Pesquisar no Blog

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Automedicação e autocuidado: entenda a diferença e como essas práticas interferem na sua saúde




Tomar decisões sobre a própria saúde é um direito do cidadão assegurado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e envolve questões fundamentais, como higiene pessoal, nutrição, prática de atividades físicas, condições de moradia e hábitos sociais, além do uso consciente de medicamentos. Tomar remédio por conta própria, porém, deve ser uma prática responsável pautada em orientação e educação, para que o indivíduo conheça o próprio organismo e faça escolhas de forma eficaz e segura. Para isso, é preciso entender que nem todos os medicamentos disponíveis na farmácia podem ser tomados sem receita e da mesma maneira.

Medicamentos com tarja preta e vermelha, e alguns genéricos e similares necessitam de receita médica para serem comercializados e ingeridos. Se usados sem a indicação correta de um médico quanto à aplicação e posologia, podem expor o paciente a uma infinidade de efeitos adversos, que podem mascarar uma doença ou até mesmo agravá-la, além de causar intoxicação, que pode levar à morte. A automedicação diz respeito justamente ao ato de tomar medicamentos que exigem prescrição, ou seja, tarjados, de forma indiscriminada, errada e perigosa.  

Já o termo autocuidado está diretamente ligado a um tratamento multidisciplinar adotado para manter a saúde e prevenir doenças, e envolve o uso consciente dos medicamentos isentos de prescrição, os MIPs, aqueles que não precisam de receita para serem comprados – conhecidos mundialmente como OTC. Esses medicamentos são parte essencial da saúde porque permitem que os indivíduos possam fazer uso de tratamentos com segurança, qualidade e eficácia comprovadas, para tratar sintomas e males menores já diagnosticados ou conhecidos, como dores de cabeça, resfriados e má digestão, ou como ferramenta essencial de prevenção, como é o caso de vitaminas e antioxidantes. Ainda assim, são, muitas vezes e erroneamente, relacionados ao uso indiscriminado e à automedicação.

“O termo automedicação é utilizado no Brasil de uma forma diferente do resto do mundo. Aqui o termo é confundido com a autoprescrição, que é a prática (incorreta) de comprar e utilizar remédios tarjados sem a receita/prescrição de um médico. Por isso, definimos a utilização responsável dos MIPs como sendo uma prática de autocuidado, que está alinhada com a classificação da OMS”, explica Jonas Marques, presidente da ABIMIP (Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição).

Para ser considerado MIP, o medicamento deve ter um alto perfil de eficácia e segurança, com características como reações adversas com causalidades conhecidas e reversíveis após a sua suspensão, baixo potencial de interações (medicamentosa e alimentar), período curto de utilização, facilidade de uso pelo paciente e baixo potencial de toxicidade e risco (mau uso/abuso/intoxicação). Por esses motivos, não existem registros de uso de MIPs por impulso. O consumidor os usa somente quando apresenta algum sintoma ou problema. Para que seu uso seja seguro e consciente, sempre que o consumidor optar por usar medicamentos isentos de prescrição, deve seguir as orientações da bula e rotulagem, e ter em mente que, se os sintomas persistirem, a suspensão do medicamento deve ser imediata e um médico deve ser procurado.

A informação é o primeiro passo para estimular cada vez mais a população a pensar sobre seu estilo de vida, a assumir hábitos saudáveis e a tomar decisões conscientes sobre sua saúde. Para entender melhor a diferença entre autocuidado e automedicação, é preciso saber a classificação que existe entre os medicamentos:


·         Medicamentos tarja vermelha: medicamentos com tarja vermelha necessitam de receita médica para serem comercializados, já que se destinam a quadros clínicos que exigem maior cuidado e controle. Alguns deles precisam, além da apresentação da receita, que ela fique retida pelo farmacêutico. Esses são conhecidos como remédios controlados e psicotrópicos, que podem causar dependência e trazer muitos efeitos colaterais e contraindicações. 


·         Medicamentos tarja preta: também necessitam de prescrição médica para serem comercializados e ingeridos. A diferença deles para os de tarja vermelha é que necessitam de um maior controle, já que podem apresentar mais efeitos colaterais e reações adversas, e possuem ação sedativa ou com impacto no sistema nervoso central, podem causar dependência, também sendo do grupo dos psicotrópicos. A sua venda é condicionada à apresentação de receita especial na cor azul. 


·         Medicamentos sem tarja: chamados também de medicamentos isentos de prescrição (MIPs), podem ser tomados e adquiridos sem prescrição médica. Destinam-se a situações corriqueiras para tratar sintomas menores e conhecidos. Em geral, não possuem efeitos adversos importantes e/ou significativos. Caso os sintomas persistam, o uso deve ser interrompido e o médico deve ser procurado. 


·         Medicamentos genéricos: geralmente designados com a tarja amarela e a letra “G”, esses medicamentos apresentam o mesmo princípio ativo que um medicamento de tarja vermelha ou preta, ou de um sem prescrição. Como esse tipo de medicamento não tem marca, o consumidor tem acesso apenas ao princípio ativo do medicamento e deve apresentar a receita médica, quando houver necessidade. Os genéricos geralmente são produzidos após a expiração ou renúncia da proteção da patente ou de outros direitos de exclusividade.


·         Medicamentos similares: os medicamentos similares são identificados pela marca ou nome comercial e possuem a mesma molécula (princípio ativo), na mesma forma farmacêutica e via de administração dos medicamentos tarjados. A diferença entre os remédios similares e os outros está relacionada a alguns aspectos, como prazo de validade do medicamento, embalagem, rotulagem, tamanho e forma do produto.




 

Sobre a ABIMIP
A ABIMIP (Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição) é uma associação sem fins lucrativos que representa 25 associados entre os principais fabricantes nacionais e internacionais de MIPs que, juntos, representam aproximadamente 80% do mercado farmacêutico brasileiro. Fundada em 1994, a Associação tem como missão apoiar o sistema de saúde para que os brasileiros possam tomar decisões em relação ao autocuidado de forma responsável, consciente e segura. Promovendo, assim, uma sociedade mais saudável, com maior liberdade de escolha e que atenda aos interesses de seus associados. Para conhecer mais sobre a ABIMIP, acesse o site www.abimip.org.br.   



OUTUBRO ROSA


Campanha de conscientização sobre miopatias


   Em 27 de outubro, ABN promove palestra aos jovens médicos em Bragança Paulista

A Academia Brasileira de Neurologia (ABN) promove, em 27 de outubro, das 18h às 19h, palestra de conscientização sobre miopatias. O evento acontece na Universidade São Francisco (USF), em Bragança Paulista, e terá como palestrante a dra. Karen A. Girotto Takazaki, membro titular da ABN.

“Nosso objetivo é divulgar e conscientizar os alunos da faculdade de medicina da USF sobre miopatias e distrofias musculares”, informa a dra. Karen.

As miopatias são um grupo de doenças que afetam a musculatura esquelética, podendo comprometer braços, pernas, músculos do tronco e da face. Em alguns casos, atinge as funções cardíaca e respiratória.

Não existem dados nacionais sobre sua incidência, por se tratar de uma patologia altamente heterogênea. Sabe-se, porém, que as distrofias musculares, tipo específico de miopatia, atinge um a cada 3.500 nascidos vivos do sexo masculino. No caso das miopatias inflamatórias, acometem de um a dois para cada cem mil pessoas.

O principal sintoma é a perda de força. Ações como caminhar, subir escadas, levantar-se e pentear os cabelos, entre outras, exigem muito esforço e resultam em cansaço fácil, além de fadiga, câimbras e dor muscular.

Devido à alta prevalência e também por ainda serem pouco conhecidas, inclusive entre a classe médica, a Academia Brasileira de Neurologia (ABN) promove, em setembro e outubro, a campanha “Programa de Conscientização em Miopatias”.

Marcondes França Jr., neurologista coordenador do Departamento Científico de Moléstias Neuromusculares da ABN, destaca a importância da campanha.

“O diagnóstico ainda é lento, muitas vezes tardio, ou até são adotadas condutas inadequadas a esses pacientes, devido ao desconhecimento de grande parte da população. O objetivo é promover uma ampla conscientização aos profissionais de medicina sobre como manejar estas doenças, identificando precocemente e tratando adequadamente”, explica.

Assim, a partir de 28 de setembro, 20 municípios de todas as regiões brasileiras, receberão atividades de educação médica ao público médico e ações de esclarecimento aos leigos. Estarão envolvidos membros da Academia, que ministrarão aulas que abordarão conceitos básicos das doenças, além da distribuição de material informativo.

Serão informativos, palestras, apresentações e entrevistas, iniciativas realizadas e, sua maior parte deles aos sábados.  Segundo França Jr., a campanha é essencial para ajudar no reconhecimento do problema. “Temos pacientes que chegam até nós após 4, 5 anos de sintomas e ninguém sequer cogitou. Algumas condições são mais brandas, outras se apresentam mais graves, e nestes casos, se não tratado rapidamente, podemos ter uma repercussão no andar e até respiratória”.

Diagnóstico e tratamento
A principal preocupação da ABN é quanto ao diagnóstico. Sem ele, não há intervenção terapêutica que minimize o quadro. “Naturalmente, se há uma demora em diagnosticar, o tratamento correto também será tardio. A ideia da campanha é mostrar às pessoas, em especial aos médicos, quando suspeitar de miopatia, os sintomas mais importantes, proporcionando, assim, orientações apropriadas”.

Hoje, o leque de recursos terapêuticos está em crescimento.
Até há pouco, as alternativas medicamentosas eram escassas e pouco acessíveis.
Agora, contudo, em algumas modalidades genéticas já existem intervenções
medicamentosas capazes de melhorar sua evolução e a qualidade de vida,
o que motiva, ainda mais, esse tipo de campanha.

França Jr. salienta que nos últimos dois anos, o Ministério da Saúde lançou protocolos clínicos para doenças raras – alguns voltados às miopatias. No entanto isso ainda não se reverteu em uma ação prática. “Exames genéticos e biópsia de músculo, por exemplo, são mecanismos importantes para o diagnóstico, mas, mesmo considerando os hospitais universitários, seguem indisponíveis. Ou seja, permanece uma lacuna nas políticas públicas, até mesmo das medicações mais atuais. Esperamos melhorar esta situação e somente com iniciativas como a da ABN é que poderemos disseminar o conhecimento, levando-o ao alcance de todos”. 


Dia Mundial do AVC: A Vida Continua



ABAVC divulga campanha pela reabilitação do indivíduo


No próximo dia 29 de outubro é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Acidente Vascular Cerebral (AVC), também conhecido como derrame, e primeira causa de morte e incapacidade da população brasileira, com grandes consequências sociais e econômicas para os indivíduos e a sociedade como um todo. De acordo com a Associação Brasil AVC (ABAVC) a cada seis segundos uma pessoa morre no mundo por causa do derrame. Para os que sobrevivem e suas famílias, a Associação divulga nesta data temática a campanha A Vida Continua, que visa reintegrar o indivíduo as suas atividades cotidianas - www.abavc.org.br.

Atingindo com mais frequência pessoas hipertensas, diabéticas, fumantes, sedentárias e que sofrem de doenças cardíacas, principalmente a arritmia – fibrilação atrial, o derrame pode ocorrer a qualquer hora, durante qualquer atividade e até mesmo durante o sono, com o tipo Isquêmico - mais comum e caracterizado pelo bloqueio da irrigação de um vaso sanguíneo no cérebro, ou o Hemorrágico – geralmente mais grave, causado por uma ruptura de um vaso sanguíneo dentro ou ao redor do cérebro.

Dentre as sequelas do AVC, estão: disfunções da fala, deglutição e movimentos, que devem ser tratados com equipe multidisciplinar (fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, psicólogos) que é possível encontrar em diversas instituições públicas e privadas no país.

Embora todas as sequelas interfiram na qualidade de vida da vítima do AVC, do ponto de vista motor, a espasticidade (rigidez muscular excessiva dos membros afetados) foi apontada como a mais incapacitante e impactante para 42% de 810 pacientes, segundo pesquisa¹ realizada em 31 países. A espasticidade leva a postura anormal, dor ou interfere no sono, condições estas que mais incomodam para 34,5% dos pacientes e às limitações nas atividades da vida diária geradas para tomar banho, vestir-se, comer ou cortar as unhas, referida por 23,5% dos pacientes pesquisados.

Quanto antes o indivíduo for direcionado à reabilitação, melhores resultados terá, sendo muito importante o trabalho de reabilitação funcional para que o paciente seja o mais independente possível dentro da incapacidade funcional que ele apresenta, através da recuperação da atividade motora afetada pela espasticidade, com programa multidisciplinar e aplicação de toxina botulínica A, que além de somar para o relaxamento do músculo espástico ainda atua na diminuição da dor.

“Este tratamento é muito importante para que o paciente possa voltar a realizar atividades simples do dia a dia, como escovar os dentes, pentear o cabelo ou segurar um copo”, relata a Dra. Carla Moro, neurologista e vice-presidente da ABAVC, que complementa que a maioria das pessoas acometidas por um AVC e tem a oportunidade de acesso a um plano de reabilitação adequado conseguem uma recuperação parcial ou total”, relata a neurologista.

Importante atentarmos também para as alterações cognitivas como memória, organização do pensamento para que o processo de reabilitação seja mais efetivo.

Não podemos deixar de salientar que ao redor de 50% dos indivíduos acometidos por AVC tendem a desenvolver quadros depressivos em algum momento, devendo este diagnóstico e tratamento para esta entidade serem realizados precocemente.



Fonte: Dra. Carla Moro – CRM 6298 - Neurologista da Clínica Neurológica e Neurocirúrgica de Joinville |Coordenadora da Unidade de AVC do Hospital Municipal São José |Coordenadora do Programa de Residência Médica em Neurologia |Vice-presidente da Associação Brasil AVC


Posts mais acessados