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sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Confira 10 exposições imperdíveis para curtir na capital paulista

Parte das mostras já está em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB SP), Museu da Imagem e do Som (MIS), Espaço de Exposições do Centro Cultural Fiesp e Museu das Culturas Indígenas (MCI); algumas têm entrada gratuita e podem ser conferidas até o início de 2023                                                                                                     

                                                                                                               

  Divulgação MCI 

 Exposições no Museu das Culturas Indígenas (acima) e no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo (abaixo) contam com obras que abordam a cultura dos povos originários.

                                         

Tiago Nunes Fotografia -
   

Neste fim de ano e durante as férias escolares a dica é aproveitar o tempo livre para conferir 10 exposições imperdíveis na capital paulista. Apesar de possuírem características e abordagens diferentes, as mostras têm em comum a participação de artistas brasileiros ou homenagem a grandes nomes da cultura nacional.

Algumas das exposições são interativas e possuem entrada gratuita. Todas estão localizadas em endereços de fácil acesso -próximas de estações de metrô e ônibus - como o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB SP), o Museu da Imagem e do Som (MIS), o Espaço de Exposições do Centro Cultural Fiesp e o Museu das Culturas Indígenas (MCI).


O QUE ESTÁ EM CARTAZ...

 

“Arte é Bom”

A exposição em exibição no MIS é um convite à diversão. Interativa – praticamente tudo envolve a participação do visitante -  reúne obras inusitadas, como uma pedra que emite risadas assim que alguém passa por ela. Os trabalhos assinados por artistas contemporâneos, incluindo grandes ícones como Hélio Oiticica e Lygia Clarck (já falecidos), ficam em exibição somente por mais algumas semanas.

Data: Até 11 de dezembro de 2022

Horário: terça a sexta, das 11h às 19h; sábado, domingo e feriados, das 10h às 18h

Local: Avenida Europa, 158 - Jardim Europa

Ingresso: R$ 40,00 (inteira) e R$20,00 (meia-entrada); gratuito nas terças-feiras

Mais informações: www.mis-sp.org.br

 


“Cria _experiências de invenção”

                                                           

© paula monroy

 “Le petit chaperon rouge” da artista suíça Warja Lavatar (1913-2007)

                             

Já imaginou ler o clássico “Chapeuzinho Vermelho” por meio de símbolos e não letras? Este é só um exemplo dos trabalhos presentes na mostra coletiva em cartaz no Espaço de Exposições do Centro Cultural Fiesp (CCF). Voltada especialmente ao público infantil, ‘Cria’ conta com obras interativas, que permitem vivencias plurissensoriais e o acesso a diferentes culturas e linguagens artísticas.

Data: Até 19 de fevereiro de 2023

Horário: quarta a domingo, das 10h às 20h.

Local: Avenida Paulista, 1313 – em frente à estação Trianon/Masp – São Paulo/SP

Ingresso gratuito.

Mais informações: www.centrocultural.fiesp.com.br

 

 

“Grandes Personalidades Negras”

A mostra exibe obras em grafitti de 81 personalidades negras que fizeram história no Brasil. Entre os homenageados está Emanoel Araujo, artista e idealizador do Museu Afro Brasil, que se notabilizou por lutar pelo reconhecimento e a valorização da produção afro-brasileira nos mais diversos âmbitos. A exposição em cartaz no MIS também apresenta biografias desses personagens.

Data: Até 29 de janeiro de 2023

Horário: terça a sexta, das 11h às 19h; sábado, domingo e feriados, das 10h às 18h

Local: Avenida Europa, 158 - Jardim Europa (1º andar do Museu)

Ingresso gratuito

Mais informações: www.mis-sp.org.br

 

 

“Invasão Colonial ‘Yvy Opata’ A Terra Vai Acabar”

A exposição conta com trabalhos do artista de origem indígena: Xadalu Tupã Jekupé. As obras denunciam como os territórios originários em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, estão sendo engolidos pelo progresso dos grandes centros urbanos. A mostra, no Museu das Culturas Indígenas, reflete a violência dessa invasão e a segregação étnica vivida pelo povo Guarani.

Data: Até 31 de dezembro de 2022

Horário: terças, quartas, sextas, sábados e domingos, das 09h às 18h e às quintas das 09h às 20h

Local: Rua Dona Germaine Burchard, 451

Ingresso: R$ 15,00 (inteira) e R$ 7,50 (meia-entrada); gratuito nas quintas-feiras

Mais informações: https://museudasculturasindigenas.org.br

 

 

“Nova Fotografia 1”

                                                                                                I

vete Siqueira

       “Nascer”, da artista Ivete Siqueira


A exposição apresenta conjunto de imagens de três artistas contemporâneos. “Memórias futuras”, de Grasielle Barbaresco, utiliza uma abordagem poética para retratar como questões culturais determinam as infâncias, e de que forma o traumático incide na constituição psíquica dos adolescentes. “Morro dos espíritos”, de Givva e Quebrantxy, cria um paralelo entre a relação dos moradores das periferias com imagens de espíritos ancestrais. Em “Nascer”, Ivete Siqueira reflete como o parto é uma dinâmica complexa que envolve ressignificações da vida, construção e intensificação de vínculos.

Data: Até 04 dezembro

Horário: terça a sexta, das 11h às 19h; sábado, domingo e feriados, das 10h às 18h

Local: Avenida Europa, 158 - Jardim Europa (1º andar do Museu)

Ingresso gratuito

Mais informações: www.mis-sp.org.br

 

 

“Ocupação Decoloniza – SP Terra Indígena”

Essa exposição coletiva está instalada na área externa do Museu das Culturas Indígenas. O grafismo guarani adorna o gradil da entrada, paredes e fachada. Os desenhos foram criados e executados pelos próprios indígenas, que abordaram temáticas como a resistência e luta pelos direitos dos povos originários.

Horário: terças, quartas, sextas, sábados e domingos, das 09h às 18h e às quintas das 09h às 20h

Local: Rua Dona Germaine Burchard, 451

Ingresso: R$ 15,00 (inteira) e R$ 7,50 (meia-entrada); gratuito nas quintas-feiras

Mais informações: https://museudasculturasindigenas.org.br

 

 

“Playmode”

As obras presentes nessa mostra coletiva, que foi sucesso em Portugal, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, propõem reflexões sociais e questionamentos sobre pautas contemporâneas por meio dos jogos. Alguns dos trabalhos são interativos. Entre eles estão os games que fazem referências aos povos indígenas, a mitologia grega, ao tempo e a velhice. Em cartaz no CCBB SP, a exposição conta com participação de brasileiros e artistas de outros 14 países.

Data: Até 16 de janeiro de 2023

Horário: de domingo a segunda, das 09h às 20h. Às terças é fechado.

Local: Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico

Ingresso gratuito

Mais informações: www.ccbb.com.br/sao-paulo

 

 

“YGAPÓ: Terra Firme”

A exposição do artista e curador Denilson Baniwa reúne produções contemporâneas e tradicionais de músicos indígenas. A dança, o canto e a conexão com a natureza são para os povos originários uma maneira de dar continuidade a cultura e a vida. A palavra Yagapó é uma metáfora da resistência indígena.

Data: Até 31 de dezembro de 2022

Horário: terças, quartas, sextas, sábados e domingos, das 09h às 18h e às quintas das 09h às 20h

Local: Rua Dona Germaine Burchard, 451

Ingresso: R$ 15,00 (inteira) e R$ 7,50 (meia-entrada); gratuito nas quintas-feiras

Mais informações: https://museudasculturasindigenas.org.br

 

VEM AÍ....

 

Nova Fotografia 2

                   

Ck Martinelli

“Museu da Loucura – do Barroco ao Eletrochoque”, de Ck Martinelli

                                                           

A exposição reúne séries de três artistas contemporâneos. Em “As primeiras vezes que fui a vênus”, Victor Galvão apresenta um exercício de investigação sobre desertos e paisagens a partir da perspectiva de ser um estrangeiro. “Plano de Voo”, de Carolina Koff, é inspirada em verdades e mentiras sobre uma mulher chamada Olga, que tirou o brevê de avião em 1943, aos 25 anos de idade. Já em “Museu da Loucura – do Barroco ao Eletrochoque”, de Ck Martinelli, o espectador se depara com poucas imagens do que seria outro museu. Um espaço que aprisionou ou aprisiona, que apresenta a história por memória e a loucura alheia.

Data: de 16 de dezembro de 2022 a 22 de janeiro de 2023

Horário: terça a sexta, das 11h às 19h; sábado, domingo e feriados, das 10h às 18h

Local: Avenida Europa, 158 - Jardim Europa (1º andar do Museu)

Ingresso gratuito

Mais informações: www.mis-sp.org.br

 

“Paulo Autran 100 anos”

A mostra celebrará o centenário de Paulo Autran, um ícone do teatro, cinema e teledramaturgia nacional. Farão parte da exposição: fotografias, cartazes, trechos de entrevistas, programas de teatro e stills. Sessões de filmes, como “Apassionata” (1952), de Fernando de Barros (primeira aparição de Paulo Autran nas telonas) e “O ano em que meus pais saíram de férias” de Cao Hamburger, também estão previstas na programação de férias do MIS.

Data: 16 de dezembro de 2022 a 29 de janeiro de 2023

Horário: terça a sexta, das 11h às 19h; sábado, domingo e feriados, das 10h às 18h

Local: Avenida Europa, 158 - Jardim Europa (Espaço expositivo térreo [foyer])

Ingresso gratuito

Mais informações: www.mis-sp.org.br

 

Vitamina D previne osteoporose, doença que atinge 1 em cada 3 mulheres acima dos 50 anos

Segundo a Associação Brasileira de Avaliação Óssea, cerca de 10 milhões de brasileiros sofrem com a condição, mas apenas 20% sabem que a tem 

 

            Produzida na pele, principalmente, após exposição ao Sol, a Vitamina D possui papel importante na prevenção da perda de massa óssea. Ela age no processo de mineralização óssea, ou seja, o nutriente ajuda o corpo a absorver o cálcio no intestino e contribui para a diminuição do risco de fratura causada pela osteoporose, doença caracterizada pelo enfraquecimento dos ossos. 

            Segundo a ABRASSO (Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo), a osteoporose atinge cerca de 10 milhões de brasileiros, porém, somente 20% deles estão cientes disso. Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) indicam que uma em cada três mulheres terá uma fratura óssea e que ocorrem cerca de 9 milhões de fraturas por ano em todo o planeta. 

            O endocrinologista e presidente do 10° BRADOO (Congresso Brasileiro de Densitometria, Osteoporose e Osteoemtabolismo), João Lindolfo, ressalta que a exposição solar ajuda, sim, a evitar doenças ósseas, mas ela precisa ser controlada. “Para as peles mais claras, de cinco a sete minutos por dia são suficientes. Já as mais morenas, de 10 a 15, evitando a vermelhidão. Regiões como rosto e pescoço devem ser protegidas por conta do risco de câncer de pele. O recomendado é não usar protetor solar nas outras regiões durante esses breves períodos”, diz. 

            A IOF (International Osteoporosis Foundation, ou Fundação Internacional de Osteoporose, em tradução livre do inglês) aponta que baixos níveis de vitamina D preocupam médicos do mundo inteiro, mesmos nas regiões com abundância de Sol. Isso acontece porque alguns fatores interferem na sua formação, como a estação do ano, a poluição urbana, tempo excessivo em locais fechados, roupas que cobrem todo o corpo, cor da pele e idade.

 

Suplementação 

            “Peixes ricos em gordura, como salmão, óleo de fígado de bacalhau, cogumelos e gema do ovo são algumas fontes interessantes para incluir na dieta, sendo ricos em vitamina D. Contudo, a quantidade recomendada por dia dificilmente é atingida só com a dieta alimentar, sendo necessário, em alguns casos, a suplementação”, explica Lindolfo. 

            Segundo a SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), níveis acima de 20ng/ml (nanogramas por mililitro) são desejáveis para a população em geral. Já para grupos de risco, como idosos, pacientes com osteoporose e gestantes, os valores devem ficar entre 30 e 60ng/ml. 

            “Em pessoas com risco de deficiência, é recomendado que o paciente faça uma dosagem das concentrações de vitamina D no sangue. Quanto à suplementação, esta deverá ser avaliada de acordo com cada caso. Os suplementos podem ser encontrados em farmácias, supermercados, internet e outros locais. Normalmente, são vendidos em cápsulas ou em gotas”, conclui o médico.

 

Vitamina D e osteoporose 

            Para esclarecer as dúvidas e conversar sobre os impactos da vitamina D na saúde óssea, e principalmente sua relação com a osteoporose, o endocrinologista João Lindolfo e a digital influencer Carolina Sehbe farão uma live, no Instagram da ABRASSO, no próximo dia 8 de dezembro (quinta-feira), às 19h30. Além dos impactos na saúde óssea, o médico trará também a associação entre Vitamina D e Covid, além das consequências do excesso no uso do nutriente. 

            Carolina Sehbe - porta-voz do perfil @academiappk no Instagram. Responsável por apresentar curiosidades do universo feminino, produz conteúdo e dá dicas de saúde e beleza, contando sempre com o apoio de especialistas da medicina. “As redes sociais permitiram que todos criassem e propagassem informações, porém, são tantas fontes que acabamos não sabendo em quem, de fato, confiar. Por isso é fundamental e faço questão de sempre trazer a opinião e as instruções de profissionais da saúde para a discussão”, ressalta a influencer. 

            João Lindolfo - possui graduação em Medicina pela UnB (Universidade de Brasília) e especialização em Endocrinologia e Metabologia pelo Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP). Complementou sua formação com clinical reasearch fellow em Endocrinologia na Universidade de Virginia, nos Estados Unidos.             Associado da ABRASSO, atualmente é também médico-diretor da Clínica de Endocrinologia e Metabologia de Brasília (DF), pesquisador do Centro de Pesquisa Clínica do Brasil e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - Regional DF (2019/2020).

 

Por que temos a sensação de cair quando adormecemos?

A sensação que se assemelha a um susto no nosso corpo enquanto dormimos é chamada de "espasmo hípnico''; Flávio Landim, professor de Biologia da Plataforma Professor Ferretto, desvenda como ocorre 

 

O sono é um dos processos mais importantes para garantir o bom funcionamento do corpo humano. Através dele, é possível repor as energias, regular o metabolismo e obter muitos outros benefícios.

Provavelmente, você já teve esse momento de descanso interrompido pela súbita sensação de estar caindo. Esse fenômeno é conhecido como “espasmo hípnico’’ e em alguns casos, pode ser acompanhado por uma alucinação visual.

De acordo com Flávio Landim, professor de Biologia da Plataforma Professor Ferretto - plataforma 100% online, com foco no conteúdo complementar para o Ensino Médio e preparação para o Enem e vestibulares - o espasmo hípnico ocorre quando os músculos das pernas - embora possa acontecer em todo o corpo - contraem-se rapidamente de forma involuntária, como um puxão ou um espasmo.  

Apesar de gerar um susto, Landim explica que a sensação não apresenta nenhum risco à saúde e faz parte do processo de transição entre o estado em que estamos acordados para o momento em que iremos adormecer.


Como ocorre?

Existem algumas hipóteses para a causa do espasmo hípnico, mas uma delas é que durante o sono, o nosso cérebro continua trabalhando, por mais que o corpo esteja desligado do que acontece no exterior.

Entretanto, o controle dos músculos apresentam uma resistência maior a esse “desligamento’’ e acabam reproduzindo alguns sinais enviados pelo cérebro como espasmos. O movimento dos “sustos’’ ou “pulos’’ que o nosso corpo realiza, são espontâneos e caracterizam o espasmo hípnico. “A ansiedade e inquietação antes de dormir, afetam diretamente na ocorrência dos espasmos, uma vez que o corpo relaxa, mas a mente ainda está ativa e faz com que o sistema nervoso desperte a pessoa para que mente e corpo se integrem antes da fase de sono profundo’’ explica o professor.


Por que isso acontece?

Landim explica que como o espasmo hípnico está relacionado com a atividade motora, é provável que tudo aquilo que mantém ativo o nosso sistema motor, à noite aumente as possibilidades de experimentar esse fenômeno. Em relação à intensidade da sensação, pode variar de acordo com os estímulos recebidos durante o dia.

Assim, a cafeína - e outros estimulantes -, o exercício intenso no final do dia, e até mesmo a elevação nos níveis de estresse e ansiedade à noite, são associados a uma maior probabilidade de que ocorra o espasmo hípnico. “O fenômeno está ligado à qualidade do sono, de modo que até mesmo os baixos níveis de alguns nutrientes minerais como magnésio, ferro e cálcio possam influenciar nos episódios dos espasmos'' complementa o docente.

De forma geral, o biólogo assegura que apesar de desconfortável, a sensação de acordar como se estivesse caindo, é normal e inofensiva. ‘’Não apresenta risco, sendo, inclusive, muito comum, com 2/3 das pessoas relatando que apresentam regularmente ou já apresentaram espasmos hípnicos”, finaliza ele.

 

 Plataforma Professor Ferretto


Odontologia também participa da detecção e prevenção do AVC

 

O Acidente Vascular Cerebral (AVC), conhecido popularmente como derrame cerebral, é a segunda maior causa de morte no mundo. E o Cirurgião-Dentista também pode ser um grande aliado na prevenção e até mesmo na detecção de um possível AVC.   

Existem dois tipos de AVCs, o isquêmico, que é quando o fluxo de sangue é interrompido em uma artéria cerebral (responsável por 80% dos casos), e o hemorrágico, quando ocorre o sangramento de uma das artérias cerebrais. Ambos interrompem a oxigenação de uma parte do cérebro.

Os sinais clínicos são semelhantes e podem ocorrer em qualquer idade. Existe ainda o AVC Transitório, conhecido como Mini-AVC. Seus sintomas são semelhantes aos demais e podem durar até 24 horas. Após um Mini-AVC, há um risco maior de um AVC nas semanas seguintes.     

De acordo com o especialista, mestre e doutor em Estomatologia pela Universidade de São Paulo (USP) e membro da Câmara Técnica de Estomatologia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo, (CROSP), Dr. Artur Cerri, o Cirurgião-Dentista tem uma participação importante na detecção de alguma alteração no paciente, pois tem um contato permanente e muitas vezes até familiar com ele. “O AVC, principalmente o isquêmico, pode não ocorrer de forma gradativa. Na Odontologia, uma das queixas é exatamente a dormência do rosto, uma sensação de parestesia, além da dificuldade de engolir, de caminhar e de se comunicar”.

Para Dr. Artur Cerri, o profissional deve aproveitar também a vantagem dos retornos para verificar a pressão arterial, principalmente dos pacientes que têm maior risco (aqueles que bebem, fumam, que estão sob estresse etc.). “O profissional da área raramente verifica a pressão arterial dos pacientes, a qual é um dos indicativos de AVC. Hoje, temos aparelhos digitais de fácil manuseio e relativamente confiáveis. Aliás, o paciente quando senta na cadeira tem uma descarga de adrenalina que é natural pela ansiedade e pelo medo, isso faz com que a pressão arterial suba mais ainda”.

Ele explica que o Cirurgião-Dentista não faz essa checagem, pois cabe ao especialista da Medicina, mas ele também é o profissional que pode perceber e comunicar ao paciente ou a um parente alguma situação. “Muitas vezes, o paciente tem dificuldade em deglutir. Apesar de usar o sugador ou tentar engolir, tem dificuldade pela fraqueza e comprometimento muscular (outro indicativo de AVC). Raramente o paciente se dá conta disso. Ele acha normal a condição de parestesia (dormência) e atribui a qualquer outra situação que não a condição verdadeira”.

 

Recursos que a Odontologia oferece na detecção 

Dr. Artur relata que a radiografia panorâmica, recurso utilizado na Odontologia para ter uma visão geral do tratamento a ser preconizado, estudado e executado, pode muitas vezes detectar um dado inesperado: placas de ateroma (aterosclerose). “Como é uma condição calcificada, a radiografia panorâmica muitas vezes nos oferece a possibilidade de ver essas placas na carótida. Por isso, o Cirurgião-Dentista precisa ter muita atenção e não focar só na mandíbula, mas também nas áreas em volta”.

O especialista complementa que as placas costumam ser bilaterais e, mesmo quando unilaterais, representam um grande risco. “Via de regra, essas placas, quando pequenas, não têm interferência hemodinâmica (na circulação sanguínea), mas no futuro podem ter interferência e consequências sérias”. As tomografias solicitadas rotineiramente, segundo Dr. Artur, também têm um valor muito grande não só na boca, mas nas estruturas adjacentes da cavidade bucal.  

Outro recurso que deveria ser considerado e explorado pelos profissionais é a palpação ganglionar dos linfonodos (gânglios linfáticos). “Temos mais de 300 linfonodos, mas a palpação de cabeça e pescoço não é feita. Um linfonodo comprometido é um indicador de que algo não anda bem naquela região. O Cirurgião-Dentista tem uma gama de possibilidades para ajudar o paciente nesse sentido. Para isso, o profissional deve fazer uma anamnese detalhada e atualizada, sempre, diz Dr. Artur Cerri.”

 

Importância da anamnese 

O Cirurgião-Dentista, mestre em Odontologia (Diagnóstico Bucal) pela Universidade de São Paulo (USP) e membro da Câmara Técnica de Estomatologia do CROSP, Dr. Celso Augusto Lemos Júnior, também considera que uma anamnese bem realizada pode auxiliar o profissional na identificação de pacientes com maior risco para o AVC.

De acordo com ele, deve ser investigada a idade acima de 55 anos, a história familiar de doenças cardiovasculares, a hipertensão arterial, o colesterol elevado, o diabetes, a doença cardíaca, o tabagismo, o alcoolismo, o sedentarismo, a obesidade, a estenose da carótida, a fibrilação arterial e o uso de drogas, como a cocaína, por exemplo.

As medicações utilizadas pelo paciente, segundo Dr. Celso, devem ser anotadas metodicamente e estudadas para identificar qual a função dela no organismo e seus possíveis efeitos colaterais.

“Quando possível, é importante que o Cirurgião-Dentista mantenha um diálogo com a equipe médica que atende esse paciente de risco, para avaliar o estado geral e decidir o momento de executar determinado procedimento odontológico. O Cirurgião-Dentista é sempre o responsável pelo procedimento executado, independentemente de uma “liberação” médica. A equipe médica deverá fornecer um relatório da atual condição do paciente. Após sua leitura, o profissional tem condições de avaliar a oportunidade do procedimento a ser executado”.

 

 Atenção aos sinais e sintomas 

Os procedimentos de pré-atendimento visam conhecer a saúde geral do paciente e mensurar os riscos. Segundo Dr. Celso, após o início do atendimento, o profissional deve estar apto a reconhecer os sintomas de um AVC.

Eles podem variar dependendo da área cerebral afetada e podem incluir um ou vários sinais em conjunto, entre eles: paralisia de um lado do rosto, paralisia de membros em um lado, perda de força em uma metade do corpo, desorientação, incapacidade de falar com clareza (fala embolada), incapacidade de perceber a própria doença (anosognosia), distúrbios visuais (visão dupla, borrada ou perda de visão), queda de pálpebra, formigamento, amortecimento de um lado do corpo e tontura.

Caso o Cirurgião-Dentista suspeite que o paciente esteja tendo um AVC, ele pode usar um teste conhecido como SAMU:

S – Sorriso: peça para o paciente sorrir e veja se parte do rosto não mexe;

A – Abraço: verifique se a pessoa consegue elevar os dois braços como se fosse abraçar ou se um membro não se move;

M – Música: verifique se a pessoa repete o pedacinho de uma música ou se enrola as palavras;

U – Urgente: chame uma ambulância ou vá a um pronto atendimento especializado.

Se for positivo para uma das primeiras 3 letras, é necessário chamar um serviço de urgência ou levar o paciente o mais rápido possível para um atendimento médico.

Com relação aos cuidados necessários para atender o paciente pré-disposto a desenvolver a doença, Dr. Celso explica que pouca coisa se difere do que já se faz com um paciente sem alto risco. “Devemos avaliar detalhadamente a anamnese, aferir a pressão arterial nas consultas, realizar consultas seriadas e rápidas, tomar atitudes que minimizem o estresse ao máximo e manter um diálogo com a equipe médica do paciente”.

Vale reforçar que possuir, no consultório, um protocolo de ações a serem tomadas em caso de suspeita de AVC, com treinamento da equipe auxiliar, é essencial, assim como ter suporte para manter a oxigenação do paciente enquanto ele aguarda o resgate ou o encaminhamento para atendimento médico de urgência.

 

Cuidados pós-AVC 

Após um AVC, o plano de tratamento deverá ser adaptado à situação de cada paciente, caso ele tenha sequelas. Assim, Dr. Celso relata que, dependendo do paciente, pode ser necessário realizar o atendimento à beira do leito ou em um ambulatório. “O Cirurgião-Dentista deve ter em mente o dever de manter a saúde bucal do paciente por meio de adaptações no dia a dia e na rotina de higiene, como por exemplo recomendar o uso de escovas com cabos adaptados ou escovas elétricas, ou mesmo por meio do treinamento da enfermagem, cuidadores ou parentes dos pacientes que não conseguem executar a própria higiene oral”.

O uso de pastas com flúor é recomendado para minimizar o risco de cárie, que costuma ser elevado em pacientes com hiposalivação e dietas mais pastosas. O uso de enxaguatórios antissépticos para quem tem controle adequado da deglutição pode ser recomendado.

A manutenção adequada da saúde bucal resulta em inúmeros benefícios ao paciente que teve um AVC, pois diminui as chances de pneumonia por aspiração e infecções orais, sejam elas bacterianas ou fúngicas, que podem ser devastadoras nesse quadro.  

  

Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) 

 www.crosp.org.br

 

A radiação UV além da pele: como ela afeta a visão?

Os raios ultravioleta podem provocar graves danos aos olhos, causando quadros de catarata, foto conjuntivite, fotoqueratite, degeneração macular, entre outros 

 

Com a chegada do verão e das festas de fim de ano, as conversas sobre os cuidados com a exposição solar costumam ser cada vez mais frequentes nas rodas de amigos. Muito se fala a respeito da importância de proteger o corpo contra os raios solares nocivos, porém os cuidados não devem ficar restritos à pele, sendo necessário lembrar que os raios UV também podem prejudicar os olhos e a visão. Por isso, a Lenscope, healthtech que criou uma jornada 100% digital na aquisição de lentes para óculos em um processo simples, eficiente e funcional, listou os benefícios da proteção UV nas lentes oculares. 

De forma técnica, a luz emitida pelo sol é composta de ondas eletromagnéticas de diferentes comprimentos, sendo o conjunto dessas ondas conhecido como espectro luminoso. A luz que conseguimos ver a olho nu é apenas uma pequena parte de toda a luminosidade emitida pelo sol, de modo que algumas outras luzes, como a ultravioleta, não são percebidas pelos sentidos humanos. E é nesta radiação que mora o perigo. “A luz ultravioleta, também conhecida pela sigla UV, pode causar diversos danos à saúde, como queimaduras em diferentes graus, manchas na pele, alergias, envelhecimento precoce, rugas e até mesmo câncer”, afirma Francisco Irochima Pinheiro, Doutor em Ciências da Saúde e Professor Adjunto das disciplina de Oftalmologia e Cirurgia Refrativa. 

A pele não é o único órgão afetado pela radiação ultravioleta, ela também pode causar sérios danos aos olhos e à visão, provocando quadros de catarata (quando o cristalino perde a sua transparência e o paciente passa a enxergar de forma opaca), fotoconjuntivite (inflamação da conjuntiva), fotoqueratite (inflamação da córnea) e degeneração macular (lesão que afeta a parte central da retina e pode levar à perda total da visão). Segundo dados de 2014 do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA, a cada 1% de perda da camada de ozônio (proteção natural da Terra contra raios UV, que está sendo destruída por atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis), cerca de 50 mil novos casos de câncer de pele e 100 mil novos casos de cegueira originados por catarata surgem em todo o mundo. 

Sendo assim, uma das melhores formas de proteger os olhos dos efeitos nocivos da luz solar é por meio do uso de óculos com filtros UV. Essa camada protetora, que pode ser aplicada em óculos de grau e de sol, previne que os raios ultravioleta atinjam os olhos, oferecendo mais conforto e segurança ao utilizador. 

A proteção UV não deve ficar restrita aos óculos de adultos e idosos, também sendo importante para bebês e crianças. “Além do uso de filtros solares, chapéus e roupas especiais, os óculos com filtro UV também devem fazer parte da mala dos bebês e crianças, que por conta da pouca idade, correm ainda mais riscos de sofrerem danos oculares, já que seus cristalinos possuem um grau maior de transparência”, complementa o Doutor Irochima. 

Uma das maneiras mais eficazes de proteger os olhos da radiação UV está no uso de lentes com tratamentos adequados. Atualmente, é possível encontrar diferentes opções de óculos bloqueadores no varejo óptico, tanto para as variações de raios UVA (responsáveis pelo envelhecimento acelerado), quanto UVB (contribuem para as queimaduras solares, ardências e alergias). 

Esses tratamentos aplicados nas lentes podem ser separados em duas categorias: os essenciais e os avançados, a última contemplando camadas de proteção que repelem substâncias como poeira e gordura, e em alguns casos protegem a lente até mesmo contra fissuras. São  tratamentos comumente adotados por pessoas que utilizam os óculos constantemente ou fazem questão de um alto nível de nitidez para a sua visão. Já os tratamentos essenciais costumam incluir uma tríade fundamental de proteção para os óculos: antirrisco, antirreflexo e 100% de bloqueio dos raios UV. Estes são tratamentos indispensáveis e que garantem a nitidez das lentes e a saúde do usuário. “Infelizmente, as lentes mais baratas disponíveis no mercado brasileiro comumente sacrificam a qualidade dos tratamentos essenciais, e muitas vezes até deixam de incluí-los para reduzir custos. Em países como os EUA, a proteção UV 100%, por exemplo, é preconizada pela American Academy of Ophthalmology (AAO)”, salienta Makoto Ikegame, CEO e Cofundador da Lenscope.

“É importante que as pessoas tenham um cuidado pleno com a saúde, não esquecendo dos olhos. As lentes fornecidas pela Lenscope, por exemplo, têm tratamentos inclusos em todos os casos, mas independente da solução escolhida é importante que o consumidor exija os tratamentos essenciais de marcas confiáveis e de boa procedência”, finaliza Ikegame. 


“Mulheres com HIV podem engravidar com segurança”, explicam especialistas da SBRA

Fonte/Ilustração: Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA)

Novo boletim do Ministério da Saúde aponta que, em 2021, cerca de 8 mil mulheres foram diagnosticadas com o vírus durante o período gestacional

 

O último boletim do Ministério da Saúde, divulgado no dia 1º de dezembro, Dia Mundial de Luta contra o HIV/Aids, aponta que, nos últimos 2 anos, a taxa de detecção do HIV em mulheres gestantes tem se estabilizado no Brasil. Em 2021, foram identificadas 8.323 gestantes com a infecção pelo vírus, o que representa um aumento de 2,7% comparado ao ano de 2020. O especialista em reprodução humana e membro da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), Waldemar Carvalho, explica que, atualmente, é possível uma mulher portadora do HIV engravidar, mas que cuidados precisam ser tomados para que não ocorra a transmissão da doença da mãe para o feto no útero ou recém-nascido durante o parto.

Segundo Carvalho, hoje em dia não é necessário que uma mulher soropositiva, que deseja engravidar, realize o processo por alguma técnica de reprodução assistida. Entretanto, o especialista alerta que, para uma gestação e parto seguros, é necessária uma avaliação do quadro clínico. “É possível que uma mulher infectada pelo vírus HIV engravide normalmente e, para isso, é importante que ela esteja com a imunidade adequada. São realizados exames para traçar um perfil imunológico que vão identificar se essa paciente está num estado imune adequado para uma gestação, como por exemplo a verificação das dosagens do CD4 e CD8”, explica.

A informação sobre a doença é fundamental. O ginecologista explica que antes de se falar em técnicas de reprodução assistida é necessário compreender que há uma diferença entre HIV e aids. “Primeiramente, é importante explicar que pessoas com HIV podem realizar um acompanhamento de reprodução assistida. Já pessoas que desenvolveram a aids e encontram-se num estado de comprometimento de imunidade elevado necessitam de tratamento adequado para a enfermidade, o que as torna não elegíveis”, afirma.

Os avanços farmacológicos dos medicamentos antirretrovirais têm permitido uma substancial melhora no controle clínico da imunodeficiência causada pelo HIV. Atualmente, com acompanhamento médico periódico e utilização adequada da profilaxia, é possível impedir a evolução da doença, aumentando expressivamente a sobrevida e, consequentemente, melhorando a qualidade de vida. Todavia, o especialista explica que, em muitos pacientes, há diminuição da fertilidade. “Quanto mais equilibrado estiver o sistema imunológico, menores serão esses efeitos negativos”, alerta.

 

A REPRODUÇÃO ASSISTIDA PARA PACIENTES VIVENDO COM HIV 

Para a mulher soropositiva - Quando as mulheres são portadoras do vírus e optam pela reprodução assistida para realizar uma gestação, utiliza-se a técnica de fertilização in vitro (FIV). Para isso, faz-se necessária a preparação de estimulação ovariana, a recuperação oocitária, o preparo do sêmen e realização de uma técnica chamada injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), que consiste em depositar um único espermatozóide dentro de cada óvulo.

A embriologista e membro da SBRA, Íris Cabral, explica que uma limitação para mulheres soropositivas se dá no congelamento de óvulos e embriões. “Existe um risco, mesmo que baixo, de o material estar contaminado e, como é armazenado em um tanque comum, pode haver transmissão do vírus, já que o nitrogênio banha todos os embriões para preservá-los. Nesses casos, são indicados serviços que possuem tanques para patologias específicas, onde o armazenamento do material de casais sorodiscordantes é uma possibilidade”, salienta.

Seja a gestação realizada por meio de tratamento de reprodução assistida ou de forma natural, a paciente deve ser acompanhada por um infectologista. A mãe fará uso regular da terapia antirretroviral durante a gravidez, além de ser impossibilitada de amamentar. Esse método reduz expressivamente o risco de transmissão do vírus HIV para a criança, que cai de 20% para 2%.

Para o homem soropositivo - estes podem apresentar alterações no sêmen, o que pode dificultar ou impossibilitar uma gestação.

A embriologista explica que o tratamento com o homem soropositivo é mais fácil de manejar em reprodução assistida graças ao processo de lavagem seminal. “Essa lavagem é uma filtragem feita em laboratório. Lavamos o sêmen e o separamos do líquido seminal para que fique apenas com a alíquota de células espermáticas. A partir da lavagem é possível retirar o vírus e filtrar uma parte de sêmen limpo. Em seguida, utilizamos uma técnica de baixa complexidade, a inseminação intrauterina, já sem o risco da transmissão. O médico deposita perto das trompas da paciente uma fração de sêmen lavado. Não temos relato na literatura de transmissão do vírus HIV por sêmen lavado”, detalha Íris.

Quando os dois são soropositivos - nesse caso, o tratamento é o mesmo e deve seguir as particularidades de cada paciente, já que o HIV acomete cada pessoa de formas diferentes. Sendo assim, para assegurar uma gestação segura é fundamental um trabalho em conjunto entre o especialista em reprodução humana e o infectologista durante o tratamento de FIV e a gestação.


É possível preservar os dentes originais até a fase idosa?

Os cuidados corretos com os dentes fazem com que possamos preservá-los saudáveis até a fase idosa, diminuindo a necessidade de procedimentos invasivos para substituí-los. Confira algumas dicas da especialista em periodontia Dra. Manuela Netto.
 

É verdade que os dentes envelhecem, assim como o restante do organismo, mas, identificando de forma precoce os fatores que aceleram esse processo, podemos preservá-los. A periodontista Dra. Manuela Netto sugere alguns cuidados que ajudam a criar uma rotina saudável de cuidados com a saúde bucal. “A primeira pergunta que deve ser feita é: como podemos identificar, em casa, se a nossa saúde bucal está boa? Nesse caso, é preciso se atentar a 5 sinais:

1 -- Ausência de sangramento gengival;

2 -- Ausência de halitose;

3 -- Ausência de dor;

4 -- Integridade dos dentes;

5 -- Ausência de lesões em língua, lábios, bochechas, gengivas e céu da boca que não cicatrizam em 7 dias.”

Segundo Manuela, outro ponto importante é o sensorial. A língua é o “policial da boca” e é possível treiná-la para otimizar e garantir uma escovação eficiente. “Minha dica é passar a língua por todos os dentes sentindo a textura da superfície após a higiene oral. Regiões ásperas requerem nova escovação, pois permaneceram sujas, já as regiões lisas são a garantia de limpeza correta. Dessa forma, a qualidade da escovação se transforma e o tempo investido em autocuidado se traduz em saúde, especialmente se associado a um acompanhamento periódico ao dentista”, explica a periodontista. Vale também lembrar que a escovação da língua é muito importante. 

Outro paradigma que precisa ser desmistificado é que quantidade é diferente de qualidade. “Não traz saúde bucal escovar os dentes diversas vezes ao longo do dia, de forma incorreta ou incompleta. Por isso é fundamental uma orientação individualizada do seu dentista quanto à técnica e acessórios necessários para o seu caso. Mas existem algumas dicas que podem ser aplicadas amplamente por todos: em primeiro lugar, utilize o fio dental, que remove 40% da placa bacteriana dos dentes de regiões que a escova não alcança. Assim, quando a escova começar o trabalho, as substâncias terapêuticas da pasta dental conseguirão acessá-las mais facilmente”, orienta Manuela. Outra dica é evitar o uso de escovas de dentes com cerdas mais duras e depositar força na escovação, pois causam uma escavação traumática. Cuidado também deve ser tomado com o uso do fio dental para evitar cortar ou empurrar a gengiva, pois movimentos de vai e vem causam o que chamamos de fissuras gengivais e não limpam de forma eficiente a placa bacteriana depositada entre os dentes. O uso de pastas clareadoras, pode ser prejudicial ao esmalte dental e também devem ser evitadas, assim como uma alimentação que inclui muito ácido ou açúcar. 

Uma má escovação, resulta no acúmulo de sujeira nos dentes, chamada de placa bacteriana, que facilita a formação de “tártaro”. Este, uma vez formado, não pode ser removido com a escovação, sendo necessário uma profilaxia profissional feita pelo dentista. O tártaro por si só não é causador de doenças periodontais, mas sua superfície porosa permite uma maior adesão bacteriana, favorecendo o aparecimento de doenças periodontais. 

Evidente que os cuidados específicos dependem de cada paciente, porém, estes cuidados gerais, somados a visitas periódicas ao dentista, vão contribuir para a saúde bucal. E, por falar em saúde bucal, vamos conhecer agora as principais doenças bucais. A Dra. Manuela Netto aponta algumas das doenças mais comuns e como identificá-las: 

Cárie, periodontite e envelhecimento bucal precoce são as principais doenças bucais nos dentes. Nas duas primeiras, causadas por placa bacteriana, a prevenção se dá através da higiene oral em casa, boa alimentação e acompanhamento com o dentista. Já a terceira é decorrente do estilo de vida: dietas ácidas, estresse e ansiedade, que geram apertamento dentário e bruxismo, e qualidade do sono. Se dá quando há um desgaste, ou seja, a boca exibe uma idade mais avançada do que a idade do paciente. O acompanhamento com o dentista torna-se ainda mais importante, já que em geral quase não tem placa bacteriana e o tratamento exige mudança no estilo de vida. 

Condições como bruxismo podem ser aliviadas a partir de atividades relaxantes, como meditação, yoga, psicoterapia, entre outras, além da higiene e do sono. A cárie e periodontite, podem ser evitadas com uma boa escovação e uso correto do fio dental. Uma das dicas para minimizar o envelhecimento bucal precoce é evitar a alta e frequente ingestão de alimentos e bebidas ácidas, e se for o caso, é preferível beber sucos ácidos de canudo, diminuindo o contato do líquido com os dentes. 

Algumas destas doenças não são facilmente identificáveis em casa como a periodontite. Além disso, durante consultas de revisão periódicas, o profissional poderá diagnosticar diversos outros fatores como a presença de lesões cariosas, sinais de desgaste dental, fratura de restaurações, lesões de tecido mole, monitoramento preventivo do câncer bucal, infecções oportunistas como candidíase ou herpes. Outro ponto importante nas consultas de manutenção preventiva é checar a eficiência da higiene bucal feita pelo paciente em casa e estimulá-lo a manter uma rotina saudável de higiene oral. 

A especialista Manuela Netto ressalta a importância das inovações na área de odontologia: “A profilaxia periódica profissional é, na verdade, um dos procedimentos básicos da manutenção preventiva, pois visa reduzir o risco às doenças causadas pela placa bacteriana e também identificar precocemente alterações para que possam ser tratadas da forma mais simples possível”. 

“Existe atualmente no mercado um novo tratamento de profilaxia, a GBT (Guided Biofilm Therapy), da EMS. Utilizo em meu consultório há mais de 2 anos e posso afirmar que foi um divisor de águas em termos de profilaxia profissional dos dentes. É um procedimento minimamente invasivo, rápido e que traz mais conforto ao paciente durante o atendimento. Além disso, sinaliza as áreas que necessitam de uma limpeza mais intensa, facilitando o atendimento profissional e proporcionando mais consciência quanto à higiene bucal para o paciente de forma didática e prazerosa”, revela a periodontista.

 Todos esses cuidados citados acima englobam uma educação preventiva, realizada através da conscientização do paciente da sua condição bucal e das ferramentas necessárias para que ele mantenha sua saúde bucal em dia. De modo geral, manter acompanhamento periódico profissional associado a uma boa alimentação, ingestão suficiente de água, higiene oral adequada e estilo de vida equilibrado resultam em boa saúde bucal. Consequentemente, levam à saúde geral e qualidade de vida.

 

SEM - Electro Medical System 

Manuela Netto - Cirurgiã dentista formada pela Universidade Veiga de Almeida (UVA), pós graduada em periodontia pelo IOPUC - RJ, mestre em ciência de materiais pelo Instituto Militar de Engenharia (IME-RJ) e treinadora da Swiss Dental Academy.

 

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