de como as empresas têm valorizado as inovações por meio da integração de esforços coletivos externos as suas equipes, com parcerias em outras corporações. O relatório mostra que existe uma propensão para iniciativas de parcerias e fusões entre empresas e também companhias e startups.  

Uma pesquisa da CB Insights, empresa de análise de dados em inovação, apontou que 2020 foi o ano com maior número de registros de operações de fusão. Logo no início de janeiro, acionistas das empresas PSA e Fiat Chrysler (FCA) aprovaram a junção das marcas, criando o quarto maior grupo automotivo do mundo. As entidades anunciaram uma economia anual prevista de aproximadamente 5 bilhões de euros. 

Outra tendência apontada pelo relatório é o “Everything as a Service” – “tudo como serviço”. Segundo Josney, esse padrão apresenta um grande desafio para os empresários, mas também uma enorme oportunidade. Ele entende que, com a mudança de comportamento de consumo das pessoas, existe uma necessidade de adaptação das empresas à nova realidade.

Como é o caso do surgimento do Disney Plus, Apple TV+, Amazon Prime e outras plataformas que resultam dessa demanda. “São empresas que estão investindo em ferramentas próprias, buscando atrair novas assinaturas com lançamentos exclusivos para não perder espaço no mercado e até conseguir expandir sua atuação”. Quando o assunto é a rede de serviços na área de tecnologia, esses dados também se confirmam. 

A Microsoft, por exemplo, registrou um crescimento de 12% em 2020. Há algum tempo, a empresa passou a oferecer a licença de seus programas como produtos de consumo mensal, como é o caso do Office 365. Com isso, o resultado líquido da companhia ficou em 13,9 bilhões de dólares, uma alta de 30% em relação ao ano anterior.

 

IMPACTO DA PANDEMIA 

Mesmo com o início da imunização da população contra o covid-19, a retomada das atividades econômicas e o fim do isolamento social, a Exame ainda prevê uma maior procura por serviços em detrimento aos produtos físicos. Josney destaca que a crise sanitária provocada pela pandemia deixou um legado a todos os setores da economia: a necessidade de transformar o negócio com as tecnologias digitais. 

O empresário explica que essas mudanças também são visíveis na maneira com que as empresas conduzem o trabalho com os funcionários. Organizações já estruturadas tecnicamente tiveram uma transição muito mais simples para o home office, por exemplo. “Agora, o desafio para os empreendedores é entender quais dessas mudanças serão permanentes”, complementa Josney.

 

 


Josney Rodrigues Lara - empresário, diretor de negócios na InfoWorker Tecnologia e Treinamento. Graduado em Sistemas da Informação e mestre em Tecnologia em Saúde pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Responsável pelo plano de negócios e desenvolvimento de estratégia em vendas da empresa. Mais de 90 clientes em apenas 8 anos, grande parte presentes nas listas EXAME – 500 Maiores e Melhores dos últimos anos, como Boticário, Votorantim, Cocamar, Rumo, Brookfield e Malwee.

https://infoworker.com.br/


Alta da inflação liga sinal de alerta


Pixabay
Aumento dos preços de alimentos e bebidas foram os grandes vilões dos bolsos brasileiros em 2020. Especialista vê possibilidade da alta da taxa Selic como instrumento do governo para conter o aumento da inflação


O Brasil finalizou 2020 com a desanimadora notícia da aceleração da inflação em dezembro, alcançando 4,52%, a maior alta desde 2016, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), divulgado pelo IBGE. O resultado ficou acima da meta de 4% estipulada pelo Conselho  Monetário Nacional, interferindo diretamente no poder de compra dos brasileiros. Segundo o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, as projeções dos economistas para o IPCA em 2021 subiram de 3,32% para 3,34%.

Segundo o CEO da Cronos Capital e especialista em controle e gestão financeira, Cidinaldo Boschini, o avanço da inflação exige atenção, mesmo que ainda não apresente um grave risco ao país por não estar descontrolada. “A pressão nos preços deve continuar nos próximos meses e é esperado que este ano apresente um gradual aumento na taxa básica de juros [Selic], justamente para controlar a inflação”, explica Boschini.

A alta de 14,09% nos preços de alimentos e bebidas foi a que mais impactou o bolso dos consumidores, mas outros indicadores variaram pouco, como a inflação de serviços, que alcançou 1,73%, a menor da série histórica do IBGE desde 2012. “Os principais índices que medem a variação de preços subiram, mas não na mesma medida. Os indicadores de preços ao consumidor são mais pressionados pela alta dos alimentos, mas têm o alívio da pouca variação de itens de serviços”, detalha o especialista.

Para Boschini, o aumento da inflação pode comprometer e impactar negativamente a economia se persistir, podendo gerar aumento do desemprego e das taxas de juros. “A inflação provoca perda de poder aquisitivo, diminuição dos investimentos de empreendedores e gera também um ambiente de incertezas sobre a economia”, explica. Em dezembro, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (Pnad Contínua), o desemprego no Brasil foi de 14,3%.

O especialista ainda explica que o cenário de inflação elevada contribui para afastar os investimentos do país e isso acaba impactando todos os setores da economia. “É um cenário em que ninguém ganha com a inflação e pode resultar em adiamento de projetos e cancelamento de muitos outros”, detalha Boschini.


O que é a inflação

A inflação é resultado de um descompasso entre a oferta e a procura. Quando a procura por um produto e serviço aumenta, ou a sua produção não consegue acompanhar a demanda, os preços sobem e aí começa o aumento dos preços. Para controlar sua variação, o Brasil conta com um sistema de metas para a inflação, que foi instituído pelo Banco Central em 1999, que utiliza o IPCA como indicador. 

“Para manter o nível de inflação dentro do esperado, o governo faz uso da política monetária, por meio da taxa básica de juros [Selic]. Quando o Banco Central observa que a inflação corre o risco de superar a meta, a tendência é elevar os juros e, com isso, desestimular o consumo”, explica Boschini.

“A partir da Selic, as instituições financeiras definem quanto vão cobrar por empréstimos das pessoas e das empresas. Quando os juros estão altos,  o consumidor tende a comprar menos, porque a prestação de seu financiamento vai ser mais alta. Isso reflete na queda da inflação”, exemplifica.


Importação: saiba como usar a inteligência de mercado para prospectar clientes

Qual é o segredo para ter uma vantagem competitiva maior na hora de prospectar clientes? Seguir uma fórmula pronta não é eficaz e, por isso, um fator é essencial para estar à frente dos concorrentes: informação. A inteligência de mercado é uma arma poderosa para se utilizar na sua estratégia empresarial.

Ter sucesso nas vendas tem se tornado uma tarefa cada vez mais difícil. Com o constante progresso da tecnologia e da inovação, surgem novos modelos de negócio e é preciso elevar a régua para conquistar a maior fatia do mercado.

Fazer isso sem o auxílio de dados e de recursos tecnológicos é muito mais complexo. Desde a criação dos primeiros sistemas de CRM (Customer Relationship Management), as soluções para prospecção de novos clientes só evoluíram.

Além disso, mais do que gerenciar clientes, é preciso entender as tendências e o comportamento do mercado, conhecer a fundo os clientes atuais e aqueles que são potenciais, e também cultivar uma busca contínua pela compreensão do seu segmento de atuação.

É preciso muito mais do que um conhecimento completo da sua empresa ou produto. E, para isso, é essencial olhar para fora. Afinal, quando as oportunidades estão claras e identificadas pela equipe de vendas, a abordagem com certeza é muito mais assertiva.

Como vantagem, há a economia do tempo da equipe e muitos outros benefícios. Entre eles, estão a identificação mais eficaz de gatilhos de vendas e de clientes em potencial.

Para aproveitar o potencial que a inteligência de mercado oferece, é preciso aliar tecnologia, dados e uma equipe que seja possível de interpretar as informações disponíveis.

Aperfeiçoar o conhecimento por meio dos dados e fundi-lo com a estratégia da empresa é extremamente importante. Por isso, é preciso que o posicionamento de mercado e objetivos estejam muito bem estabelecidos.

Outro ponto indispensável é a necessidade de se ter um planejamento e KPIs bem definidos. Para que isso seja possível, os dados precisam estar estruturados e fáceis de serem interpretados. Ter uma ferramenta tecnológica que ofereça uma visão completa do mercado é essencial.

A principal tendência para o futuro, especialmente no comércio exterior, é o uso de inteligência de mercado e a análise de dados para gerenciar os processos de importação e exportação de ponta a ponta. A LogComex, provedora de soluções e aplicações para toda a cadeia do segmento, dispõe de uma plataforma de inteligência para prospecção de clientes de importação. A solução oferece uma ampla visão do mercado de importação, com as informações de market share e indica o possível importador.

É possível pesquisar o mercado de um produto específico e, com base no conjunto de dados apresentados, captar novos clientes. Entre os principais recursos de inteligência de mercado que a plataforma oferece, os dashboards possibilitam a análise dos principais importadores e fornecedores do mercado. Esses dashboards também mostram o cenário da importação ao longo do tempo e oferecem o ranking das principais unidades de prováveis importadores, unidades de desembaraço e NCMs. Além disso, a plataforma aponta sobre os valores FOB para análises mais detalhadas.

 


Plataforma LogComex - http://www.logcomex.com/


Caminhos para a recuperação de crédito

A importância de avaliar a situação fiscal e o passivo judicial de um devedor


Avaliar a situação fiscal o passivo judicial de um devedor é muito importante. Por isso, preparamos a seguir um caso fictício para exemplificar e evidenciar o que torna esse processo tão relevante.

Primeiramente, suponhamos que Antônio, Alice e Eduardo possuam uma dívida X. Além disso, consideremos que os três possuem patrimônio de liquidez similar para saldar o débito e os respectivos credores são diligentes e atentos. Entretanto, Antônio tem como principal credor o Fisco, enquanto Alice se endividou com cédulas de crédito bancário e Eduardo tem credores trabalhistas.

Pedro é credor dos três, possuindo uma nota promissória, nos três casos, como título executivo. Nesse cenário, em qual dos casos há maior probabilidade de recuperar seu crédito e, ainda, como determinar a probabilidade de recuperação desse crédito?

Em princípio, para que essa pergunta seja respondida de maneira adequada, é fundamental analisar a situação fiscal e processual dos devedores, porque é durante essa análise que o credor poderá tomar a melhor decisão na hora de priorizar os devedores para execução. A recuperação de crédito pode ser morosa e desgastante para o credor e, por isso, direcionar esforços àquele devedor com maior facilidade de ser executado é essencial, uma vez que o credor comum está em desvantagem na maioria das vezes.

A análise processual para levantamento do passivo judicial consiste em localizar os processos em que o devedor figura no polo passivo para identificar potenciais concorrentes na recuperação do crédito, e no polo ativo para uma possível penhora no rosto dos autos. A análise processual é necessária porque o tipo de processo e o seu andamento são de extrema importância para o credor, sendo o tempo o principal aliado do devedor para um possível calote.

De acordo com a hipótese apresentada no início desta publicação, o devedor mais difícil de executar é Eduardo. Os créditos trabalhistas possuem prioridade sobre os demais em execuções singulares e coletivas (como é o caso da recuperação judicial e falência), conforme insculpido em diversas legislações, quais sejam, art. 499 da CLT, art. 186 do Código Tributário Nacional e art. 83, I, da Lei n° 11.101/05. Porém, esse privilégio dado aos credores trabalhistas vai até o limite de 150 salários-mínimos por credor. A parte excedente tem natureza quirografária, sem privilégio algum.

Alice, que tem o Fisco como principal credor, também coloca o credor Pedro em uma situação complicada, já que os créditos tributários também são privilegiados, estando apenas abaixo dos créditos trabalhistas, conforme art. 186 do Código Tributário Nacional.

Independente do ente credor (União, estados ou municípios), o crédito tributário tem preferência sobre os demais em execuções individuais. Em casos de falência, entretanto, credores com garantia geral até o limite do bem gravado, têm preferência sobre o crédito tributário, conforme art. 83, II da Lei n° 11.101/05.

Já Antônio, teoricamente, seria o devedor com maior probabilidade de ser executado por Pedro, pois seu passivo judicial é constituído, principalmente, de execuções de títulos extrajudiciais, ações de cobrança e monitórias. Salvo os credores com garantia real, Pedro está em pé de igualdade com os demais credores, sendo a assertividade das diligências para localizar bens o fator predominante nesse caso, pois a anterioridade da penhora de um imóvel, por exemplo, é o que determina qual credor tem preferência sobre os demais.

Determinados tipos de créditos que podem ser conhecidos com uma cuidadosa análise processual do devedor, possuem preferência sobre os demais. Afinal, nada impede que Eduardo, que tem dívida trabalhista, a mais privilegiada dentre todas, seja executado. Por meio de buscas de bens, cruzamento de dados e inteligência é possível que Pedro possa localizar bens que estão fora do radar dos outros credores e satisfazer seu crédito, mas isso vai depender da eficácia da busca.

Credores comuns normalmente não possuem a expertise para realizar busca de ativos de maneira aprofundada. Por isso, cada vez mais empresas estão atentas a esse nicho e se especializando. Mesmo numa situação que pareça perdida para o credor, esses profissionais conseguem localizar bens fora do radar dos outros credores e assim recuperar o crédito pretendido.

 



Guilherme Cortez - atua com investigação patrimonial. É graduando em Direito e possui, além da certificação “Decipher” (Método Decipher – Investigações Corporativas), especialização em investigação patrimonial, principalmente com ênfase em blindagem e análise de registros imobiliários. Atualmente, é coordenador de investigações da Leme Forense e responsável pelo setor de Análise de Direitos Creditórios, que assessora em aquisições realizadas por investidores, desde a situação do processo judicial que discute a dívida até o levantamento de ativos e passivos dos devedores, com o fim de apurar o potencial de recuperação do crédito. Para mais informações, acesse o LinkedIn, Facebook e Instagram pelo endereço @lemeforense, pelo site https://lemeforense.com.br/  ou envie e-mail para contato@lemeforense.com.br

 


Leme Forense - O Serviço de Investigação Patrimonial da Leme Inteligência Forense foi criado para dar assistência aos credores a atravessar as dificuldades enfrentadas na localização do patrimônio de devedores. Utilizando ferramentas tecnológicas, inteligência artificial e uma equipe altamente qualificada, a equipe atua com uma metodologia eficiente de investigação patrimonial que identifica as estratégias adotadas por pessoas de idoneidade duvidosas para ocultação de bens, fraudes, criação de estruturas empresariais e localização de patrimônio para satisfação dos créditos em aberto. Para saber mais, acesse https://lemeforense.com.br/


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