Estudo que
entrevistou 15 mil pessoas economicamente ativas também verificou que grande parte
ainda acredita que atrasarão alguma conta
Entre os dias 5 e 12 de maio, a área de Experiência
do Cliente da DMCard aplicou 15.010 entrevistas online para uma pesquisa sobre
o comportamento do consumidor com suas finanças durante a pandemia. O estudo apontou
que 69% das pessoas tiveram algum tipo de perda financeira desde o início da
quarentena e 62% acreditam que ainda vão enfrentar algum problema que as
obrigará a atrasar o pagamento de suas contas.
“Nossa amostra é composta por pessoas que são
portadoras de cartão de crédito e nos permite uma representatividade muito fiel
de como anda o bolso desse consumidor economicamente ativo, se ele sofreu
perdas e como o bolo está sendo repartido para o consumo e pagamento das
dívidas mais comuns no dia-a-dia da população”, explica Sandra Castello,
Diretora de Marketing e Pessoas da DMCard.
Consumidor priorizaria pagamento do cartão do
supermercado ao cartão de crédito tradicional
Os entrevistados foram questionados sobre quais as
dívidas que dariam prioridade em caso de não terem dinheiro suficiente para
pagamento em dia de todas elas, sendo que, nesta questão, puderam citar mais de
uma resposta. As contas de consumo como água, luz, telefone e internet ficaram
em primeiro lugar, com 31% de percentual de lembrança.
Em segundo lugar na prioridade do consumidor está o
cartão de crédito do supermercado, o private label, (29%) e, só então, o cartão
de crédito tradicional (20%). Essa ordem de prioridade aponta para um
consumidor que está preocupado em manter seu poder de compra, principalmente do
que é essencial, em manter a comida na mesa. O cartão tradicional também pode
ser utilizado no supermercado, contudo, além de não ser acessível a todos, este
ainda é compreendido com um formato que pode ser utilizado para gastos supérfluos,
por impulso, como explica Sandra.
“Além dessa percepção da importância e peso no
orçamento entre os cartões de loja e o tradicional, há outro fenômeno
importante de se observar, principalmente nas classes mais baixas, que é a
atual dificuldade de se conseguir crédito na rede bancária. Não se trata apenas
de uma escolha, muita gente não consegue ter um cartão de crédito tradicional.
Com o atual cenário econômico a rede bancária acaba reduzindo sua aprovação e
esse consumidor, muitas vezes ainda desbancarizado, acaba migrando para os
cartões de loja”.
Na sequência das dívidas que não seriam tão
priorizadas, foram citadas os financiamentos (11%) e a assistência médica (9%).
A diretora também explica como o reflexo do não pagamento de alguma dessas contas
na rotina também interfere na decisão. “Com estes resultados, conseguimos
identificar uma linha clara de comportamento. O consumidor prefere pagar
primeiro as contas que podem ocasionar a interrupção de algum serviço que lhe
faria muita falta no seu dia-a-dia. Em segundo lugar, vêm as dívidas que podem
tirar deles o poder de compra, em um momento em que ter crédito é muito
importante em caso de emergências”.
Além do desemprego, contratos foram interrompidos e
ganhos reduzidos
Apenas 26% dos entrevistados afirmaram estar
empregados formalmente, com registro em carteira profissional, e sem nenhum
tipo de redução em seus ganhos, enquanto outros 15% tiveram redução de carga
horária e, consequentemente, em seus rendimentos.
Em contrapartida, 12% foram totalmente afastados do
trabalho ou tiveram seus contratos interrompidos, e 15% já entraram na pandemia
desempregados. Os entrevistados aposentados são 10% dos respondentes e 21% são
profissionais autônomos.
49% pediram o auxílio emergencial, no entanto
apenas 15% já recebeu
O auxílio emergencial de R$ 600 oferecido pelo
governo foi buscado por 49% dos entrevistados. Considerando apenas esse grupo,
31% deles já recebeu a primeira parcela. Um grupo composto por 33% não foram
aprovados, outros 19% foram aprovados mas ainda não receberam e 17% ainda estão
aguardando resposta.
Dentre os 51% que não entraram com o pedido, apenas
1% ainda tem a intenção de solicitar o auxílio. “A demora e problemas no
pagamento dessa ajuda do governo tem reflexo direto no comportamento
financeiro, principalmente no pagamento de dívidas e nas classes mais baixas,
nas quais a prioridade é sempre o consumo alimentar”, destaca Sandra.
Consumidor mais dependente do crédito para
abastecer a despensa
O estudo também avaliou o uso do cartão de loja do
supermercado pelos consumidores, principal área de atuação da DMCard,
realizadora do estudo, e 41% dos entrevistados afirmaram que um limite maior
disponível em seu cartão private label os ajudaria neste momento de pandemia.
E, em caso de atraso no pagamento especificamente
da fatura desse cartão e posterior acordo, 45% prefere um desconto e pagar tudo
de uma vez, 32% preferem um parcelamento da dívida e para 23% basta apenas um
prazo maior para pagamento.
A primeira pergunta de toda a pesquisa era se as
pessoas estavam bem de forma geral, sendo que 92% responderam positivamente.
Também 92% responderam que, de alguma forma, respeitam o isolamento e 35% já
conhecem alguém que foi contaminado pelo novo coronavírus.
“É importante entender o comportamento financeiro
dessa população economicamente ativa pois, é somente ouvindo o que pensam que
podemos entender suas reais necessidades e motivações e, assim, encontrar meios
que possam ser viáveis para a sustentabilidade econômica das famílias, das
empresas e do nosso país”, conclui a Diretora de Marketing e Pessoas da DMCard.
DMCard
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