Magister Raffaello ficará em cartaz até
12 de dezembro
O
MAB FAAP (Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Alvares Penteado) recebe
a partir de 28 de outubro a exposição multimídia Magister Raffaello.
Promovida pelo Consulado Geral da Itália em São Paulo, com o apoio do Instituto
Italiano de Cultura, em comemoração ao 500º aniversário de morte de Raffaello
Sanzio no ano de 2020, a mostra foi idealizada para conduzir o visitante em uma
viagem pela vida e obra do pintor, considerado um dos maiores artistas do
renascimento italiano.
Para
retratar a carreira desse mestre renascentista, as instituições italianas
trouxeram para São Paulo uma exposição multimídia, dividida em seis áreas
temáticas com grandes telas que projetarão suas obras a partir de uma
cronologia que segue o crescimento humano e profissional do artista, levando o
visitante a descobrir as cidades por onde ele viveu e as obras que criou.
Com
essa exposição, a Itália, pátria do Renascimento, quer comemorar e homenagear o
gênio artístico de Raffaello que, apesar de ter morrido com 37 anos de idade,
virou um dos artistas universalmente mais conhecidos de todos os tempos.
O
que o Renascimento representou na história da arte e da cultura mundial é
lembrado pela exposição por meio de obras de Raffaello descritas em formato
multimídia: uma exposição que visa falar do antigo por meio do moderno,
colocando em diálogo as pinturas do começo do século XVI com o universo
multimídia da contemporaneidade. Qual jeito melhor de mostrar a atualidade de
uma pintura e de um movimento artístico que viraram imortais?
Por
meio desse evento, as instituições italianas confirmam o compromisso na cultura
como ferramenta de promoção da Itália no mundo, assim como de diálogo entre
países e povos.
É
com o este intuito de aproximar os povos por meio da linguagem universal da
arte que a exposição de Raffaello também chegará até as escolas públicas
paulistanas, graças a um projeto realizado pelo Consulado Geral em parceria com
a empresa italiana Panini, que prevê a distribuição de 10 mil álbuns de
figurinhas da exposição aos estudantes das escolas parceiras. O objetivo é que
a cultura vire meio de diálogo e de crescimento por meio de diversão e leveza.
A
exposição, criada por Magister Art, está fazendo a volta ao mundo, já tendo
passado por quatro países de três continentes diferentes: Mexico, Vietnã,
Áustria e Chile.
O
MAB FAAP aderiu com entusiasmo a esse projeto, confirmando a sua natureza
eclética e aberta ao diálogo e à diversidade, sendo um excelente parceiro das
instituições italianas em São Paulo.
Sobre
a exposição
O passeio pela
mostra começa com um autorretrato de Raffaello, atualmente em exposição na
Galeria Uffizi em Florença, e a cronologia dos principais momentos de sua vida.
A primeira sala temática, Espaços Habitados, traz o quadro A cidade
ideal, de autor desconhecido, mas contemporâneo a Raffaello, que convida o
visitante a começar a jornada partindo de Urbino, cidade onde o artista nasceu,
para chegar à Città di Castello.
A
cidade ideal
inspirou Raffaello, que a representará em sua primeira obra-prima – O
casamento da virgem, exposto na Galeria de Brera em Milão, cidade-irmã de
São Paulo. O artista estava em plena luta pela sobrevivência artística quando
chegou a Città di Castello e concebeu a pintura, feita para uma igreja da
cidade, inicialmente encomendada à oficina do artista Pietro Perugino.
Na
sala seguinte, Encontrando Equilíbrio, o público poderá vivenciar um
período altamente produtivo da vida de Raffaello. O artista que já residente em
Florença neste período, recebe a encomenda de uma nobre e rica família de
Perugia para a criação de uma obra em homenagem ao herdeiro da família, morto
em uma rixa familiar. A obra A Deposição, que poderá ser
apreciada, traz a revolução realizada pelo mestre ao relatar a deposição de
Cristo: o jovem Grifonetto Baglioni segurando o lençol com o corpo de Cristo.
No
terceiro espaço, A Espiritualidade Nobre, o visitante é recebido por uma
coleção de madonas e retratos femininos e masculinos, encomendados a Raffaello
tanto por clientes religiosos como seculares como a família Doni, a mesma que
encomendou a Michelangelo a pintura redonda do chamado Tondo Doni, exposta na Galeria
Uffizi.
A
sala Os Aposentos Papais retrata as boas relações de Rafael com Roma,
graças ao seu talento e habilidade. A Escola de Atenas, A expulsão de
Heliodoro do templo e O fogo no Borgo são obras inéditas na arte ocidental
que enriquecem as chamadas Salas de Raffaello, nos Museus Vaticanos.
Por
fim, na sala Utopia e Poder, a jornada pela vida e obra de Raffaello
termina com a obra A Transfiguração, última pintura que simboliza o fim
prematuro de uma vida. O artista fez a pintura para o cardeal Júlio de
Médici, nomeado para a Catedral de Narbònne. A obra foi comparada a outra bela
pintura, A ressurreição de Lázaro, de Sebastiano del Piombo, o grande
rival de Rafael, aluno de Michaelangelo.
Ao
longo deste percurso, o visitante encontrará também as “portas do
conhecimento”, que mostram imagens de obras de Raffaello e de outros artistas
contemporâneos ou conhecidos por ele.
A
visita poderá ser acompanhada por um audioguia, que será disponibilizado no
museu. O visitante poderá, ainda, baixar na loja de aplicativos de seu celular
um aplicativo que também servirá de audioguia, especialmente criado para esta
exposição.
A
curadoria de Magister Rafaello é de Claudio Strinati, historiador de arte,
especialista em pintura e escultura renascentista, e de Federico Strinati,
gestor de promoção e patrimônio cultural.
Um
dos maiores artistas do renascimento italiano
Raffaello
Sanzio nasceu em Urbino, na Itália central, em 1483, e morreu em Roma, em
1520. O artista começou a trabalhar muito jovem e sua grandeza logo foi
reconhecida e apreciada em sua época. Ao longo dos séculos, após sua morte, com
apenas 37 anos de idade, sua fama foi se consolidando, e Raffaello se tornou um
dos artistas mais estudados e admirados do mundo.
O
artista viveu e trabalhou nos centros mais importantes do Renascimento
italiano: Urbino, Città di Castello, Florença e Roma. Ao longo de sua jornada,
assimilou um conceito fundamental: o quanto a arte pode enriquecer a vida de
uma pessoa. A arte, com suas formas belas e agradáveis, representa uma condição
ideal de bem-estar, felicidade e serenidade a que o ser humano, ao longo dos
séculos, sempre aspirou.
Em
Urbino, cidade onde nasceu e onde seu pai deixara de herança uma oficina de
arte, Rafael não conseguia se lançar como artista e não chegaria a pintar
qualquer obra. Ainda adolescente, ele se mudou para centros menores, onde seu
trabalho encontrou aceitação e apreciação.
Pintou
especialmente em Città di Castello, com os olhos sempre voltados para Perugia,
a terra do pintor mais importante da época, Pietro Vannucci, conhecido como
Perugino, cujo estilo (e mentalidade) assimilou.
Sob forte
recomendação da duquesa Giovanna Feltria della Rovere, Raffaello seguiu para
Florença, a Capital das Artes, e lá conseguiu obter encomendas de famílias
abastadas. A sua fama de retratista supremo e pintor magistral de imagens
sacras, para uso privado, chegou aos ouvidos de Atalanta Baglioni, uma nobre
perugina, muito influente na política e na cultura da Itália central da época,
que lhe confiou a tarefa de uma obra crucial, destinada à igreja de São
Francisco: O transporte de Cristo ao sepulcro, uma obra de notável
significado político e estético.
O
sucesso triunfante dessa obra levou Bramante, o arquiteto da Basílica de São
Pedro, em Roma, curador do Papa Júlio II della Rovere, a chamar Raffaello à
Cidade Eterna para confiar-lhe a tarefa exclusiva de pintar os aposentos
papais. O surpreendente resultado alcançado no primeiro aposento, a Sala da
Assinatura, encorajou eclesiásticos ilustres, empresários leigos e nobres em
posição privilegiada a dar-lhe todo tipo de atribuições artísticas,
diplomáticas e culturais.
O
roteiro que define a produção artística de Raffaello se tornou percurso
turístico “alternativo”, que permite ao viajante conhecer de perto as raízes da
produção artística italiana que não se resume as visitas a Roma, Florença,
Milão e Veneza.
Em
apenas seis anos, a partir de 1509, Raffaello se tornou o primeiro consultor
supremo de Júlio II e, depois da morte desse pontífice, em 1513, de seu
sucessor, Leão X. Foi principalmente por intermédio de Leão X que o mestre se
viu na condição ideal de homem da corte, rodeado de amigos ilustres e
influentes, como Baldassar Castiglione. Raphael também se tornou o fundador de
uma Escola, por meio da qual conseguiu receber um número considerável de novos
pedidos e comissões.
De
1515 até sua morte, Raffaello trabalhou ainda como arqueólogo, pintor de cenas teatrais
e arquiteto, embora, nesse período, Leão X tenha preferido utilizá-lo mais para
obras instrumentais, como os desenhos para as tapeçarias da Capela Sistina ou
para as homenagens ao Rei da França Francesco I e sua esposa, por ocasião de
importantes acordos diplomáticos e familiares.
Exposição
Magister Raffaello
Período
de visitação: de
28 de outubro a 12 de dezembro
Horário: das 10h às 18h, todos os dias da
semana, exceto às terças-feiras (fechado)
Endereço: R. Alagoas, 903 – Higienópolis
Informações: (11) 3662-7198
Agendamento
de visitas: https://visitante.agendamento.faap.br
Entrada: Gratuita