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segunda-feira, 1 de junho de 2020

Com uma das maiores cargas tributárias do mundo, brasileiro trabalhou 151 dias, em 2020, somente para pagar tributos


Segundo IBPT - Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, a partir de 30 de maio seu salário já é seu

O Brasil, mais uma vez, figura entre os países com maior carga tributária do mundo, e isso se reflete nos dias trabalhados anualmente pelos seus cidadãos para pagar tributos federais, estaduais e municipais.
De acordo com o mais recente estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação - IBPT, todos os tributos somados perfazem mais de 41% do salário do brasileiro médio. “Por detrás desse número, foi identificada uma carga tributária injusta, pois grande fatia dessa média vem dos impostos pagos sobre o consumo, cerca de 23%, depois renda, cerca de 15% e, por último, o patrimônio, com 3%”. Este ano, o brasileiro trabalhará até o dia 30 de maio para pagar impostos, afirma o presidente executivo do IBPT e um dos coordenadores do estudo, João Eloi Olenike.
Segundo dados do estudo, houve crescimento frente aos outros anos, com um dos fatores sendo o aumento no número de tributos a partir do ano de 2015.
Uma simples comparação: no ano de 2001, eram necessários 130 dias de trabalho para pagar os tributos todos. Hoje, são precisos 151 dias, um crescimento de 16%.
“Esse crescimento no número de dias trabalhados para pagar tributos foi calculado e apresentado por décadas pelo IBPT, demonstrando que, hoje, trabalhamos quase o dobro do que na década de 70”, revela Olenike.

DÉCADA
MÉDIA DE DIAS TRABALHOS PARA PAGAR TRIBUTOS
MESES e DIAS
1970
76
2 meses e 16 dias
1980
77
2 meses e 17 dias
1990
102
3 meses e 12 dias
2000
138
4 meses e 18 dias
2010
151
5 meses e 01 dia
2020
151
5 meses e 01 dia

O Instituto também apresentou um comparativo com as maiores economias do mundo, inclusive os Estados Unidos da América. Por lá, o americano irá trabalhar 96 dias para pagar seus tributos, são 36% menos dias quando comparado com o Brasil.

Pelo mundo afora
“Entre os dez países onde mais se trabalha para pagar impostos no mundo, o Brasil está em 9ª posição, entre países como Dinamarca e Alemanha, considerados altamente desenvolvidos e com índices de retorno bem diferentes que o país sul-americano, que, em todas as edições do IRBES (Índice de Retorno de Bem Estar à Sociedade) ficou em último colocado”, afirma Olenike.

PAÍS
POSIÇÃO
DIAS TRABALHADOS PARA PAGAR IMPOSTOS
 DINAMARCA       
179 dias
 BÉLGICA
171 dias
 FRANÇA     
163 dias
 FINLANDIA
159 dias
 NORUEGA
159 dias
 ÁUSTRIA
158 dias
 SUÉCIA     
156 dias
 ITÁLIA
156 dias
 BRASIL
151 dias
 ALEMANHA 
10º
148 dias

O estudo levou em consideração, neste ano, a diminuição das atividades econômicas do país, em virtude do surgimento da doença COVID 19, que reduziu drasticamente a produção e circulação de riqueza no país.
“Também informamos que todos os cálculos deste estudo foram feitos levando-se em conta que este ano de 2020 é bissexto, portanto, com 366 dias”, conclui o especialista.


Dia nacional de respeito ao contribuinte - marco histórico
O estudo que revela a quantidade de dias que o brasileiro trabalha para pagar tributos foi lançado pela primeira vez no ano de 2006. Naquele ano, o IBPT constatou que o brasileiro trabalhou 145 dias, o equivalente a quase cinco meses, apenas para pagar seus impostos. O estudo chamou a atenção de um Deputado Federal na época e em seguida, se tornou um projeto de lei. “Esse trabalho chegou até o Deputado Federal Sandro Mabel, que achou interessante e resolveu fazer um projeto de lei, para que o 145º dia do ano (25/05) se tornasse o Dia Nacional de Respeito ao Contribuinte”. Esse projeto se tornou Lei Federal em 2010, a de nº 12.325/10. 
Com base nesse estudo, criou-se um movimento popular, no dia 4 de junho para celebrar o dia da liberdade de impostos. O movimento visa unir comerciantes de todos os setores, isentando os consumidores dos impostos de alguns produtos nesse dia. Até o momento, 46 cidades de 15 estados participam do movimento (https://www.dialivredeimpostos.com.br/).
Para obter mais informações e baixar o estudo na íntegra, está disponível link no sítio oficial do IBPT em: https://ibpt.com.br/noticia/2843/Estudo-sobre-os-dias-trabalhados-para-pagar-tributos-2020




Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação – IBPT
http://www.ibpt.org.br - telefone (41) 2117-7300


Os planos de saúde e a Covid-19: o momento não permite improvisos



A Covid-19 atinge a todos e promove uma turbulência que reverbera nas esferas da saúde, social, econômica e jurídica. O termo pandemia se tornou uma palavra de uso cotidiano e a incerteza nos acompanha. Apesar das controvérsias nos mais variados campos, há razoável consenso de que o cenário é complexo e soluções improvisadas não dão conta dos problemas que estão postos.

Em relação aos planos de saúde, as repercussões abarcam a dificuldade de pagamento, extinção do contrato por atraso nas mensalidades, reajustes e tratamentos. Nesse sentido, o projeto de lei n. 1117/2020, em trâmite na Câmara dos Deputados, propõe a alteração da Lei dos Planos de Saúde para, “enquanto durarem os efeitos do Estado de Calamidade Pública”, vedar o reajuste das mensalidades, bem como proibir o cancelamento de contratos por atrasos de até 90 dias.

O projeto de lei, em resumo, transfere integralmente às operadoras o impacto da Covid-19, sem avaliação de custos ou riscos. Em contraste com a importância do tema, o projeto não apresentou nenhum estudo técnico ou cálculo de impacto. Como se fosse possível resolver um problema dessa magnitude em um passe de mágica, a iniciativa legislativa não levou em conta o caixa das operadoras, nem o impacto da natural redução dos clientes na crise. Ignorou também a diversidade de porte das operadoras.

Outra questão relevante está na má redação do art. 15-B, que aqui transcrevo: “As empresas Operadoras de Planos de Assistência à Saúde ficam proibidas, pelo prazo de noventa dias, de procederem à suspensão ou rescisão unilateral dos contratos dos Planos Privados de Assistência à Saúde, em virtude do não-pagamento das mensalidades pelos consumidores, enquanto durarem os efeitos do Estado de Calamidade Pública (...)”.

A truncada redação permite duas interpretações. Na primeira compreensão, a operadora estaria obrigada a manter as coberturas, mesmo sem receber por 90 dias. Esse prazo poderia ser invocado mesmo com o fim do distanciamento social, já que o critério da lei é “enquanto durarem os efeitos” do coronavírus, sem especificar quais. Deixa-se a operadora sem parâmetros, e sem receber.

Uma segunda leitura, ainda mais preocupante, é no sentido de que as pessoas e empresas poderiam simplesmente não pagar o plano de saúde “enquanto durarem os efeitos do Estado de Calamidade Pública”. Exemplifico: uma empresa que demore um ano para recuperar seu volume de vendas poderia ficar todo esse período sem pagar, já que os efeitos ainda estão presentes. Ambos os cenários são inviáveis.

Em qualquer das interpretações, o projeto autoriza a suspensão total do pagamento da mensalidade do plano, por ao menos 90 dias, sem prever nenhuma contraprestação ou garantia às operadoras; nem mesmo retirou-se do benefício os planos odontológicos, os quais sequer guardam relação com a Covid-19.

A finalidade do projeto de lei de “garantir a manutenção dos contratos de Assistência Privada à Saúde” é um desejo comum a todos. As soluções, contudo, não podem se resumir a criar uma enorme bola de neve de dívidas, que terminará por extinguir os contratos de plano de saúde, seja porque as pessoas não conseguirão pagar seus débitos, seja porque as operadoras deixarão de existir.





Gabriel Schulman - doutor em Direito pela UERJ, advogado Sócio de Trajano Neto e Paciornik, professor da Escola de Direito e Ciências Sociais da Universidade Positivo.


Os 5 Rs da Retomada Econômica


Valores fundamentais para a retomada no varejo


A quarentena na Europa começa a relaxar e o mundo volta a falar em retomada. No Brasil, várias cidades já reduziram as restrições e o varejo reabre as portas para um novo mundo. As necessidades dos consumidores mudaram e muitas empresas terão que se adaptar, simultaneamente equilibrando o caixa e buscando recuperar o prejuízo registrado durante os dois meses de fechamento.
Antes de corrermos para levantar as portas e abrir os caixas, vale a pena a reflexão sobre os valores que precisamos incorporar aos nossos planos estratégicos neste segundo semestre. Cada empresa tem seus desafios e necessidades, mas nossa trajetória este ano será pautada por alguns fatores em comum, cuja reflexão busco estimular aqui. Da crise surge o novo e, apesar das dificuldades, não podemos desperdiçar a oportunidade de avançar.


1. RESPEITO

Em primeiro lugar, vivemos em tempos sóbrios, onde as circunstâncias merecem respeito. Respeito pela saúde, pelas pessoas que não sobreviveram, pelo estado mental das nossas equipes e pelas opiniões divergentes. Respeito pela pandemia, pelo vírus e pelas situações que ainda não estão 100% no nosso controle. Por mais que estejamos ansiosos pela retomada, precisamos levar em conta todas as medidas de higiene e saúde que garantirão a segurança das equipes e clientes no ambiente comercial. E deixar claro o propósito pelo qual cada um de nós está trabalhando nesse momento difícil.

Para reflexão: a sua marca está levando em conta o momento de cada colaborador na volta? Você sabe quem perdeu entes queridos? Como vamos honrar essas pessoas ao mesmo tempo que nos preparamos para retomar as operações? Sua loja é realmente segura para cliente e colaboradores?


2. RELACIONAMENTO

Dizem que foi o e-commerce que salvou muitos varejistas durante a quarentena. A tecnologia digital de fato compensou (e muito) a ausência dos pontos de venda físicos. Mas as marcas que tiveram sucesso durante a pandemia não foram necessariamente as mais digitais ou modernas, e sim aquelas que apostaram no relacionamento verdadeiro com seus clientes antes e durante a quarentena.

E para a conexão verdadeira, é preciso gente, ainda que amparada por tecnologia. São empresas cujas equipes, mesmo sob condições extremas de estresse e ansiedade, se dedicaram a entender as necessidades dos clientes, telefonando ou mandando mensagens genuínas, oferecendo apoio ou um simples abraço à distância. Estas marcas não serão esquecidas tão cedo e estarão melhor posicionadas para a retomada. A melhor inteligência artificial ainda não substitui o verdadeiro afeto e preocupação. Valorize as suas equipes: são elas que fazem a diferença.

Para reflexão: sua marca está se conectando com seus clientes de forma humana durante a crise, ou está simplesmente mandando mensagens automatizadas de e-mail e zap? E seus colaboradores? Você ligou para saber como estavam aqueles que foram afetados pelo COVID-19, aqueles que estão suspensos e nervosos em casa?


3. RISCO

Esta não será a última pandemia global - e muitas empresas sentiram na pele o revés de riscos operacionais antes desconsiderados. Devemos reduzir nossa exposição para evitar prejuízos mais graves na próxima onda. É a discussão do mundo VUCA, que saiu da teoria para ser experimentada na prática por todos nós.

Neste aspecto, a diversificação, amplamente recomendada no mercado financeiro, faz sentido também para nós varejistas. Ter um portfólio diversificado, tanto geograficamente e por canal de vendas e ponto de venda torna o varejista mais flexível para eventuais quarentenas futuras. Quem coloca todos os ovos na mesma cesta, corre o risco de perder o jantar. Mas como diversificar?

  • Geografia: grandes capitais x cidades menores (o Brasil não é só o Sudeste)
  • Modelo comercial: unidades próprias x franquias x revendedores (não dependa de um único parceiro)
  • Canal de distribuição: vendas físicas x online (o consumidor quer omnichannel)
  • Localização: pontos de rua x shopping (não dependa só das grandes redes)
  • Portfólio: produtos x serviços (forte tendência dos últimos 5 anos)
Outro tópico importante para os novos tempos é a bio-segurança. Consumidores e colaboradores passarão a cobrar higiene e segurança no ponto de venda, como nunca antes. Acabaram os dias do "pé-sujo": o cuidado com a saúde será exigido com seriedade, não apenas pelos órgãos reguladores, como também pelos consumidores, que passarão longe de unidades que não ofereçam confiança. Não corra esse risco.

Para reflexão: sua oferta e canais de venda estão bem diversificados para dar flexibilidade para a empresa em caso de interrupção em algum deles?


4. REDUÇÃO

Em todo o mundo vemos também um movimento de redução e simplificação da das organizações empresariais e da vida pessoal. Operações complexas, pesadas e com cadeias longas são as mais vulneráveis a disrupções, porque tem menos flexibilidade e rapidez para se readaptarem face a uma crise. Essas serão as primeiras e ficarem para trás.

No passado, nossa resposta aos desafios organizacionais sempre foram agregativas: mais um departamento, mais um processo, mais um controle. Agora tomamos o caminho inverso: reduzir para ganhar leveza, agilidade e rapidez. O futuro é minimalista: o 'menos' tomará o lugar do 'mais' como solução para nossos problemas e a visão agregativa do passado ficará marcada como um dos excessos do século XX.

Para reflexão: o que podemos reduzir nas nossas organizações para nos tornarmos mais leves e mais ágeis? (o mesmo vale para uma reflexão pessoal)
  • Dias de contas a receber (quanto mais tempo, mais risco)
  • Processos burocráticos (engessam e impedem mudanças)
  • Custos fixos (tiram a flexibilidade em momentos de baixa)
  • Dias de estoque (quanto mais estoque, mais perda)
  • Espaço de escritório (a tendência do homeoffice veio para ficar)
  • Cadeia de fornecedores (quanto mais longa, mais risco)
  • Exposição ao câmbio (não precisa nem falar, né?)

5. RESILIÊNCIA

Todos os pontos acima contribuem para a construção de uma organização mais adaptável às mudanças. É a resiliência, nossa capacidade de nos adaptarmos às novas circunstâncias, que nos torna anti-frágeis, sobreviventes nesse novo mundo.

Com certeza os pontos acima já foram levantados pelo CFO, pelo Board da empresa ou por um Comitê de Risco em outros momentos, mas talvez não tenham tido a urgência destes nossos tempos. A hora de agir é agora - antes da próxima crise. Vamos aproveitar o #reset que esse momento da retomada nos proporciona para tornar nossas organizações mais fortes e melhores para os momentos que nos esperam no futuro. Esse é o nosso papel.

E, ao final de tudo, vale lembrar que empresas resilientes são feitas por pessoas. Como líderes, cada um de nós deve ser o exemplo de resiliência, serenidade e adaptação aos novos tempos - e valorizar mobilizar nossas equipes para multiplicar esses valores.






Barbara Fortes - Barbara Fortes é executiva de beleza e bens de consumo, com carreira desenvolvida em multinacionais como Natura, L’Oréal e L’Occitane. Hoje ela é COO da Espaçolaser, líder em tecnologia de estética com mais de 470 pontos de venda e 5.000 colaboradores no Brasil e Argentina. Sua missão é manter o forte ritmo de crescimento no Brasil, abrir o canal digital, ampliar o conhecimento de marca e acelerar a internacionalização.

Brasil tem potencial para ser futuro maior exportador mundial de leite e derivados


Pandemia coloca a cadeira produtiva em alerta para manter vendas


A cadeia produtiva do leite hoje é uma das mais complexas atividades do Agronegócio Brasileiro, com importância social, econômica e ambiental. O País é o quarto maior produtor mundial, com crescimento de 2% ao ano, movimentando mais de 4 milhões de trabalhadores, seja nas indústrias ou no campo, com a produção primária.

No dia 1º de junho comemora-se o Dia Mundial do Leite, e é uma boa oportunidade para prestar atenção neste setor que tem passado do status de importador para o de exportador, com potencial para se tornar, em um futuro próximo, o primeiro do ranking mundial.

“A cadeia do leite no Brasil tem se profissionalizado, alcançado novos parâmetros de sanidade e qualidade, e conquistado competividade no mercado mundial. Muito se deve ao trabalho de médicos-veterinários e zootecnistas. Houve uma evolução na qualidade em pouquíssimo tempo, com o uso de novas tecnologias, aperfeiçoamento de raças, nutrição aprimorada, além de regras mais rígidas de inspeção e fiscalização”, afirma o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), Mário Eduardo Pulga.

A Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN) destaca que o leite e seus derivados constituem um grupo de alimentos de grande valor nutricional, como fontes de proteínas de alto valor biológico, vitaminas e minerais – principalmente de cálcio.

Embora o brasileiro esteja consumindo mais leite e derivados, o consumo per capita ainda está abaixo do recomendado (três porções de lácteos por dia). O brasileiro consome em média apenas 166 litros de leite por ano. Em 2020, entretanto, espera-se crescimento do consumo de produtos lácteos.

Além do próprio alimento, a cadeia é composta por mais de 90 produtos que têm o leite ou sua proteína na composição. E os cuidados na criação dos animais e a fiscalização sanitária da matéria-prima, das indústrias e dos pequenos produtores são fundamentais, principalmente para garantir a saúde da população, evitando-se a transmissão de zoonoses.

Com a regulamentação do Selo Arte, que permite que produtos artesanais de origem animal que seguem as boas práticas agropecuárias e sanitárias sejam comercializados em todo o território nacional, o setor também será beneficiado. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, cerca de 170 mil produtores de queijos artesanais serão diretamente afetados positivamente.


Potencial do setor

Só para se ter uma ideia da importância da cadeia produtiva, de acordo com o “Anuário do Leite 2019”, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o leite é produzido em 99% das cidades brasileiras, com 1,3 milhão de produtores e cerca de duas mil indústrias de laticínios legalizadas. Somente em 2018, segundo a Embrapa Gado de Leite, foram produzidos 33,8 milhões de litros, sendo 70% da produção total, cerca de 24,4 milhões de litros, inspecionada e comercializada pela indústria. Em 2019, estima-se que o setor tenha fechado com crescimento de 2,5%.

Com mercado interno com potencial de crescimento, as exportações brasileiras também se destacam com a abertura do mercado chinês e egípcio no último ano. Em 2019, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior, as exportações somaram 22,5 mil toneladas de produtos lácteos, aumento de 10,4% frente ao mesmo período de 2018. Isso se deve ao incremento nos embarques de leite fluído, manteiga e creme de leite. Já as importações tiveram volume 7,2% menor.

Para o médico-veterinário e também presidente da Comissão Técnica de Alimentos (CTA) do CRMV-SP, Ricardo Calil, por esta dimensão, a cadeia precisa receber uma atenção especial em todos os âmbitos, de forma a concretizar o potencial que o Brasil tem para ser um grande exportador do leite. “Precisamos incentivar os programas de cooperativismo e a pasteurização do leite para a sustentação dos pequenos produtores.”

“No dia Mundial do Leite, temos que bater palmas e agradecer a todos os produtores, em especial os pequenos, que se esforçam, acordando cedo e trabalhando diariamente para garantir o leite e seus subprodutos na mesa do consumidor. Contem com os médicos-veterinários e zootecnistas sempre”, enfatiza o presidente do CRMV-SP.


Vantagens para a produção de A2A2

Disponível em países como Nova Zelândia, Austrália e Estados Unidos, o leite A2A2 está mais próximo de integrar a lista de produtos de origem animal do mercado brasileiro. No Instituto de Zootecnia (IZ), vinculado a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, pesquisas iniciadas em 2014 apontam para isso.

O trabalho de genética, a partir do cruzamento de animais e análises de DNA, resultou em um rebanho de 100 vacas portadoras do gene que leva os animais a produzirem o leite contendo a beta-caseina A2 que, de acordo com estudos, reduz riscos de problemas coronarianos, alergias e síndrome da intolerância ao leite.

Mesmo levando em consideração que no exterior as pesquisas sobre o leite A2A2 tenham sido iniciadas muito antes, em 2000, o Brasil se destaca pela característica majoritária de seu gado.

“A vantagem é que no País predomina no rebanho leiteiro as raças Gir e Girolando, cuja prevalência do gene é de 80%, enquanto em outros países predomina o holandês, que tem incidência de 50% do gene”, afirma o Dr. Enilson Geraldo Ribeiro, zootecnista pesquisador do IZ.


Cadeia em alerta

O presidente da CTA/CRMV-SP, Ricardo Calil, afirma que a cadeia produtiva está em especial alerta neste momento por conta da chegada do coronavírus no interior, onde está a maioria dos produtores. “A cadeia do leite, mais especificamente onde fica a matéria-prima, geralmente não trabalha com muitas pessoas, e em meio a uma pandemia, pode faltar mão-de-obra”, diz.

As fiscalizações também estão comprometidas, com a postergação das visitas para o segundo semestre ou mesmo a diminuição da frequência, preocupa-se o médico-veterinário Wander Dias, membro da CTA/CRMV-SP.

Para Dias, neste momento é ainda mais importante a presença do responsável técnico e do reforço das boas práticas nas criações e nos laticínios de forma que não haja desvios no padrão de qualidade dos produtos finais, principalmente neste momento em que se conquistam mercados internacionais.

As exportações brasileiras de queijos cresceram 65% nos últimos três anos e, com a habilitação de 24 estabelecimentos para exportação para o mercado chinês, a expectativa é de o setor, segundo o Mapa, exporte US$ 4,5 milhões em queijos.


Dia Mundial do Leite

O Dia Mundial do Leite foi instituído em 2001, pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO/ONU), que escolheu o dia 1º de junho para celebrar as importantes contribuições do setor lácteo para a sustentabilidade, o desenvolvimento econômico, a subsistência e a nutrição. Em 2018, a data foi marcada pela realização de 586 eventos, em 72 países, incluindo o Brasil.






Sobre o CRMV-SP

O CRMV-SP tem como missão promover a Medicina Veterinária e a Zootecnia, por meio da orientação, normatização e fiscalização do exercício profissional em prol da saúde pública, animal e ambiental, zelando pela ética. É o órgão de fiscalização do exercício profissional dos médicos-veterinários e zootecnistas do estado de São Paulo, com mais de 39 mil profissionais ativos. Além disso, assessora os governos da União, estados e municípios nos assuntos relacionados com as profissões por ele representadas.

Pesquisa realizada pela DMCard aponta que 69% dos consumidores tiveram perda de renda devido à pandemia


Estudo que entrevistou 15 mil pessoas economicamente ativas também verificou que grande parte ainda acredita que atrasarão alguma conta


Entre os dias 5 e 12 de maio, a área de Experiência do Cliente da DMCard aplicou 15.010 entrevistas online para uma pesquisa sobre o comportamento do consumidor com suas finanças durante a pandemia. O estudo apontou que 69% das pessoas tiveram algum tipo de perda financeira desde o início da quarentena e 62% acreditam que ainda vão enfrentar algum problema que as obrigará a atrasar o pagamento de suas contas.

“Nossa amostra é composta por pessoas que são portadoras de cartão de crédito e nos permite uma representatividade muito fiel de como anda o bolso desse consumidor economicamente ativo, se ele sofreu perdas e como o bolo está sendo repartido para o consumo e pagamento das dívidas mais comuns no dia-a-dia da população”, explica Sandra Castello, Diretora de Marketing e Pessoas da DMCard.


Consumidor priorizaria pagamento do cartão do supermercado ao cartão de crédito tradicional

Os entrevistados foram questionados sobre quais as dívidas que dariam prioridade em caso de não terem dinheiro suficiente para pagamento em dia de todas elas, sendo que, nesta questão, puderam citar mais de uma resposta. As contas de consumo como água, luz, telefone e internet ficaram em primeiro lugar, com 31% de percentual de lembrança.

Em segundo lugar na prioridade do consumidor está o cartão de crédito do supermercado, o private label, (29%) e, só então, o cartão de crédito tradicional (20%). Essa ordem de prioridade aponta para um consumidor que está preocupado em manter seu poder de compra, principalmente do que é essencial, em manter a comida na mesa. O cartão tradicional também pode ser utilizado no supermercado, contudo, além de não ser acessível a todos, este ainda é compreendido com um formato que pode ser utilizado para gastos supérfluos, por impulso, como explica Sandra.

“Além dessa percepção da importância e peso no orçamento entre os cartões de loja e o tradicional, há outro fenômeno importante de se observar, principalmente nas classes mais baixas, que é a atual dificuldade de se conseguir crédito na rede bancária. Não se trata apenas de uma escolha, muita gente não consegue ter um cartão de crédito tradicional. Com o atual cenário econômico a rede bancária acaba reduzindo sua aprovação e esse consumidor, muitas vezes ainda desbancarizado, acaba migrando para os cartões de loja”.

Na sequência das dívidas que não seriam tão priorizadas, foram citadas os financiamentos (11%) e a assistência médica (9%). A diretora também explica como o reflexo do não pagamento de alguma dessas contas na rotina também interfere na decisão. “Com estes resultados, conseguimos identificar uma linha clara de comportamento. O consumidor prefere pagar primeiro as contas que podem ocasionar a interrupção de algum serviço que lhe faria muita falta no seu dia-a-dia. Em segundo lugar, vêm as dívidas que podem tirar deles o poder de compra, em um momento em que ter crédito é muito importante em caso de emergências”.


Além do desemprego, contratos foram interrompidos e ganhos reduzidos

Apenas 26% dos entrevistados afirmaram estar empregados formalmente, com registro em carteira profissional, e sem nenhum tipo de redução em seus ganhos, enquanto outros 15% tiveram redução de carga horária e, consequentemente, em seus rendimentos.

Em contrapartida, 12% foram totalmente afastados do trabalho ou tiveram seus contratos interrompidos, e 15% já entraram na pandemia desempregados. Os entrevistados aposentados são 10% dos respondentes e 21% são profissionais autônomos.


49% pediram o auxílio emergencial, no entanto apenas 15% já recebeu

O auxílio emergencial de R$ 600 oferecido pelo governo foi buscado por 49% dos entrevistados. Considerando apenas esse grupo, 31% deles já recebeu a primeira parcela. Um grupo composto por 33% não foram aprovados, outros 19% foram aprovados mas ainda não receberam e 17% ainda estão aguardando resposta.

Dentre os 51% que não entraram com o pedido, apenas 1% ainda tem a intenção de solicitar o auxílio. “A demora e problemas no pagamento dessa ajuda do governo tem reflexo direto no comportamento financeiro, principalmente no pagamento de dívidas e nas classes mais baixas, nas quais a prioridade é sempre o consumo alimentar”, destaca Sandra.


Consumidor mais dependente do crédito para abastecer a despensa

O estudo também avaliou o uso do cartão de loja do supermercado pelos consumidores, principal área de atuação da DMCard, realizadora do estudo, e 41% dos entrevistados afirmaram que um limite maior disponível em seu cartão private label os ajudaria neste momento de pandemia.

E, em caso de atraso no pagamento especificamente da fatura desse cartão e posterior acordo, 45% prefere um desconto e pagar tudo de uma vez, 32% preferem um parcelamento da dívida e para 23% basta apenas um prazo maior para pagamento.
A primeira pergunta de toda a pesquisa era se as pessoas estavam bem de forma geral, sendo que 92% responderam positivamente. Também 92% responderam que, de alguma forma, respeitam o isolamento e 35% já conhecem alguém que foi contaminado pelo novo coronavírus.

“É importante entender o comportamento financeiro dessa população economicamente ativa pois, é somente ouvindo o que pensam que podemos entender suas reais necessidades e motivações e, assim, encontrar meios que possam ser viáveis para a sustentabilidade econômica das famílias, das empresas e do nosso país”, conclui a Diretora de Marketing e Pessoas da DMCard.





DMCard


Energia solar: mais empregos na recuperação econômica do Brasil


A partir de meados de março, vários estados brasileiros começaram a anunciar planos de isolamento social para desacelerar o avanço da pandemia da Covid-19 que assola País. Como resultado disso, teve início um amplo debate sobre os impactos econômicos das importantes medidas de saúde pública implementadas junto à sociedade brasileira. Em decorrência da pandemia, economistas projetam alta possibilidade de uma recessão econômica mundial e também no Brasil, com risco de forte aumento das taxas de desemprego.

Logo no início da implementação das medidas de isolamento social no Brasil, a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) lançou uma nova campanha, a “Solar Urgente”, para levar informação de qualidade ao mercado e ao setor em áreas estratégicas como trabalhista, tributária, financiamento e boas práticas de gestão, entre outras. Ao mesmo tempo, a entidade passou a intensificar a divulgação dos mecanismos de alívio disponibilizados pelos governos e pelo Congresso Nacional, justamente para auxiliar empresas que atuam no segmento.

A energia solar fotovoltaica é reconhecida como uma grande locomotiva de desenvolvimento econômico, social e ambiental, responsável por gerar uma imensa quantidade de empregos no mundo e agora também no Brasil.

Estudos da Agência Internacional de Energia Renovável (International Renewable Energy Agency – IRENA) mostram que a solar é a fonte renovável que mais gera empregos no planeta, sendo responsável por mais de um terço dos mais de 11 milhões de empregos renováveis do mundo. A cada novo megawatt (MW) instalado, o segmento agrega entre 25 e 30 novos empregos, com grande parte criada de forma local, nas regiões em que os sistemas solares fotovoltaicos são instalados.

Outro fator de destaque está na qualidade dos empregos solares: são profissionais de formação técnica e superior, com salários médios acima do patamar médio brasileiro, o que agrega mais renda e poder de compra para as famílias brasileiras, de Norte a Sul do Brasil, ativando as economias locais.

Mas mesmo em períodos de crise econômica, como o que vivemos atualmente, ainda é possível que o setor solar fotovoltaico mantenha seu protagonismo na geração de empregos para a sociedade. Primeiramente, os serviços de construção civil, aos quais a energia solar está atrelada, são considerados como “atividades essenciais” e não deverão parar durante o período de quarentena. Adicionalmente, grande parte das indústrias, clientes potenciais da energia solar fotovoltaica também não interromperam suas atividades. Mesmo com a desaceleração da economia, a energia elétrica continua sendo imprescindível, tanto para as pessoas, quanto para as empresas e governos. Isso faz com que os propulsores do mercado de energia solar não parem por completo.

Devido à longa vida útil e alta durabilidade dos seus equipamentos e sistemas, os benefícios trazidos pela energia solar fotovoltaica permanecem sólidos com o passar dos anos. Isso faz da tecnologia uma opção atrativa para investidores, inclusive no atual momento de recursos escassos, quando os consumidores, sejam pessoas ou empresas, estão pressionados a buscar formas efetivas de reduzir seus gastos mensais e aumentar sua competitividade.

Vale destacar também que o sistema fotovoltaico é hoje um dos melhores investimentos para empresas e cidadãos, já que traz um retorno muito acima do oferecido no próprio mercado financeiro. Como o juro real no Brasil está mais baixo, os consumidores têm uma excelente alternativa com o uso da energia solar.

Há no Brasil mais de 70 linhas de financiamento e mecanismos de garantia financeira para quem quer adquirir energia solar fotovoltaica, com taxas de juro a partir de 0,75% ao mês, o que viabiliza a instalação. Muitas vezes, a economia na conta de luz trazida pelo sistema solar já paga a parcela do financiamento e ainda libera recursos para as famílias, empresas, produtores rurais ou até governos.

Recentemente, a Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres (Abrace) sinalizou que a conta de energia do consumidor pode ter um aumento de até 20% em decorrência do pacote anunciado pelo governo de socorro às companhias do setor elétrico na pandemia da COVID-19.  Esta sobretaxa na conta de luz torna a fonte solar fotovoltaica ainda mais atrativa e competitiva.

Portanto, neste momento crítico da economia brasileira e mundial, a tecnologia solar fotovoltaica se tornou uma importante aliada, trazendo economia direta ao bolso dos brasileiros, aliviando o orçamento das empresas e dos governos, os protegendo contra aumentos anuais das tarifas e ainda ajudando o meio ambiente e a sustentabilidade.

Estes são alguns dos bons motivos que fazem com que o setor solar fotovoltaico ocupe uma posição destacada neste período mais crítico e repleto de incertezas que o mundo e o Brasil atravessam. A ABSOLAR e as empresas do setor continuarão trabalhando incessantemente para manter empregos, desenvolver tecnologias para atender novas demandas e levar energia limpa, renovável e barata para residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos.





Leandro Martins - presidente e fundador da Ecori Energia Solar 


Rodrigo Sauaia - CEO da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR)


Ronaldo Koloszuk - presidente do Conselho e Administração da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR)


A transformação digital é para todos?



A transformação digital veio a galope com a pandemia de Covid-19. Segundo a Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação), esse fenômeno vai movimentar R$ 465,6 bilhões até 2023. A entidade destaca algumas tendências tecnológicas com mais previsão de aportes, como IoT, Inteligência Artificial, Big Data e Analytics. Mas esse tipo de tecnologia é uma possibilidade para todas as empresas?

Infelizmente, não vejo que as mais de 6 milhões de micro e pequenas empresas do Brasil estão aptas à transformação digital. Os motivos vão da falta de cultura digital, orçamentos limitados para projetos digitais e até dificuldade na escolha de um profissional ou de uma empresa para a orientação correta e a implantação do processo de transformação digital.

A cultura digital exige estudo, tempo e requer dedicação das empresas. Elas precisam ser digitais agora, caso queiram sobreviver à crise. Se a direção da empresa não possui conhecimentos profundos das questões relacionadas ao seu posicionamento digital, é preciso estudar. O Sebrae possui diversos cursos interessantes, por exemplo. As ações de modernização têm que partir dos diretores, que devem estimular o envolvimento de todas as áreas.

Depois, a ordem é planejamento! Entenda que a internet pode e deve ser utilizada como uma plataforma para gerar negócios e que transcende ser só o novo canal de veiculação dos seus produtos e/ou serviços. Portanto, considere que as informações e ofertas que serão divulgadas devem resolver os anseios e as necessidades dos seus clientes – e não aqueles que você pensa que seu negócio precisa.

Estude seu público, definindo perfis psicográficos e demográficos. Relacione todas as certezas, dúvidas e suposições sobre sobre os seus produtos e/ou serviços, buscando transformar as suposições em conhecimento. Desenvolva conteúdo capaz de transformar seu público-alvo em cliente. Defina os fatores que o aproximam das soluções que você pensa em desenvolver e fortaleça-as no anúncio. Faça testes e ajustes constantemente.

Vários tipos de negócios adotaram o atendimento por WhatsApp como estratégia de vendas. Os aplicativos de delivery têm permitido dar continuidade a muitas atividades, beneficiando também consumidores. Já as empresas prestadoras de serviços, dependendo do segmento de atuação, têm como alternativa oferecê-lo in loco, para não fecharem as portas.

As empresas que dispõem de mais recursos recorrem à contratação de profissionais de internet ou ainda fornecedores específicos. Nesse ponto, a capacidade de investimento da empresa é decisiva. O orçamento, muitas vezes, deve ser significativo para resolver as questões digitais. Mas, antes de investir, é preciso estudar muito para entender o que cada solução pode trazer de benefícios, bem como a complexidade para implementá-la. Analise casos de mercado e busque recomendações sobre as contratações de profissionais e empresas fornecedoras. Isso minimizará os riscos e os impactos em seu negócio.

Existem algumas soluções gratuitas ou que exigem um baixo investimento, como as plataformas de construção de sites institucionais, como o Webflow, Squarespace e os mais conhecidos Wix e Wordpress. Assegure-se de estudar a empresa que você irá contratar, procurando por referências dos serviços prestados. Se os seus projetos envolverem desenvolvimentos específicos, que não têm soluções prontas no mercado, busque por tecnologias de baixo custo e abertas, como a linguagem de programação PHP, com banco de dados MySQL ou qualquer outro de código aberto. Além da enorme quantidade de profissionais e empresas existentes no mercado, o custo é relativamente baixo, se comparado com outras tecnologias, como a Microsoft.

Mas isso não garante sucesso, porque tudo depende do quanto o conceito do digital é assimilado pela sua estrutura interna. Por exemplo: empresas com longo histórico off-line normalmente apresentam uma grande resistência interna quanto à inovação e à digitalização, e promover essa mudança de cultura não é fácil, nem tem uma receita de bolo.

Ainda que existam grandes corporações há anos atuando no digital, muitas ainda adequaram seus sistemas e plataformas para absorver as novidades do mercado. Agora, veem-se obrigadas a construir novas soluções digitais do zero, em razão de novas tecnologias. É importante ter em mente que além de estudo e investimento, o digital exige atualização constante.

Por fim, é possível concluir que as restrições provocadas pela pandemia geraram uma nova consciência empresarial. A demanda de projetos de transformação digital deve aumentar muito nos próximos meses. A Neotix sempre desenvolveu seus projetos tendo a inovação como carro-chefe. Hoje, nossos esforços estão ainda mais focados na preparação da equipe, com especializações e treinamentos capazes de oferecer aos nossos clientes os melhores resultados. São tempos novos e estamos preparados para proporcionar experiências incríveis aos clientes e às empresas que nos contratam.






Fernando Rizzatti - sócio-diretor na Neotix Transformação Digital. Tecnologia aplicada ao mundo dos negócios é a essência de sua trajetória profissional, de mais de 25 anos, sempre aliada à inovação que agrega valor. Da indústria de transformação, passando pelo segmento financeiro e de economia mista, tem habilidades para entender necessidades e encontrar soluções. Acredita em equipe e união de talentos. Adora música e a inspiração para compor.  Dirige a Neotix como quem compõe uma sinfonia. Cada nota é fundamental.



O ‘novo normal’ da indústria 4.0



Os desafios para a sociedade brasileira, para a economia mundial e, em especial para a indústria, são muitos. No entanto, temos que nos reinventar para enfrentar essa fase que se instala com a disseminação da pandemia da Covid-19. E a indústria 4.0 é um dos caminhos para adentrar nesse estágio do ‘novo normal da indústria’ ainda mais fortalecida. Dados apontam a quarta revolução industrial como uma oportunidade para o País. A indústria representa hoje menos de 10% do Produto Interno Brasileiro (PIB) e o Brasil ocupa a 69º posição no Índice Global de Inovação. Ou seja, temos um mundo exponencial para avançar e ganhar espaços cada vez maiores.

Um primeiro e importante olhar é entender como definir a quarta revolução industrial. Há vários conceitos considerados como Internet das Coisas (IoT), robótica, simulação, segurança cibernética, manufatura aditiva, realidade aumentada, machine learning, cloud, virtualização, interfaces digitais, big data, ciência de dados, tecnologias integradas, enfim, há um espectro de conceitos tecnológicos muito amplo.

Na minha opinião, o grande erro é ter a visão de que até então a quarta revolução industrial era uma revolução tecnológica. Não vivemos uma revolução tecnológica, vivemos sim uma revolução de modelo de negócios. As tecnologias, emergentes ou não, são importantes nesse momento, ou melhor, fundamentais. Mas não devemos pensar em tecnologia por tecnologia. E um dos fatores que comprova isso é a ameaça chinesa que vivíamos em 2011, data simbólica do início desse movimento, quando a Alemanha estabeleceu a indústria 4.0 como meta de suas unidades produtivas, durante a feira de Hannover daquele ano. Mas a motivação desse objetivo nunca foi “apenas” aplicar tecnologias emergentes e integração de toda cadeia de valor, mas, principalmente, atingir altos níveis de excelência operacional, propiciando um maior nível de competitividade frente à ameaça oriental.

Os líderes digitais precisam se atentar de que a tecnologia deve ser aplicada, porém de uma forma bem estruturada para atingir os níveis operacionais tão almejados em um determinado processo produtivo.

Nos últimos cinco anos, percebemos que com um trabalho assertivo nas plantas industriais é possível auxiliá-las a alcançar o objetivo da quarta revolução, aumentando o nível de excelência a partir de melhores decisões operacionais, através de uma jornada evolutiva de maturidade analítica: descritiva (reportar), analítica (analisar e monitorar), automática (automatizar), preditiva (prever e predição inteligente) até chegar no nível de prescrição (antecipar e atuar). Com isso, atingimos o nível máximo de maturidade data-driven, atacando diretamente os KPIs de negócios impactados pela flexibilidade, confiabilidade e eficiência operacional.

É importante estudar o processo de tomada de decisão e as dores que impedem a transformação para esse modelo data-driven. Como criar essa cultura e alcançar os resultados esperados? Na primeira fase, normalmente esbarramos na qualidade de dados, gaps, lacunas, e este é o ponto nevrálgico para atuar com uma abordagem que estimula o  pensamento coletivo, trazendo as pessoas para o centro, com interações constantes nos processos de criação, de forma incremental evolutiva, para, então, desenhar e implementar a melhor tecnologia, com o melhor custo-benefício-risco. Assim, é possível trazer uma solução tecnológica para base da pirâmide, a fim de usá-la da forma mais adequada. E claro, explorar os dados que serão gerados na sequência.

Conseguiremos resultados para o negócio quando conseguirmos explorar em sua totalidade a correlação dos dados vitais e transacionais estruturados e organizados em uma camada única (data-lake), sobre a qual os algoritmos de inteligência artificial, deep leaning, machine learning e soft-sensor, auxiliam ou até influenciam diretamente nas decisões operacionais.

Conseguimos resultados em algumas unidades industriais através dessa abordagem. Predições de falhas, de peso de matéria-prima, do teor de sílica, detecção de vazamento em processos de mineração e predição de alarmes críticos são alguns exemplos. Acreditamos nesse caminho como o “novo normal” da indústria 4.0.





Gustavo Brito - Head Global de Indústria Digital da Stefanini, sócio diretor da IHM Stefanini, empresa do Grupo Stefanini especializada no segmento industrial, com forte atuação em setores como Papel & Celulose, Mineração, Siderurgia, Metalurgia, Química e Óleo & Gás.


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