Pesquisar no Blog

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Estudo pode ajudar a entender por que a obesidade aumenta o risco de complicações cardiovasculares na COVID-19


Pesquisadores da UFSCar e da Unesp avaliaram em 109 voluntários hospitalizados os determinantes da disfunção endotelial – condição em que os vasos sanguíneos perdem a capacidade de se contrair e relaxar adequadamente, aumentando o risco de eventos como infarto, trombose e acidente vascular cerebral (foto: acervo dos pesquisadores)

 

Em pacientes com COVID-19, a obesidade é o fator que mais se associa ao desenvolvimento de disfunção endotelial – condição em que os vasos sanguíneos perdem a capacidade de se contrair e relaxar adequadamente, aumentando o risco de eventos como infarto, trombose e acidente vascular cerebral (AVC).

A constatação foi feita por um grupo de pesquisadores apoiado (17/25648-4 e 15/26501-1) pela FAPESP com base em dados de 109 pacientes internados com quadros moderados da doença. Os resultados foram divulgados na revista Obesity

“Fizemos a caracterização geral desses pacientes e tentamos identificar quais fatores poderiam modular ou acentuar o dano endotelial. Os resultados indicam que o item mais preponderante foi o IMC [índice de massa corporal]. Em segundo lugar, com bem menos relevância, encontramos o nível de creatinina no sangue, que é um marcador relacionado à função renal”, conta Alessandro Domingues Heubel, doutorando no Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e primeiro autor do artigo.

Heubel explica que o IMC é uma das principais ferramentas usadas por profissionais de saúde para mensurar o grau de sobrepeso e obesidade. O índice é calculado dividindo-se o peso (em quilos) pela altura (em metros) ao quadrado. Indivíduos com resultado igual ou superior a 30 kg/m2 são considerados obesos.

Foram incluídos na pesquisa pacientes de ambos os sexos, com idade média de 51 anos, internados no Hospital Estadual de Bauru e na Santa Casa de São Carlos. A obesidade foi a comorbidade mais prevalente (62%) nessa população, seguida por hipertensão (47%) e diabetes (17%).

Amostras de sangue foram coletadas logo após a admissão hospitalar e a função endotelial foi avaliada 72 horas depois, por meio de um parâmetro conhecido como dilatação mediada pelo fluxo (FMD, na sigla em inglês). O método não invasivo consiste em medir o diâmetro da artéria braquial (no braço), por meio de um exame de ultrassom vascular, antes e depois de uma manobra que obstrui o fluxo sanguíneo do antebraço durante alguns minutos.

“Imediatamente após a desobstrução, há um aumento do fluxo de sangue na artéria e isso constitui um estímulo mecânico para as células endoteliais [que formam o revestimento interno dos vasos sanguíneos] produzirem óxido nítrico, uma substância vasodilatadora. Quanto mais a artéria se dilata, melhor a função endotelial. E vimos que os pacientes obesos, no período de infecção ativa pela COVID-19, tinham dilatação mediada pelo fluxo muito pequena”, conta o doutorando.

Além da FMD e do IMC, foi mensurada a força de preensão manual (medida com um dinamômetro e aplicada para avaliar a capacidade física) e analisados os níveis sanguíneos de hemoglobina, leucócitos, linfócitos, plaquetas, proteína C-reativa (marcador de inflamação), ferritina, D-dímero (marcador de trombose) e creatinina. Considerou-se ainda, na análise, a idade, a presença de comorbidades, a prática de atividade física, tabagismo e medicamentos usados. No momento em que foram avaliados, nenhum participante estava internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas 72% faziam uso de suplementação de oxigênio.

Para encontrar os determinantes da disfunção endotelial na amostra avaliada, foi feita uma análise de regressão univariada (técnica estatística que permite considerar cada fator de risco isoladamente) e também uma análise de regressão múltipla (que analisa os fatores em conjunto). Somente o IMC elevado e o nível de creatinina tiveram relação direta com a redução da FMD.

Segundo a professora da UFSCar Renata Gonçalves Mendes, orientadora de Heubel, cada unidade a mais no IMC representou uma redução de 0,19% da FMD.

“Quando dois pacientes com COVID-19 são comparados, um com peso normal [IMC de 20 kg/m2] e o outro com obesidade [IMC de 30 kg/m2], este último tende a ter um valor de FMD 1,9% menor. Com base em conhecimento prévio, isso sugere um risco cardiovascular aumentado em aproximadamente 17%", afirmam os pesquisadores no artigo

“Na prática clínica, vemos que os obesos têm mais eventos cardiovasculares durante a internação. Nosso estudo pode ajudar a entender um dos mecanismos pelos quais isso acontece e por que a obesidade aumenta o risco de agravamento da COVID-19”, diz Mendes à Agência FAPESP.


Evidências anteriores

Desde o início da pandemia causada pelo SARS-CoV-2, diversos estudos aventaram a hipótese de que o vírus poderia infectar e lesionar diretamente as células endoteliais, o que foi comprovado em análises feitas com amostras de autópsias feitas em pacientes que morreram de COVID-19.

Especula-se ainda que a lesão do endotélio pelo vírus esteja associada a distúrbios de coagulação sanguínea (formação de microtrombos) e ao desenvolvimento de disfunção endotelial intensa e sistêmica, dois fatores que levariam ao agravamento do quadro.

“Ainda não sabemos ao certo em que medida a disfunção endotelial é decorrente da lesão direta causada pelo vírus ou uma consequência da tempestade de citocinas [liberação de moléculas inflamatórias pelo sistema imune] típica da COVID-19”, pondera Heubel.

Estudos anteriores já haviam demonstrado que a obesidade eleva o risco de agravamento da COVID-19 independentemente da idade, do sexo, da etnia e da existência de comorbidades como diabetes, hipertensão, doença cardíaca ou pulmonar (leia mais em: agencia.fapesp.br/34049/). Entre os motivos estão as alterações mecânicas no sistema respiratório causadas pelo aumento do conteúdo abdominal, que comprime o diafragma e o pulmão. Além disso, os obesos frequentemente apresentam disfunções no sistema imune.

Há evidências de que o SARS-CoV-2 é capaz de infectar as células do tecido adiposo, que acabam servindo de reservatório para o patógeno. Isso contribui para que, de modo geral, a carga viral do obeso seja mais alta que a de indivíduos sem sobrepeso (leia mais em: agencia.fapesp.br/33612/).

“Uma possível explicação para nossos achados é que a maior carga viral dos obesos aumenta o risco de infecção direta das células endoteliais. Também é possível que a inflamação, que costuma ser mais exacerbada em indivíduos acima do peso, tenha influência no processo. Mas por limitações associadas ao desenho do estudo não foi possível observar uma correlação direta entre os marcadores inflamatórios e a FMD”, conta o doutorando.

Para os pesquisadores, os profissionais de saúde devem ficar mais atentos a complicações vasculares ao tratar de pacientes obesos com COVID-19. “Por serem mais suscetíveis a eventos cardiovasculares, precisam ser mais assistidos. E temos várias estratégias para evitar que as complicações se desenvolvam”, diz Heubel.

Mendes considera que os achados abrem caminho para a busca de novas abordagens terapêuticas focadas no endotélio. “Seria interessante buscar um composto capaz de barrar o processo que leva à disfunção endotelial, visto que é um fator que eleva o risco de complicações graves.”

Emmanuel Gomes Ciolac, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Bauru e coautor do artigo, conta que muitos participantes do estudo evoluíram para casos críticos durante a internação e precisaram ser internados em UTI.

“Este é um projeto grande, no qual os pacientes estão sendo avaliados em três etapas: hospitalar, entre 30 e 45 dias após a alta e, novamente, quatro meses após a alta hospitalar. Mais resultados devem ser divulgados em breve”, conta.

Para Ciolac, os dados obtidos até o momento reforçam a necessidade de a sociedade olhar para a obesidade como problema sério. “São urgentes estratégias de saúde pública amplas e eficientes para o combate a essa doença, que está associada à maior gravidade da COVID-19 e de inúmeras outras enfermidades.”

O artigo Determinants of endothelial dysfunction in non-critically ill hospitalized COVID-19 patients: a cross-sectional study pode ser lido em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/oby.23311.

 

 

Karina Toledo

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/estudo-pode-ajudar-a-entender-por-que-a-obesidade-aumenta-o-risco-de-complicacoes-cardiovasculares-na-covid-19/37126/

 

Caminhão com boneca de pano gigante chama atenção para doença rara


Entre os dias 22 e 24 de outubro, o truck de AADC estará instalado em shoppings da cidade de São Paulo (confira abaixo a programação). A ação faz parte da campanha "Dia da Deficiência de AADC: Conhecimento é nosso beabá", iniciativa do Instituto Amor e Carinho, organização responsável por acolher e orientar os pacientes portadores da condição e suas famílias.

O espaço contará com a instalação de uma boneca de pano gigante e totens interativos, que trarão informações sobre a doença de Deficiência de Descarboxilase de L-Aminoácidos Aromáticos (AADCd). O objetivo é chamar atenção dos visitantes e disseminar conhecimento sobre a condição, de forma a incentivar o diagnóstico precoce.

A doença, que foi descoberta apenas nos anos 1990, é genética, extremamente rara, e apresenta sintomas desde os primeiros meses de vida, como fraqueza muscular, atraso no desenvolvimento e transtornos dos movimentos. Por ser pouco conhecida, ela pode ser facilmente confundida com outras enfermidades mais comuns como a paralisia cerebral, epilepsia ou autismo, o que culmina em um tempo grande, em média de 3 anos, para o diagnóstico correto.

Além de conhecer mais sobre a deficiência de AADCd, quem passar pelo truck poderá tirar fotos com a boneca de pano gigante para compartilhar no Instagram, marcando o perfil @oqueeAADC. Os primeiros 300 participantes terão as fotos repostadas e receberão uma boneca de pano em tamanho normal de brinde.

Saiba mais em: https://oqueeaadc.com.br/

 

Serviço - AADC Truck - Campanha "Dia da Deficiência de AADC: Conhecimento é nosso beabá"

• Dia 22/10, das 10h às 22h: Mooca Plaza Shopping - R. Cap. Pacheco e Chaves, 313 - Vila Prudente - São Paulo - SP
• Dia 23/10, das 10h às 22h: Shopping Metrô Tatuapé - Rua Domingos Agostim, 91 - Cidade Mãe do Céu - São Paulo - SP
• Dia 24/10, das 07h às 19h: Parque Burle Marx - Av. Dona Helena Pereira de Moraes, 200 - Vila Andrade - São Paulo - SP


Catedral da Sé volta a receber concertos

Agenda de apresentações gratuitas recomeça neste sábado com transmissão on-line ao vivo; veja a programação

 

Após 17 meses de paralisação por conta da pandemia, a Catedral da Sé volta a receber as atrações da Série Concertos Cripta – concebida como parte das comemorações dos 100 anos da Cripta da Catedral da Sé. O evento, patrocinado pela Tecnobank por meio da Lei de Incentivo à Cultura, já recebeu 30 apresentações e anuncia a retomada da programação neste sábado, dia 23 de outubro.

Seis novas atrações já estão confirmadas para os próximos sábados, sempre às 16 horas. As apresentações na Cripta terão 50% do público – com 35 lugares distribuídos gratuitamente uma hora antes dos espetáculos, por ordem de chegada. "O projeto é ampliado para o público do mundo todo, com transmissão simultânea nos canais do projeto na internet", afirma o diretor de Comunicação e Marketing da Tecnobank, Cristiano Caporici. Os interessados podem assistir a todos os concertos do conforto de sua casa no link www.concertoscripta.com.br.

Nomes já consagrados fazem parte da programação, ao lado de jovens talentos da música. Como primeira atração da retomada, neste sábado, 23, o madrigal Le Nuove Musiche apresenta um repertório exclusivamente composto por peças de Bach. “Será um concerto marcante não apenas pelo talento dos integrantes do conjunto, como também pelo conteúdo das obras que, ao tratar do tema redenção na obra de Bach, dialogam com o momento que estamos vivendo ao poder retomar, com todas as precauções, às atividades de nossas vidas, incluindo a possibilidade de assistir uma apresentação musical pessoalmente”, afirma Camilo Cassoli, diretor responsável pela Série Concertos Cripta. 

No sábado seguinte, dia 30 de outubro, é a vez do quarteto de violões Coletivo Contratempo se apresentar na Cripta. O grupo leva ao público clássicos do instrumento, com obras de mestres como João Pernambuco. “No recorte para esses seis novos concertos, buscamos manter uma variedade de estilos, gêneros e idades dos intérpretes”, destaca o diretor.

No dia 6 de novembro, se apresentam grupos oriundos do Núcleo de Desenvolvimento de Carreira da EMESP (Escola Municipal de Música). Composto por duas sopranos (Line Souza e Joyce Bastos) e um cravista (Bruno Tadeu), o Trio Allium executa obras de Monteverdi, Purcell, Handel e outros do período Barroco. Na sequência, o Trio Lazúli, formado por Giulia Moura (soprano), Luiza Girnos (mezzo-soprano) e Emily Alberto (pianista) apresenta peças de Offenbach, Massenet, Brahms e outros.

O Quarteto Ziggy se apresenta no sábado seguinte, dia 13 de novembro. O grupo é composto por Lucas Alvares (viola), Ana Carolina Rebouças (violino), Breno Barone (violoncelo) e Lucas Martins (flauta), que atualmente cursa o Mestrado em Performance na Universidade de Artes de Zurique (Suíça), com os professores Philippe Racine e Haika Lübcke, a partir de bolsa do Cultura Artística. No repertório, obras de Debussy, Mozart e Dvořák. 

No dia 20 de novembro é a vez da São Paulo Schola Cantorum se apresentar na Série, que se encerra no dia 27, com a apresentação do Duo Siqueira Lima. Ganhador do Prêmio Profissionais da Música 2015 no Brasil e do International Press Award 2014 nos Estados Unidos, o duo de violões é um dos grupos de música de câmara de maior prestígio da atualidade. 


Boletim Covid-19: ocupação geral de leitos para atendimento à doença segue em queda

Edição de outubro mostra também que houve crescimento de beneficiários e redução de reclamações relacionadas à Covid-19 no período


Está disponível no portal da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) a edição de outubro do Boletim Covid-19, que traz dados sobre o comportamento do setor de planos de saúde durante a pandemia de Covid-19. 

Neste número, a publicação chama a atenção para a continuidade do crescimento de beneficiários em todas as modalidades de contratação do plano, evidenciando o interesse dos brasileiros no acesso à saúde suplementar. Os indicadores assistenciais mostram a contínua queda nos leitos alocados para atendimento à Covid-19, desde abril de 2021. Dentre as informações econômico-financeiras, são informadas a sinistralidade no período e inadimplência, cujas taxas se mantiveram estáveis. Quanto às demandas dos consumidores, destaca-se queda no registro de reclamações relacionadas à Covid-19. 

A edição de outubro traz ainda uma prévia do número de beneficiários em planos de assistência médica relativa a setembro e demandas dos consumidores recepcionadas pela ANS através de seus canais de atendimento.  

O objetivo da publicação é monitorar a evolução de indicadores relevantes do setor de planos de saúde nesse período, subsidiando análise qualificada da agência reguladora e prestando mais informações à sociedade. 

Clique aqui para acessar a edição de outubro do Boletim Covid-19 – Saúde Suplementar.

 

Evolução de beneficiários  

O número preliminar de beneficiários em planos de assistência médica relativo segue a tendência de crescimento observada desde julho de 2020. Em setembro, foram registrados 48.566.216 beneficiários em planos de assistência médica, aumento de 0,39% em relação a agosto. A taxa de adesão (entradas) no total, considerando todos os tipos de contratações, é superior à taxa de cancelamento (saídas) nos planos médicos hospitalares. O tipo de contratação responsável por esta superioridade é o coletivo empresarial que se mantém, desde julho de 2020, com mais entradas do que saídas de beneficiários. 

Considerando o tipo de contratação do plano e a faixa etária do beneficiário, observa-se que a variação foi positiva para os beneficiários acima de 59 anos em todos os tipos de contratação ao longo dos meses de março de 2020 até setembro deste ano.

 

Informações assistenciais 

A proporção de leitos alocados para atendimento à Covid-19 nos hospitais da amostra de operadoras segue a tendência de queda que vem se observando desde abril de 2021, atingindo patamar inferior ao observado em outubro de 2020, quando teve início a segunda onda. 

A taxa mensal geral de ocupação de leitos, que engloba tanto atendimento à Covid-19 como demais procedimentos, se manteve em 71% em setembro, abaixo do patamar observado em setembro de 2019 (pré-pandemia). A ocupação de leitos comuns e de UTI para casos de Covid-19 apresentou queda significativa em setembro, enquanto a ocupação de leitos para demais procedimentos manteve estabilidade.  

A busca por exames e terapias ficou 10,6% acima do observado para o mesmo mês em 2019. A retomada da realização de exames e terapias eletivas é compreensível, diante da postergação desses atendimentos em 2020, bem como desejada, para que haja a continuidade do cuidado, detecção e tratamento precoces de doenças para o adequado acompanhamento de pacientes crônicos.

 

Exames 

Dos dados sobre realização de exames de detecção de Covid-19, extraídos da base do Padrão TISS (Troca de Informação de Saúde Suplementar), destaca-se que, o número de exames RT-PCR realizados em junho/2021 sofreu uma redução de 12,1 % em relação ao mês anterior, retornando ao patamar de novembro/2020. No caso dos exames de pesquisa de anticorpos, a queda foi ainda maior, com redução de 25,8% entre maio e junho de 2021.

 

Informações econômico-financeiras  

O índice de sinistralidade trimestral apresentou leve aumento na comparação com o mesmo trimestre de ano pré-pandemia (3º trimestre de 2019) (82% x 83%). Porém, a prévia da taxa de sinistralidade de caixa anual em 2021 foi de 78,6%, ainda 2 p.p. inferior ao índice de 2019. A ANS permanecerá monitoramento a evolução desses dados no setor. 

Em setembro de 2021, tanto os dados de inadimplência de planos com preço preestabelecido, como os para planos individuais/familiares e para coletivos, permanecem próximos dos seus patamares históricos.

 

Demandas dos consumidores 

Os dados de setembro de 2021 mostram uma redução de, aproximadamente, 3,2% no total de reclamações registradas nos canais de atendimento da ANS em relação ao mês anterior. Quanto às demandas relacionadas à Covid-19, a redução foi ainda maior. Em setembro de 2021, a Agência registrou o menor número de reclamações sobre o tema desde março de 2020. Do total de reclamações relacionadas ao coronavírus, 44% dizem respeito a dificuldades relativas à realização de exames e tratamento para a doença. 

No portal da reguladora, é possível acessar o monitoramento diário das demandas sobre Covid-19.

 Consulte o monitoramento diário das demandas sobre Covid-19.

 

Sobre os dados  

Para a análise dos indicadores assistenciais, a ANS considerou informações coletadas junto a uma amostra de 49 operadoras que possuem rede própria hospitalar. Para os índices econômico-financeiros, foram analisados dados de 105 operadoras para o estudo de fluxo de caixa e análise de inadimplência. Juntas, as operadoras respondentes para esses grupos de informação compreendem 74% dos beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares. Adicionalmente, na construção do boletim, foram utilizados dados do Documento de Informações Periódicas (DIOPS), do Sistema de Informações de Fiscalização (SIF) e o Sistema de Informação de Beneficiários (SIB). 

Confira as outras edições do Boletim Covid-19

 

Clientes analógicos no mundo digital: como ser inclusivo e atender a todos?


A transformação digital é uma tendência que, definitivamente, veio para ficar e revolucionar o mercado. Impulsionada durante a pandemia, cada vez mais consumidores se sentem à vontade para fazer praticamente tudo online. Mesmo diante de tamanha preferência, ainda temos uma parcela de clientes que preferem o analógico em sua jornada de compra. Ser inclusivo a todos esses públicos e garantir um atendimento de qualidade é um dos principais desafios do mundo corporativo e, uma importante necessidade para que consigam crescer e se destacar frente à ampla concorrência.

 

Não há dúvidas que a inovação possibilitou o desenvolvimento de inúmeras ferramentas e canais que auxiliam, otimizam e aproximam o relacionamento e atendimento das empresas. Seja pelo WhatsApp, RCS (Rich Communication Service) ou uso de chatbots, a Inteligência Artificial aplicada neste objetivo proporciona uma experiência muito mais rica ao usuário, por meio de features que permitem um maior entendimento sobre o perfil do consumidor, suas preferências e o que estão buscando.

 

Ainda assim, por mais benefícios que ofereça, o atendimento físico traz pontos únicos que atraem a atenção de muitos. Apenas nele, os clientes conseguem testar os produtos desejados – seja experimentando uma roupa para ver como se encaixa, ou testando o funcionamento de um objeto, por exemplo. A experiência ao vivo ainda é muito valorizada para muitas pessoas como forma de terem maior segurança em sua aquisição, o que faz com que muito não abram mão para uma jornada 100% online.

 

Diante de uma parcela da população que ainda prefere o analógico ao digital, o desafio das empresas é garantir que todos recebam um atendimento de qualidade e, acima de tudo, particularizado de acordo com seu perfil e preferências. Inclusive, essa é a expectativa de 62% dos clientes, que esperam ofertas personalizadas com base em seu histórico de compras, segundo dados divulgados pela Salesforce.

 

É claro que a tecnologia pode – e deve – ser usada a favor da empresa, tanto para identificar o perfil de seus consumidores, em quais canais estão e, as melhores ferramentas para atendê-los de maneira individualizada. Mas, também é importante não abrir mão de um profissional por trás deste processo. Afinal, muitas vezes os robôs podem não sanar as dúvidas de um cliente, o que demandará uma pessoa para auxiliá-lo.

 

Um ótimo exemplo dessa importância está em outro estudo conduzido pela PhoneTrack, o qual identificou que 60% das pessoas preferem contatar uma empresa por telefone após realizarem pesquisas online. A chave para o sucesso está na diversidade de opções de atendimento, com possibilidades acessíveis para os mais diversos perfis e gostos.

 

Os avanços tecnológicos vieram para mudar o passado e quebrar paradigmas, mas isso não significa que precisam romper ou matar outras práticas. As empresas devem misturar e coexistir o físico com o digital, se adaptando às novas tendências sem que deixe de oferecer meios mais tradicionais de comunicação e atendimento para aqueles que ainda os preferirem. São os consumidores que irão ditar os canais a serem utilizados pelas empresas, não o contrário. Por isso, todas devem entender seus perfis para, a partir disso, identificar como oferecer um atendimento personalizado, de acordo com as individualidades e peculiaridades de cada um.

 

 


Bernardo Borzone - diretor de receitas responsável pelas áreas de Customer Success, Comercial e Marketing na Pontaltech, empresa especializada em soluções integradas de voz, SMS, e-mail, chatbots e RCS.

https://www.pontaltech.com.br/

 

Estudo do Instituto Semeia traz 12 propostas para desenvolver o potencial do turismo em parques naturais brasileiros

Com alavancas para o desenvolvimento do setor, impacto poderia representar até R$ 44 bilhões no PIB nacional e gerar quase 1 milhão de empregos 


 

O Instituto Semeia, organização sem fins lucrativos que fomenta parcerias para que brasileiras e brasileiros tenham acesso a parques melhores, lança na quinta-feira, dia 21 de outubro, o estudo “Parques como vetores de desenvolvimento para o Brasil: Ecoturismo e potencial econômico do patrimônio natural brasileiro”

 

A pesquisa inédita, realizada a partir de levantamentos e análises feitos em parceria com o Boston Consulting Group (BCG), confirma que, por meio do turismo, os parques naturais do Brasil têm um grande potencial ainda subaproveitado e podem gerar impactos consideráveis para a economia e o desenvolvimento do país. Com base em dados de visitação dos parques brasileiros e de experiências de sucesso em outros países, o estudo projeta que nossos parques poderiam passar a receber até 56 milhões de visitantes por ano, número quatro vezes maior que o total de 2019. 

 

Para melhor entender os caminhos para transformar esse potencial em realidade, os principais desafios do setor foram mapeados e, então, sistematizou-se 12 alavancas para um melhor desenvolvimento do turismo de natureza no país. Articulação de visão comum, governança para implementação da agenda, fontes alternativas de receita, esforços ativos para a promoção dos destinos, certificação de melhores práticas, concessões e parcerias com o setor privado e oferta coordenada de recursos são algumas delas. Em comum, todas têm a necessidade de maior integração de políticas públicas orientadas à agenda. 

 

“O objetivo do estudo é quantificar o reconhecido potencial do turismo de natureza no Brasil e apresentar um norte para articulações de políticas e soluções estruturantes que, necessariamente, envolvem toda uma cadeia relacionada ao turismo nos parques”, afirma o diretor-presidente do Instituto Semeia, Fernando Pieroni. “Para alcançar o sucesso, é necessário engajar os diversos atores, de forma transversal a muitos setores como turismo, cultura e meio ambiente”, complementa. 

 

O potencial turístico dos recursos naturais brasileiros é internacionalmente reconhecido, mas sua contribuição para a economia ainda é pequena. Enquanto o Brasil ocupa a 2ª posição no mundo no Índice de Competitividade Turística – publicado pelo Fórum Econômico Mundial em 2019 –, no que diz respeito a seu patrimônio natural, a participação do turismo de natureza em parques no PIB nacional é de cerca de 0,13% – entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões –, e corresponde a 209 mil empregos gerados, aproximadamente. 

 

O crescimento da taxa de visitação leva a uma ampliação nos gastos totais dos turistas na região dos parques, uma vez que se aumenta também a demanda por alimentação, hospedagem, passeios guiados e outros serviços turísticos. Os resultados podem representar 978 mil postos de trabalho vinculados à visitação de parques naturais e seus entornos, com um impacto total no Produto Interno Bruto do País é estimado em R$ 44 bilhões – ou 0,61% do PIB, em valores de 2019, – multiplicando em mais de quatro vezes a participação dos parques na economia. 

 

“Essa taxa deve ser alcançada de forma sustentável e gradual, visando a conservação do meio ambiente. O aumento da visitação só faz sentido se acontecer de maneira ordenada, gerando benefícios às áreas e às populações locais”, ressalta o coordenador de projetos do Instituto Semeia, Rodrigo Góes. 

 

Desafios para o turismo de natureza 

O estudo identificou quais são os principais gargalos que impedem os parques brasileiros de concretizar esse potencial do turismo de natureza, divididos em dois níveis: em escalas nacional e regional

 

Os entraves nacionais incluem a visão desalinhada sobre a agenda de transformação dos parques naturais em âncoras de turismo; iniciativas desarticuladas e, em alguns casos, conflitantes, como as diferentes priorizações de parques e destinos; restrições orçamentárias; e o baixo reconhecimento dos parques brasileiros pelos públicos nacionais e internacionais. 

 

Já os entraves regionais abrangem a dificuldade de acesso aos destinos; infraestrutura de visitação inadequada; oferta limitada de atrativos e serviços; e instrumentos de gestão e fiscalização sub-ótimos, como a defasagem dos planos de manejo dos parques, a falta de incentivos para aumentar a visitação e dificuldades para desenvolver e fiscalizar parcerias. 

 

Alavancas 

A partir dos entraves identificados e com base em uma análise de benchmark com parques naturais do exterior, foram mapeadas 12 alavancas, ou seja, possíveis soluções a serem acionadas para superar um ou mais desses desafios. 

 

Para os entraves nacionais, o estudo propõe uma articulação de visão comum entre o setor público, bem como uma implementação efetiva de ações essenciais alinhadas à visão para o ecoturismo; fontes alternativas de receita, como a negociação de créditos de carbono para restaurar áreas degradadas; a criação de uma marca nacional para o turismo que ressalte os atributos naturais e culturais do país; esforços ativos para a promoção do ecoturismo; e a adoção de certificações de melhores práticas socioambientais e de segurança em toda a cadeia associada ao turismo de natureza. 

 

Com um olhar para os desafios regionais, as alavancas propostas são: a estruturação de parcerias em parques que apoiem o desenvolvimento do destino; oferta coordenada de recursos financeiros para o desenvolvimento regional; estímulo para atividades de turismo de natureza em áreas privadas próximas aos parques; capacitações para empreendedores e trabalhadores das comunidades locais; e o fortalecimento dos órgãos ambientais, seja para a fiscalização e gestão de contratos, seja com incentivos para a expansão sustentável da visitação.

 

Sobre o Instituto Semeia 

Criado em 2011, o Instituto Semeia é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos. Com sede em São Paulo (SP), trabalha para transformar áreas protegidas em motivo de orgulho para brasileiras e brasileiros. Atua nacionalmente no desenvolvimento de modelos de gestão e projetos que unam governos, sociedade civil e iniciativa privada na conservação ambiental, histórica e arquitetônica de parques públicos e na sua transformação em espaços produtivos, geradores de emprego, renda, e oportunidades para as comunidades do entorno, sem perder de vista sua função de provedores de lazer, bem-estar e qualidade de vida. São pilares de sua atuação: a geração e sistematização de conhecimento sobre a gestão de unidades de conservação; o compartilhamento de informações por meio de publicações e eventos; a implementação e o acompanhamento de projetos com governos de todos os níveis, como forma de testar e consolidar modelos eficientes e que possam ser replicados no país. 

 

Dez livros para se aprofundar sobre compliance

Especialistas trazem indicações de livros para quem deseja saber mais sobre compliance e seu impacto nas empresas


O compliance está cada vez mais presente no dia a dia das empresas. O termo se fortaleceu após a promulgação da lei em 2013 e ficou conhecida como Lei Anticorrupção. Mas, na teoria, o que realmente é o compliance? “Estar em conformidade com as leis, com os padrões éticos, regulamentos internos e externos, são algumas das definições que podemos utilizar para definir o compliance”, explica a analista de compliance da Tecnobank, Thais Takagi.

O compliance remonta à virada do século XX, junto com a criação do Banco Central dos Estados Unidos, visando ser um ambiente mais seguro e estável. Contudo, segundo Thais, no Brasil o tema ganhou força somente em 2014, com a entrada em vigor da lei anticorrupção, quase 40 anos após o combate a corrupção dos EUA ter iniciado. “É uma vitória o Brasil estar em patamares tão avançados em compliance, comparado com muitos países dito de primeiro mundo. Essa prática vem sendo cada vez mais difundida, pois o mercado não quer mais se relacionar com empresas desatentas ao compliance, afirma Thais. Para ajudar quem tem interesse no tema, e deseja se aprofundar sobre o compliance, especialistas fizeram algumas indicações de livros.

  1. Compliance Programs for the Prevention of Economic Crimes

Livro que Ulrich Sieber e Marc Engelhart publicaram, em 2014, com o apoio do Instituto Max Planck. Editado pela Duncker e Humboldt, de Berlim, trata-se de uma extensa pesquisa empírica com base científica feita com diversas empresas alemãs e seus gestores e colaboradores, para entender, dentre outros fatores, o que leva corporações a adotar programas de compliance para torná-las mais efetivas. Com 333 páginas, é a primeira publicação que não apenas analisa a existência, o conteúdo e a eficácia dos programas de compliance alemães, mas também aborda a eficácia de várias estratégias na prevenção do crime e no incentivo à implementação de programas de compliance. "O trabalho se destaca pela originalidade e traz conclusões importantíssimas, como, por exemplo, que deve ser disciplinado em lei um formato de atuação colaborativa público-privada para otimizar a prevenção de crimes econômicos", analisa o coordenador do Núcleo Criminal na Dotti Advogados, Gustavo Scandelari.

 

  1. A (honesta) verdade sobre a desonestidade

O economista comportamental Dan Ariely explora de que forma o desvio de conduta ocorre nos âmbitos pessoal, profissional e político, e como isso afeta até mesmo aqueles que todos acreditam ter os mais elevados padrões morais. O autor revela que são as forças irracionais, aquelas que não levamos em conta, que frequentemente determinam nosso comportamento – e demonstra que a desonestidade é inerente à condição humana. "O autor trata de modo leve e perspicaz como as pessoas tendem a equilibrar a verdade com a trapaça, a fim de criar uma ilusão de integridade. O livro é uma imersão na honestidade, na ética e na necessidade de termos regras claras acerca do que é fazer a coisa certa", avalia o professor do mestrado em Direito da Universidade Positivo, Fernando Mânica.

 

  1. Manual Prático de Compliance Antissuborno: guia de implementação da ISO 37001

O livro é o primeiro guia prático para auxiliar empresas e órgãos públicos a implementar ou aprimorar seu programa de compliance e integridade, com vistas a obter a Certificação ISO 37001 (Sistema de Gestão Antissuborno). Os autores Daniel Lança (Compliance Officer do Instituto Inhotim) e Rodolfo Viana Pereira (advogado e professor da UFMG), ambos sócios da empresa SG Compliance, abordam, passo a passo, os requisitos da norma ISO 37001, com dicas e observações oriundas de suas experiências pessoais em consultorias para obtenção da certificação. Para Rodolfo Viana, cada vez mais, os órgãos encarregados de aplicar a legislação anticorrupção e as boas práticas de mercado exigem que as organizações adotem programas robustos de compliance e integridade. “Nesse contexto, a obtenção da ISO 37001 torna-se primordial, sobretudo para as empresas que planejam captar investimento, que contratam com o poder público, que estão na cadeia de fornecimento de grandes empresas, que atuam em mercados regulados, que possuem capital aberto ou que pretendem ter relevância para além do âmbito local”, afirma.

 

  1. Fraudes corporativas e programas de compliance

O livro analisa as fraudes corporativas, indagando seus elementos centrais e o tratamento jurídico que recebem no sistema jurídico brasileiro. Além disso, analisa detalhadamente os programas de compliance, um dos mecanismos, por excelência, de prevenção à ocorrência de fraudes no âmbito corporativo, explicando os pilares que constituem o programa de compliance, suas funções e seus objetivos, além da influência exercida por cada elemento que o constitui para a construção de um resultado satisfatório para a organização. Segundo Francisco Monteiro Rocha Jr, professor de Direito da UFPR, o livro explica como ocorrem as fraudes no ambiente corporativo. “Ele mostra quais as motivações dos agentes, como elas são mais comuns do que se pensa, e de que forma os programas de compliance podem combatê-las", comenta.

 

  1. Manual de Compliance – Col. Compliance Mastermind Vol. 1

Esse livro foi elaborado por um grupo formado pelos profissionais mais experientes da área de compliance do mercado, para o qual trazem um olhar amplo a partir de uma abordagem real do funcionamento da área. Disponibilizam ferramentas e compartilham informações de forma simples e acessível para que todos tenham uma visão prática de como implementar um programa de compliance. Segundo a analista de compliance da Tecnobank, Thais Takagi, o livro traz uma estrutura organizada, baseada na metodologia usada nos cursos da LEC - Legal, Ethics & Compliance, uma instituição de ensino que se tornou uma das maiores dedicada à difusão da cultura de compliance no mundo. “Cada um dos nove pilares de compliance são apresentados em artigos específicos com abordagens fáceis. Não se trata de um livro 'de prateleira', mas, de uma obra que permite guiar o leitor na construção de um efetivo programa de compliance”, afirma.

 

  1. Governança, Riscos e Compliance: Mudando a Conduta nos Negócios


O livro analisa as práticas de governança corporativa, gestão de riscos e de compliance, com o objetivo de discutir temas que vieram à tona, como os escândalos de corrupção corporativa. Para o presidente da Comissão de Estudos sobre Compliance e Anticorrupção Empresarial da OAB Paraná, Ubirajara Costódio Filho, a obra é de leitura fundamental para profissionais e estudantes de graduação e pós-graduação das áreas financeira, contábil, fiscal, jurídica e de auditoria. “O livro apresenta metodologias para que o leitor compreenda a conduta corporativa, fundamentada na ética a partir de recursos de gestão de riscos, compliance e controles internos”, recomenda.


 

  1. Compliance: incentivo à adoção de medidas anticorrupção

Como estimular as empresas a colaborarem com o Estado na prevenção da corrupção? Quais os elementos que compõem um programa de compliance e uma política anticorrupção? Essas são algumas das perguntas que a obra procura responder. O livro também é indicação do presidente da Comissão de Estudos sobre Compliance e Anticorrupção Empresarial da OAB Paraná, Ubirajara Costódio Filho. “Essa obra é fruto da tese de doutorado defendida por Carla Veríssimo, Procuradora Regional da República e integrante da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba/PR, no Programa de Pós-Graduação em Direito da Faculdade de Direito da UFRGS, em cotutela com o Programa de Doutorado 'Estado de Derecho y Gobernanza Global' da Universidade de Salamanca, na Espanha”, conta. A tese recebeu o Premio Extraordinario de Doctorado da Universidade de Salamanca e foi indicada pela UFRGS para concorrer ao Prêmio Capes de Tese, na edição 2017.

 

  1. A máfia das próteses: Uma ameaça à saúde

O livro “A máfia das próteses: Uma ameaça à saúde”, escrito por Pedro Ramos, aborda o paradigmático episódio de corrupção no qual um grupo formado por médicos, funcionários de hospitais e representantes de uma empresa foi denunciado, em 2016, por utilizar próteses e órteses vencidas ou de baixa qualidade em cirurgias. Ofereciam propinas a médicos e profissionais da saúde no Brasil para maximizar vendas e lucros, acarretando práticas ultrajantes de operações desnecessárias e superfaturamento de valores cobrados aos planos de saúde para compra de equipamentos destinados às cirurgias, em especialidades como ortopedia, cardiologia, neurologia e odontologia. "Com o objetivo de maximizar lucros decorrentes da venda do material, faziam pagamentos aos médicos que prescreviam as próteses, a título de comissão, bonificação ou consultoria. A vantagem indevida oferecida aos profissionais era proporcional à quantidade mensal de material utilizado, variando de 20% a 40% do valor comercializado", revela o desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, Miguel Kfouri Neto, autor de diversas obras jurídicas sobre Direito Médico. Segundo ele, o esquema de corrupção atuou num mercado que movimenta cerca de R$ 20 bilhões por ano no Brasil. "Diante desse crítico episódio relatado no livro, são trazidas reflexões sobre a importância do papel do compliance no setor da saúde, a fim de criar mecanismos para que as empresas e instituições de saúde não violem regras, leis e valores do mercado no qual operam, bem como protejam e criem um ambiente corporativo mais justo, sustentável e transparente, pautado em valores condizentes ao esperado pela sociedade, que envolva toda a sua cadeia produtiva e rede de parceiros", ressalta.

 

  1. Integridade Governamental e Empresarial


O livro “Integridade Governamental e Empresarial”, de Marcelo Zenkner, é a indicação do procurador da República no Ministério Público Federal, Deltan Dallagnol. A obra traz uma análise de todo o arcabouço normativo afeto ao conceito de corrupção lato sensu, tanto no Brasil como em Portugal, proporcionando uma visão clara e completa dos principais problemas que gravitam em torno do tema, bem como seus efeitos diretos para a Administração Pública, assim como na seara corporativa.



 

  1. Compliance Bancário: Um Manual Descomplicado

Também recomendada pelo procurador da República no Ministério Público Federal, Deltan Dallagnol, a obra do procurador da Fazenda André Almeida Rodrigues Martinez, ex-superintendente de compliance do Banco Itaú e ex-procurador na Advocacia Geral da União (AGU), e do procurador da Lava Jato e especialista em compliance criminal, Carlos Fernando dos Santos Lima está na terceira edição. “O livro é um verdadeiro manual de compliance, focado na área bancária, mas também útil para outros setores, com apontamentos práticos, mas sempre com sólida base nas normas nacionais e internacionais sobre a matéria”, disse o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, no prefácio da obra.



Imagens: Divulgação


Posts mais acessados