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terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

O vício na tecnologia pode agravar casos de ansiedade e estresse

A psicóloga, Elisa Neiva Vieira, explica como o uso excessivo da tecnologia pode ser maléfico à saúde mental. 

 

O termo Nomofobia foi criado pela YouGov, instituição de pesquisa sediada no Reino Unido, a palavra tem origem da composição do inglês: no + mobile + phone + phobia. O estudo realizado pela instituição envolveu a participação de 2.163 pessoas, e comprovou que, cerca de 58% dos homens e 47% das mulheres sofrem com a Nomofobia, já os 9% restantes sentem-se estressados quando o telefone está desligado. A fobia é um dos tipos de transtorno de ansiedade, e sobre isso a psicóloga Elisa Neiva Vieira explica, “Os transtornos de ansiedade são um grupo de transtornos mentais que afetam milhões de pessoas em todo o mundo. Estes transtornos podem incluir sintomas como medo, preocupação excessiva, falta de concentração, dificuldade em dormir e outros”. 

O vício na tecnologia é um problema do primeiro mundo, que afeta cada vez mais pessoas nas sociedades industrializadas e não demonstra nenhum declínio ou desaceleração, independentemente da idade. A exemplo dessa problemática a OMS reconheceu a existência do “Gaming Disorder” (ou seja, o vício em jogos eletrônicos) como uma doença, a psicóloga Elisa Neiva comenta que, “os gamers (jogadores excessivos) têm dificuldade de moderação de acesso ao jogo, colocam o jogo à frente de todos os outros interesses, deixam de comer e dormir; por isso a importantância desse transtorno estar listado no Cid-11”  

A falta de controle sobre o tempo de tela pode ser extremamente prejudicial à saúde mental, segundo Elisa: “A Academia Americana de Pediatria recomenda que crianças de 2 a 5 anos não excedam 1 hora de tela por dia; crianças de 6 a 17 anos não excedam 2 horas de tela por dia; e adultos devem limitar seu tempo de tela a não  mais de 3 horas por dia”, mesmo assim, dados de um levantamento da empresa de estatística Statista (2016) mostram que a média diária gasta em celulares pelos brasileiros é de 4 horas e 48 minutos.

A psicóloga, especialista em Terapia Cognitiva Comportamental, afirma que o uso excessivo da tecnologia exige urgentemente a imposição de limites e controle, mas reforça: "Tarefa fácil nos tempos atuais? Não! Principalmente neste momento, pós pandemia, onde houve um aumento considerável do uso da tecnologia, que passou a fazer parte de nossas vidas em excesso, tornando seu uso muitas vezes indispensável”. Além disso, Elisa Vieira concorda que a tecnologia pode se demonstrar como uma faca de dois gumes, “por um lado, temos acesso rápido a recursos extremamente úteis, como grupos de suporte online, pesquisas e até mesmo terapia virtual.  Por outro lado, o que parece bom pode se transformar em uma fonte de estresse e ansiedade”.

A adição aos smartphones e demais formas de tecnologias tem se tornado um grande problema para a saúde mental de diversas pessoas,  “estudos têm mostrado que as pessoas que passam mais tempo nas redes sociais são mais propensas a sofrer de ansiedade, depressão e outros problemas de saúde mental.  Isso ocorre porque a mídia social pode criar um senso de comparação e competição, o que pode levar a sentimentos de inadequação e insegurança”, cita Elisa. Para descrever a proporção deste vício tecnológico a psicóloga usa o exemplo do celular como uma ampliação do ser, “os smartphones parecem ser uma extensão do corpo, não há quem não esteja com ele em mãos em qualquer momento do dia. Desta forma, não rompemos vínculos e sustentamos a conectividade, até mesmo afetiva sem interrupção, o que acaba sendo um problema.

Elisa é também pioneira no estudo do  transtorno de ansiedade Mutismo Seletivo, e diretora do Instituto Mutismo Seletivo Brasil, com isso ela cita que uma das propriedades do recorrente aumento do uso das tecnologias no dia a dia acabaram sendo de certa forma benéficas a pacientes com esse transtorno, “Nos casos do Mutismo Seletivo - entendido como um transtorno de ansiedade no qual crianças adolescentes e até mesmo adultos não se comunicam em ambientes sociais, com exceção de seus lares onde se sentem confortáveis - o uso da tecnologia tem trazido grandes benefícios, surgindo como uma alternativa de comunicação, sendo transferido para o encontro presencial com grande êxito”.

Porém a especialista termina sua fala com um aviso: “O uso em excesso de qualquer tipo de tecnologia traz uma falsa sensação de realidade, além de aumentar o nível de ansiedade, contribuindo também para o desenvolvimento de outros transtornos, tais como transtornos do sono, aumento do estresse”. E frisa a importância do controle e da desconexão, “é importante estar ciente de como a tecnologia está afetando sua saúde mental.  Fazer pausas na tecnologia, estabelecer limites e limitar sua exposição à luz azul pode ajudar a reduzir a ansiedade.  Além disso, buscar ajuda profissional, se necessário, pode ser benéfico”.

 

Estudo da Unifesp alerta para os riscos da frequência de jovens nas chamadas festas “open bar”

Consumo liberado de bebida em festas está associado ao uso de maconha e transtornos psiquiátricos


Um estudo conduzido pelo Departamento de Medicina Preventiva da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp) e que acaba de ser divulgado no International Journal of Drug Policy revelou os perigos que as chamadas festas “open bar”, aquelas em que se paga um valor fixo para acesso liberado e ilimitado ao consumo de álcool, representam aos jovens menores de 18 anos. Mesmo havendo legislação que proíba a venda de bebidas alcoólicas para adolescentes, infelizmente, há uma frequência considerável deles nesse tipo de evento, trazendo como riscos e consequências não apenas a intoxicação e problemas pelo uso de álcool, como também maior risco de consumir outras drogas e de ter sintomas psiquiátricos.

Para se chegar aos resultados, os pesquisadores, por meio de questionário anônimo aplicado em sala de aula, entrevistaram 5.213 estudantes do 8.º ano, em 73 escolas públicas brasileiras. No geral, a população estudantil era composta por adolescentes de 13 anos, sendo metade deles meninos e a maioria de classe socioeconômica C (média-baixa), residentes em São Paulo, Fortaleza e Eusébio (CE). Nesta amostra, o consumo excessivo de álcool foi relatado por 1 a cada 5 estudantes, 6% usaram tabaco e a mesma quantidade usou maconha. Além disso, quase 20% deles relataram frequentar festas “open bar”.

“Notamos muitas diferenças quando comparamos os adolescentes que frequentam festas ‘open bar’ com aqueles que não frequentam. Do ponto de vista sociodemográfico, encontramos mais meninas de melhor condição social frequentando estes eventos”, detalha Zila Sanchez, professora do Departamento de Medicina Preventiva da EPM/Unifesp e coordenadora do estudo. A média de idade foi de 13,5 anos. Entre os participantes do “open bar”, mais da metade relatou consumo excessivo de álcool no último ano, 20% usaram tabaco e/ou maconha. Além disso, 94,2% relataram exposição à propaganda de bebidas alcoólicas.

Todas as variáveis incluídas na análise multivariada, como idade, cidade, nível socioeconômico, uso de drogas, problemas com o uso de álcool, sintomas psiquiátricos e exposição à propaganda de álcool, permaneceram significativamente associadas à participação em eventos de “open bar”. De acordo com Mariana Guedes, pós-doutoranda que participou do estudo, “quando comparados aos adolescentes que não frequentaram esse tipo de festa, aqueles que frequentaram têm cinco vezes mais chances de se intoxicarem e de demostrar problemas pelo uso de álcool, e ainda demostraram ter o dobro de chances de consumir maconha e de ter sintomas psiquiátricos”.

Para Sanchez, o consumo excessivo de álcool e a embriaguez entre os jovens é uma preocupação de saúde pública, “uma vez que os jovens tendem a se envolver em consumo excessivo de álcool e comportamentos de risco mais do que outros grupos etários, e ainda são mais propensos a experimentar as consequências negativas de saúde, sociais e psicológicas do consumo prematuro”.

“É fundamental rever o controle sobre a proibição de venda de álcool a menores, assim como a implementação efetiva e monitorada da restrição de promoções e propagandas de bebidas alcoólicas no Brasil. Hoje, não há restrições quanto à venda de álcool a indivíduos embriagados, a idade do comprador não é verificada, os preços são bastante encorajadores e as políticas atuais permitem beber em locais públicos, e tudo isso facilita o consumo. O estudo, nesse sentido, não só reforça esse preocupante cenário como nos traz a urgência de maior rigor e melhor olhar da saúde pública para essa questão”, conclui a professora.

 

Volta às aulas: como lidar com as "panelinhas" entre alunos?

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Dicas para que professores e educadores promovam atividades que estimulem a interação entre todos os estudantes e o acolhimento em sala de aula

 

A volta às aulas pode ser muito legal e divertida para algumas crianças por ser uma oportunidade de reencontrar os amigos, saber das novidades, conhecer os alunos novos e curtir brincadeiras. Porém, essa talvez não seja a realidade de todos os estudantes. Pode acontecer que alguns deles, em especial os novatos, não se sintam enturmados e acolhidos, situação que requer uma atenção especial de pais, responsáveis, professores, educadores  e equipe escolar.  

Um dos maiores desafios dos professores e educadores dentro da sala de aula é fazer com que todos os participantes da turma interajam e se conectem durante as atividades. Para criar um ambiente saudável e promover a integração da turma, principalmente dos alunos novos que podem por ventura se sentir deslocados e tímidos, é importante estimular o convívio e acolher a diversidade. 

Para isso, cabe aos responsáveis pelo ensino escolar pensar em alternativas como incentivar e propor atividades lúdicas de desenvolvimento e envolvimento entre ambas as partes. Além de lecionar de um jeito que deixe os estudantes mais à vontade para participar, é essencial incentivar brincadeiras e jogos que estimulem uma interação agradável e espontânea entre alunos, professores e auxiliares de sala.

Outro ponto de atenção é a formação das “panelinhas” e “grupinhos” em sala, o que pode causar inimizades ou fazer com que alguns estudantes possam se sentir rejeitados e até vivenciem alguma forma de bullying. Quando isso acontece, as crianças que ficaram de fora podem perder o interesse pelos estudos, chorar quando os pais os levam para escola e até apresentar queda no rendimento escolar. Então, é essencial que a equipe pedagógica crie atividades que reduzam o impacto negativo das panelinhas bem como orientem os familiares a estarem atentos a eventuais mudanças das crianças. 

Uma forma de evitar que isso aconteça é estimular a amizade nos intervalos, recreios, tempos livres e até fora do período escolar. Os professores podem, por exemplo, pedir atividades extracurriculares em grupo que devem ser cumpridas e realizadas em conjunto. Para melhorar a adaptação dos estudantes, também pode ser uma boa ideia realizar rodas de conversa, atividades ou apresentações que incluam a participação ou a presença dos pais. 

Todas essas alternativas trazem a leveza e a harmonia para a sala de aula, facilitam que a interação ocorra de um jeito mais descontraído e geram acolhimento para as crianças. Vale lembrar que as crianças passam muito tempo na escola e ainda estão em fase de desenvolvimento, então, todo esforço é válido para garantir que vivenciem boas experiências e cresçam com memórias de uma infância acolhedora.  

 

Helen Mavichian - psicoterapeuta especializada em crianças e adolescentes e Mestre em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. É graduada em Psicologia, com especialização em Psicopedagogia. Pesquisadora do Laboratório de Neurociência Cognitiva e Social, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Possui experiência na área de Psicologia, com ênfase em neuropsicologia e avaliação de leitura e escrita. https://helenpsicologa.com.br/

 

A filosofia da gratidão em busca da felicidade

Especialista em comportamento humano aponta que reconhecer o que temos de bom é fundamental para transformar a energia em uma frequência que emana positividade


As ondas são uma forma de energia que se propaga ao longo do tempo e do espaço, estando presentes no universo de muitas formas. Além das sonoras, eletromagnéticas e gravitacionais, existem aquelas que são emitidas pelas emoções humanas, capazes de propagar-se entre as pessoas, afetando a vida de todos ao redor.

De acordo com William Sanches, terapeuta, escritor e especialista em comportamento humano e programação neurolinguística, a frequência do desprezo, por exemplo, pode emitir ondas negativas. “Essa energia é causada pela nossa própria aversão em relação a tudo o que fazemos ou recebemos, e isso se propaga negativamente não só por todo o ambiente que está a nossa volta, mas também em todos os aspectos da vida”, relata.

Para Sanches, esse tipo de sentimento pode ser prejudicial em diversos sentidos. “Muitas pessoas pensam que não possuem nada, quando, na verdade, têm tudo o que precisam. Esses indivíduos não conseguem enxergar as coisas pelas quais deveriam agradecer, não sabem receber elogios ou comentários positivos, pois estão na vibração do desprezo, acreditando que não tem nada de valor a oferecer”, declara.

O especialista acredita que essa onda negativa só irá atrair mais negatividade. “A vibração do desprezo faz com que o universo devolva coisas que possuam essa mesma energia. Se reclamamos de tudo que recebemos, não existem razões para que o universo nos envie coisas melhores”, pontua.

Sanches acredita que as pessoas devem carregar a filosofia da gratidão em busca da prosperidade. “Sempre receberemos mais coisas boas se estivermos com uma vibração farta. Reconhecer o que temos de bom é fundamental para transformar nossa energia em uma frequência que emana positividade”, revela.

Segundo o escritor, o pensamento positivo não deve se limitar a cada indivíduo. “É importante ver coisas boas nos lugares, pessoas, utensílios, resultados e outros acontecimentos cotidianos. Tudo isso move a energia do universo até cada um de nós. Quem tem gratidão, terá ainda mais prosperidade na vida. Isso é o suficiente para que o universo devolva o que emanamos por sermos gratos. Agradecer pelos momentos de felicidade é caminho para se livrar da negatividade”, finaliza.

 


William Sanches - Terapeuta Transpessoal é Pós-graduado em Neurociências e Comportamento pela PUC-RS. Também cursou Letras, Pedagogia e é pós-graduado em Literaturas, Educação, Psicologia Positiva, Hipnose Clínica e Programação Neurolinguística. Estudou as Questões Sociais do Novo Milênio na Universidade de Coimbra, em Portugal.
www.williamsanches.com
@williamsanchesoficial

 

Por que as pessoas tendem a se autossabotar?

A vida é marcada por diversas crises e inúmeros desafios. É durante essas dificuldades que somos surpreendidos por um senso de estagnação, sem entender por que não progredimos. Atenção! Este pode ser um forte indício de autossabotagem. A tendência é pensar: "Mas, autossabotagem? Quem faria uma loucura dessas?", "como uma pessoa pode trabalhar contra ela mesma?".

A autossabotagem acontece na tentativa de se autopreservar. Uma pessoa não se sabota com a intenção de se prejudicar, mas para escapar de situações e sentimentos desconfortáveis gerados nas situações da vida e trabalho. Ao invés de buscar expansão enfrentando a dor e os medos do crescimento, passa a se proteger da possível crítica, rejeição, perda, falta de reconhecimento, ou do medo de perder valor aos olhos do outro.

Mas afinal, como vencer a autossabotagem? Existem algumas habilidades que podem auxiliar nessa luta contra a estagnação. A primeira delas é conscientizar-se do personagem adotado para se autopreservar. Cada um de nós lida com o desafio de estar à altura, de se sentir capaz, de atender às expectativas e se sentir aceito, e é nesse momento que o medo atua levando as pessoas a criarem personagens com comportamentos contraproducentes. Alguns acionam o ego brigão, outros se escondem em uma caverna e tem aqueles que se promovem de maneira exagerada.

Todos esses personagens disfuncionais são gerados por medo; mas ao invés de fingir que o medo não existe, reconheça-o e ele ficará menor. Quando você dá nome ao seu "gigante pessoal", que está atuando em seu trabalho, relações, finanças, projeto ou equipe, ele perde força e deixa de intervir na sua verdadeira identidade, performance e potencial.

A segunda habilidade é reconhecer os próprios pontos fortes. Se de um lado o medo paralisa, vire a moeda e perceba a força desenvolvida para se defender dele. Isso é uma janela de oportunidade. Todas as vezes que pergunto às pessoas seus pontos fortes, elas entram em hesitação. É muito importante dar nome também a essas qualidades, pois elas irão atacar os gigantes gerados pela autopreservação.

O terceiro ponto de habilidade é ter cuidado com as narrativas que conta a si mesmo. Na intenção de se provar para os outros, a tendência é criar uma mentira sobre si e se esconder, buscando uma muleta para o seu valor pessoal. Estas narrativas podem sufocar seu potencial, pois fazem acreditar que nenhum esforço deve ser feito, que não vale a pena investir em si mesmo. Faça a seguinte indagação: esta ideia que alimento é um fato ou apenas uma interpretação do fato? Jogue fora as narrativas que não o fazem avançar!

William Shakespeare certa vez disse que “nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que muitas vezes poderíamos ganhar, pelo simples medo de arriscar”. Nos sabotamos para evitar a dor do crescimento, temos medo de arriscar. Mas nem só de clareza vive o homem, é preciso de coragem e impulso, por isso cito Campbell: "a caverna que você teme entrar detém o tesouro que você procura."

Seguindo estes passos práticos será possível driblar a autossabotagem. Então, dê nome ao gigante que o mantém no modo autopreservação, liste as suas forças para entrar na caverna que tanto evita e tome posse do tesouro que procura.

 

Eduardo Rodrigues - especialista em educação, capacitado em Desenvolvimento de Pessoas pela metodologia coaching nos institutos da ELC de Londres, ZOVAC Consulting Califórnia e Fuller Seminary em Pasadena, EUA. Autor do livro Chega de andar em círculos, tem 22 anos de experiência e conduziu treinamentos em mais de cinco países; foi responsável pelo crescimento de duas organizações e é coordenador de projetos na América Latina na Communitas International.

 

O papel fundamental das escolas para minimizar os danos causados pelo transtorno de ansiedade

O processo de formação integral do ser humano passa por diversas etapas e uma delas é a escolarização. O colégio é o primeiro ambiente em que a criança é inserida fora do convívio familiar e ele é responsável por contribuir para o progresso do ensino, do aprendizado e para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais. 

Com essa nova etapa, o estudante, que até então conhecia somente sua realidade pessoal, passa a experimentar outras vivências e preocupações. Uma delas é o transtorno de ansiedade, pois, com o aumento gradativo das responsabilidades alinhado às mudanças sociais, este transtorno se aproxima da realidade dos estudantes, interferindo diretamente nas atividades rotineiras, além de contribuir para a redução da sua produtividade e de seu aprendizado. 

Com a irrupção da pandemia de Covid-19, esse quadro tornou-se ainda mais grave. De acordo com mapeamento realizado pela Secretaria de Educação de São Paulo, atualmente, 69% dos estudantes avaliados relatam sintomas de ansiedade e depressão, o que representa um número superior a 443 mil jovens. Muitos fatores podem estar envolvidos na associação entre a Covid-19 e à saúde mental. Alguns exemplos são: a alteração de rotinas; o isolamento prolongado; a necessidade de adaptações constantes a situações de incertezas sobre a saúde pessoal, familiar ou de pessoas próximas; e o próprio curso da pandemia. De um modo geral, o distanciamento prolongado, certamente, interferiu nas etapas de desenvolvimento socioemocional das crianças e adolescentes, especialmente pela falta de interação no convívio escolar.
 

Impactos do transtorno de ansiedade para o desenvolvimento dos jovens 

O transtorno de ansiedade pode ser caracterizado de diversas formas e apresenta sintomas como a falta de ar, bem como sentimento de medo e de preocupação desproporcionais, sobretudo, em decorrência da antecipação inconsciente de situações que podem ou não acontecer. Com o aumento gradativo destes sintomas, o impacto sobre a rotina do jovem se torna cada vez maior. Consequentemente, dificuldades para se concentrar, queda de rendimento escolar e redução do nível de aprendizado passam a ser habituais no dia a dia do estudante. 

Além disso, a chamada ansiedade social, na qual o indivíduo teme sentir-se envergonhado, faz com que jovens evitem ser foco de atenção, deixando de realizar atividades simples e necessárias, como apresentação de trabalhos e conversas em rodas de amigos. Este tipo de prática pode ampliar o sentimento de exclusão e gerar consequências nocivas à saúde dos jovens, como o agravamento do transtorno ou, até mesmo, o desenvolvimento de outros, como a depressão.
 

A importância de uma instituição de ensino qualificada 

É importante ressaltar que a escola tem o potencial de se apresentar como um local rico em promoção à saúde mental, pelo fato de ser um espaço de desenvolvimento de inúmeras habilidades de autoconhecimento e de relacionamentos interpessoais. Neste sentido, no ambiente escolar torna-se possível se identificar sinais que possam servir como alerta para intervenções precoces, ao abrir oportunidade de diálogos e encaminhamentos.

Para que isto seja possível, é fundamental que a instituição conte com uma equipe pedagógica qualificada, com conhecimento, atenta e em constante formação sobre o desenvolvimento integral do ser humano, para que possa auxiliar nos encaminhamentos necessários à superação destas dificuldades. 

Além disso, nesse momento, a família também precisa ser acolhida e apoiada nas dificuldades a serem enfrentadas. Juntamente com médicos e demais especialistas externos, que realizam o acompanhamento do estudante. Desta forma, é possível potencializar as ações necessárias ao desenvolvimento e superação dos problemas apresentados. 

Com o retorno às aulas presenciais, novas demandas e desafios surgiram, especialmente, no que se refere às relações interpessoais, uma vez que se reapropriar dos espaços coletivos tem sido um dos maiores desafios. Desta forma, o setor de Orientação Educacional, alinhado aos valores educativos institucionais, ganha ainda mais relevância, a fim de estabelecer a integração entre escola e família, oferecendo suporte à superação dos desafios e possibilitando o desenvolvimento integral do estudante, a partir de ações estratégicas como assembleias, momentos individualizados de escuta e diálogo, grupos de ajuda e de monitorias.
 


Viviane Grano Sulatto - Orientadora Educacional da rede de colégios Santa Marcelina, instituição que alia tradição à uma proposta educacional disruptiva e alinhada às principais tendências do mercado de educação.


TDAH na infância: Como as atividades artísticas podem influenciar positivamente no tratamento?

Manifestações do transtorno começam ainda nos primeiros anos de vida e atividades como dança, teatro e pintura podem ser a principal saída para redução dos sintomas, segundo especialista


O TDAH ou Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade, é uma das condições mais comuns do Brasil, com cerca de 2 milhões de casos por ano. Para ser ainda mais exato, ao menos 5% da população infantil do mundo é atingida pelo transtorno, de acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção. Mesmo que o TDAH não tenha cura comprovada, é possível realizar o tratamento através de medicamentos como a Ritalina, por exemplo. Acontece que, além de muitos pais evitarem o uso de remédios no caso de crianças e adolescentes, farmácias do país estão sofrendo com a carência de estoque nos últimos meses. Sendo assim, é preciso encarar a possibilidade de tentar outras soluções. 

Porém, antes de definir novas alternativas, é necessário entender qual a origem do problema. Segundo Nathalia Brandão, especialista em psicologia infantil e adolescente há 8 anos e uma das profissionais presentes na plataforma da Baby Concierge, face digital pioneira no universo materno infantil, o TDAH pode começar a se manifestar ainda na infância e, ser decorrente de uma linha hereditária: “O TDAH manifesta-se nos primeiros anos de vida e pode durar até o fim dela. Estudos apontam que é possível uma predisposição genética, considerando a semelhança do comportamento em outros familiares. Vale ressaltar também, que há chances de fatores ambientais influenciarem no diagnóstico e alguns estudos apontam que o uso excessivo de telas digitais pode justificar um possível diagnóstico, mas isso ainda não foi comprovado”. 

Visando contextualizar a condição, Nathalia realiza uma breve análise neurológica: “TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento multifatorial que, de acordo com uma teoria que acredito, não se trata de deficiência intelectual, mas da dificuldade em obter e manter o foco.” Ela também explicita os principais fatores influentes e sintomas da doença: “Pessoas com TDAH, costumam apresentar alterações na região frontal do cérebro, manifestando a redução da capacidade de atenção, dificuldade de seguir instruções, alteração no autocontrole, ansiedade, redução da capacidade de planejamento, dificuldade de memória, de manter-se parado fisicamente em um lugar e esperar sua vez para falar."

Em relação às formas de tratamento do TDAH, a psicóloga afirma que existe uma saída, exercitada com menos frequência do que deveria: as atividades artísticas podem ser uma das principais maneiras de reduzir os sintomas. “A arte é parceira na procura pelo controle e manejo dos comportamentos e emoções de uma criança ou adolescente. Atividades como essas estimulam os relacionamentos interpessoais, que podem vir a piorar ao longo dos anos devido ao transtorno, além de fortalecerem a criatividade. Praticando, é possível equilibrar os neurotransmissores importantes no cérebro, capazes de expressar sentimentos positivos ligados ao prazer e ao bem-estar”. 

Dentre as opções de programas artísticos, Nathalia ressalta a importância da movimentação do corpo e da mente: “A maneira mais benéfica de trabalhar os sintomas de TDAH de uma criança são atividades como dança, expressão corporal, teatro, música e especialmente a pintura. Aulas e afazeres como estes podem ser eficientes na busca pelo controle do comportamento.” Ela ainda oferece dicas de como convencer os pequenos a desenvolver as tarefas: “Sugiro que os pais participem sempre que possível e tornem algo leve e divertido, sem obrigatoriedade. Evitando que a criança seja pressionada, ela ficará mais satisfeita em realizar as atividades e assim, aumentar sua criatividade e imaginação”. 

Por fim, para reforçar a importância de um diagnóstico médico, a especialista afirma que a identificação incorreta do transtorno acontece com frequência: “É preciso analisar com cautela, pois, hoje vemos uma enxurrada de diagnósticos incorretos, que podem impactar negativamente no tratamento adequado aos sintomas. E, por mais que o diagnóstico seja clínico, caso se dê por uma equipe multidisciplinar, as chances de ser assertivo se tornam bem maiores”. Nathalia ainda explica a diferença entre o comportamento hiperativo e TDAH, além de estabelecer uma forma curiosa de separá-los: “Crianças hiperativas são agitadas e inquietas, o que pode ou não sinalizar um transtorno. Já o TDAH é caracterizado pela combinação da dificuldade de atenção com agitação motora e impulsividade. Para o diagnóstico é preciso também, que o mesmo comportamento aconteça em pelo menos dois ambientes diferentes”. 


Santana Parque Shopping convoca público da Zona Norte para campanha de Doação de Sangue

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Ação tem como foco ajudar hemocentros paulistas a recuperarem seus estoques


Segundo dados do Banco de Sangue Paulista, os estoques sanguíneos estão 50% abaixo do esperado neste primeiro trimestre do ano. O ideal é que sejam feitas 100 doações por dia, mas apenas 50 unidades estão sendo coletadas diariamente, e a instituição convoca doadores em caráter de urgência.

Pensando nisso, o Santana Parque Shopping realiza uma campanha de doação de sangue em parceria com o Grupo H. Hemo, Banco de Sangue Paulista e AmorSeDoa no dia 1º de março, das 10h às 16h, no 1º andar próximo ao Bacio de Latte.

Para participar, é preciso se inscrever no link. Os interessados também devem ser maiores de idade e portarem documento com foto. Os doadores ganham isenção de estacionamento e também um mimo da L´Occitane em forma de agradecimento.

“Procuramos, além de trazer entretenimento e lazer para nossos visitantes, também conscientizá-los e ser um local onde instituições como o Banco de Sangue Paulista possam alcançar a população. Acreditamos como empreendimento no senso de comunidade e ficamos muito satisfeitos em poder ajudar uma causa tão relevante e que salva vidas”, afirma Rodrigo Rufino, gerente de marketing do Santana Parque Shopping.

Os requisitos para a doação incluem estar com bom estado de saúde e seguir os seguintes passos:

  • Estar alimentado e evitar alimentos gordurosos nas 3 horas que antecedem a doação;
  • Caso seja após o almoço, aguardar 2 horas;
  • Pessoas com idade entre 60 e 69 anos só poderão doar sangue se já o tiverem feito antes dos 60 anos;
  • A frequência máxima é de quatro doações de sangue anuais para o homem e de três para as mulheres;
  • O intervalo mínimo entre uma doação de sangue e outra é de dois meses para os homens e de três meses para as mulheres.

Também é importante lembrar que os impedimentos para a doação de sangue são:

  • Gripe, resfriado e febre: aguardar 7 dias após o desaparecimento dos sintomas;
  • Gravidez;
  • Período pós-gravidez: 90 dias para parto normal e 180 dias para cesariana;
  • Amamentação: até 12 meses após o parto;
  • Ingestão de bebida alcoólica nas 12 horas que antecedem a doação;
  • Tatuagem e/ou piercing nos últimos 12 meses (piercing em cavidade oral ou região genital impedem a doação);
  • Extração dentária: 72 horas;
  • Apendicite, hérnia, retirada de amígdalas, varizes: 3 meses;
  • Colecistectomia, histerectomia, nefrectomia, redução de fraturas, politraumatismos sem sequelas graves, tireoidectomia, colectomia: 6 meses;
  • Transfusão de sangue: 1 ano;
  • Exames/procedimentos com utilização de endoscópio nos últimos 6 meses;
  • Diarreia recente;
  • Ter sido exposto a situações de risco acrescido para infecções sexualmente transmissíveis (aguardar 12 meses após a exposição).


Critérios específicos para o Coronavírus:

  • Pessoas com diagnóstico ou suspeita de Covid, deverão aguardar 10 dias após completa recuperação e sem o uso de medicamentos;
  • Pessoas com teste positivo para Covid sem sintomas deverão aguardar por 10 dias após a data da coleta do exame;
  • Se teve contato com paciente positivo ou com suspeita de Covid-19 e/ou realizou isolamento voluntário ou por orientação médica aguardar 10 dias após o último contato/término do isolamento;
  • Aguardar 48h caso tenha tomado a vacina Coronavac/Sinovac e 7 dias caso tenha tomado a Astrazeneca, Pfizer ou Janssen.

 

Serviço
Doação de Sangue
Quando:
1º de março
Horário: 10h às 16h
Onde: 1º andar próximo ao Bacio de Latte
Inscrições: https://www.sympla.com.br/evento/doacao-de-sangue-no-santana-parque-shopping-dia-01-03/1871844

Santana Parque Shopping
Endereço:
 Rua Conselheiro Moreira de Barros, 2780 – Santana
Mais informações:
(11) 2238-3002 – www.santanaparqueshopping.com.br

     


Vacinação contra hepatite B em bebês tem queda histórica

Progressão da doença tem consequências mais graves em crianças do que em adultos e especialista destaca a importância da imunização
 

Os índices de vacinação contra a hepatite B no Brasil nunca estiveram em patamares tão baixos: o percentual de bebês vacinados caiu de 86% em 2018 para 75,2% em 2022 -- os dados preliminares foram divulgados pelo site do Ministério da Saúde, a partir de estudo realizado pelo Observa Infância da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A progressão da doença tem consequências mais graves em crianças do que em adultos e especialistas destacam a importância da imunização.

Como explica o médico pediatra e professor do curso de Medicina da Uniderp, Walter Peres, o sistema imunológico durante a infância ainda está em desenvolvimento e a contaminação pelo vírus da hepatite B (VHB) tem mais chance de ocasionar doença crônica. “O risco de infecção é maior nas duas primeiras semanas de vida do bebê e a transmissão pode acontecer da mãe para o feto na gravidez, assim como durante e após o parto”, afirma o médico.

O VHB está presente no sangue e em outros líquidos corporais, como a saliva, o sêmen e secreções vaginais da pessoa infectada. Outras formas de contaminação podem ocorrem por meio do contato com pequenos ferimentos na pele e nas mucosas, transfusões sanguíneas e pelo uso de drogas injetáveis ou material contaminado (como alicates de unha, por exemplo).

A hepatite B ataca, preferencialmente, as células do fígado (hepatócitos) e causam um processo inflamatório que provoca dores abdominais, náuseas, vômitos, febre, cansaço, tontura e icterícia (cor amarelada na pele e conjuntivas). Em quadros crônicos, a doença pode provocar cirrose hepática e câncer. O diagnóstico é realizado por meio de exame de sangue, além de testes rápidos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Para a imunização, é necessária a vacinação logo nas primeiras 24 horas de vida, com pelo menos mais 2 doses de reforço (no SUS são realizadas mais 3 doses: uma aos 2 meses de idade e as outras aos 4 e 6 meses). Pessoas adultas que não foram vacinadas quando crianças podem procurar pelo serviço do SUS para serem imunizadas em um esquema de três doses. Já, os indivíduos que convivem com o HIV e imunodeprimidos precisam seguir um esquema especial, com doses reforçadas periodicamente. 



Uniderp
 Kroton Med

Automedicação prejudica perda de peso

Além de oferecer riscos à saúde, medicamentos sem orientação médica atrapalham o emagrecimento a longo prazo   

 

No Brasil, cerca de seis em cada 10 pessoas estão acima do peso. “Isso é preocupante, visto que o excesso de gordura corporal está associado à causa ou agravamento de mais de 250 condições de saúde”, alerta a endocrinologista Dra. Daniele Tokars Zaninelli. A médica explica ainda que a redução, mesmo que de poucos quilos de gordura corporal, está associada a um menor risco de desenvolver e à melhora do controle de doenças como o diabetes, problemas cardiovasculares e câncer. 

De acordo com a Dra. Daniele, cada pessoa responde de forma diferente aos quilos extras. Além disso, a forma de reagir à dieta e aos exercícios físicos, ou mesmo ao uso de medicamentos ou à cirurgia bariátrica, é variável. Por isso, cada pessoa deve ser avaliada levando-se em conta a história com o peso, as causas por trás do ganho de peso e as consequências ou riscos à saúde. 

O tratamento adequado do sobrepeso e da obesidade oferecem melhora da qualidade e da expectativa de vida. “Por ‘tratamento’ devemos entender o conjunto de ações tomadas com o auxílio de um profissional habilitado no enfrentamento do problema, de forma individualizada”, ressalta a médica. A Dra. Daniele esclarece que o processo deve iniciar com uma avaliação clínica para identificar e tratar possíveis causas e consequências do excesso de peso. Mudanças de hábitos de vida devem fazer parte das orientações, identificando o que funciona para cada paciente em termos de cuidados alimentares e atividades físicas. “Sono, níveis de estresse, consumo de bebidas alcoólicas e uso de medicamentos que podem influenciar no peso também devem ser levados em consideração”, lista a endocrinologista. 

A mudança de estilo de vida nem sempre leva a uma perda significativa de peso, mas deve ser mantida mesmo assim, já que melhora uma série de parâmetros de saúde. “Infelizmente essas mudanças costumam ser difíceis de manter em longo prazo, e as pesquisas mostram o que vemos na prática: a maioria dos pacientes recupera o peso que havia sido perdido. Isso porque o organismo reage à perda de peso com aumento do apetite e redução do gasto calórico”, complementa a Dra. Daniele. Segundo ela, é nesse ponto que a prescrição de medicamentos ou mesmo da cirurgia podem trazer benefícios, pois são capazes de levar a uma perda mais significativa de peso, e ainda auxiliam na manutenção do peso perdido ao longo do tempo. 

“Nos últimos anos temos sido agraciados com uma série de novos medicamentos que se mostram mais eficazes e seguros do que aqueles usados em décadas passadas”, destaca. Porém, de acordo com a Dra. Daniele, o que não é novidade, é que pessoas com excesso de peso costumam se sentir responsáveis pelo problema, como se fosse uma questão de opção, não levando em conta que se trata de uma doença crônica, com bases biológicas que explicam porque essas pessoas sentem mais fome e menos saciedade, assim como têm menor propensão a fazer exercícios, que pessoas de peso normal. 

“Nesse cenário, sentem-se responsáveis por encontrar sozinhos a solução para o problema, e se submetem à automedicação”, relata a especialista. Estudos mostram que o tempo decorrente entre a primeira preocupação do paciente com o peso e a primeira conversa com um médico sobre o assunto é de cerca de seis anos, o que coloca em risco a saúde e torna a solução do problema cada vez mais difícil.

 

Os principais riscos da automedicação são de:

- que o tratamento não funcione;

- abandono do tratamento por efeitos colaterais mal controlados;

- duração e condução inadequada do tratamento, com maior risco de efeito sanfona;

- falta de detecção e tratamento de condições médicas associadas;

- deficiências nutricionais;

- aparecimento de distúrbios alimentares;

- perda de massa muscular, entre outros, colocando a saúde em risco.

 

“Devemos ajudar a população a entender que este é um problema de saúde complexo, e que a solução não está apenas no uso de uma medicação, dieta ou treino que prometem milagres”, aconselha a endocrinologista. Uma solução que pode parecer simples a olhos desatentos ou esperançosos, pode culminar em mais uma tentativa frustrada de perder peso, com consequências muitas vezes imprevisíveis.

 

Confira dicas de como cuidar de idosos depressivos e com demência

Freepik/ Raw Pixel
A demência é uma condição em que ocorre o declínio da função cerebral e está diretamente ligada à perda da capacidade de executar tarefas do dia a dia. Esse termo é usado para definir um conjunto de doenças neurodegenerativas que afetam principalmente pessoas na terceira idade. Segundo uma pesquisa da Global Burden of Disease publicada no Lancet Public Health, até 2050 o número de brasileiros vivendo com demência deve aumentar 206%. Isso quer dizer que a quantidade de pessoas com a doença no país deve saltar de 1,8 milhões para 5,6 milhões.

Cuidar de pessoas com esse diagnóstico é desafiador, uma vez que cuidadores e/ou familiares precisam se adaptar aos vários sintomas como ansiedade, alteração de humor, irritação, agitação, dificuldades para dormir, perda de memória e alteração da linguagem. Janaína Rosa, Enfermeira e Coordenadora Técnica da Home Angels Brasil, rede de cuidadores de pessoas supervisionadas, explica que no dia a dia é necessário fazer algumas adaptações para facilitar os cuidados e aumentar a qualidade de vida da pessoa idosa. 


Estabeleça rotinas e comunique o que será realizado

Idosos com demência precisam ser condicionados a realizarem atividades cotidianas. Para isso, é importante planejar o que será realizado durante o dia, criar rotinas e comunicar os horários para higiene pessoal, alimentação, assistir televisão, entre outras atividades. “Quando a pessoa com demência segue uma rotina e recebe a informação antes de realizar a atividade, diminuem-se as chances de agitação e facilita os cuidados. É importante ressaltar que a pessoa idosa pode continuar realizando algumas atividades de forma independente, por isso, estimule a autonomia”, explica.


Reatar hobbies antigos

“Cheque as atividades que ele gostava de fazer antes da doença e use-as como um elo. Se a pessoa gostava de cozinhar, por exemplo, use o preparo dos alimentos como uma forma de ficar mais próximo e criar vínculo. É importante ressaltar que toda atividade realizada por uma pessoa nessas condições precisa de supervisão”, explica a profissional.  


Hora do banho

O banho é um capítulo à parte, já que para muitos é sempre um momento de irritação. “Uma dica que ajuda a diminuir essa alteração comportamental são sons da natureza, flores, músicas e instrumentais e quadros no banheiro com imagens de campo. Esses artifícios ajudam a tranquilizar”, afirma Janaína. 


Mantenha-o seguro

Conforme a idade avança e a doença progride, ocorrem alterações físicas como a perda de equilíbrio, problemas de visão e audição. Por isso, é muito importante manter o ambiente seguro. "O ambiente em que o idoso permanece por mais tempo deve sempre ter boa iluminação e os objetos de uso pessoal de fácil acesso. Outra dica é retirar o retirar tapetes, investir em pisos antiderrapantes, barras de segurança e retirar objetos que atrapalhem a locomoção do idoso em casa." completa a coordenadora.

Segundo um estudo da National Library of Medicine, liderado pela Universidade Federal de São Paulo, a maioria das pessoas com demência vive em países de baixa e média renda. No Brasil, 32% dos casos podem ser relacionados a fatores de risco como baixa escolaridade, hipertensão, obesidade, diabetes, sedentarismo, depressão e tabagismo.

 

Home Angels
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Aumento de infecções sexualmente transmissíveis pós Carnaval reforça necessidade de testagem

Dados do Ministério da Saúde mostram que IST ultrapassam um milhão de contágios por ano no Brasil. Diagnóstico precoce e tratamento adequado são fundamentais para combater e controlar o problema

 

As semanas seguintes ao Carnaval são de alerta entre infectologistas. Médicos e pesquisadores tratam o período de festas com especial atenção dado que, historicamente, há um aumento significativo de casos de infecções sexualmente transmissíveis adquiridas ao longo dos dias em que foliões fazem festa Brasil afora. Para tentar conter o crescimento de contágios, órgãos de saúde de todo o País criam campanhas de prevenção alertando sobre os riscos e incentivando os foliões a tomarem medidas adequadas para evitar problemas.

Apesar do esforço das autoridades de saúde, as semanas e meses seguintes ao período de Carnaval costumam ter um crescimento de diagnósticos de doenças como herpes genital, sífilis, gonorreia, a clamídia, hepatites virais B e C, HPV e HIV. Além deste aumento de casos, muitas pessoas optam por não procurar ajuda médica mesmo com o aparecimento de sintomas, uma atitude que, na prática, prejudica o tratamento e pode ter um efeito colateral grave: tornar estas infecções mais fortes e resistentes a medicamentos.

Recentemente autoridades de saúde americanas vieram a público anunciar a existência do que chamaram de uma variação da gonorreia que vem sendo chamada informalmente de “supergonorreia”. Segundo especialistas, a doença que é considerada a segunda infecção sexualmente transmissível bacteriana mais comum entre as IST, tem ficado mais resistente a medicamentos convencionais na medida em que as transmissões se alastram cada vez mais fora de controle e os pacientes não buscam tratamento adequado.

O infectologista credenciado da Paraná Clínicas, empresa do Grupo SulAmérica, Dr. Luiz Otávio da Fonseca (CRM-PR 39.666, RQE 23.253), conta que na prática clínica cotidiana já é possível observar casos onde medicamentos tradicionais não estão surtindo os efeitos esperados “Apesar de não termos confirmações de que se tratam de casos como os descritos nos Estados Unidos, temos observado pacientes que não respondem ao tratamento inicial com os antibióticos padrões para gonorreia. Se casos como esse não forem tratados adequadamente eles podem, sim, contribuir para um aumento gradativo da resistência dessa doença e de outras infecções sexualmente transmissíveis”, alerta o médico.

E este está longe de ser um problema isolado: segundo dados da última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), aproximadamente 1 milhão de brasileiros são diagnosticados com algum tipo de IST por ano no Brasil, números correspondentes a 0,6% da população com 18 anos de idade ou mais. Segundo especialistas, tais números evidenciam o alto risco de contágio para pessoas que não tomam os cuidados de prevenção adequados. No caso, o método mais eficaz, prático e seguro de prevenção é o tradicional uso de preservativos, sejam masculinos ou femininos, em todos os tipos de relações sexuais – sejam orais, anais ou vaginais.


Diagnóstico e prevenção

Segundo Fonseca, uma parte fundamental do combate a propagação das IST é o diagnóstico claro e precoce do problema. Neste sentido é fundamental a realização de exames periódicos que detectem as infecções ainda em estágios iniciais. O Ministério da Saúde, inclusive, oferece via SUS testes rápidos de HIV, sífilis e hepatites B e C em unidades básicas de saúde da rede pública ou em Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) espalhados pelo País.

Além da testagem gratuita, outro serviço oferecido pelo SUS é o PEP (Profilaxia Pós-Exposição de Risco), uma medida de prevenção de contágio emergencial para ser utilizada em situação de risco à infecção ao HIV. Ela se consiste na aplicação de medicamentos que reduzem o risco de contágio e deve ser feita em caráter de urgência até 72h após o ato.

De qualquer forma, segundo Fonseca, a orientação em casos de sintomas suspeitos tais como surgimento de feridas, corrimentos, dores pélvicas, verrugas anogenitais, ardência ao urinar e outras lesões de pele é a imediata procura por um serviço de atendimento a fim de fazer a testagem precoce de uma possível infecção sexualmente transmissível. E é importante destacar: a testagem e acompanhamento permanentes para pessoas que têm um ou mais parceiros sexuais é muito importante. “É fundamental que as pessoas se conscientizem da realização de exames periódicos para detecção precoce de IST tanto para a proteção do indivíduo quanto para a proteção de seu parceiro ou parceira”, conclui o infectologista.

 


Paraná Clínicas
www.paranaclinicas.com.br


Quase 80% da população mundial sofrerá com dores nas costas, durante a vida

Quem vive com dores, não vê a hora de se livrar do problema

 

Um dos maiores problemas de saúde da população, é a indesejável dor nas costas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), no decorrer da vida, 80% da população mundial, sofrerá com este problema. Isso compromete a mobilidade e prejudica a qualidade de vida das pessoas. 

Uma das dores mais comuns é a lombalgia. É uma dor na região lombar do corpo, próxima à bacia, na área mais baixa da coluna. Ela pode irradiar para a parte frontal das coxas, joelhos e glúteos. É uma causa frequente da perda de mobilidade e incapacidade de trabalhar, em relação ao ranking de distúrbios dolorosos, perdendo apenas para a cefaleia. Mas, já existem diversos tratamentos que podem nos livrar das dores. 

O neurocirurgião Dr. Carlos Roberto Massella Júnior conta que, é preciso procurar o especialista, assim que as dores começarem, para que o diagnóstico seja feito corretamente e a busca pelo tratamento ideal fique mais fácil. “Quando avaliamos um problema, logo no começo, temos mais opções de tratamentos, que são extremamente eficazes. Porém, se o paciente demora muito para buscar ajuda, algumas dores tornam-se crônicas, trazendo consequências neurológicas e também a necessidade de procedimentos, desde os mais conservadores até os invasivos”, conta Dr Carlos. 

Além da avaliação clínica, são realizados alguns exames complementares, como os exames de imagens, a depender de cada caso. Existem algumas ações recomendadas pelo especialista, que vão de acordo com a análise clínica. Todos os procedimentos devem ser sempre acompanhados pelo médico e por outros profissionais de saúde, como a equipe multidisciplinar. 

O estilo de vida de cada um favorece o acometimento de dores nas costas. É importante lembrar que uma vida saudável, é a melhor maneira de se evitar a patologia. Procure adotar uma dieta equilibrada, faça exercícios físicos supervisionados, que não cause estresse à coluna, abandone o tabagismo, tenha uma boa postura corporal, ao caminhar, não fique muito tempo sentado ou em pé, faça alongamentos durante o período e, o mais importante, nunca se medique, sem a orientação do seu médico. 

 

Dr. Carlos Roberto Massella Júnior - Médico formado pela Universidade Cidade de São Paulo. Neurocirurgião formado pelo Hospital Militar de Área de São Paulo - HMASP. Foi observership no serviço de neurocirurgia do Arnold Palmer Hospital For Children - Orlando, U.S.A e observarship no serviço de neurocirurgia Hospital Meyer - Florença, Italia. Tem interesse em neurocirurgia da coluna vertebral, Neuroendoscopia e neurocirurgia pediátrica.

 

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