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quarta-feira, 23 de março de 2022

Sequenciamento Genético: principais curiosidades sobre o tema

Em 20 anos, o sequenciamento genético avançou bastante e tem contribuído demais para o avanço da medicina


Durante a pandemia, podemos comprovar na prática como o investimento em pesquisa e desenvolvimento na área médica evoluiu nos últimos anos, nos permitindo avançar rapidamente no combate a doenças. Uma importante ferramenta no enfrentamento da pandemia foi o sequenciamento genético. O tema desperta muita curiosidade e parece incompreensível para leigos, mas de extrema importância para a humanidade. 

O sequenciamento genético ajuda a entender mais sobre a diversidade de organismos e sobre a vida de forma geral, permitindo traçar planos de preservação ambiental, evitar novas pandemias, além de identificar e tratar doenças. O Brasil teve grande contribuição nas pesquisas que mapearam o DNA humano e permitem o desenvolvimento de remédios e até um melhor enfrentamento de algumas doenças. 

O especialista no assunto, David Schlesinger, médico geneticista e CEO dos laboratórios Mendelics e meuDNA, explica os avanços da genética nestes últimos 20 anos, desde o primeiro sequenciamento do genoma humano, e quais as contribuições desta descoberta para o mundo. Confira:


Como nasceu o estudo genético? Para qual finalidade?

R: O estudo do DNA como fonte de informação para a vida é bastante recente. Apesar de sabermos que essa molécula existe desde dos anos 1860, não sabíamos para que servia ou qual era a sua composição. Inclusive acreditava-se que as proteínas eram as detentoras do código da vida. A partir da descoberta da estrutura do DNA, pela dupla de cientistas James Watson e Francis Crick em 1953, o conhecimento sobre essa molécula começou a avançar mais rapidamente. Nos anos seguintes, cientistas propuseram que o DNA, de alguma forma, continha as instruções para formar um ser vivo e que essas instruções eram passadas de geração em geração. Em 1968 foi publicado o trabalho que apontava que o DNA continha o código para as células produzirem proteínas, o que confirmou que essa molécula é como um livro de receitas para a formação de todos os seres vivos.

Em 1977 surgiu a primeira técnica de sequenciamento de DNA, conhecido como sequenciamento de Sanger, que nos permitiu ler a sequência de letras que forma o DNA. Atualmente, o Sequenciamento de Nova Geração (NGS), utilizado pela Mendelics em exames de diagnóstico, por exemplo, é um método mais moderno, rápido e barato que nos permite ler todas as milhares de letras que compõem os genes e o nosso DNA.

Com o NGS, foi possível sequenciar e analisar o DNA de várias espécies, inclusive a nossa, e entender mais sobre a relação do código genético com as características físicas e de saúde. As pesquisas atuais buscam aumentar nossa compreensão de quais alterações genéticas são responsáveis por doenças, quais os seus mecanismos e, com isso, desenvolver formas de diagnóstico e tratamento.


Qual é a importância do sequenciamento genético para a humanidade?

R: Conhecer o nosso código genético é essencial para entendermos o nosso funcionamento, e como as alterações nesse código interferem no nosso organismo. Conhecendo quais mutações causam doenças e como elas surgem, podemos estudar como tratá-las, ou até evitá-las. Em muitos casos, é possível inclusive verificar se temos uma probabilidade maior de desenvolver uma doença mesmo antes de ter sintomas, o que pode aumentar as chances de detecção precoce e cura.


Quais os principais avanços dos últimos 20 anos?

R: Nessas últimas duas décadas tivemos avanços importantes das técnicas de Sequenciamento de Nova Geração (NGS), que permitem sequenciar muito mais, em menos tempo e com uma redução enorme nos custos. O primeiro genoma humano, que foi publicado no início dos anos 2000, precisou de um investimento de quase 3 bilhões de dólares e mais de uma década para ser sequenciado. Hoje é possível sequenciar genomas humanos muito mais completos em dois dias, por menos de mil dólares.

Paralelamente, as técnicas de análise computacional e inteligência artificial também se desenvolveram bastante e ajudam a reduzir ainda mais o tempo das análises genômicas, além de trazer mais precisão e acurácia para os resultados. Essas análises são fundamentais para transformar a enorme quantidade de dados genéticos do sequenciamento em informações fáceis de compreender. Essa redução de custos e tempo, e aumento da precisão das análises, permitiu que a medicina genômica avançasse muito. Hoje já descrevemos mais de 6 mil doenças genéticas raras e conhecemos a contribuição genética para várias doenças mais comuns como o Alzheimer, a diabetes e a pressão alta, por exemplo.


Quais foram as principais descobertas?

R: Nestes últimos anos a causa de várias doenças foi elucidada e passamos a entender melhor como elas se manifestam, como são herdadas e quais os melhores tratamentos. Um exemplo interessante foi o desenvolvimento de uma terapia gênica para fibrose cística, que atende pacientes que têm algumas mutações específicas. É um tratamento muito personalizado que só foi possível desenvolver depois de estudarmos a genética dos pacientes com a doença.

A medicina preventiva e de precisão avançou muito nessas duas últimas décadas e vai continuar avançando ainda mais nos próximos anos, graças às tecnologias cada vez mais precisas e acessíveis. E a população só tem a ganhar com isso tudo: diagnósticos mais rápidos e certeiros, e tratamentos mais personalizados e eficazes. Para se ter uma ideia, de 2001 até agora já foram adicionados quase 15 mil novos registros no OMIM, que é um catálogo de genes e doenças genéticas humanas.


Poderia citar um exemplo de antes e depois deste avanço?

R: Em relação às análises de doenças genéticas, vemos um avanço na complexidade das doenças que conseguimos estudar: antes nos restringimos mais à doenças monogênicas, ou seja, que são causadas por um único gene; hoje já entendemos melhor como as doenças poligênicas, que são causadas por alterações em dois ou mais genes, funcionam e conseguimos estimar a contribuição individual de cada gene e determinar qual a melhor linha de tratamento a ser seguida. Com isso, já é possível diagnosticar várias doenças que antes ficavam sem resposta e tratamentos adequados, como o TEA (Transtorno do Espectro Autista) e Deficiência Intelectual.


Quais os próximos passos para esse segmento?

R: Apesar da enorme redução dos custos de análises genômicas nas duas últimas décadas, esses exames ainda são inacessíveis à maioria das pessoas no Brasil. Precisamos desenvolver análises ainda mais acessíveis à nossa população para que mais pessoas possam chegar a um diagnóstico preciso. Quanto mais análises fazemos, melhor é o nosso entendimento das doenças genéticas na nossa população. Por isso, a missão da Mendelics é tornar o diagnóstico genético rápido, preciso e acessível para todos que precisam. Queremos que todos tenham acesso ao diagnóstico genético.


Pode citar fatos curiosos nestes 20 anos? (experimentos que não deram certo, descobertas curiosas, algo assim)

R: O sequenciamento do genoma humano foi, sem dúvidas, um dos maiores acontecimentos do século. Tanto a publicação da primeira versão no início dos anos 2000, quanto os avanços que trouxeram as versões atuais. Estamos muito perto de ter o código completo do nosso genoma. O Projeto Genoma Humano também revelou que o genoma humano tem cerca de 22.500 genes capazes de produzir proteínas e que nosso DNA tem aproximadamente 3,1 bilhões de pares de bases (A, T, C e G). Durante muitos anos, os cientistas discutiram (e até apostaram) sobre qual seria o número de genes no genoma humano. As sugestões mais frequentes costumavam ser de números bem maiores do que o que foi encontrado. 

Apesar de sermos aparentemente muito diferentes, todos os humanos compartilham 99,9% do DNA - o que nos torna únicos é o 0,1% restante, que inclui características físicas como cor de olho, de cabelo e de pele, e a propensão a desenvolver certas doenças.

Algo curioso que também nos surpreendeu é que o tamanho do genoma não está tão relacionado com a complexidade dos organismos quanto nós pensávamos: o maior genoma conhecido é de um tipo de ameba, um organismo muito mais simples que um ser humano, mas que tem um genoma 200 vezes maior.

Hoje sabemos que a forma como as nossas células utilizam a informação que está no DNA diz mais sobre a complexidade do organismo do que o tamanho do seu genoma. Antigamente achávamos que somente as regiões que codificam proteínas eram interessantes e o resto era conhecido como DNA lixo. Agora sabemos que esses trechos, que correspondem a cerca de 98% do nosso genoma, atuam no controle de como, quando e quanto os genes são expressos.

Outro avanço muito interessante aconteceu na área de edição genética. Há anos tentamos descobrir como editar o DNA. Há alguns anos já utilizamos técnicas de edição genética no desenvolvimento de alguns tratamentos, como na produção de insulina humana por bactérias modificadas, e no uso de um tipo específico de RNA modificado para tratar a doença macular relacionada à idade (AMD).. 

Durante os últimos anos foram desenvolvidas técnicas de edição genética muito mais simples e precisas, como a CRISPR-Cas9, que é capaz de alterar diretamente a sequência do DNA. Essas técnicas já estão sendo usadas no desenvolvimento de terapias gênicas para doenças graves, como na epidermólise bolhosa, além de aplicações no melhoramento de plantas e na agricultura. Inclusive o Prêmio Nobel de 2020 foi concedido a duas pesquisadoras dessa área.


O genoma humano já foi 100% sequenciado?

R: Ainda não. Mas estamos mais perto que nunca. No genoma de referência mais atual ainda faltam cerca de 8% do genoma. Essa parcela do DNA corresponde às regiões que são difíceis de sequenciar, como aquelas que envolvem repetições de trechos do genoma. Porém, em meados de 2021 o Consórcio Telomere-to-Telomere (T2T) sequenciou e publicou quase todo o restante que faltava. Considerando os dados desse estudo, agora temos sequências completas de 23 dos 24 cromossomos humanos. Nos resta agora sequenciar completamente o cromossomo Y, um dos cromossomos sexuais, que ainda possui algumas poucas regiões que não conhecemos.


 Qual a importância deste feito?

R: Apesar de parecer pouco, esses 8% que faltavam guardam cerca de 115 genes que antes não conseguíamos sequenciar. É uma contribuição enorme para o estudo do nosso organismo e pode nos ajudar a entender melhor a origem de algumas doenças genéticas que ainda não mapeamos.


Como a genética contribui para a medicina?

R: Muitas doenças são difíceis de diagnosticar, principalmente aquelas que são raras, pois frequentemente apresentam sintomas similares aos de outras doenças mais comuns, com isso, podem ser erroneamente diagnosticadas. Pacientes com doenças raras levam em média 3 anos para terem um diagnóstico correto da sua condição, o que acaba atrasando também o tratamento.

A genética nos ajuda a estudar essas doenças e determinar quais mutações causam cada uma delas. Assim, podemos desenvolver testes genéticos que identificam essas mutações e oferecer um diagnóstico rápido e preciso aos pacientes, além de nos auxiliar na escolha do melhor tratamento. Se aplicarmos esse conhecimento e tecnologia na triagem neonatal, podemos triar essas doenças em recém-nascidos e iniciar o tratamento antes mesmo deles apresentarem qualquer sintoma.


Quando é recomendado uma pessoa realizar um sequenciamento genético?

R: Sempre que houver suspeita médica de alguma doença genética ou histórico familiar de doenças raras ou câncer. Doenças genéticas podem ser hereditárias, ou seja, a mutação que causa a doença é passada de geração em geração. Se vários membros de uma família são afetados por uma mesma condição, há a possibilidade de que seja genético. Por isso, é muito importante compartilhar o seu histórico familiar com o seu médico. Se percebemos qualquer alteração no nosso organismo devemos consultar um médico para que ele avalie quais as possíveis causas. Se houver necessidade de investigar uma doença genética, o pedido deve vir do médico.

Hoje já existem também testes genéticos voltados ao autoconhecimento da nossa herança genética. Esses testes podem ser voltados para o estudo da ancestralidade ou da predisposição a algumas doenças. Nesse último caso, o resultado informa o risco da pessoa desenvolver algumas doenças específicas no futuro e, com isso, ela pode adotar hábitos preventivos. Não é necessário ter um pedido médico para realizar esses exames, eles estão disponíveis para qualquer pessoa.


Profissionais da saúde têm fácil acesso e conhecimento sobre testes genéticos?

R: Infelizmente informações sobre doenças e testes genéticos estão concentradas em sites internacionais e conteúdos em português são mais escassos. Por isso, nós da Mendelics decidimos contribuir com a comunidade médica lançando dois blogs: o nosso Blog Mendelics reúne conteúdos sobre doenças e exames genéticos e tecnologias da área genômica; e o blog do Teste da Bochechinha trata da triagem neonatal e as doenças raras e tratáveis que investigamos no nosso teste. Temos ainda o blog meuDNAdiz, que traz temas sobre genética de forma simples, para toda a população que se interessar pelo tema. É importante que as empresas e profissionais da área auxiliem na construção de conteúdo de qualidade sobre exames genéticos para que toda a população entenda os benefícios.


Quais as principais doenças detectadas com o sequenciamento genético?

R: Com os exames genéticos podemos detectar desde doenças raras como a Distrofia Muscular de Duchenne, a Fibrose Cística e Atrofia Muscular Espinhal (AME), até doenças mais comuns como Alzheimer e síndrome de Down, além de vários tipos de câncer hereditário.


Como funcionam e para que servem os bancos de dados genéticos?

R: Os bancos de dados genéticos guardam as informações genéticas de populações. A partir desses bancos podemos determinar quais mutações são comuns na população e quais podem estar associadas a doenças. É muito importante conhecer essas informações para entendermos melhor como as doenças genéticas se manifestam na população brasileira. Hoje, o genoma brasileiro e latino americano é sub-representado nos grandes bancos de dados internacionais, e isso dificulta a interpretação dos efeitos de algumas mutações encontradas na nossa população. A Mendelics é a detentora do maior banco de dados genéticos de brasileiros e latino americanos do mundo. Por isso, temos a maior taxa diagnóstica da América Latina: nossas análises levam em consideração a arquitetura genética da nossa população para conseguir resultados mais precisos. Estamos constantemente contribuindo com a comunidade médica mundial: somos um dos maiores contribuintes do ClinVar, uma plataforma que reúne informações sobre alterações genéticas e seus efeitos no nosso organismo.


Como o uso da inteligência artificial contribuiu para o desenvolvimento da genética?

R: Hoje o Sequenciamento de Nova Geração (NGS) é a técnica mais utilizada para sequenciamento em larga escala, pois é rápido e barato. Essa técnica sequencia de milhares a bilhões de fragmentos curtos de DNA que depois são usados para reconstruir a sequencia original, como um quebra cabeças. É aí que está o desafio, e a inteligência artificial (IA) nos ajuda muito nessa etapa. Um computador é capaz de reconstruir essas sequências com mais rapidez e acurácia. Sem o uso de IA não teríamos avançado tão rapidamente no estudo do nosso genoma.

Na área da genética médica, a IA nos ajuda a identificar e classificar as variações que encontramos no nosso DNA. Com isso, podemos relacionar quais variantes estão associadas a uma determinada doença e utilizar essa informação para o diagnóstico de doenças genéticas. Cada pessoa possui milhares de variantes genéticas, então imagine quanto tempo levaríamos para verificar cada uma delas sem o auxílio de um software.

A Mendelics desenvolveu uma plataforma com inteligência artificial chamada Abracadabra® que nos auxilia no diagnóstico de doenças genéticas. A plataforma consegue identificar as variantes que são de interesse clínico e podem estar associadas com alguma doença genética. Com essa ferramenta, reduzimos o número de variantes que precisam ser analisadas manualmente pela nossa equipe médica, e assim podemos oferecer um diagnóstico mais preciso e rápido. Inclusive o Abracadabra® já foi reconhecido internacionalmente com o Prêmio MIT de Inovação.


Quando e de que forma ela é usada?

R: A inteligência artificial pode ser aplicada para resolver quaisquer problemas que são complexos e demorados. Esses softwares conseguem identificar padrões com muito mais facilidade que nós. No caso da genômica, a IA já é aplicada na descoberta e análise de variantes genéticas, no estudo, diagnóstico e cálculo de risco a doenças genéticas, na predição de características físicas como cor dos olhos e cabelos, no desenvolvimento de terapias gênicas mais precisas e eficazes, no desenvolvimento e na avaliação da eficácia de medicamentos, e tantas outras áreas.  


O exame genético também identifica traços da personalidade de um indivíduo?

R: Os traços comportamentais e de personalidade são características complexas, ou seja, são determinados por múltiplos genes e também por fatores ambientais. Algumas características complexas já são bem estudadas e a genética tem um grande peso. Porém, comportamento e personalidade, apesar de serem parcialmente determinados pela genética, como os comportamentos instintivos, por exemplo, têm uma forte influência do ambiente em que vivemos e das experiências que temos ou longo da vida.


Características genéticas podem ser modificadas com a finalidade de evitar doenças?

R: Se uma pessoa é diagnosticada com uma doença genética, é necessário tratar. Não conseguimos ainda reverter os fatores genéticos que causam a doença. Hoje já existem algumas terapias genéticas que tentam corrigir o erro causado pela mutação, mas ainda são muito escassas ou experimentais.

É possível também fazer exames de triagem de portador para casais com histórico familiar de alguma doença genética. Esse exame verifica se os progenitores possuem mutações que podem causar doenças genéticas e qual o risco de gerarem um bebê afetado pela doença. Com essas informações o casal pode fazer um planejamento familiar personalizado e até optar por métodos de fertilização in vitro (FIV).

Os exames genéticos também podem ser realizados para identificar alto risco de alguns tipos de câncer. Cerca de 10% dos casos de câncer são hereditários, ou seja, estão associados a mutações que aumentam o risco e que são passadas de geração em geração, afetando vários membros da família. Pessoas com histórico familiar de câncer podem realizar esses exames para identificar se têm alguma variante genética que aumente o seu risco de desenvolver a doença e então realizar medidas preventivas para reduzir esse risco.


É possível erradicar uma doença, como, por exemplo, o Alzheimer ou determinado tipo de câncer?

R: É muito difícil erradicar uma doença genética pois as mutações que causam essas doenças podem surgir novamente. Além disso, para eliminar essa mutações seria necessário impedir que todas as pessoas portadoras dessas mutações se reproduzam, o que é completamente ilegal e anti ético. Apesar dessas mutações causarem doenças, impedir que ocorram é desvantajoso a nível populacional: essas mutações contribuem para a diversidade genética das espécies, e isso é muito importante para a sobrevivência ao longo das gerações.


Como tornar o sequenciamento genético mais popular e acessível para todos?

R: Investindo em ciência e desenvolvimento tecnológico. Precisamos de tecnologias e ferramentas de análise computacional mais precisas, ágeis e a custos cada vez menores para que mais pessoas tenham acesso a esse tipo de exame. Também é necessário familiarizar os médicos com essas novas tecnologias para que eles saibam como utilizá-las, e educar a população sobre os benefícios dos testes genéticos. Não adianta termos exames mais acessíveis se a comunidade médica não consegue usar e a população não sabe para que eles servem e quais os seus benefícios.


Como o Brasil contribui cientificamente para o sequenciamento genético?

O Brasil tem muito a contribuir na área. Temos excelentes universidades e programas de pós-graduação na área da genética que formam ótimos profissionais. Vimos um exemplo claro disso no início da pandemia: o genoma completo do SAR-CoV-2 foi sequenciado dentro de 48h depois da confirmação do primeiro caso no Brasil.

Além disso, o brasileiro contribui muito com o estudo da variabilidade genética humana com o seu próprio genoma. Populações miscigenadas como a nossa são muito importantes para entendermos melhor as diferenças genéticas entre as populações mundiais, inclusive quando falamos de doenças. Existem muitos grupos de pesquisa e empresas brasileiras importantes na área de sequenciamento genético. As grandes universidades públicas, como a USP e a UNICAMP, por exemplo, têm excelentes laboratórios de diagnóstico genético. 

No setor privado, a Mendelics foi pioneira na América Latina em diagnóstico genético por NGS e hoje já temos mais de 100.000 amostras analisadas e a maior taxa diagnóstica do país. Também temos o maior banco de dados genéticos de brasileiros e latino americanos, o que nos ajuda a oferecer laudos mais precisos, considerando a genética da nossa população e não a de europeus, como é feito na maioria dos demais laboratórios. A Mendelics é a instituição brasileira que mais contribui com o banco de dados da ClinVar, um banco público de informações sobre variantes genéticas associadas a doenças. Estamos entre os 25 maiores contribuintes do mundo.


Quais os países mais avançados?

Durante a pandemia do novo coronavírus, o Reino Unido se destacou muito pela capacidade de sequenciamento do vírus e vigilância sanitária. Eles também têm um grande projeto de sequenciamento da população e um dos maiores bancos de dados genéticos do mundo. Outros países europeus, a China e os Estados Unidos também se destacam nessa área. O Brasil também vem se destacando nos últimos anos.


E o que esperar do futuro?

Estamos vendo um avanço rápido das tecnologias de sequenciamento e na área da informática. Muitas empresas estão investindo em equipamentos e tecnologias capazes de sequenciar sequências longas de DNA de forma mais rápida e precisa. Diferentemente do NGS, essas tecnologias analisam fragmentos maiores do genoma e facilitam a sua reconstrução, nos deixando cada vez mais próximos de conhecer o genoma humano completo, além de auxiliar no estudo de outros organismos: hoje conseguimos sequenciar de uma só vez toda a diversidade de organismos que vivem em um lago ou na microbiota do nosso intestino, por exemplo.

No campo da informática vemos mudanças todos os dias. As inteligências artificiais já são empregadas em muitos setores. Na área da saúde, esses programas já estão sendo implementados em hospitais e laboratórios para auxiliar no diagnóstico, principalmente por imagens. E na genômica não é diferente. Na Mendelics já utilizamos um software de IA para auxiliar nas análises de dados genéticos, o Abracadabra®. Os avanços, principalmente, na área de aprendizado de máquina, vão trazer muitas melhorias para o ramo da saúde.

No futuro podemos esperar atendimentos, exames, diagnósticos e tratamentos mais eficazes, individualizados e, idealmente, mais acessíveis também.


Combate à tuberculose foi prejudicado pela pandemia de Covid-19

Seconci-SP alerta para o aumento das mortes provocadas pela doença pela primeira vez em mais de uma década

 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (MS), a pandemia de Covid-19 reverteu anos de progresso global no combate à tuberculose e, pela primeira vez em mais de uma década, as mortes pela doença aumentaram, chegando a 1,5 milhão de pessoas em todo o mundo, em 2020. Por ocasião do Dia Mundial de Combate à Tuberculose (24 de março), a pneumologista do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), dra. Marice Ashidani, faz esse alerta.

“Em 2020, mais pessoas morreram de tuberculose e muito menos pessoas foram diagnosticadas e tratadas, em comparação com 2019. O número de exames, por exemplo, caiu 25%. Além da dificuldade de acesso aos serviços de saúde, durante o auge da pandemia, houve também a realocação dos recursos humanos e financeiros para o combate da Covid-19”, destaca dra. Marice.

Esse cenário afetou várias outras doenças, mas o impacto sobre a tuberculose foi particularmente grave, porque se não for tratada da forma correta, pode levar à morte. “A tuberculose é uma doença infectocontagiosa, que afeta principalmente os pulmões, porém pode acometer outros órgãos, como os olhos, ossos e rins. É transmitida de pessoa para pessoa pela secreção respiratória contaminada pelo bacilo de Koch, presente na tosse, no espirro e nas gotículas de saliva expelidas pela fala, que pode ser inalada pelos contactantes”, explica a pneumologista.

A especialista afirma que as condições socioeconômicas contribuem para a ocorrência da doença, mas também estão no grupo de risco pacientes diabéticos, alcoólatras e imunodeprimidos, como é o caso dos portadores de HIV, pessoas em tratamento de câncer, os que fazem uso de medicações com corticoides por períodos prolongados e os renais crônicos.

Os sintomas mais comuns são tosse persistente por mais de três semanas, febre baixa e vespertina, e emagrecimento rápido. A boa notícia é que a doença tem cura e toda a medicação é cedida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O tratamento tem duração de seis meses. “A melhora do quadro geral normalmente acontece bem antes de completado esse período, então muitos acabam abandonado o tratamento antes do prazo recomendado. Porém o bacilo, quando não é eliminado definitivamente, pode criar resistência, chegando ao ponto de a medicação não fazer mais efeito e a pessoa se tornar um paciente crônico”.

O Seconci-SP conta com pneumologistas e toda a estrutura laboratorial para realizar o exame de escarro e a radiografia de tórax, para fechar o diagnóstico. “Se o resultado for positivo, o paciente é encaminhado para as unidades públicas de referência para fazer o tratamento, seguindo o protocolo determinado pelo Ministério da Saúde”, finaliza dra. Marice. 


Covid 19: especialista observa a importância dos cuidados com a saúde pós infecção

“Pacientes que tiveram em contato com o vírus precisam redobrar a atenção com a rotina de exames pós Covid 19”, afirma Dr. Alexandre Mançano, médico do Grupo Sabin


Após o alerta das autoridades de saúde alertam para uma nova variante do SarS-Cov-2, a Deltacron (mutação originária da variante delta com a ômicron), especialistas chamam atenção para um cuidado importante com a saúde pós Covid. “Grande parte dos pacientes que tiveram contato com o vírus consegue se recuperar sem sequelas, mas há uma parcela significativa de pessoas que precisa redobrar a atenção com a rotina de exames pós-covid 19, no caso de continuação de sintomas”, afirma o médico radiologista do Grupo Sabin Dr. Alexandre Mançano.

O importante, esclarece, é observar a própria saúde e manter os cuidados rotineiros. “Ao observar qualquer alteração ou sintoma, a pessoa deve procurar seu médico, que vai avaliar a necessidade de novos exames, inclusive de imagem dos pulmões, e indicar o tratamento, se for o caso.”

Além disso, o médico reitera que outro detalhe essencial na retomada da rotina é que os exames contribuem significativamente com o diagnóstico de possíveis complicações, sequelas pós infecção e/ou até mesmo para evitá-las. Entre os exames indicados estão os de imagem, como ressonância magnética. “Com a ressonância em mãos, por exemplo, temos melhor precisão do grau de comprometimento do pulmão -- se houver”.

Além disso, o especialista destaca também que o mais importante é entender a necessidade individual de cada paciente e buscar orientação médica para avaliar possíveis sequelas. “Sabemos que o coronavírus inflama os pulmões, e caso o exame aponte alguma complicação, o médico pode dar início rapidamente ao atendimento com uma equipe multidisciplinar de saúde”.

O médico infectologista do Grupo Sabin, Dr. Alexandre Cunha, observa também os desafios de entender como o vírus pode se comportar após o quadro de infecção. “As consequências do Coronavírus no organismo de quem teve contato com o vírus ainda são perguntas para a ciência. A partir de pesquisas e reports conseguiremos entender como os pacientes vão se comportar num futuro próximo, mas de fato, hoje não há na literatura científica nenhuma comprovação sobre a síndrome pós-covid”, destacou.



Grupo Sabin

portal da empresa.

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Feriado de Tiradentes ou Carnaval? Com desfiles adiados, brasileiros se programam para viajar no mês de abril

São Paulo e Rio de Janeiro estão entre os destinos mais procurados

 

Os feriados prolongados são os mais esperados pelos brasileiros, que desejam aproveitar a data para descansar ou viajar, e também pelo comércio em geral, incluindo o setor de turismo. Dentre essas datas, o carnaval é, sem dúvidas, um dos períodos que mais atraem os viajantes, estimula os deslocamentos e movimenta a economia brasileira. 

Prova disso é que em 2020, em um período pré-pandemia, só na cidade de São Paulo, a festividade movimentou cerca de R$2,75 bilhões, somados aos R$227 milhões provenientes do Carnaval no Sambódromo. Os números superam, inclusive, os do Carnaval de 2019, e gerou um crescimento econômico de R$650 milhões, 31% a mais, de acordo com a Prefeitura de São Paulo, por meio de uma pesquisa realizada pelo Observatório do Turismo.

No feriado de Tiradentes deste ano, celebrado em 21 de abril, data em que também acontecerão os desfiles de carnaval, a metrópole paulistana é o destino mais procurado pelos brasileiros, que vão viajar de avião para aproveitar o feriado, e concentra mais de 17% dos interesses. É o que aponta uma pesquisa recente da agência virtual de turismo ViajaNet, que apurou até o dia 16 de março, o volume de compra de passagens aéreas para o período de 18/04 a 26/04. 

Na segunda colocação aparece o Rio de Janeiro, com mais de 8%, seguida por Recife e Salvador, os dois destinos com pouco mais de 5%, e Fortaleza, que retém mais de 4% das aquisições de passagens, formando o TOP 5 destinos mais almejados pelos viajantes. Do total de procura por passagens aéreas para o segundo feriado de abril, as regiões Sul e Nordeste aparecem no topo da lista com três destinos cada, enquanto o Sudeste tem duas cidades e o Centro-Oeste aparece com apenas uma localidade. Veja abaixo o ranking do ViajaNet.

 


Feriado de Tiradentes e Carnaval dividem a mesma data

Neste ano, devido ao avanço nas confirmações de casos da Ômicron, variante da Covid-19, em uma decisão inédita, muitos Estados, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro, adiaram os desfiles das escolas de samba para o feriado de Tiradentes - uma decisão incentivada pelos turistas para curtir o Carnaval.

Para Daniely De Oliveira, gerente de comunicação da ViajaNet, “com a mudança na data dos desfiles e a retomada do turismo, atrelado à vontade e ao sentimento de recuperar o tempo perdido e ao aumento da confiança dos viajantes, principalmente para voos domésticos, uma parcela significativa dos turistas brasileiros aproveitará a ocasião para visitar outros lugares e descansar”. Além disso, com o alto número de pessoas imunizadas no país, os hábitos estão voltando, aos poucos, de maneira otimista: mais de 72% da população foi vacinada e mais de 50 milhões tomaram a dose de reforço, segundo o Ministério da Saúde. 

 

Perspectivas para destinos internacionais

Ainda segundo o levantamento da ViajaNet, com mais de 11%, a cidade de Lisboa, em Portugal, é o destino mais procurado pelos brasileiros que decidiram passar o feriado em solo estrangeiro. Em seguida, surge Buenos Aires, na Argentina (6,5%), Nova Iorque, nos Estados Unidos (6,4), Grande Porto, região também portuguesa (6,2) e Orlando (5,4%), cidade estadunidense, integrando os cinco destinos internacionais mais desejados.

 

ViajaNet

www.viajanet.com.br  


Aumento no preço dos combustíveis - Procura por carros híbridos aumenta em 43,35% e oferta cresce 103,73% no Brasil, aponta Mercado Livre

 Em janeiro de 2022, a oferta de veículos híbridos no Mercado Livre atingiu o maior número da história 

 

Os consecutivos aumentos no preço dos combustíveis no Brasil, desde 2021, tiveram como consequência um crescimento na busca por veículos movidos à eletricidade - apontados como o futuro da mobilidade automotiva. Ao analisar a oferta por esse tipo de veículo, a divisão de Veículos do Mercado Livre identificou um crescimento de 103,73% na oferta de carros híbridos em 2021, o maior crescimento proporcional observado em toda a América Latina, atingindo em Janeiro de 2022 o recorde de oferta na história do Mercado Livre para a categoria. A procura cresceu em 43,25% na plataforma no mesmo período, também atingindo um pico em janeiro deste ano, mostrando que, apesar de automóveis inteiramente elétricos ainda estarem longe de se tornarem comuns nas ruas no Brasil, os híbridos começam a se tornar cada vez mais oferecidos pelas montadoras no país, e se tornam mais buscados pelos consumidores brasileiros. 

“Com seguidos aumentos no preço dos combustíveis no país, os consumidores brasileiros passam a olhar com mais atenção para os automóveis híbridos. No Mercado Livre, observamos um crescimento expressivo, tanto em procura quanto em oferta”, analisa Luciano Avila, líder da divisão de Automóveis do Mercado Livre no Brasil. “Isso mostra que, apesar da disponibilidade limitada em relação aos modelos disponíveis com motores à combustão, esses veículos estão ganhando espaço na preferência dos motoristas, e as montadoras estão acompanhando esse movimento”, completa.  

Os dados levantados pelo Mercado Livre mostram que a categoria apresenta uma tendência de crescimento diferente do setor como um todo, que apresentou estabilidade média na oferta e queda na procura de carros e caminhonetes motorizados à combustão. 

 

Toyota Corolla lidera anúncios e procura

Ao analisar a oferta por modelo, os três veículos híbridos mais anunciados são Toyota Corolla,  Volvo XC60 e Lexus UX 250h. Já a lista de mais procurados, a partir de visitas aos anúncios, também conta com o Toyota Corolla na liderança, mas tem a Porsche Panamera na segunda posição, seguida pelo Volvo XC60.


Veículos mais anunciados pelas montadoras

Veículos mais procurados pelos consumidores

Toyota Corolla

Toyota Corolla

Volvo XC60

Porsche Panamera

Lexus UX 250h

Volvo XC60

 

A oferta e procura em diversas regiões

Geograficamente, o levantamento aponta São Paulo na liderança absoluta em procura e oferta ao longo de 2021, seguido por Santa Catarina e por Minas Gerais, que empata com Rio de Janeiro em anúncios visitados. 


Oferta

Procura

São Paulo - 63,4%

São Paulo - 67,9%

Santa Catarina - 7,6%

Santa Catarina - 10,6%

Minas Gerais - 6,9%

Rio de Janeiro e Minas Gerais - 4,6%

 

Futuro do mercado

“Podemos esperar um mercado com uma oferta cada vez maior de veículos híbridos e elétricos. À medida que a resposta positiva do consumidor cresce, as montadoras têm mais segurança para aumentar o portfólio desses automóveis no país”, aponta Luciano. “Com o crescimento da procura nesta categoria veremos também uma demanda mais acessível, popularizando o acesso”, finaliza ele.

 

 Mercado Livre

www.mercadolivre.com.br/institucional

 

MARINHA DO BRASIL

 SERVIÇO DE SELEÇÃO DO PESSOAL DA MARINHA

 Colégio Naval: inscrições abertas para 129 vagas de nível fundamenta

As inscrições são aceitas no site www.ingressonamarinha.mar.mil.br


Até o dia 24 de abril, são aceitas as inscrições do concurso para o Colégio Naval (CN), a instituição de ensino médio da Marinha localizada em Angra dos Reis, estado do Rio de Janeiro. De 129 oportunidades, 12 são para o sexo feminino. Os (as) interessados (as) devem ter o ensino fundamental completo, idade entre 15 e menos de 18 anos no dia 30 de junho de 2023, entre outros requisitos.

 

As inscrições são aceitas no site www.ingressonamarinha.mar.mil.br. Os candidatos devem acessar este endereço eletrônico, preencher o formulário, imprimir o boleto referente à taxa de inscrição de R$ 100,00 e pagá-lo até dia 4 de maio de 2022, no horário bancário dos diversos estados do país.

 

Ao ingressarem no CN, os alunos (as) recebem a formação em ensino médio, reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC), e a Formação Militar-Naval. O curso é 100% gratuito e, além disso, os estudantes ainda recebem uma remuneração mensal de R$ 1.398,30, sendo R$ 1.185 de soldo militar, R$ 154,05 de adicional militar e R$ 59,25 de adicional de compensação por disponibilidade militar, conforme legislação em vigor. No CN, também é dada alimentação, os alunos recebem uniforme, possuem assistências médica, odontológica, psicológica, social e religiosa, entre outros benefícios.

 

 

Etapas do concurso:


O concurso será realizado por meio de provas objetivas, a serem realizadas em dois dias consecutivos, previstas para 2 e 3 de julho. Além disso, os aprovados nesta etapa serão convocados para os Eventos Complementares (EVC):

- Verificação de Dados Biográficos (VDB);
- Inspeção de Saúde (IS);
- Teste de Aptidão Física de Ingresso (TAF-i);
- Avaliação Psicológica (AP);
- Verificação de Documentos (VD);
- Procedimento de Heteroidentificação Complementar à Autodeclaração (PH).

 

 

Serviço
Site:www.ingressonamarinha.mar.mil.br



Novo Enem: especialista fala sobre importância da interdisciplinaridade no exame

pixabay
Novo modelo de provas deve ser totalmente implantado em 2024 e traz mudanças como questões discursivas e maior foco em conhecimentos gerais.


O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) vai passar por novas mudanças em sua formatação, que devem ser implantadas em 2024.

A fundadora, idealizadora e diretora pedagógica da Escola Teia Multicultural, Georgya Corrêa, falou sobre como a nova formatação do exame se assemelha com a metodologia da escola que fundou.

A pedagoga explicou que na Teia se acredita e sempre se trabalhou a formação ampla do ser humano, não apenas com foco em provas, vestibulares e demais avaliações, que são necessárias, mas conhecimentos que vão além delas.

A escola, que atende alunos desde a educação infantil até o último ano do ensino médio, tem como diferencial das demais escolas que todos os conteúdos propostos pelo MEC são apresentados dentro de um único projeto semestral  tornando a aprendizagem interessante, divertida, significativa e experiencial, utilizando como eixos condutores a Arte e o Autoconhecimento, possibilitando que o estudante desperte seus talentos.

Atualmente, o Enem é composto por áreas do conhecimento (Ciências Humanas e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias) e é dividido em dois dias de provas. Todos os alunos respondem às mesmas questões.

Na nova formatação, o exame vai ser dividido em duas etapas, uma a cada dia. A 1ª será única e obrigatória para todos os estudantes com questões interdisciplinares, de conhecimentos gerais e redação. Já a 2ª etapa está diretamente relacionada aos itinerários formativos do Novo Ensino Médio, com provas  das quatro áreas. O aluno escolherá apenas uma delas, de acordo com o itinerário realizado no período do Ensino Médio, que foi definido por escolha do estudante, provavelmente por estar mais afinado com suas habilidades.

A especialista explicou que a Teia realiza desde a sua fundação um ensino interdisciplinar, tendo recebido inclusive um título honorário internacional de Inovação na Interdisciplinaridade em 2017. “Isso significa não dividir o conhecimento em caixinhas, porque no dia a dia, na nossa vida, não acontece desse jeito. A gente entra em contato com uma situação e traz conhecimento de diversas áreas, de vários aspectos vividos e aprendidos, que estão de alguma forma organizados na nossa cabeça, para chegar à resolução ”, explicou.

Georgya completa dizendo que cada ação de reorganização da educação, ainda que seja para o final da educação básica, como no caso das alterações do ENEM, acaba tendo um efeito dominó em relação a todas as outras fases educacionais, pois, segundo ela, as outras etapas vão se reorganizando para atingir o resultado necessário ao final do processo, assim, essa mudança no Ensino Médio irá reorientar as prioridades de aprendizagem da educação.

Além disso, as mudanças sinalizam um despertar para o entendimento de que as pessoas têm habilidades distintas, em áreas, também, diferentes. A especialista pontuou que na redação, que fará parte da primeira fase da avaliação, é necessário que o estudante saiba argumentar, tenha criticidade,  criatividade e esteja por dentro dos acontecimentos do mundo, que vai além dos conhecimentos técnicos de ortografia e gramática.

Georgya afirmou que na escola deve se buscar desenvolver no estudante sua cognição apoiados pelas suas inteligências, potencialidades, bem como sua saúde física e emocional.

“Enxergamos essa nova organização, possibilitando a escolha do estudante de realizar a avaliação por determinada  área do conhecimento como algo muito positivo. Pois, fortalece esse olhar das habilidades específicas de cada aluno, daquilo que cada um tem curiosidade e desejo de se aprofundar.

 
Na Teia focamos mais na área de linguagens e seus códigos e de ciências humanas, mas oferecemos, também, matérias eletivas das outras áreas, quando o estudante tem esse desejo”, pontuou.



Georgya Corrêa - fundadora, idealizadora e diretora pedagógica da Escola Teia Multicultural e cofundadora e diretora pedagógica da Edtech Asas Educação. Teve sua primeira formação como atriz de: teatro, televisão e rádio, atuou como assistente de direção, coreógrafa e cenógrafa. Realizou trabalhos para o setor de RH desenvolvendo treinamentos de equipes através do lúdico. É fundadora do recém lançado canal de podcast Escola 5.0. A proposta pedagógica da Teia Multicultural foi seu TCC do curso de pedagogia e reúne as experiências que teve em uma escola na Índia, ligada ao autoconhecimento, com sua experiência como atriz, arte educadora e pedagoga e recebeu em 2016 o reconhecimento do MEC como Instituição de Referência para a Inovação e a Criatividade em educação básica do Brasil e no ano de 2017, após uma seleção mundial de escolas inovadoras no mundo, pela Education Cities no desafio Edumission, recebeu o título honorário de “Inovação em Interdisciplinaridade” como finalista da seleção de 10 escolas no mundo.


Mulheres na Ciência: qual legado queremos deixar?

O que os nomes Katie Bouman, Rosalind Franklin e Florence Sabin têm em comum?


Katie Bouman é uma jovem cientista que conseguiu apresentar a primeira imagem de um buraco negro. Rosalind Franklin contribuiu para a descoberta do formato tridimensional da molécula de DNA. Ela é responsável pela Fotografia 51, primeira imagem do formato dupla-hélice da molécula. Já Florence Sabin, realizou pesquisas e obteve descobertas importantes sobre o corpo humano sendo a primeira mulher a ocupar uma cadeira de medicina em uma universidade.

No Brasil, até as décadas de 80 e 90, quando as mulheres começaram a participar mais ativamente das pesquisas, essa área era quase exclusiva de homens. Atualmente, apesar de termos um aumento considerável da presença feminina nas áreas de pesquisa, muitas geralmente enfrentam jornadas duplas, cuidando de casa, dos filhos, dentre outras responsabilidades, geralmente atribuídas a elas. Isso levou à ideia de que mulheres orientadoras não teriam tempo para dar atenção aos projetos de pesquisa e aos alunos orientados. Recentemente, um grupo de zoólogas, área da Biologia que concentra um número muito menor do sexo feminino, redigiu um artigo em resposta a uma crítica publicada na Revista Nature Communications, em que se afirmava que mulheres deveriam ter orientadores homens, caso contrário, poderiam interferir negativamente na formação das pesquisadoras.

Segundo o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPQ, as mulheres já somam 43% dos pesquisadores no Brasil, e de acordo com a ONU, esse número cai para 30% em âmbito global. No entanto, mesmo com o aumento crescente das mulheres no campo da Ciência e um cenário promissor para o futuro, elas ainda não conseguem avançar em cargos de destaque, salvo algumas raras exceções. Dos membros da Academia Brasileira de Ciências, menos de 10% são do sexo feminino.

Mesmo nesse cenário hostil, as mulheres estão conquistando cada vez mais o seu espaço em várias áreas, anteriormente atribuídas aos homens. Elas têm se empenhado cada vez mais em cursos de tecnologia e saúde abrindo um leque de oportunidades para outras mulheres, servindo de inspiração. Nesse contexto, a escola exerce papel fundamental para despertar nos estudantes a curiosidade, mostrar os caminhos para a ciência, tecnologia e pesquisa, além de instigar o interesse pelas áreas de pesquisa. Não há educação sem pesquisa, pois ela é objeto importante no processo de ensino-aprendizagem.

Enquanto os meninos são estimulados desde cedo com blocos de montar, naves espaciais, e podem ser bombeiros, cientistas, policiais, as meninas ainda ficam restritas às opções consideradas como convencionais do universo feminino. Crianças devem ser estimuladas a fazer suas escolhas de brinquedos pois, enquanto brincam e imitam a realidade, estão se preparando para o futuro. As meninas devem ter, desde cedo, o direito e o incentivo de se imaginarem cientistas, engenheiras e astronautas. Limitar as escolhas das crianças, é limitar sua criatividade.

Como forma de incentivar mais participação das mulheres na ciência, a ONU criou o Dia Internacional das Mulheres na Ciência, comemorado no dia 11 de fevereiro. Que esse dia 11 seja mais que um dia no calendário de datas comemorativas. Que seja um dia para que todos nós, enquanto educadores, pais e sociedade, possamos refletir sobre o nosso papel nesse legado. 

 

Rosangela Iwasse - professora de Biologia do Colégio Positivo.


Cinco vantagens de fazer um intercâmbio como voluntário

Se você curte aprender sobre novas culturas e ainda deixar uma marca positiva, esse é o seu tipo de intercâmbio 

 

Explorar o mundo é uma experiência desejada por muitos, mas é bem frequente que surja a insegurança na hora do planejamento. É comum ter diversas dúvidas, principalmente, se for sua primeira viagem para fora do país. Mas para evitar o frio na barriga é preciso um bom planejamento e um dos primeiros passos é definir qual a finalidade da sua viagem.  

Há quem queira aprender uma nova língua, quem quer fazer intercâmbio para trabalhar ou até mesmo se aperfeiçoar na área de atuação. Mas uma das opções também é o intercâmbio voluntário. Por isso, reunimos algumas das vantagens a serem consideradas por quem está cogitando esse tipo de viagem, além de dicas de quem entende do assunto, Juliana Almeida, empresária no ramo de viagens. 

 

1. Atuar na área de interesse

Existem voluntariados focados em diversas áreas. É possível escolher um projeto que foque em questões de moradia e habitação, como também existe a possibilidade de ser voluntário na área educacional, articulando ações no ambiente escolar. 

 

2. Se inserir através de trabalhos 

Essa também é uma chance de entender como funcionam determinadas áreas dentro do país escolhido. Afinal, são nessas experiências que é possível identificar quais as diferenças da cultura local em relação à sua bagagem já existente. “Estar em outro país é, sobretudo, aprender e absorver uma riqueza cultural diferente da nossa”, explica Juliana Almeida, empresária e fundadora da Almeida Travel. 

 

3. Usufrui das vantagens de uma viagem comum 

Não é porque você estará oferecendo seu trabalho que não vai conseguir turistar. A vantagem do voluntariado é justamente o plus do trabalho voluntário, sem deixar de conhecer o destino. “Esse tipo de viagem reúne aventura, praias paradisíacas e o voluntariado. Quênia, no continente africano, é um dos destinos que possui belezas naturais e diversidade cultural”, conta a empresária. 

 

4. Deixar sua marca 

É claro que em qualquer viagem você vai se conectar com as pessoas e trocar experiências. Mas, no intercâmbio voluntário, você deixa a sua própria marca, o seu próprio olhar. “Vivi isso na pele! Fiz o intercâmbio voluntário no continente africano e estou envolvida com algumas iniciativas até hoje”, conta Juliana Almeida. 

 

5. Network

Caminhamos cada dia mais para um mundo globalizado. Ter contatos internacionais pode ser interesse para diferentes tipos de negócios, seja para desenvolver projetos ou até mesmo para obter persperctivas diferentes, debater e explorar outros mercados. Além de que em Intercâmbios, além de reforçar o network, é possível fazer amigos!


Transfer pricing: por que ele é fundamental para a saúde financeira das empresas?

Ter um controle efetivo do negócio é, sem dúvidas, o maior objetivo de toda empresa que busca sempre minimizar perdas e maximizar lucros. Contudo, isso só é possível a partir de um planejamento assertivo, levando em consideração as questões tributárias e fiscais, com base no controle e formação dos preços. Nessa jornada, ter uma maior visibilidade sobre as informações do negócio é fundamental para diminuir os possíveis efeitos e riscos tributários.

Todo início de ano, as questões tributárias ganham evidência, devido ao período de declaração do imposto de renda. Entretanto, existem outros pontos que englobam o conjunto fiscal – os quais, inclusive, serão julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em 2022. Entre as pautas, está o transfer pricing.

O termo, traduzido do inglês, significa “preço de transferência”, o qual tem como objetivo evitar a evasão de divisas através na manipulação de preços nas operações de importação e exportação entre empresas consideradas vinculadas e/ou localizadas em paraísos fiscais de bens, serviços e direitos. A globalização tornou esse tema de fundamental importância não somente frente às regras tributárias, mas também na conquista de mercado de forma competitiva. 

O Brasil se diferencia em relação a aplicação das regras de preços de transferência. Uma vez que não somos membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), possuímos uma legislação específica, em alguns pontos complexa - mas sem dúvidas ricas em detalhes e informações valiosas não somente para o cálculo dos preços de transferência, como também para toda alta gestão que favorece a tomada de decisão.

Dessa forma os preços de transferência não devem ser tratados como uma simples obrigação acessória, mas ter seu lugar de destaque como uma importante ferramenta de gestão. Até porque, mesmo existindo uma ampla preocupação em estar em dia com a legislação tributária, a falta de conhecimento da importância de ter um controle adequado dos preços de transferência, impede que as organizações usufruam do total potencial desse tema.

A aplicação da atual legislação brasileira de preços de transferência é um processo complexo, que requer atenção e precisão quanto a qualidade das bases de dados e suas respectivas informações a serem utilizadas - dado ao grande volume, ação que deve contar com a tecnologia como sua aliada. Para a apuração de um melhor resultado a empresa deve optar por uma solução digital que ofereça uma ferramenta eficiente, sem a interferência humana, proporcionando mais agilidade e melhor visibilidade ao andamento da empresa e, simultaneamente, fortalecendo sua saúde financeira e mitigando possíveis riscos.

Em uma constante regulação das taxas e preços das importações e exportações no país, as empresas não devem apenas incorporar em suas ações aquilo que já está estabelecido. É necessário enxergar o seu negócio como um ser vivo, e estar sempre em busca de soluções e alternativas que tragam melhorias. 

Por isso, a implementação de ferramentas tecnológicas de gestão são fundamentais para auxiliar nesse processo, visando obter mais segurança nas bases de dados, análises eletrônicas e gráficas, de forma que traga um maior controle de como estão a formação de preços e a lucratividade por meio de cálculos precisos.

Em tempos tão incertos, diante de crises humanitárias que causam impactos mundiais, estar atento ao “preço de transferência” é crucial para ajudar a empresa a solucionar possíveis problemas do presente e do futuro.

 

Mário Bastos - Diretor de Transfer pricing e LGPD na b2finance, consultoria especializada em Business Process Outsourcing (BPO).

 Cloud Tax Solutions - Para atender essa necessidade de empresas brasileiras, a b2finance desenvolveu a plataforma Cloud Tax Solutions (CTS), que realiza os cálculos, gera documentação suporte e viabiliza a gestão do compliance em Transfer Pricing.


Universidade alemã oferece bolsas para servidores públicos brasileiros


O Instituto República e a universidade alemã Hertie School of Governance oferecem novas bolsas de mestrado para funcionários públicos do Brasil nas áreas de Políticas Públicas, Ciência de Dados para Políticas Públicas e Administração Pública. Informações detalhadas sobre os cursos e como se candidatar estão no site https://www.hertie-school.org/en/mpp.

As vagas são destinadas para candidatos com pelo menos 5 anos de experiência profissional, com gestão de equipes ou nas áreas de recursos humanos no setor público brasileiro.

A seleção será feita pela Hertie School, que levará em consideração o domínio do inglês e a adequação do candidato ao tema de gestão de pessoas. Os selecionados receberão uma bolsa de pelo menos 50% da taxa escolar.

Os interessados em fazer o mestrado em Berlim nas áreas de Políticas Públicas e Ciência de Dados devem se inscrever até 1° de maio. Os que desejarem cursar o mestrado em Administração Pública têm até o dia 1 de agosto para enviar suas solicitações e cartas de motivação.


Valorização do servidor público

Desde 2018, 30 profissionais brasileiros participaram de programas de mestrado ou cursos de aperfeiçoamento na Hertie School, mediante patrocínio oferecido pelo República.org.

"Os brasileiros anseiam por uma administração pública de qualidade, uma área que carece de investimentos e capacitação profissional. A parceria com a Hertie School, referência internacional, é mais um esforço para aumentar a eficiência no setor público”, comenta Francisco Gaetani, presidente do Conselho Diretor do Instituto República.

A Hertie School foi criada em 2003, para a preparação de profissionais com atuação de liderança em governos e no serviço público. É reconhecida pelo governo alemão e seus cursos de mestrado, doutorado e em nível executivo têm a certificação do sistema de ensino oficial do país.

A República.org é um instituto filantrópico, apartidário, antirracista, criado em 2016, e dedicado a melhorar a gestão de pessoas no serviço público do Brasil. Financia iniciativas criadas por parceiros que tenham o mesmo objetivo de valorizar os servidores.

 

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