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terça-feira, 10 de setembro de 2019

Estágio é a porta de entrada para o mercado de trabalho


Número de vagas cresceu 6,1% em 2019; competências emocionais estão em alta e representam, hoje, 80% do sucesso profissional


Competência emocional hoje é diferencial de carreira. Pessoas são contratadas todos os dias por suas habilidades técnicas e desligadas por inabilidades emocionais – aquelas ligadas às emoções diárias. Encontrar motivação em situações desafiadoras, não surtar com o colega de trabalho porque ele pensa e age diferente de você, saber lidar com pressão e ter equilíbrio para buscar soluções criativas para problemas cotidianos, aumentam o potencial e a performance de trabalho do profissional.

Ao iniciar um curso superior ou técnico, muitos estudantes iniciam a busca por vagas de estágio, uma etapa fundamental para o desenvolvimento da carreira. Mas, além de se preparar tecnicamente para fortalecer o currículo, os jovens precisam mais do que nunca ser capazes de gerenciar suas emoções, o que também faz diferença para se destacar em qualquer processo de estágio.

Com o índice de desemprego no Brasil em 11,8%, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estágio vem sendo uma importante porta de entrada para o mercado. O número de vagas cresceu 6,1% nos sete primeiros meses de 2019, de acordo com dados divulgados pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE).

“Logo no início da carreira, o estágio é um caminho interessante por proporcionar ao estudante o conhecimento e as experiências práticas que vão aperfeiçoar competências e habilidades como futuro profissional. E ficar de olho no aperfeiçoamento das habilidades comportamentais pode ser a diferença entre ser escolhido ou preterido”, afirma Liamar Fernandes, master coach da SBCoaching.

Enquanto o estudante busca por oportunidades que lhe ofereçam os melhores benefícios e planos de carreira, as empresas estão de olho em habilidades como liderança, proatividade, trabalho em equipe, versatilidade e comprometimento. Atualmente, a inteligência emocional é responsável por 80% do sucesso profissional, enquanto os outros 20% são atribuídos ao conhecimento técnico, segundo o CIEE.

“O jovem precisa saber que o conhecimento técnico, por melhor que seja, pode ser descartado, se ele não desenvolver competências emocionais que façam a diferença no ambiente profissional. A empresa pode oferecer cursos e treinamentos, mas ela não molda aspectos comportamentais na pessoa”, reforça Liamar.

Para estudantes que buscam uma vaga de estágio e se preparam para o mercado de trabalho, a master coach listou dicas sobre como preparar um currículo, valorizar as principais competências e se comportar em uma entrevista de emprego:
  • Elabore um currículo claro e objetivo, sem fotos ou decoração;
  • Deixe claro a área de interesse ou a nova colocação;
  • Pontue sinteticamente o que já fez profissionalmente e os resultados obtidos;
  • Valorize as suas principais habilidades emocionais: isso é diferencial;
  • Apresente experiências positivas nas empresas onde trabalhou, o período, quais eram suas responsabilidades em cada uma, de forma objetiva;
  • Liste suas formações, idiomas e cursos extras, caso tenha feito;
  • Insira trabalhos voluntários, acadêmicos ou em ONGs, pois são bem avaliados e dão destaque.
Vai encarar o recrutador? A entrevista é muito importante! Ela é o ponto de encontro entre a organização e o futuro profissional e, por ela, é que ocorre a análise das competências e habilidades, então:
  • Apresente-se com confiança, isso faz toda a diferença;
  • Explore a linguagem corporal a seu favor, mas sem exageros;
  • Preste atenção ao perfil do recrutador e se adapte;
  • Mantenha uma boa postura diante do entrevistador, isso passa segurança;
  • Estude o perfil da empresa e prepare-se para todo tipo de pergunta;
  • Não fale gírias e cuide do seu vocabulário: saber se expressar corretamente, sem erros de português, é fundamental;
  • Seja pontual: pontualidade fala muito sobre você;
  • Não use o celular: o foco é a entrevista;
  • Jamais minta sobre conhecimentos que você não tem.




SBCoaching (Sociedade Brasileira de Coaching)

Como transformar a nossa relação com a natureza?


Falar em meio ambiente não é algo abstrato. Se traduz no ar puro que respiramos, na água que bebemos e na fauna e flora que nos cercam. Somos dependentes desses recursos para sobrevivermos e desenvolvermos nossas atividades cotidianas e, mesmo assim, temos dificuldade para reconhecer e valorizar nosso patrimônio natural. Quando começamos a falar sobre a temática, há quase 30 anos, parecia loucura. Porém, conservar a natureza é uma causa que vale a pena – e vai continuar valendo sempre. É uma mudança essencial no presente, que torna possível o nosso futuro.

O território brasileiro abriga a maior biodiversidade do planeta, distribuída em vários biomas que preenchem de beleza os nossos 8,5 milhões de km² de extensão. É um país rico, com zonas climáticas que geram variações ecológicas adaptáveis às mais diversas espécies de seres vivos. Abrigamos florestas, planícies inundáveis, savanas, regiões semi-áridas e tropicais, além de uma exuberante costa marinha.

Reunimos 20% do total de espécies da Terra e garantir a sobrevivência desses seres não pode ser uma questão restrita à ciência. Acreditamos que a união de pesquisadores, organizações, poder público, empresas e sociedade é a essência de um trabalho dedicado à proteção da vida. É assim que devemos atuar nas áreas da saúde e da educação. Na questão ambiental não deve ser diferente.

Quando criamos reservas naturais, contribuímos com a qualidade do ar, com a diversidade de espécies e com o desenvolvimento das comunidades locais. É uma iniciativa que pode partir do setor público ou privado, desde que haja o compromisso com a conservação. Quando reavaliamos o uso de recursos naturais ou a forma como os dejetos industriais são descartados, podemos poupar matas, córregos, rios e bosques para um desenvolvimento mais sustentável.

Ao propormos e executarmos políticas públicas voltadas à proteção e à restauração ambiental, temos ferramentas para exigir a preservação de áreas naturais e embasamento legal para punir quem não o fizer. Ao incentivarmos e financiarmos pesquisas científicas, ampliamos nosso conhecimento sobre a biodiversidade, além de identificarmos formas de reverter os impactos ambientais já gerados. Quando preservamos uma área dentro de um terreno privado, damos exemplo aos nossos familiares, vizinhos e à comunidade de que a preservação da natureza é uma questão que deve ser levada a sério.

Não devemos esquecer que a proteção ambiental também é uma forma de gerar riqueza. Trabalhar com a natureza abre portas para o ecoturismo e para a produção de serviços ecossistêmicos. Se preservarmos as áreas verdes próximas a um rio, podemos assegurar uma melhor qualidade e segurança hídrica, além de obtermos a retenção de água em períodos de estiagem.

Ao conservarmos mares e oceanos, garantimos a perenidade de recursos essenciais para a economia e que também aumentam a resiliência da costa. Prezar pela sobrevivência de insetos polinizadores assegura a produção de alimentos. Considerando que o desmatamento é o principal emissor de gases de efeito estufa, ao deixarmos de arrancar árvores, colaboramos com a redução dos impactos das mudanças climáticas e do aquecimento global.

A união de diversos parceiros – e principalmente de nós cidadãos – potencializa resultados consistentes. Quando somamos forças e vontade de acontecer, vamos além. Precisamos encontrar um equilíbrio que beneficie todos os setores – agricultura, pecuária, indústria, comércio, turismo, serviços – de forma sustentável, sem gerar prejuízos para as próximas gerações. Mas, sim, garantir um futuro.




Miguel Krigsner - fundador e presidente do Conselho Curador da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

O PODEROSO STF E A IMPOTENTE DEFESA DA INFÂNCIA


Há anos venho apontando a deformidade que, aos poucos, foi atribuindo ao STF o atual aspecto suspeito e assustador. Ele perturba a nação, infunde sentimentos de revolta e já nem tenta dissimular seu viés totalitário. Essa deformidade levou ao que se lerá nas linhas a seguir: uma verdadeira repulsa aos padrões morais da sociedade.
 Não há, entre nossos ministros, um único conservador e um único liberal. Tamanha exclusão da divergência só vamos encontrar em tribunais constitucionais de países como Cuba, Venezuela e Coreia do Norte.
O prefeito do Rio de Janeiro mandou recolher a publicação de uma história de super-heróis destinada ao público infantil, na qual se insere um “beijo gay” entre os personagens. O autor do texto certamente considera esse conteúdo indispensável à narrativa. Afinal, parece que nenhum herói será suficientemente heróico e valente se não arrostar tais situações.
Seguiu-se uma série de marchas e contramarchas judiciais até que o assunto, numa velocidade que nem os advogados de Lula conseguiriam superar, foi bater no STF. A casa das grandes decisões nacionais não poderia ficar fora dessa. Parem as máquinas! Suspendam as audiências! Há um beijo gay a ser escrutinado à luz da “Carta Cidadã de Ulysses”. Dias Tóffoli, Gilmar Mendes, Celso de Mello vieram às falas, ouriçados em sua sensibilidade progressista. Naquela Corte, paradoxalmente, ninguém é mais “progressista” do que o decano, que saiu verberando: “Mentes retrógradas e cultoras do obscurantismo e apologistas de uma sociedade distópica erigem-se, por ilegítima autoproclamação, à inaceitável condição de sumos sacerdotes da ética e dos padrões morais e culturais que pretendem impor, com o apoio de seus acólitos, aos cidadãos da República!!!".
Curiosamente, é bem o que a sociedade pensa dele e de seus pares quando os vê empenhados em corrigir e reitorar as opiniões dos demais cidadãos.
Segundo Dias Toffoli, o ECA obriga o uso de advertência sobre o conteúdo quando ele envolve coisas como "bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munições”. E acrescentou que os materiais destinados a crianças e adolescentes devem “respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da família”. A imagem de dois homens se beijando não se enquadraria, segundo ele, em qualquer desses conceitos. Dito assim, claro que não. Contudo, criança, até segunda ordem, é uma pessoa, uma pessoa muito especial. E a preservação de sua inocência é um desses “valores éticos e sociais” de que fala a Constituição. Em que momento deixou de ser ? Quando trocamos a inocência das crianças pela retórica pretensiosa de Celso de Mello?
Doravante, qualquer conteúdo homossexual, mesmo que exclusivamente homossexual, fica liberado para venda ao público infantil, com o vigor e o atrativo dos super-heróis e dos superbandidos, e com as bênçãos do STF. Criatividade não faltará para quem quiser forçar ainda mais a barra.


Percival Puggina -  membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

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