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quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Mais de 6 mil famílias foram despejadas durante a pandemia no Brasil

Mapeamento foi feito pelas organizações que integram a campanha Despejo Zero, lançada em julho, e que pede a suspensão de processos de remoções durante a pandemia.

A pesquisa, realizado entre março e agosto de 2020, foi utilizada pelas organizações para denunciar o Brasil por violação de direitos na ONU. Dados foram entregues em live organizada pelo Instituto Pólis e parceiros.

 

Mais de 6 mil famílias brasileiras foram retiradas de suas casas durante a pandemia no novo coronavírus. É o que mostra a sistematização de dados sobre despejos e remoções no território nacional realizada pelo Instituto Pólis e as mais de 40 instituições que integram a campanha Despejo Zero.

O levantamento foi feito a partir de informações recolhidas pelas próprias instituições, entre 1º de março e 31 de agosto, por meio de denúncias, formulários online e banco de dados do Observatório das Remoções e defensorias públicas. “A abrangência e relevância desse levantamento só foi possível porque a Campanha conta com o trabalho colaborativo de centenas de pessoas, de diversas áreas de atuação, comprometidas com o direito à moradia”, relata Margareth Uemura, coordenadora da equipe de urbanismo do Instituto Pólis.

Foram identificados mais de 30 casos de despejos durante o período analisado, atingindo mais de 6.373 famílias. Cerca de 47% dos casos ocorreram no Amazonas, com 3.000 despejos contabilizados. São Paulo também teve grande número de famílias afetadas, contabilizando 1.681 despejos, 26% do total de casos. Além desses estados, também foram constatadas remoções em Minas Gerais, Pernambuco, Sergipe, Roraima, Paraná, Santa Catarina, Maranhão, Rio Grande do Norte, Goiás, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, conforme mapa abaixo:


Segundo as instituições que integram a Campanha, a principal justificativa para os despejos foram as reintegrações de posse, conflitos com proprietários e impacto devido a obras públicas. A retirada dessas famílias ocorre apesar das orientações da Comissão de Direitos Humanos da ONU. Em julho, o relator especial sobre moradia da ONU, Balakrishnan Rajagopal, emitiu manifesto em que pedia aos governos brasileiros que cessassem com os despejos e remoções enquanto a pandemia do coronavírus perdurar.

Em 4 de setembro, durante ato online organizado pelo Instituto Pólis, Plataforma Global pelo Direito à Cidade e pela Plataforma Brasileira de Direitos Humanos (Dhesca Brasil), representantes de movimentos sociais e de organizações da sociedade civil entregaram a pesquisa para Rajagopal e denunciaram o Brasil pelos despejos, remoções e violação de direitos. Ação pode ser assistida na íntegra em: https://www.facebook.com/campanhadespejozero/videos/1727797604035722/

A Campanha contabilizou 85 casos de ameaça de despejo entre março e agosto, que podem afetar 18.840 famílias. A maioria dos casos identificados está em São Paulo, em que pedidos de remoções podem afetar 4.853 famílias, cerca de 25% do total. Em seguida, os estados com mais casos são Rio Grande do Sul (3.340), Pernambuco (2.393), Piauí (2.000), Bahia (1.808), Rio de Janeiro (1.626) e Minas Gerais (1.000).   



Campanha Despejo Zero

A Campanha Despejo Zero é uma ação de mais de 40 organizações sociais e movimentos populares que atuam em prol do direito à moradia. A iniciativa é uma reação à continuidade de retirada de famílias de seus lares durante a pandemia do coronavírus e pede a suspensão dos processos de despejos e remoções, independentemente de terem origem na iniciativa privada ou no poder público, impedindo até mesmo processos respaldados por decisão judicial ou administrativa.


Mais informações: https://www.facebook.com/campanhadespejozero


Mais conectada, terceira idade chama atenção das marcas, revelam estudos sobre comportamento do consumidor

Cada vez mais inseridas no universo digital, especialmente por conta da pandemia, pessoas com mais de 60 anos desejam experiências de consumo e esperam que as marcas falem sua língua e ajam com coerência


Cada vez mais ativos, exigentes, conectados e decididos quando se fala em consumo na internet, os idosos têm atraído os olhares de marcas de diversas categorias, como vestuário, alimentação, turismo, cursos, soluções de adaptação, produtos de beleza e higiene pessoal e aulas de idiomas e intercâmbio. Segundo o IBGE, a população brasileira corresponde a mais de 211 milhões de pessoas, sendo 28 milhões de idosos (13% da população do país). Ainda segundo o Instituto, a previsão é de que, em 2030, o país conte com 32,5 milhões de pessoas nessa faixa. Com menos nascimentos e mais longevidade, a participação dos sêniores em vários setores está cada vez maior, representando uma oportunidade valiosa para o mercado de consumo.

Para compreender o comportamento dessa nova geração de idosos, a ZAHG, empresa de estratégia e inteligência digital, lança dois estudos: “A Terceira Idade na Era Digital” e “Os Idosos, a Pandemia e a Inclusão Digital”, que abordam, respectivamente, o consumo desse público através da tecnologia e o que a pandemia mudou na vida desses consumidores.

 

“Vovôs” e “vovós” na mira das marcas

Em “A Terceira Idade na Era Digital”, os desejos e as necessidades dos consumidores com mais de 60 anos ganham uma análise profunda em um momento em que o mundo ainda não vivia a pandemia do novo coronavírus. Em um contexto menos perigoso à vida dos idosos, esse primeiro estudo se debruça sobre o comportamento online deles e compila números oficiais divulgados por entidades de saúde e estatística nacionais e internacionais, além de associações e veículos especializados, que foram adicionados às informações encontradas pelas ferramentas parceiras de monitoramento de redes sociais e inteligência de negócios.

O aumento do hábito de buscar um produto na internet e efetuar a compra online foi um dos destaques que a ZAHG encontrou nos dados analisados. De acordo com Elaine Venga, gerente de Inteligência Estratégica, “antes da necessidade de isolamento social, as pessoas com mais de 60 anos já estavam com um comportamento online em construção. Prova disso é o fato de dois em cada dez idosos usarem a internet para fazer compras e o smartphone é o principal meio de acesso deles”, explica.

Essa interpretação é apoiada por entidades como SPC Brasil e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), que indicam que, entre os “Baby Boomers” (nascidos entre 1946 e 1964), pesquisar e comprar são a terceira e a quarta atividades online mais importantes, depois de notícias e mídias sociais (hábitos de 49% dos idosos na “pré-pandemia). Outro ponto a favor do comércio digital para esse grupo: eles preferem receber os produtos em casa, mesmo que saiam mais caros e elevem o valor do tíquete médio*.

“Identificamos que esse público quer viajar, dançar, frequentar academias, namorar, ir ao teatro, ao cinema, e fazer tudo o que qualquer cidadão normal e saudável faz. Ou seja, desejam ter experiências de consumo e que as marcas falem a mesma língua e entreguem produtos coerentes com eles”, aponta Elaine. Essa conclusão tem como base o fato dos sêniores acharem que as lojas não estão preparadas para lidar com a longevidade (72%), terem dificuldade em encontrar produtos (52%) e concordarem que faltam produtos e serviços para sua idade (40%)*.

 

Adaptação ao “novo normal”: a necessidade preencheu o abismo

No momento em que o comportamento online das pessoas com mais de 60 anos se fortalecia, o mundo foi surpreendido pela pandemia do novo coronavírus, que determinou a criação de condições de segurança e isolamento dos idosos. Ao mesmo tempo, o problema acelerou a inclusão digital de um número ainda maior de consumidores que estão nesse grupo, forçando algumas empresas a começarem a pensar em adaptações em suas plataformas online, processos e produtos para atender melhor esse público.

Nesse contexto, a ZAHG aprofundou o debate sobre novos hábitos de consumo dessa faixa com o segundo estudo “Idosos, a Pandemia e a Inclusão Digital”. Um dos destaques foi a teoria da “Curva de Adoção” (1962), que explica o motivo pelo qual algumas pessoas estão mais dispostas a adquirirem novos produtos e outras não. Nela, os consumidores são divididos em cinco grupos: “Inovadores” (os primeiros que aderem à novidade), “Primeiros Adeptos” (os formadores de opinião que querem diferenciação), “Maioria Inicial” (esperam o produto ficar mais popular), “Maioria Tardia” (cautelosos e sensíveis a preços) e “Retardatários” (consomem produtos quando não há alternativa). A ideia indica que existe um “abismo” entre os “Primeiros Adeptos”, que vão validar os produtos para o mercado, e a “Maioria Inicial”, que ainda está em processo de adaptação ao novo.

“Assim, com a pandemia, fomos obrigados a assumir novos produtos, tecnologias, metodologias e comportamentos. As pessoas não estão fazendo reuniões virtuais ou compras online por uma opção natural, mas por uma imposição da vida”, detalha Elaine. Desta forma, o “abismo” foi preenchido pela “necessidade”.

 Curva de Adoção durante o boom da pandemia


Vindos de uma cultura analógica e com uma certa resistência à mudança de hábitos, os consumidores mais velhos se viram na necessidade de aprender a lidar com as novas tecnologias. O isolamento social foi determinante para que o consumo online se tornasse uma atividade recorrente. Além disso, para se aproximarem de suas famílias e amigos, eles passaram a aceitar as novas formas de comunicação por meio de grupos de chamadas dos aplicativos de mensagens instantâneas, plataformas de vídeo conferências, entre outros. Para se ter uma ideia, em fevereiro e março desse ano, as principais perguntas que apareceram no Google Complete foram: “como fazer compras online”, “como pagar conta pela internet” e “como fazer uma chamada de vídeo”, relevando, assim, uma necessidade de alfabetização digital. Algumas empresas, como os bancos, conseguiram antecipar essa tendência e já investem há algum tempo em vídeos tutoriais para auxiliar esse grupo a instalar aplicativos e utilizar seus canais digitais

 

Experiências de consumo

Mesmo com uma crise econômica adicionada ao pano de fundo do país, o estudo desenha um cenário que pode potencializar os negócios das marcas. Para isso, é importante que as empresas participem ativamente da inclusão digital desses consumidores, criando uma comunicação e oferecendo produtos ou serviços mais direcionados para eles. Também torna-se estratégico o investimento em plataformas que sejam o mais “user-friendly” possível, com uma linguagem apropriada, design e interface intuitivos, de fácil entendimento e usando um tom de comunicação relacionado a esse público, que está totalmente disposto a comprar, utilizar os apps, se informar e viver bem e melhor cada dia mais.

“O momento que vivemos, por mais preocupante que seja, pode ser transformador para as estratégias de marketing digital das marcas. Esses consumidores não querem mais ser chamados de velhos. Encontramos dados que mostram que 35% dos maduros são gamers e utilizam fortemente o Facebook, Youtube, Google e WhatsApp. As marcas precisam estar onde esse grupo, que tem poder aquisitivo e sede de aprendizado, está. Cada vez mais isso fará a diferença nos resultados dos seus negócios”, conclui Márcio Jorge, diretor de Inteligência da ZAHG.

 

Confira os relatórios da ZAHG na íntegra:

- “A Terceira Idade na Era Digital”

- “Idosos, a Pandemia e a Inclusão Digital”

 

 

Fontes: IBGE, OMS, SPC Brasil, CNDL, Inovação Globo, Hype60+

 

Anúncio do aumento da margem de consignado surpreende mercado de crédito

Expectativa é pela publicação, nos próximos dias, da MP que amplia para 35% o percentual de empréstimo para aposentados

 

O assunto desta quinta-feira nos bastidores do mercado de crédito é um só: a Medida Provisória que amplia de 30% para 35% a margem de crédito consignado para os segurados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) foi assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, na noite de quarta-feira (30).

A informação foi confirmada pelo deputado federal Capitão Alberto Neto (Republicanos) à Yasmin Melo, presidente do INAF (Instituto Nacional do Agente Financeiro) e uma das principais articuladoras do movimento realizado em todo o Brasil para o aumento da margem. O deputado também noticiou e comemorou a assinatura da MP em suas redes sociais.

A expectativa agora é que a Medida Provisória que oficializa esta mudança seja publicada no Diário Oficial da União já nos próximos dias. “A ampliação da margem de crédito chega para ajudar muitas famílias que estão enfrentando dificuldades financeiras. Agora só estamos aguardando a publicação no Diário Oficial”, comentou Yasmin.

A briga pelo aumento da margem de crédito para os aposentados e pensionistas do INSS já dura mais de seis meses e a notícia da assinatura da Medida Provisória representa uma grande conquista. Para o INAF, a mudança significa um grande alívio para os segurados.

Com a Medida Provisória em vigor, na prática os segurados poderão comprometer até 40% de seus ganhos com o empréstimo já que eles também têm direito a um cartão de crédito consignado com margem de até 5%.  Yasmin afirma que a medida é positiva porque aumenta a oferta de crédito em um momento em que muitos brasileiros necessitam de ajuda financeira. Yasmin lembra que com a pandemia muitos aposentados e pensionistas tornaram-se os responsáveis pelo sustento das famílias. E muitos destes segurados passaram a buscar crédito pessoal, que têm taxas de juros mais altas, porque já estavam sem limite de crédito consignado.

O INAF realizou um estudo e apresentou uma proposta para o aumento da margem do consignado. A ideia foi contemplada em um projeto de lei que chegou a ser aprovado na Câmara dos Deputados. Mas no Senado a proposta não passou e desde então o setor se mobiliza para mudar a situação.

Yasmim reforça que a briga do setor é que a MP se torne lei para que os aposentados e pensionistas continuem tendo acesso a um limite maior de crédito mais barato. A classe também quer ampliar a regra para funcionários públicos. O empréstimo consignado tem taxas de juros mais baixas que as de outras modalidades de crédito, como o cheque especial.

 

Leilão de imóveis é oportunidade de investimento em meio a pandemia?

Em tempo de pandemia provocada pela covid-19, os leilões de imóveis são um ótimo investimento para quem tem dinheiro no bolso. O leilão ocorre após a perda do imóvel, seja por descumprimento de alguma obrigação judicial ou extrajudicial, permitindo ao interessado adquirir o imóvel, “arrematar” no termo jurídico, já por 50% do valor da sua avaliação. Neste momento em que as pessoas estão mais cautelosas, por terem pouco dinheiro em caixa, ou por procurarem segurança, o número de concorrentes em leilões diminuiu significativamente. Assim, os poucos participantes conseguem arrematar o imóvel por 50% do valor da avaliação, considerando a diminuição do número de investidores com capital disponível.

Além disso, num momento de crise como este, os leilões tornaram-se mais frequentes, uma vez que as pessoas estão enfrentando dificuldades financeiras. Como exemplo, quando o imóvel é recuperado pelo Banco quando o mutuário não consegue responder com as parcelas do financiamento e levado à leilão ou quando o imóvel é penhorado e alienado devido a uma ordem judicial, modalidade mais apreciada pelo investidores, considerando que a alienação transcorreu por um processo judicial.

Lembrando que é importante contar com a ajuda de um profissional com experiência no seguimento para dar consultoria quanto à viabilidade da compra do imóvel em leilão, e na tramitação do processo da Arrematação até a expedição da Carta de Arrematação, documento necessário para o registro da propriedade, e a emissão do Mandado de Emissão na Posse, documento que concede a posse ao vencedor do leilão.

No Edital do leilão, são designadas duas datas para as praças: na primeira, o imóvel somente receberá lances a partir do valor pelo qual foi avaliado. Já na segunda, os lances podem ser a partir de 50% do valor da avaliação, dependendo do que restou previsto no Edital.

Normalmente, os lances partem de 50% da avaliação do imóvel. Caso não haja lances para determinado bem, seja na primeira ou na segunda praça, será o autor do processo intimado para que requeira ou não nova data para um novo leilão.

Por fim, neste período de pandemia, as pessoas estão se arriscando menos, diminuindo com isso a concorrência nos leilões, tornando-se uma ótima oportunidade para aqueles que já conhecem o ótimo resultado nesta modalidade de investimento. Salientando, que é imprescindível contar com a ajuda de um profissional experiente para trazer maior segurança e rentabilidade no processo. Afinal, o imóvel pode ser arrematado pela metade do valor da avaliação.

Para se ter uma ideia da oportunidade, recentemente, um imóvel foi arrematado no Bairro da Bela Vista, em São Paulo, pelo valor de R$ 282 mil e vendido quatro meses depois pelo valor de R$ 420 mil.

 


Paulo Mariano é advogado especializado em leilão judicial de imóveis, com experiência de mais de 100 processos nessa modalidade de investimento. Já assessorou investidores, familiares e amigos e vem se utilizando do leilão de imóveis para seu próprio investimento.


Sucessão familiar: desafios e estratégias para uma transição natural

Grande parte dos negócios nascem da idealização e empenho de famílias de empreendedores. As empresas familiares passam de geração em geração, muitas vezes atravessando séculos e, outras tantas vezes, incapazes de manter o êxito dos antepassados fundadores. Para a manutenção das operações, com crescimento e constante desenvolvimento, decorre a necessidade de profissionalização da gestão. Mecanismos de fortalecimento são fundamentais para a transição da cultura empírica para uma postura mais apropriada à realidade do mundo corporativo atual.

Os mecanismos de gestão de governança corporativa e familiar, são as estruturas necessárias para organizar as empresas familiares e famílias empresárias, separando os fóruns de debates de forma adequada ao seu crescimento e à sua profissionalização.

Entende-se por governança corporativa o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas. Uma sucessão bem conduzida impacta, certamente, a longevidade das empresas familiares.


Desafios e aspectos legais

O sucesso da sucessão está ligado ao grau de amadurecimento e responsabilidade por parte do sucessor. Grande parte das empresas familiares não sobrevivem às transições de gerações. E a falta de preparos de seus sucessores para tal situação agrava essa constatação.

As escolas e as famílias encontram dificuldades na formação dos jovens para o mundo profissional, criando gerações de sucessores desprovidos de responsabilidades e despreparados para dar seguimento à gestão das empresas. Tal fenômeno impacta diretamente na sucessão empresarial e, do mesmo modo, no avanço e na continuidade do negócio. Há vários exemplos de empresas que eram extremamente fortes e competitivas e se tornaram massas falidas por não terem preparado e estruturado a sucessão.

Os advogados e os instrumentos jurídicos também podem apoiar essas famílias em suas peculiaridades e necessidades, cabendo ao jurídico dar a segurança aos anseios da família. Já que, compreendidos alguns conflitos das empresas familiares, percebe-se que a grande questão está ligada à sucessão. Eis que a continuidade dos negócios não depende do idealizador, cabendo ao sucessor atender as expectavas a ele imposta e fazer com que os negócios prosperem cada vez mais.


Estratégias que garantem sucesso

Existem três estratégias fundamentais para auxiliar na perenidade de um negócio: manter restritas as participações dos membros da família, ser capaz de renovar as estratégias do negócio e de criar novas lideranças, e saber enfrentar o contexto de mudanças na qual a empresa está inserida.

A sucessão é um fato inegável na vida das famílias e das empresas. Deve-se enxergar essas mudanças como uma das metas mais importantes de uma empresa, eis que não há sucessão empresarial vencedora sem o comprometimento de toda a família empreendedora. Sendo assim, faz-se necessário a criação de um programa de formação de lideranças dentro das empresas, com a especificidade de criar e delimitar valores à capacitação dos herdeiros e futuros sucessores das sociedades empresárias familiares.

A criação de filhos e filhas, netos e netas, deve estar alinhada à ideia da criação de grandes líderes gestores, aptos na administração não só das empresas, mas também das famílias. Para tanto, a adoção de mecanismos e ferramentas que garantam a sucessão e distribuição de poder é fundamental para uma transição natural e harmônica.

O êxito da sucessão nas empresas familiares está ligado ao planejamento das organizações e também ao engajamento dos sucessores e sucedidos. Só haverá sucesso com processos e medidas que garantam a formação das próximas gerações. As empresas devem se planejar para evitar que a saída do patriarca ou matriarca não seja o princípio do fim, mas apenas uma mudança natural.


 

Marcus Vinícios de Carvalho Ribeiro - advogado atuante na área do direito empresarial, do escritório Flávio Pinheiro Neto Advogados.


Advogado explica quais são as leis e órgãos que amparam os idosos

O Dr. Paulo Akiyama conta sobre os direitos assegurados para o bem estar na terceira idade e a alienação parental inversa


O passar dos anos não é nada fácil, ainda mais quando se olha para o nosso envelhecimento. Ao alcançar a terceira idade muitas pessoas sofrem ao se deparar com situações desagradáveis. Para isso, é importante lembrar que o Estatuto do Idoso visa, em primeiro lugar, regular os direitos assegurados de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos.

Com esse ponto de partida, o advogado Paulo Akiyama explica que as pessoas que atingem esta idade não possuem muito conhecimento a respeito dos direitos e garantias que as amparam, seja por parte dessa classe ou mesmo de pessoas mais novas. “Tratamos de muitos casos que envolvem desrespeito, discriminação ou abandono de idosos, mas há outras circunstâncias que podem ser denunciadas. Atualmente constam 118 artigos no estatuto que abrangem os direitos fundamentais da terceira idade, entre eles estão saúde física, mental e social, direito a liberdade e dignidade”, ele relata.

Os artigos envolvem diversas seguranças e benefícios para pessoas de idade avançada, como a proteção contra todos os tipos de violência, garantindo a punição em casos de maus-tratos, negligência, discriminação, roubo ou abandono, além de assegurar o direito de ir e vir com gratuidade em transportes coletivos, atenção integral à saúde por meio do SUS e o sustento, quando necessário, através da previdência social, por meio do benefício denominado LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social). Outra vantagem é que eles também podem pleitear a redução do IPTU, caso tenha um único imóvel, em alguns municípios é concedido até 100% de desconto no imposto.

Algo que pode ocorrer com o avanço da idade é a alienação parental inversa. Esse problema que costuma ser associado a relacionamentos de pais e crianças, no entanto, também pode ocorrer de maneira inversa, talvez com mais frequência do que imaginamos. Os casos costumam envolver parentes que tentam afastar o idoso de outros familiares, em especial quando esse idoso possui renda e bens, já que isso pode ser benéfico para o alienador, que se aproveita desta situação em benefício próprio. Quantos de nós já não ouviram ou presenciaram situações como esta?

“Importante trazer ao conhecimento de todos que uma criança ou adolescente que sofre alienação tem uma vida toda pela frente, sendo certo que influenciará na sua formação, mas possui muitos anos para se refazer, buscando auxílio profissional para superar seus traumas psicológicos. Já o idoso está vivendo os seus últimos anos, caminhando na sua grande maioria par o fim da vida, passando a viver estes poucos anos que lhe resta em estado depressivo, alienado, afastado de todos os seus. Muitos aceleram o final da vida devido a angustia e ansiedade que vivem em razão de sua alienação”, Dr. Akiyama destaca.

O advogado também comenta sobre a denúncia e processo de alienação pois normalmente o idoso desconhece que está sendo alienado. Nesse caso, quem deve buscar guarida do poder judiciário é aquele que está sendo afastado injustamente e estar sendo privado da relação familiar , também o idoso pode sentir que não é querido pelos parentes, vindo a acreditar em inúmeras mentiras que aqueles que o rodea incuti na mente do mesmo.  Uma lavagem cerebral de um ser humano que esta no final da vida.

“Quem detecta ou suspeita de abandono ou maus tratos deve procurar o Ministério Público e realizar uma denúncia, além de informar a assistência social local com relação ao abandono”, ele finaliza.




Paulo Eduardo Akiyama - formado em economia e em direito desde 1984. É palestrante, autor de artigos, sócio do escritório Akiyama Advogados Associados e atua com ênfase no direito empresarial e direito de família. Para mais informações acesse http://www.akiyamaadvogadosemsaopaulo.com.br/ ou ligue para  (11) 3675-8600. E-mail akyama@akiyama.adv.br


Como o gestor pode gerenciar melhor o seu tempo e sua equipe


A gestão centralizada do trabalho, ou seja, quando o gestor tomar todas as tarefas para si pode impactar negativamente nos resultados da empresa. A dificuldade de delegar tarefas acaba interferindo tanto na saúde do profissional, por estresse desnecessário, como na baixa produtividade, por maiores chances de descumprimento de prazos e de erros no processo devido ao acúmulo de funções. Nesse sentido, o melhor caminho para o gestor descentralizar as tarefas

O trabalho da secretária remota é trazer agilidade, segurança e credibilidade no processo, assumindo serviços burocráticos, como atendimento, suporte, financeiro, vendas, entre outros, garantindo ao empresário uma melhor gestão do tempo e maior atenção ao seu objetivo e a seus clientes.

Além disso, o serviço tem flexibilidade na contratação, com aproveitamento total das horas acordadas, uma vez que a empresa contrata o serviço pelo tempo que necessitar.

Apesar da importância da descentralização ainda há muita dificuldade em delegar. Em uma pesquisa realizada pela Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, 35% dos executivos afirmaram que precisam aprender a delegar tarefas para melhorar, enquanto 37% declararam que buscam ativamente desenvolver essa habilidade.

Dentre os principais motivos para a descentralização ainda estar engessada nas empresas estão: espírito paternalista, medo de perder o controle das atividades, aflição na hora de prestar as contas, falta de tempo e de treinamento e falta de confiança em sua equipe.

Nesse sentido, apesar do secretariado remoto ser uma alternativa para a descentralização de tarefas, o gestor também precisa mudar a sua mentalidade e entender a importância de delegar trabalho para seu time de profissionais. Para isso, é preciso conhecer bem sua equipe, e a forma de descobrir os pontos fortes e fracos de cada um é se comunicando de forma ativa.

Além disso, é importante o gestor observar a maneira com que cada um desempenha suas funções, entendendo quais são as principais dificuldades da equipe para tentar reduzi-las. Dessa maneira, é possível saber exatamente o que esperar dos colaboradores e quais tarefas poderá delegar para cada um, trazendo mais eficiência e confiança em todo o processo.

Assim, o secretariado remoto aliado a uma boa gestão descentralizada tira o peso do gestor que consegue pensar de forma mais produtiva, fortalecendo sua capacidade para tomada de decisões.

 


Rachel C. F. Neves - franqueada responsável pela unidade cidade de São Paulo da D.Zortéa Secretariado Remoto, sendo Secretária Executiva Remota Trilíngue.  Entre suas características tem uma excelente comunicação verbal e escrita, relações interpessoais fundamentadas na empatia e no profissionalismo e a interculturalidade faz parte do desenvolvimento pessoal dela, com experiência no estrangeiro, visitando diversos países e culturas em três continentes.


Diminuição de acidentes: campeã de automobilismo orienta sobre direção preventiva

 

Caminhões transitam por rodovia 
Pexels/Divulgação

Helena Deyama, consultora da ValeCard, dá dicas para evitar acidentes em comemoração ao Dia Nacional do Trânsito


Setembro chegou ao fim com um alerta para os motoristas de todo o país: o Dia Nacional do Trânsito, celebrado no último dia 25, que este ano reuniu ações reforçadas para chamar a atenção sobre a importância da direção segura pelas vias brasileiras. A ValeCard, empresa especializada em soluções para gestão de frotas, convidou a campeã de automobilismo Helena Deyama para oferecer dicas práticas para prevenir acidentes.


1 – Manutenção periódica dos freios

Um dos itens mais importantes é manter a manutenção do freio para garantir seu bom funcionamento. Alguns sinais de que o freio não vai bem só o pedal abaixando por exemplo o freio perdendo a eficiência. Quando perceber essas alterações o ideal é procurar e mecânico o mais rápido possível.


2 – Uso eficiente do câmbio

Uma técnica muito importante para manter a segurança no trânsito e durabilidade dos freios é utilizar o câmbio, reduzindo marchas para diminuir a velocidade. Quanto mais se pisa no freio, mais aquece o sistema de freio, o que faz perder a eficiência até desgastá-lo completamente.


3 - Respeite os limites e seja cauteloso

Muitos acidentes acontecem porque motoristas não respeitam os limites de velocidade ou tentam fazer ultrapassagens perigosas. Lembre-se: é melhor ir mais devagar e chegar inteiro do que acelerar seu veículo e correr riscos. Mantenha sempre a distância de segurança para evitar acidentes com freadas bruscas. Para ter tempo de reação, o ideal é ter três segundos para o carro da frente. Use também os avisos de luz e lembre-se que o uso de faróis é obrigatório na estrada.


4 – Reduza a velocidade nas curvas

Nas curvas, o mais importante é você diminuir a velocidade, entrar devagar e aumentar a sua velocidade progressivamente. É melhor do que entrar muito rápido e tentar consertar depois. Outro erro muito comum é dirigir por horas seguidas, porque o cansaço vai aumentando e faz com que você perca o reflexo. Mantenha a atenção não só nos veículos ao seu redor mas também na sua disposição para dirigir.


5 – Evite chuvas intensas na pista

Em dias de chuva, o primeiro passo é reduzir a velocidade e aumentar a distância entre o veículo da frente. Assim que o veículo à frente passar por um ponto fixo, conte dois ou três segundos para passar pelo mesmo ponto. Caso a chuva fique muito intensa, considere parar o veículo em local seguro. Mas atenção: o acostamento não deve ser utilizado para isto. Se não houver alternativa, ligue o pisca-alerta. E lembre-se sempre que em dias de pistas molhadas o cuidado deve ser redobrado.

 

Programa gratuito oferece cuidado domiciliar e desenvolve autonomia dos idosos

Programa Acompanhante de Idosos (PAI) manteve as atividades mesmo no cenário de pandemia com ações ao ar livre e teleatendimento.


A primeira semana de outubro marca o Dia Internacional do Idoso (1/10), que sensibiliza e conscientiza a sociedade para as questões do envelhecimento e a necessidade de cuidar da população idosa.

Em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, o CEJAM (Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim") gerencia as equipes do Programa Acompanhante de Idosos (PAI) das Unidades Básicas de Saúde (UBS) Jardim Maracá e Vera Cruz, localizadas na zona sul da capital paulista.

A iniciativa promove ações de cuidado domiciliar e apoio para as atividades diárias dos idosos socialmente vulneráveis e com dependência funcional, devido a problemas de saúde e/ou mental. "O programa foca na autonomia e independência dos idosos. Os profissionais da equipe não fazem as atividades pelo idoso, mas sim, com o idoso" explica a supervisora do programa, Joice Sales.

Cada paciente possui um plano de cuidado individual, no qual são realizadas atividades físicas como caminhada e alongamento, atividades de lazer como ir ao cinema, festas, jogos e ouvir músicas, além do acompanhamento em exames, consultas médicas e demais serviços de saúde.

Por conta da quarentena, foram realizados teleatendimentos e ações no território, em frente ao domicílio de cada idoso, como comemorações de aniversário, serenatas e homenagens de dia das mães e dos pais. Para os casos mais complexos, os atendimentos presenciais foram mantidos.

Em 2019, foram realizados mais de 33 mil atendimentos internos e externos aos idosos que participam do programa nas UBS administradas pelo CEJAM. De janeiro a agosto de 2020, mais de 12 mil atendimentos foram realizados (domiciliares, grupos, eventos, atendimentos na unidade).

De acordo com a supervisora do programa, muitos idosos que tinham mobilidade reduzida ou necessidade de auxílio nas tarefas diárias por viverem em isolamento social e não terem o acompanhamento adequado, hoje saíram dessas condições e receberam alta do programa por recuperarem sua autonomia. "Em 2019, 14% dos idosos atendidos receberam alta do programa por terem obtido melhora no grau de dependência, atingindo os objetivos propostos no plano de cuidados", ressalta.


Como participar do PAI?

É necessário ser morador da área de abrangência onde o programa está inserido, ter idade igual ou superior a 60 anos e apresentar ao menos um dos critérios a seguir:

• Ter dependência funcional nas atividades diárias;

• Mobilidade reduzida;

• Dificuldade de acesso aos serviços de saúde;

• Insuficiência no suporte familiar e social;

• Isolamento ou exclusão social e/ou risco de institucionalização.

Confira as UBS, gerenciadas pelo CEJAM, que contam com o programa:

• UBS Vera Cruz | Rua Saramenha, 60 - Campos da Escolástica | (11) 3673-8552

• UBS Jardim Maracá | Rua Feres Bechara, 506 - Capão Redondo | (11) 5874-4720

 

 

Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim" - CEJAM

http://cejam.org.br/

 

O poder de cocriação da mulher

Durante a pandemia, o home office obrigatório acentuou o poder da mulher de se reinventar. Ela passou de dupla jornada, para três ou mais jornadas ao mesmo tempo: casa, filhos, trabalho e marido. Ou seja, a mulher não para, mas consegue lidar com a situação da forma mais justa possível, criando possibilidades que atendam aos interesses de toda a família. Tanto é que, nesse período crítico da economia, para ajudar nas finanças da casa, muitas mulheres costureiras, por exemplo, iniciaram a costura de máscaras para vender, tornando-se uma nova forma de empreendimento e um ótimo retorno financeiro familiar.

Esse é o poder de cocriação, palavra conhecida como iniciativa de gestão, ou forma de estratégia econômica, que reúne diferentes partes, a fim de produzir conjuntamente um resultado mutuamente valorizado.

A facilidade feminina em lidar com as adversidades pode ser parte de sua biologia aflorada pelo dom da maternidade, que a torna mais fiel a sua missão e capaz de dividir e somar, pensando no próximo e nas consequências de suas decisões. Se pegarmos essas características e levarmos para o mundo corporativo, a mulher tem a chance de ser mais comprometida e de tomar decisões mais justas e agregadoras.

Um exemplo pode ser observado no filme Pantera Negra, de 2018, onde Wakanda, assim como nos quadrinhos da Marvel, é a nação mais avançada do mundo, tanto social quanto tecnologicamente - uma utopia afrofuturista onde tecnologia avançada e tradições se convergem.

Na história, o rei de Wakanda descobre que tem um primo abandonado no mundo dos reais e esse primo cresce e toma o trono dele. Quando isso acontece, até mesmo o homem de confiança do rei, que era casado com a chefe do exército de Wakanda, fica ao lado do primo traidor mesmo sabendo que ele iria destruir a cidade. Já as mulheres não. Elas foram fiéis e comprometidas com Wakanda até a morte. Nesse contexto, em um momento crucial, a mulher é mais fiel a sua causa e toma sempre a decisão mais justa.

Essa percepção chegou no mundo corporativo e a mulher está em importantes cargos executivos com seu poder de liderança agregador.

Hoje, com a evolução da sociedade, a cultura de submissão e a visão da mulher como sexo frágil está indo por água abaixo. Já estamos vencendo nossa necessidade de provar para o mundo que somos capazes e, aos poucos, deixamos de lado o sentimento de culpa que carregamos quando não conseguimos cumprir alguma tarefa no dia, ou por sair para trabalhar e deixar o filho na creche.

A mulher está conquistando o seu verdadeiro lugar na sociedade, dizendo não quando sabe que é impossível fazer algo ou negociando suas prioridades da melhor forma possível.

A partir do momento que ela rompe essa barreira de sentimento de culpa ela se sente desafiada e tem capacidade de cocriação.

Portanto, podemos observar que, mesmo diante do caos, a mulher consegue acalmar a sua própria vida e se reinventar. Essa capacidade aflora o seu poder de liderança tanto na vida pessoal como no mundo corporativo, e assim como em Wakanda, vai lutar sempre pela justiça.

 


Priscila Silvestre - formada em Marketing e Direito, é palestrante,  realiza mentoria e workshops com ênfase em empreendedorismo feminino e liderança e é CEO do Club W2W Woman to Woman em São Paulo, comunidade de mulheres empreendedoras que têm o propósito de promover negócios.


O impacto da Lei Geral de Proteção de Dados nos Processos, e a tendência litigiosa de seu descumprimento ou interpretação superficial

Praticamente todas as evidências, sejam em litígio judicial, arbitragem, ou relacionadas a investigações realizadas por reguladores ou autoridades de fiscalização, conterão alguns dados pessoais por inerência ao procedimento. 



Na enxurrada de atividades em torno do imediato início da vigência da Lei Geral de Proteção de Dados, muitas organizações comprometeram amplos recursos para a realização de auditorias de dataprivacy, avaliando até que ponto suas atividades envolvem o tratamento de dados pessoais e considerando se seus processos estão em conformidade com a nova legislação. Compreensivelmente, o foco nessas revisões tende a ser nas atividades operacionais regulares das organizações.

Mas, uma questão que tem recebido menos atenção, mesmo no setor jurídico, é o dilema funcional de como as regras de proteção de dados se aplicam quando as organizações estão lidando com dados no contexto de um litígio. Não há um roteiro absoluto de como se aplicam ao processo de contencioso esses novos ditames, diretrizes e limites legais trazidos pela LGPD.

Na medida em que a questão foi considerada, muitos podem ter simplesmente assumido que, quando os dados pessoais estão sendo coletados e divulgados no contexto de um processo legal formal, devem ser cobertos por alguma isenção legal. No entanto, a posição não é tão simples. Embora o LGPD contenha uma série de disposições que legitimam efetivamente o processamento de dados pessoais quando realizado em conexão com o exercício de direitos legais, cada uma dessas disposições é específica para obrigações particulares na legislação. Nenhuma das disposições se aplica integralmente a todos, de modo a permitir que uma parte ignore efetivamente a proteção de dados em um determinado contexto.

Por conseguinte, indivíduos que agora têm maior consciência de seus direitos nessa seara, são mais propensos a buscarem exercer esses direitos e as partes em litígio podem explorar o escopo de usar a proteção de dados como um subterfúgio ou artifício adicional em seu arsenal tático e estratégico. 

Desta forma, há efetiva possibilidade de qualquer violação da LGPD dentro do processo litigioso ser facilmente identificada e resultar em ação, sustentada pela ameaça de multas regulatórias muito maiores. Portanto, é mais importante do que nunca que as partes envolvidas na demanda, seus patronos e consultores, conheçam como a lei interage diretamente com o processo.

Todo este cenário de mutações e inovações, inevitavelmente faz emergir preocupações sobre se as partes deveriam alterar suas práticas atuais no que diz respeito à supressão de dados pessoais irrelevantes na divulgação, e com o fazê-lo. Sobretudo, a fim de evitar-se mais um nicho de judicialização, que sobrecarregaria ainda mais nossos Tribunais, onerando toda a sociedade.

Nesse sentido, a implementação de práticas e procedimentos transparentes e a conscientização dos titulares de dados, já reduziria consideravelmente as disputas e chances de conflito, inclusive para demandantes contumazes e mal intencionados. 

Outrossim, criar-se canais para a intermediação, mediação e resolução efetiva de eventuais problemas advindos de fluxo ou tratamento errôneo de dados, corroboraria para atestar a adequação do órgão ou da empresa à legislação, bem como proporia o esgotamento de vias de solução compositória - por acordo ou transação -, antes da evolução direta - e muitas vezes desnecessária e aleatória - do tema ao Judiciário. 

Sob este raciocínio já evoluem os entendimentos e ponderações dos tribunais do mundo, ao entenderem que os meios reclamatórios e de resolução extrajudicial de conflito, devem ser esgotados antes de buscar-se tutela estatal pela via judicial, o que conota intuito de razoabilidade e transigência, que deve permear qualquer disputa e relação, e assim guiar as consequências desta nova lei, para que sejam preponderantemente positivas.

 


Victor Fernandes Cerri de Souza - advogado, especialista em Direito Processual Civil, Contratos, e Proteção e Privacidade de Dados; Vice Presidente da Comissão de Direito Contratual, Compliance e Propriedade Intelectual da OAB/SP - Subseção Santana.


Planejamento financeiro para a terceira idade

Chegar na terceira idade com uma situação financeira estável é o sonho de todos. Hoje, ao mesmo tempo em que a contribuição do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) está diminuindo por conta do aumento dos profissionais autônomos, a população idosa está vivendo mais, usufruindo da aposentadoria do governo. Assim, é preciso pensar em alternativas para garantir o futuro, lembrando que quanto mais cedo, menor o valor de contribuição. Para quem tem até 40 anos de idade, o mercado oferece algumas opções. Uma delas é o seguro de vida direcionado a um planejamento para os próximos 20 anos.

Essa opção é semelhante ao Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), um seguro de vida com cláusula de cobertura por sobrevivência, oferecida pelo banco, mas além de acumular uma reserva para a terceira idade, o produto vem com um bônus que inclui cobertura em caso de invalidez, doenças graves e perda de autonomia.

Esses bônus são acumulativos, um independe do outro. Ou seja, se no meio do caminho do investimento, aparece uma doença grave, a pessoa consegue ter o dinheiro para cuidar da doença sem prejudicar o projeto da reserva para a terceira idade.

Nesse seguro de vida, também é possível escolher a forma de retorno, com as opções de resgatar o montante total no final do investimento ou também receber em forma de renda vitalícia.

Para que o investimento seja seguro e garanta uma boa rentabilidade é recomendado um consultor financeiro e especialista em despesas pessoais e gestão de risco, que vai fazer um planejamento financeiro de acordo com a situação de vida de cada pessoa, seja de pessoa física ou jurídica. Lembrando que somente o seguro não vai garantir toda a reserva na terceira idade. Como o seguro não é volátil e tem pouco risco, a rentabilidade dele não é tão alta.

É importante pulverizar a aplicação em renda variável. Entre as opções estão: ação, bolsa de valores, compra de títulos imobiliários, Tesouro IPCA (Índice de Preços para o Consumidor Amplo), entre outros, que são rendimentos de maior risco, mas que geram maior rentabilidade. Geralmente, é recomendado 5% do investimento em seguro de vida e 20% em renda variável.

Hoje, a quantidade de lives na Internet sobre planejamento financeiro e aplicações é enorme, mas é muito genérica. Cada pessoa tem um objetivo, uma renda, um perfil de investimento e uma filosofia de vida. Então, a ajuda do consultor é fundamental para garantir um planejamento adequado e que traga maior retorno.

Dessa forma, o planejamento financeiro direcionado para a terceira idade vai garantir um futuro estável para você poder usufruir a vida da melhor maneira possível. Lembrando que quanto mais jovem você for, menor será o valor de contribuição. Além disso, esse tipo de seguro vai blindar a sua reserva de imprevisto que possa ocorrer ao longo dos anos de investimentos.

 



Patrícia Araújo - consultora financeira e especialista em despesas pessoais e gestão de risco.


Dia do Idoso: Veja tratamentos estéticos que contribuem para a autoestima durante a velhice

Radiofrequência e luz pulsada são alguns dos procedimentos indicados para cuidar da aparência a partir dos 50 anos

 

No dia primeiro de outubro é celebrado o dia do Idoso. E, para quem não sabe, a população nesta faixa etária é extremamente representativa: são 28 milhões de idosos no país, cerca de 13% da população. Um público consumidor importante, e cada vez mais exigente.

Para se ter uma ideia, a procura e a oferta de tratamentos estéticos para pessoas com mais de 60 anos vêm se tornando mais frequente. Isso porque a expectativa de vida no Brasil aumentou. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o brasileiro pode chegar a 76 anos, e 1 em cada 4 pessoas têm mais de 50 anos.  

“Com o passar dos anos, a pele passa por mudanças fisiológicas e morfológicas”, comenta a clínica geral e especialista técnica da Emagrecentro, Sylvia Ramuth. “A pele é o reflexo de nossos cuidados e hábitos ao longo dos anos. Fatores como estresse, álcool, tabagismo, alimentação desregulada, poluição e alterações de temperatura são alguns dos agravadores dos problemas de pele. ”  

Os primeiros sinais do envelhecimento começam a partir dos 25 anos de idade. A pele fica seca, surgem linhas finas na pele, manchas e flacidez.  

“Esses sinais são consequências do processo fisiológico de declínio das funções do tecido conjuntivo, no qual o colágeno vai tornando-se mais rígido, além da perda de água”, explica a dermatologista e especialista técnica da Depyl Action, Marina Thompson. “Assim, pode-se dizer que o envelhecimento é a perda de estruturas como gordura, água, colágeno e fibras elásticas. Esse declínio varia de acordo com a genética de cada pessoa”, aponta.,

Atualmente, tratamentos estéticos para a 3º idade têm ganhado protagonismo no mercado de saúde, beleza e bem-estar. Não invasivos, garantem um rejuvenescimento do rosto e do corpo, e já são a aposta de quem quer cuidar da autoestima.  

“Existe um portfólio de procedimentos ideais para tratar o envelhecimento”, comenta Marina. Precisamos nos atentar que a pele madura é mais sensível e precisa de cuidados redobrados. Além disso, é indispensável procurar um especialista na área, que fará uma avaliação com base nas características da pele e das expectativas e necessidades de cada um”, revela.

Confira abaixo alguns tratamentos indicados por especialistas para cuidar da pele.


1 - Radiofrequência: indicado para reduzir a flacidez, cicatrizes, celulites, estrias e aumentar a oxigenação. O procedimento é realizado por meio de ondas de radiofrequências emitidas pelo aparelho. O processo aquece profundamente a pele até atingir a fibra de colágeno.

“O aquecimento induz a produção de metabolismo de células e colágeno, que dá aparência de pele mais firme em longo prazo. A produção desse colágeno pode durar até três meses depois do término do procedimento que é indolor, não causa cortes, lesões e não é invasivo”, comenta Dra. Sylvia.


2 - Bioestimuladores de colágeno:  resgata a firmeza perdida ao longo dos anos e melhora a qualidade da pele. As substâncias utilizadas (Radiesse, Sculptra, Elansé e fios de PDO) estimulam a produção de colágeno quando injetadas em determinadas camadas da pele. Podem ser utilizados para reposição de volume a longo prazo e diminuição da flacidez.


3 - Luz Pulsada Intensa: o tratamento é indicado para quem deseja afinar e diminuir a quantidade de pelos e manter a pele lisa por mais tempo. Os resultados são percebidos nas primeiras seções.

“A LIP enfraquece os folículos pilosos de maneira progressiva, eliminando os pelos gradativamente. Sua principal indicação se dá no tratamento de manchas como melanose solar, poros dilatados, com melhora no aspecto geral cutâneo. O procedimento ajuda a promover o rejuvenescimento da pele e estimular a produção do colágeno, responsável por garantir a firmeza da pele”, explica a dermatologia.


4 -  Carboxiterapia: O procedimento, que dura de 15 a 30 minutos, consiste na aplicação de gás carbônico nos tecidos do corpo com objetivo de eliminar estrias, celulite, gordura localizada e principalmente a flacidez da pele.

“O gás favorece a circulação sanguínea, ajuda a estimular a produção de colágeno, além de auxiliar na queima de células de gordura. Quanto a profundidade de cada técnica, depende do objetivo. Se a pessoa quer tratar estrias, a aplicação é feita diretamente na cicatriz, se for para reduzir medidas, é feita entre a camada da pele e a de gordura”, revela Dra. Sylvia.


5 - Micropigmentação: Assim como o cabelo, os fios das sobrancelhas diminuem à medida que envelhecemos. Com técnicas de hiper-realismo e colorações para cada tom de pele e necessidade do cliente, a micropigmentação é indicada para quem precisar recuperar a autoestima e harmonizar o olhar.

“A perda de sobrancelha, em alguns casos, é mais evidente do que a perda de cabelo. Falhas podem ser causadas por disfunções e doenças, como alopecia. Mas é um procedimento que apenas um profissional qualificado e com o material certo pode fazer. Preocupe-se em ter um design que harmonize com o seu rosto em vez de afinar as sobrancelhas”, finaliza Marina.


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