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sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Saúde feminina: Síndrome de Burnout foi mais frequente em mulheres durante a pandemia

 

pexels

Débora Garcia, especialista em fisiologia e bem estar emocional, comenta causas e consequências da síndrome e dá dicas para evitá-la.

 

De acordo com a pesquisa Woman in the Workplace de 2021, 42% das mulheres sofrem com sintomas da síndrome de burnout, número 10% maior do que no ano anterior. Além disso, uma em cada três pensam em largar ou alterar a carreira por conta do estresse. Os dados preocupantes ilustram que a sobrecarga de obrigações causada pela pandemia tiveram um efeito mais devastador nas mulheres do que nos homens.

 

A síndrome de burnout é um distúrbio emocional, geralmente conectado ao trabalho.Os sintomas variam entre exaustão extrema, estresse, esgotamento físico, dor de cabeça frequente, fadiga, dores musculares e até problemas cardiovasculares. A especialista em fisiologia e bem estar emocional Débora Garcia explica que diferentes fatores podem contribuir para o burnout, desde características do ambiente de trabalho até as particularidades de cada indivíduo. “Uma soma desses fatores pode levar a pessoa a esse esgotamento”.

 

Para ela, no caso das mulheres, todo o contexto social de sobrecarga feminina explica o aumento de casos do distúrbio. “Essa situação pode impactar no nosso olhar profissional, a sociedade espera da mulher diversas outras funções além do trabalho. São inúmeros papéis na sociedade, na família e a pandemia trouxe ainda uma nova realidade de home office. Tudo isso afeta diretamente nesse aumento expressivo”, detalha a especialista.

 

A individualidade de cada ser e o diferente funcionamento biológico de cada pessoa também deve ser levado em consideração no momento de avaliar e criar uma rotina emocionalmente saudável. “Entender que a biologia de homens e mulheres é diferente e que isso influencia nas questões emocionais é muito importante. Não podemos negligenciar isso”, opina Débora Garcia. A especialista defende que evitar o burnout é uma tarefa de auto-observação,"Devemos saber identificar os sinais que o corpo dá ao longo da trajetória profissional, uma análise que possa começar a dizer que você pode estar indo por um caminho de exaustão e desmotivação”, aconselha. 

 

 

Debora Garcia - palestrante, escritora e mentora de meditação. Ministra cursos e mentorias presenciais e online. Atua no mercado corporativo com palestras, treinamentos e consultorias promovendo autoconhecimento, bem estar, inteligência emocional e protagonismo, oferecendo recursos para equilibrar mente e emoções. Criadora do método “Descomplicando a Meditação” que tem como característica a prática de curta duração, laica e contemporânea, sempre trazendo um olhar científico para a prática meditativa. É também coautora do livro Gestão das emoções no ambiente corporativo. Formada em Educação Física pela UMESP, especialização em Fisiologia do Exercício pela UNIFESP.  Atuou na área de educação corporal por mais de 10 anos, identificando que as habilidades e inabilidades internas são pontos limitantes tanto no desempenho esportivo como na vida.

 

Desvio de septo: crianças devem ser operadas?

Divulgação / MF Press Global


Dr. Edson Freitas, otorrinolaringologista, tira dúvidas e explica o melhor momento para realizar a operação corretiva.

 

O septo nasal é a estrutura que separa as duas narinas. De acordo com a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (Aborl-CFF), o desvio de septo, ou seja, quando essa estrutura não é reta, pode afetar até 90% da população. Porém, a cirurgia corretiva só é necessária quando o problema causa algum prejuízo.

 Os sintomas mais comuns podem incluir a facilidade de congestão nasal, dificuldade de respirar, sangramentos nasais, dores de cabeça ou faciais, ronco excessivo e má qualidade de sono. O septo é formado por osso, cartilagem e mucosas, as alterações podem ser congênitas ou se manifestarem durante o desenvolvimento dos ossos da face. 

Muitas pessoas somente percebem as dificuldades causadas pelo desvio quando apresentam algum quadro gripal ou de rinite. O problema também pode ser agravado com o passar dos anos pelo amadurecimento das estruturas ósseas. Por isso, em muitos casos, a cirurgia de correção é recomendada pelos médicos.


Como a condição pode ser agravada com a idade, é comum se perguntar se a idade ideal para a operação não seria durante a infância. Porém, de acordo com o otorrinolaringologista Dr. Edson Freitas, a cirurgia só deve ser realizada quando os seios paranasais estiverem completamente formados. “São órgãos da parte interna do rosto e eles vão se desenvolver totalmente entre 15 e 16 anos”, aconselha o médico.

 

A septoplastia é realizada por meio de um corte no nariz para descolar a pele que o reveste e possibilitar a retirada do excesso de cartilagem ou de parte da estrutura óssea. A operação dura em média 2 horas e o paciente recebe alta no mesmo dia.

 

 

Dr. Edson Freitas - médico Otorrinolaringologista pela Universidade de São Paulo, atua como professor instrutor de rinoplastia no Departamento de Otorrino da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e é membro da Academia Brasileira de Cirurgia Plástica Facial. Além da especialização na Universidade de São Paulo, também tem passagem por Cambridge, onde teve oportunidade de aprender diretamente com os principais cirurgiões plásticos faciais da mais prestigiada universidade dos Estados Unidos, a Havard Medical School. Referência na cirurgia plástica no nariz, o médico é pioneiro em impressão 3D médica e simulação computadorizada cirúrgica, assim como tem seus trabalhos premiados, com destaque nacional e internacional. É autor de três projetos médicos patenteados (M-scope, Otobone e Ed-angle).

 

Estudo levanta os 7 grupos alérgenos que mais causam dermatite nas pálpebras

Esmalte de unha e metais, como o níquel, estão na lista



A dermatite alérgica de contato (DAC) ocorre quando a pessoa entra em contato com alguma substância e desenvolve uma reação de hipersensibilidade a ela. O pico da crise alérgica ocorre entre 24 e 48 horas após a exposição ao alérgeno.
 
A boa notícia é que um estudo realizado pela Mayo Clinic, publicado no periódico Clinical Ophthalmology, revelou os 7 principais grupos de substâncias que causam ou podem causar a DAC. Os compostos do esmalte de unha fazem parte da lista. Mas, no topo do ranking estão os metais, como níquel e cromo.


 
Pele mais fina do corpo
 
Segundo Dra. Tatiana Nahas, oftalmologista especialista em doenças das pálpebras e Chefe do Serviço de Plástica Ocular da Santa Casa de São Paulo, a região das pálpebras é muito suscetível à dermatite de contato.

“Há vários fatores que contribuem para as reações alérgicas. Um dos mais importantes é o fato de que a pele das pálpebras é a mais fina do corpo humano. Com isso, a penetração do alérgeno é mais fácil”.
 
Outros fatores que aumentam o risco são o uso de maquiagem para a região dos olhos e pálpebras, esmalte de unha, tinturas de cabelo e, por fim, o hábito de levar as mãos aos olhos de forma frequente.

"Vale ressaltar que as pálpebras podem ser o primeiro local dos sintomas de uma dermatite de contato, mesmo quando a exposição ao alérgeno ocorre em outras partes do corpo”, reforça Dra. Tatiana.


Ranking
 
Confira agora o ranking das substâncias com mais potencial alérgico na região das pálpebras, segundo o estudo.
 

  1. Metais como níquel, cromo e ouro
  2. Goma-laca
  3. Conservantes
  4. Antibióticos tópicos
  5. Fragrâncias
  6. Acrilatos
  7. Surfactantes

 
Xô bijuterias
 
Você já deve ter ouvido falar que as bijuterias podem conter níquel e que esse metal tem um alto potencial alérgico. O que talvez você não saiba é que alguns produtos como sombra e rímel também podem ter esse metal em suas composições.
 
“Outro risco invisível são as armações de óculos que também podem ter esse metal. Apesar dos cosméticos modernos ou de marcas conhecidas serem isentos do níquel, alguns produtos podem conter o cobalto modificado, que também pode causar uma reação alérgica”, alerta a médica.
 
Agora, por essa ninguém esperava: o ouro também é um alérgeno perigoso para as pálpebras segundo o estudo. Hoje há muitos cosméticos com ouro em suas composições, como rímel, hidratantes e máscaras faciais.  Pode até ser “chique”, mas o ouro também pode levar à dermatite de contato.
 
E se você é fã de maquiagens verdes, cuidado: elas podem esconder o óxido de cromo verde, usado justamente para dar uma tonalidade esverdeada para sombras e lápis de olho.


 
Da natureza para os olhos
 
A segunda substância com maior potencial para causar a dermatite de contato nas pálpebras vem de um inseto, chamado Kerria lacca, de origem asiática. A goma-laca é uma resina de extrema importância comercial, usada em diversos produtos. A cera de goma-laca é usada em produtos como rímel, batom, tiras para clareamento dental, entre outros.
 


Conservantes

A descoberta que mais chamou a atenção dos pesquisadores envolve os conservantes usados em inúmeros medicamentos de uso tópico, como colírios e pomadas. Outros produtos que contêm conservantes com potencial alérgico são tintas de cabelo, cremes, xampus, desodorantes e sabonetes líquidos.


 
Medicamentos

Os antibióticos tópicos, como a neomicina e a bacitracina também entraram para o ranking dos alérgenos potencialmente perigosos para a região palpebral.


 
Cheiros

As fragrâncias também entraram para o ranking. O própolis, o bálsamo do Peru e o hidroperóxido de linalol (que confere o aroma de lavanda) foram as substâncias que mais causaram alergia nas pálpebras. Perfumes, pomadas, óleos essenciais, xampus etc. Ou seja, há uma infinidade de produtos formulados com essas fragrâncias.  


 
Acrilatos

Nos últimos anos, hidroxietil metacrilato (HEMA) foi um dos alérgenos mais comuns relacionados à dermatite de contato. O HEMA e outros acrilatos podem ser encontrados em diversos produtos, como esmaltes de unha, unhas artificiais e de gel.


 
Surfactantes

O surfactante é uma substância usada nos produtos voltados para a limpeza. Isso porque ele tem a capacidade de envolver a sujeira para que seja removida pela água. Portanto, há uma infinidade de produtos que contêm surfactantes, sendo os principais xampus e sabonetes líquidos. Ambos têm contato íntimo com as pálpebras.


 
Sintomas
 
Dra. Tatiana comenta que, em geral, a reação alérgica ocorre em um pico de 24 a 48 horas após contato com a substância. “Entre os sintomas podemos citar o inchaço da região ao redor das pálpebras, surgimento de vesículas ou pápulas. Podem também surgir fissuras e descamação da pele”.
 
Definitivamente, esse estudo traz uma nova perspectiva sobre a dermatite alérgica de contato que afeta a região das pálpebras. Esse levantamento é mais amplo e traz informações importantes para um diagnóstico mais rápido.
 
“Vale ressaltar que mesmo quem nunca apresentou nenhuma reação alérgica na vida, pode desenvolver uma dermatite de contato ao usar produtos que contenham esses alérgenos”, finaliza Dra. Tatiana.

 

SBD alerta população a respeito de sinais e sintomas da psoríase e sobre o acesso a medicamentos eficazes contra essa doença

 SBD alerta população a respeito de sinais e sintomas da psoríase e sobre o acesso a medicamentos eficazes contra essa doença

 

Alertar a população sobre uma doença de pele que afeta cerca de 5 milhões de pessoas no País, em especial nos grupos de 30 e 40 anos e 50 e 70 anos, sem distinção quanto ao gênero. Esse é o objetivo da Campanha Nacional de Conscientização sobre a Psoríase, lançada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). A iniciativa engloba uma série de ações que ocorrerão durante o mês de outubro e tem como alvo também atualizar os médicos sobre as opções existentes para o diagnóstico e o tratamento dessa doença.

"Queremos deixar claro para todos que a psoríase tem tratamento, pode ser controlada. O melhor de tudo: graças ao trabalho da SBD e de outras organizações da sociedade, o SUS e os planos de saúde disponibilizaram para os pacientes acesso a medicamentos de alta eficácia, os chamados imunobiológicos. Ao contrário de anos anteriores, em 2021, temos um motivo para comemorar", resumiu o coordenador Nacional da Campanha, André Carvalho.

A estratégia desenvolvida pela SBD inclui postagens (textos e vídeos) nas redes sociais, o compartilhamento de vídeos de especialistas com esclarecimentos sobre a doença e a participação de celebridades com depoimentos sobre o tema. A cantora Kelly Key, que tem o diagnóstico de psoríase, e o jornalista Fernando Rocha estão entre as personalidades que emprestaram sua imagem e voz para alertar os brasileiros sobre os cuidados.

A SBD também preparou uma live para a população, no dia 29 de outubro, quando interessados poderão interagir com especialistas. Além disso, vários prédios e monumentos também vão iluminar suas estruturas em roxo e laranja, as cores da psoríase. Entre eles, estão o Congresso Nacional, em Brasília, a sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), na capital paulista, e o Teatro Amazonas, em Manaus. Prefeitura, órgãos públicos e outras entidades também vão compartilhar as mensagens de prevenção em seus canais de comunicação.

Para os dermatologistas, a SBD desenvolveu duas abordagens. A primeira é a realização de uma live, durante a qual serão compartilhadas as mais recentes atualizações científicas e terapêuticas para o diagnóstico e o tratamento da psoríase. Da mesma forma, os profissionais serão alertados, por meio de mensagens, sobre a disponibilidade de medicamentos modernos e de alta performance na rede pública e nos planos de saúde.


Psoríase - A psoríase é uma doença da pele, relativamente comum, crônica, não contagiosa e que tem tratamento. Trata-se de um quadro autoinflamatório, no qual por predisposição genética, surgem lesões avermelhadas e que descamam na pele. Aspectos ambientais e emocionais podem funcionar como gatilho para o início de crise, que podem ser controladas com a ajuda de dermatologistas.

O combate ao preconceito contra as pessoas que têm psoríase é um ponto importante na assistência aos pacientes, lembra André Carvalho. Segundo ele, por não ser contagiosa, o contato com os pacientes não precisa ser evitado. Além disso, ele destaca que a confirmação dessa doença significa que seu portador tem mais chances de desenvolver outras comorbidades.

"Em até 30% dos pacientes com psoríase, inflamação similar pode acontecer nas articulações, levando à artrite psoriásica, outra forma de manifestação da doença. Também existe associação de psoríase com doenças cardiometabólicas e gastrointestinais, assim como com diversos tipos de cânceres e distúrbios do humor, o que diminui a qualidade de vida do paciente e pode também, dependendo da gravidade, diminuir a expectativa de vida, se não tratados", explicou.


Ciclos - Segundo André Carvalho, a psoríase se caracteriza por apresentar ciclos, ou seja, sintomas aparecem, desaparecem e reaparecem periodicamente. Entre eles, estão: manchas vermelhas com escamas secas esbranquiçadas ou prateadas; pequenas manchas brancas ou escuras residuais após melhora das lesões avermelhadas; pele ressecada e rachada; às vezes, com sangramento; coceira, queimação e dor; unhas grossas, descoladas, amareladas e com alterações da sua forma (sulcos e depressões); inchaço e rigidez nas articulações; e em casos mais graves, destruição das articulações e deformidades. As manifestações variam, conforme a gravidade.

"Em casos de psoríase leve pode haver apenas um desconforto por causa dos sintomas, mas nas formas graves, pode ser dolorosa e provocar alterações que impactam significativamente na qualidade de vida e na autoestima do paciente. Assim, o ideal é procurar tratamento o quanto antes", enfatizou André Carvalho.

Alguns fatores podem aumentar as chances de uma pessoa desenvolver a doença ou piorar o quadro clínico já existente, dentre eles: histórico familiar, estresse, obesidade, tempo frio, infecções diversas, uso de medicamentos, consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo. "Há vários tipos de psoríase, sendo necessário procurar um dermatologista especializado no tratamento da doença para poder identificar, classificar e indicar a melhor opção terapêutica caso a caso", salientou o coordenador da Campanha da SBD.


Tratamento - Há inúmeras opções de tratamento (tópicos, sistêmicos, biológicos e com fototerapia) para a psoríase. A escolha terapêutica da melhor para cada caso deve sempre ser feita por um médico dermatologista. De acordo com André Carvalho, "cada situação pode de forma diferente a um tipo diferente de tratamento (ou combinação de terapias). O que funciona bem para uma pessoa não necessariamente funcionará para outra. Dessa forma, o tratamento da psoríase é individualizado. Hoje, com as diversas opções terapêuticas disponíveis, já é possível viver com uma pele sem ou quase sem lesões, independentemente da gravidade da psoríase".

Outro ponto importante, destacado pelo coordenador, é a necessidade de adesão ao tratamento por parte do paciente. "Nunca se deve interromper o tratamento prescrito sem autorização do médico. Esta atitude pode piorar a psoríase e agravar a situação. É fundamental estar atento. Caso perceba qualquer um dos sintomas, procure o dermatologista imediatamente. Quanto mais precoce for o diagnóstico, mais precoce será o tratamento e menores os riscos de impacto da doença sobre a qualidade e quantidade de vida", finalizou .

 

Acondroplasia: entenda como o tipo mais comum de nanismo pode afetar os marcos de desenvolvimento infantil

Além da estatura abaixo da média, a condição pode fazer com que a criança demore mais para andar ou falar

 

Uma das principais causas de nanismo desproporcional é a acondroplasia, uma doença genética rara e que afeta o crescimento linear dos ossos. A suspeita diagnóstica pode ser feita através de exame de imagem e confirmada ainda na gestação, através de exame molecular fetal. Entretanto, por não existir uma cura, o tratamento consiste em controlar os sintomas que aparecem ainda na infância, para que o paciente tenha uma qualidade de vida melhor.

"A mutação no gene FGFR3 é o responsável pelo crescimento não linear dos ossos, pois faz com que o organismo envie constantemente sinais para diminuir a velocidade de crescimento ósseo, gerando desproporcionalidade entre os membros e o tronco, levando a diversas dificuldades na vida cotidiana. Além de poder atrasar alguns marcos do desenvolvimento infantil", explica o endo pediatra Dr. Paulo Solberg.

Durante o crescimento, uma criança passa por diferentes etapas do desenvolvimento motor, cognitivo, comportamental e da linguagem. Enquanto as crianças sem acondroplasia normalmente começam a caminhar com um ano de idade, as que tem acondroplasia podem levar um pouco mais de tempo, entre 18 e 24 meses, para dar os primeiros passos. O atraso no desenvolvimento das capacidades motoras grosseiras das crianças com acondroplasia acontece pela junção de três fatores: tônus muscular baixo; cabeça maior e membros e pescoço curtos. Além disso, esses fatores colaboram para o aparecimento da cifose toracolombar, uma curvatura excessiva localizada na região entre a região lombar e o tórax (1). Dessa forma, é importante que os pais evitem usar carrinhos tipo guarda-chuva, pois pode piorar a cifose, e que os pacientes tenham um acompanhamento constante de ortopedistas e fisioterapeutas (2).

Outro sintoma que pode ser observado é o atraso na fala, que ocorre com 20% das crianças com acondroplasia e, normalmente, está relacionado às constantes infecções no ouvido que podem até mesmo levar à perda da audição. Dessa forma, é importante que os responsáveis estejam atentos aos sinais, pois caso seja observado um atraso considerável, é indicado que a criança realize terapia de fala.(3)

"Recomenda-se que o indivíduo com acondroplasia tenha um constante acompanhamento multidisciplinar, pois além da estatura muito afetada, diferentes regiões do corpo podem ter complicações, como a diminuição da audição e consequente atraso na fala e uma possível necessidade de cirurgia para retirar as adenoides e amígdalas. Entretanto, com o manejo correto, é possível controlar ou até mesmo diminuir os impactos dessa condição, permitindo que a pessoa desenvolva atividades sociais e profissionais sem interrupções para tratamentos médicos complementares", completa Solberg.


Saiba mais sobre acondroplasia (4)

A incidência da acondroplasia é de 1 a cada 25.000 crianças nascidas. Se apenas um dos pais for portador da condição, a probabilidade de o filho também nascer com acondroplasia é de 50%. Entretanto, 80% dos casos são de mutações novas, totalmente ao acaso, ou seja, provenientes de pais que possuem estatura mediana. A suspeita diagnóstica pode ser feita antes mesmo do nascimento, por volta da trigésima semana de gestação com ultrassonografias, medindo os ossos do feto. A confirmação diagnóstica geralmente é feita após o nascimento.

Durante toda a vida, as pessoas com acondroplasia podem lidar com complicações, como: infecções de ouvido e de seios da face de repetição, apneia do sono; cifose; pernas arqueadas; rigidez dos cotovelos; dores nas costas e nas pernas; obesidade; pressão arterial elevada e doença cardíaca. Durante a infância, há também uma preocupação maior com problemas respiratórios e com a hidrocefalia, um acúmulo de líquido no cérebro, que em casos raros é necessário passar por cirurgia.

 

 

Referências
1. Bober, M. and A. Duker. Achondroplasia. 2013 [cited 2017 10/05]; Available from: https://www.orpha.net/consor/cgi-bin/Disease_Search.php?lng=EN&data_id=148&Disease_Disease_Search_diseaseGroup=achondroplasia&Disease_Disease_Search_diseaseType=Pat&Disease(s)/group%20of%20diseases=Achondroplasia&title=Achondroplasia&search=Disease_Search_Simple.
2. Pauli, R.M. Achondroplasia: a comprehensive clinical review. Orphanet J Rare Dis 14, 1 (2019). https://doi.org/10.1186/s13023-018-0972-6
3. Hunter, A.G., et al., Medical complications of achondroplasia: a multicentre patient review. Journal of Medical Genetics, 1998. 35(9): p. 705-712. Available from: https://jmg.bmj.com/content/jmedgenet/35/9/705.full.pdf.
4. Bober, M. and A. Duker. Achondroplasia. 2013 [cited 2017 10/05]; Available from: https://www.orpha.net/consor/cgi-bin/Disease_Search.php?lng=EN&data_id=148&Disease_Disease_Search_diseaseGroup=achondroplasia&Disease_Disease_Search_diseaseType=Pat&Disease(s)/group%20of%20diseases=Achondroplasia&title=Achondroplasia&search=Disease_Search_Simple

 

Atividade física: forte aliada no combate ao câncer de mama

Pesquisas mostram que a prática de exercícios e o controle do peso são muito importantes para o sucesso no tratamento do câncer de mama

 

Praticar exercícios físicos é essencial para uma vida saudável, para o bem-estar físico e mental e na prevenção de várias doenças, inclusive o câncer. Quando falamos especificamente do câncer de mama, os exercícios, assim como o controle do peso, também contribuem para uma melhor evolução das pacientes durante o tratamento.

De acordo com o último levantamento divulgado pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), entre 80% e 90% dos casos de câncer estão associados ao nosso estilo de vida, como exemplo, a falta de atividade física e o consumo de alimentos não saudáveis.

"As pacientes que praticam atividades físicas, de modo geral, respondem melhor ao tratamento, sentem-se mais dispostas e conseguem controlar melhor o peso. Percebo isso com as minhas pacientes", diz a médica oncologista especializada em mamas Bruna Zucchetti, do Hospital Nove de Julho.

Ela destaca que pesquisas recentes apontam para esse caminho e, por isso, a atividade física é recomendada pelas principais associações de oncologia do mundo e do Brasil. "Sabe-se que mulheres com câncer de mama que fizeram, pelo menos, 150 minutos de atividade física moderada por semana tiveram menos recidiva da doença - quando o câncer volta a aparecer - do que as pacientes sedentárias", afirma.

Estudo publicado pelo site norte-americano PubMed aponta que um programa de exercícios aeróbicos e de resistência combinados supervisionado e de intensidade moderada a alta é mais eficaz para pacientes com câncer de mama em quimioterapia adjuvante1.

Dra Bruna também explica que movimentar-se é algo que deve fazer parte da rotina dessas mulheres, inclusive para combater a fadiga relacionada à quimioterapia.

Após passar pela difícil experiência de um câncer de mama, a contadora Maisa Romanin, de 42 anos, sentiu na pele a necessidade de ter um acompanhamento de um profissional esportivo durante o tratamento, que durou 12 meses. A doença implicou na realização de uma cirurgia de mastectomia parcial e posteriormente 18 sessões de quimioterapia. Diante das dificuldades encontradas durante o caminho da cura, Maisa percebeu o quanto precisava melhorar a autoestima e lutar pelo emagrecimento para o controle da doença. "A mudança de estilo de vida, após ver tantas mudanças no meu corpo depois tantas sessões de quimioterapia, me motivou para nunca mais parar de me exercitar, e isso foi fundamental para que o tratamento fosse um sucesso e cada vez mais eu me sentisse próxima da cura", afirma Maisa.

Novos estudos mostram também como o Índice de Massa Corporal (IMC) e a obesidade são muito relevantes quando se fala em câncer de mama e, de acordo com uma pesquisa2 publicada no JAMA Oncology, revista da American Medical Association, oferecem risco ainda maior para tumores de mama. Das sobreviventes de câncer de mama estudadas, aquelas com maior proporção cintura-quadril e mais gordura corporal apresentaram sobrevida global e específica ao câncer de mama significativamente pior.

Mudar hábitos e adotar uma rotina saudável, equilibrando exercícios físicos e alimentação é o caminho para evitar o desenvolvimento do câncer de mama. De acordo com a oncologista, manter uma dieta saudável com frutas e verduras é fundamental.

"Nenhuma dietas específica é recomendada pelas sociedades de oncologia. O ideal é ter uma alimentação balanceada e evitar o consumo de alimentos industrializados, principalmente carnes como embutidos. Em relação à atividade física, recomendo tanto para as pacientes em quimioterapia quanto para as pacientes que estão em acompanhamento ou em uso de hormonioterapia, por exemplo. O tipo de exercício e a quantidade de horas depende de cada pessoa, mas o ideal é que seja, pelo menos, 150 min por semana. Sempre encorajo minhas pacientes a cada vez mais adotarem esse estilo de vida", aconselha a médica.


Hospital Nove de Julho 

 

Principais fontes:

1 Effect of Low-Intensity Physical Activity and Moderate- to High-Intensity Physical Exercise During Adjuvant Chemotherapy on Physical Fitness, Fatigue, and Chemotherapy Completion Rates: Results of the PACES Randomized Clinical Trial

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25918291/

2 Association of Body Mass Index, Central Obesity, and Body Composition With Mortality Among Black Breast Cancer Survivors - JAMA Oncology, Junho/2021

https://jamanetwork.com/journals/jamaoncology/article-abstract/2780856

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4189463/

https://oncologypro.esmo.org/education-library/esmo-handbooks/rehabilitation-issues-during-cancer-treatment-and-follow-up/physical-activity-guidelines

 

 

Interação entre medicamentos pode causar sérios danos à saúde

A interação entre medicamentos pode ocorrer, principalmente, quando não há um acompanhamento de um farmacêutico clínico no tratamento; dados dos EUA mostram o quão grave é o problema

No Brasil, a prática de se automedicar, por mais que não seja recomendada, é cada vez mais frequente. No entanto, a automedicação pode trazer vários riscos à saúde, principalmente se tratando de interação medicamentosa, que pode causar diversos problemas de saúde, levando até a morte em casos mais sérios.

Dados de uma pesquisa realizada pela ICTQ - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o mercado farmacêutico, em 2018, mostram que cerca de 79% das pessoas com mais de 16 anos afirmam ter tomado algum medicamento sem prescrição médica no Brasil. Essa iniciativa é recorrente, principalmente quando se trata de algum sintoma leve, como dor de cabeça ou gripe.

A interação medicamentosa ocorre quando o paciente está tomando mais de um remédio e algum dos fármacos interfere na ação do outro. Isso pode ocorrer com mais frequência quando não há um acompanhamento médico ou de um farmacêutico clínico.

Pesquisas estimam que só nos Estados Unidos, mais de dois milhões e duzentos mil pacientes são hospitalizados por sofrerem reações adversas com o uso de medicação. Desses, cerca de 100 mil acabam vindo a óbito. Isso torna a interação medicamentosa a quarta maior causa de morte do país, ficando à frente de doenças pulmonares, diabetes, aids, pneumonia, acidentes e mortes no trânsito.

Muitas vezes, em tratamentos que exigem mais de um tipo de medicamento, os médicos ou farmacêuticos planejam horários visando a diminuição do desconfortos e efeitos mais graves. Por isso, a organização dos fármacos é de extrema importância.

Para Arlei Alves, enfermeiro e cofundador da SafePill, o risco da interação medicamentosa não deve ser subestimado. "Os tratamentos medicamentosos feitos no domicílio exigem muita responsabilidade, ainda mais se tratando de mais de um remédio. É muito importante sempre consultar seu médico ou um farmacêutico clínico quando quiser iniciar alguma dieta, vitaminas e qualquer medicamento, especialmente se você já faz uso de alguma medicação. Além de se organizar para tomar os medicamentos na dose, data e horário corretos para que não haja complicações que, por vezes, podem ser fatais", conta.

 

SafePill - healthtech com foco no auxílio de pacientes em tratamento medicamentoso domiciliar.

https://www.safepill.com.br/


Dia Mundial do AVC: procura por atendimento aos primeiros sintomas é decisivo na recuperação

Neurologista do Vera Cruz Hospital esclarece sobre sintomas e tratamentos


"Senti dores na cabeça, ânsia e tontura. Dias depois, não conseguia mais pronunciar nenhuma palavra. Meu esposo me levou para o hospital, e os exames constataram o AVC. Fui internada imediatamente e me recuperei bem", relata Maria de Lourdes Benevenga de Oliveira Romero sobre o primeiro acometimento cerebral, em 2015. O segundo foi neste ano. "No dia 18 de junho, pela manhã, ela pegou o celular na mão; pedi para desligar, pois era muito cedo, mas não me respondeu. Quando olhei, ela não mexia o lado direito, e nem respondi. Foi assustador vê-la novamente naquele estado. Levei-a imediatamente ao pronto-socorro do Vera Cruz Hospital em Campinas, o que fez a diferença para o êxito em sua recuperação", relembra o empresário Fernando Romeiro, marido da gestora financeira .

Segundo Leonardo de Deus, neurologista do Vera Cruz Hospital, saber identificar os sinais e procurar por um atendimento de urgência e excelência é fundamental para uma reabilitação bem-sucedida. "Se tratado no início, o paciente com AVC pode se recuperar prontamente. Cada minuto é decisivo, e as três primeiras horas após os sintomas são determinantes para diminuir as chances de sequelas e para que o paciente possa sobreviver", explica.

Maria de Lourdes, hoje em dia, segue em recuperação e já apresenta melhora significativa dos sintomas, mas, para o marido, isso é um detalhe, já que poderia ter sido muito pior. "Sou grato ao Vera Cruz Hospital por toda atenção e dedicação com a minha esposa, o que foi decisivo para que agora ela possa continuar ao meu lado e em recuperação. Ela foi examinada e atendida prontamente assim que chegou, passou por cirurgia, e, se não fosse por isto, não estaria mais aqui", conclui Fernando.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o acidente vascular cerebral, popularmente conhecido como AVC, acomete 17 milhões de pessoas em todo o mundo anualmente. No Brasil, é a doença que mais causa incapacidades e a segunda que mais mata: em 2019, foram 100 mil óbitos, segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde. Por isso, a importância do alerta em todo 25 de outubro, Dia Mundial do AVC.

De acordo com o neurologista, a doença pode atingir pessoas de qualquer idade. "A incidência entre os mais jovens e com meia idade aumentou nas últimas décadas. Antigamente, acometia mais idosos. Entretanto, a mudança no estilo de vida das pessoas tem colaborado para que as doenças aconteçam cada vez mais cedo", adverte.

Leonardo de Deus explica que há dois tipos de acidente vascular cerebral: o isquêmico, quando uma artéria é obstruída e alguma região cerebral deixa de receber sangue; e o hemorrágico, pelo sangramento em determinada parte do órgão em virtude do rompimento de algum vaso. Em ambos, ocorre a perda das funções dos neurônios na parte atingida. O especialista destaca que as pessoas devem ficar atentas a sinais. "Nosso corpo sempre ‘avisa’ que não está bem. No caso do AVC, alguns sintomas são: dificuldade para andar e falar; dor de cabeça; dormência ou paralisia no rosto, braço ou perna; alteração na visão; sonolência; e vômitos", ressalta.

 


Vera Cruz Hospital

Voz rouca e pigarros em idosos podem indicar problemas de saúde

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Sintomas podem estar relacionados a doenças graves, como câncer, alerta especialista do Hospital Paulista


A qualidade da voz pode afetar, e muito, a forma como os idosos vivem. Sendo a principal responsável pela comunicação oral, ela é fundamental para as interações sociais, conexões com a família, atividades de lazer que utilizam a voz e, principalmente, para expressar desejos, necessidades e sentimentos.

O Hospital Paulista de Otorrinolaringologia chama a atenção para os sintomas que podem servir de alerta para o mau-funcionamento vocal ​​e tendem a ser confundidos com manias de uma idade avançada.

Conforme o Dr. Rui Imamura, otorrinolaringologista que atende no Centro Especializado em Laringe e Voz do Hospital Paulista, a voz sofre, de fato, algumas alterações com o passar dos anos, mas é necessário estar atento a possíveis sinais de um problema mais grave.

Rouquidão progressiva, pigarros constantes e diminuição da potência vocal podem identificar doenças e lesões, como pólipos, edema de Reinke, atrofias das cordas vocais e até câncer na laringe.

De acordo com o médico, estudos sugerem que, após os 60 anos, cerca de 50% dos distúrbios vocais no idoso podem representar doenças que, quando não são diagnosticadas, tendem a evoluir, podendo prejudicar a saúde do idoso por obstrução respiratória progressiva, aspiração e pneumonias e tumores malignos.

"Além disso, por conta das situações envolvendo a falta de comunicação, o mau-funcionamento vocal pode levar à diminuição da autoestima, isolamento social, ansiedade e depressão", destaca.

O especialista explica que, apesar dos efeitos negativos que os distúrbios vocais causam à população geriátrica, eles são frequentemente negligenciados e não relatados pelo próprio idoso. Dessa forma, cabe aos familiares e cuidadores detectarem as alterações e orientarem a busca por um diagnóstico e tratamento adequados.


Sintomas

Os principais sintomas dos distúrbios da voz no idoso manifestam-se em forma de rouquidão, fadiga ao falar, diminuição da potência vocal, dificuldade no canto, aumento de secreção nas vias respiratórias, tosses e pigarros.

"A voz frequentemente baixa, como se estivesse sempre dando algum conselho de sabedoria, ou aquele pigarro excessivo do idoso que, de tão repetitivo, mais parece um TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), não são manias da idade, mas sim sinais de que algo não está bem com a saúde vocal", alerta o especialista.

O pigarro crônico pode estar associado tanto a problemas simples, como refluxos, como a mais graves, como câncer. "O sintoma deve ser investigado, principalmente se associado à rouquidão, dores ao engolir ou falta de ar."


Prevenção

Ter uma voz saudável está diretamente ligada ao bom desempenho do organismo como um todo. Por isso, Dr. Rui explica que hábitos como manter o corpo hidratado e dormir bem, mantendo uma noite de sono reparadora, ajudam a conservar uma boa saúde da voz.

Os cuidados com a alimentação também são essenciais. "Pacientes que sofrem de refluxo comumente apresentam rouquidão. Manter uma dieta saudável pode ajudar neste controle", ressalta.

Segundo o especialista, o uso de agentes nocivos como o cigarro e o álcool devem ser evitados pois podem causar ​​problemas sérios à voz, bem como ao restante do organismo. Ambos são os principais fatores de risco para o câncer de laringe, que tende a ocorrer a partir dos 60 anos de idade.


Tratamentos

O tratamento dos problemas vocais pode envolver uso de medicações, fonoterapias ou até mesmo cirurgia das cordas vocais. Segundo o médico, por meio do diagnóstico e tratamento adequados, pelo menos 2 entre 3 pessoas acometidas por alguma doença podem ter melhora da voz.

"Os distúrbios vocais nos idosos não devem ser menosprezados jamais. Pelo contrário, eles sempre precisam ser investigados. Quando notamos a diminuição da visão, procuramos um oftalmologista. Com a voz deve ser feito o mesmo. À medida que um sintoma se torna frequente, é necessário buscar um otorrinolaringologista", finaliza o especialista.

 

Hospital Paulista de Otorrinolaringologia


Uma data para ressaltar o combate ao preconceito contra pessoas com nanismo

Especialista destaca a importância do diagnóstico e os avanços nos tratamentos

 

Em 2017, foi estabelecido o dia 25 de outubro como “Dia Nacional de Combate ao Preconceito contra Pessoas com Nanismo”. De acordo com dados divulgados pelo IBGE, existem cerca de 20 mil pessoas que vivem com o nanismo no Brasil. No mundo, são 250 mil pessoas. Para o médico geneticista e membro da Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica (SBGM), Wagner Baratella, o Nanismo é um conceito associado à estatura do indivíduo e não existe um limite que o define, por isso são utilizadas as curvas de crescimento populacionais para tentar categorizar a estatura de uma pessoa e seu crescimento. Se estiver abaixo do nível mínimo da curva para uma determinada população, então é considerado nanismo.

Baratella destaca que o nanismo não tem associação com uma doença específica e existem diferentes causas. Algumas delas são hormonais e podem interferir no crescimento de um indivíduo, assim como doenças crônicas, renais e displasias esqueléticas. Em casos de nanismos desproporcionados, quando os membros são mais curtos que o tronco, por exemplo, geralmente está ligado às displasias esqueléticas, ou seja, quando ocorre algum erro na programação genética.

“Sabemos que a medicina fetal evoluiu muito com diagnóstico pré-natal e, durante a gestação, já é possível detectar alterações de desenvolvimento do feto, como na caixa torácica, qualidade óssea ou no tamanho do fêmur. É importante acompanhar o desenvolvimento no período pós-natal também”, afirma.

Diante da suspeita que a criança tenha algum problema de crescimento, o especialista orienta atenção com relação a desproporção do corpo, como características na face e no crânio. Se os sintomas não estiverem muito evidentes, segundo ele, é necessário fazer uma radiografia e avaliar se a ossificação está compatível com a idade e com o canal de desenvolvimento familiar.

“Existem porções dos ossos que são mais acometidos nestas doenças. Por exemplo, em ossos longos, que no caso das crianças ainda não se fundiram, é importante observar as extremidades, se estão menores, alteradas ou irregulares, além do eixo e formação do osso. A coluna vertebral e a pelve também são bastante informativas”, pontua.

Por vezes, é possível chegar ao diagnóstico somente com a radiografia e a avaliação clínica da criança. Mas existem condições, afirma Baratella, em um grupo de quase 500 doenças ósseas genéticas que levam ao nanismo, e essas são situações que necessitam de testes moleculares para identificar. Para ele, é fundamental saber o diagnóstico e entender como é cada alteração.

“O diagnóstico abre uma série de portas para conhecer os riscos e as possibilidades de tratamentos. Não temos como corrigir a parte genética, mas já existe uma nova medicação para acondroplasia que atua durante o período de crescimento e que está em fase de pesquisas e retira o freio do crescimento. Estudos clínicos em pacientes, demonstraram que as crianças tratadas voltaram a crescer com uma velocidade próxima ao normal. Além disso, aparentemente, temos a segurança de que há poucos efeitos colaterais”, explica.

 


Fernanda Calegaro


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