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sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Importância da nutrição adequada em idosos para garantir eficácia da vacina da COVID-19

Pessoas com 60 anos ou mais representam mais de 11% da população mundial e estima-se que aumente 22% até 2050. O envelhecimento populacional está associado a um acréscimo de doenças relacionadas à imunosenescência, incluindo maior suscetibilidade a infecções. A imunosenescência refere-se ao declínio do sistema imunológico associado ao envelhecimento. A idade avançada prejudica a imunidade inata e adaptativa, limitando a resposta aos patógenos e às vacinas. Clinicamente, essas limitações aumentam potencialmente a morbidade e a mortalidade neste grupo etário.


Para a nutricionista Adriana Stavro, no momento a preocupação é com a pandemia. Por apresentarem risco aumentado se acometidos pelo vírus, os idosos foram prioridade para imunização. Porém, estudos apontam probabilidade de uma resposta fraca em indivíduos frágeis ou desnutridos, o que reduziria a eficácia das campanhas de vacinação.

A baixa resposta às vacinas, está relacionadas não apenas à fragilidade relacionada a idade, mas também às deficiências de micronutrientes. A subnutrição diminui as defesas imunológicas, tornando o indivíduo mais suscetível adoenças. Uma resposta imune eficaz requer um estado nutricional adequado.

Ao reconhecer isso, Autoridades Europeia para a Segurança dos Alimentos, autorizou alegações de saúde de função nutritiva para vitA (incluindo β- caroteno), B6, B9 (folato), B12, C, Ee D, e os minerais Zinco, Selênio, Ferro e Cobre. Cada um desses micronutrientes, tem papel importante no suporte imunológico e na redução do risco de infecções.

Estudos em idosos, associaram deficiências nos marcadores imunológicos a baixosníveis de vit B6, vit C, Zn e Fe. Um sistema imunológico saudável precisa de vários micronutrientes, incluindo vitamina A, D, C, E, B6, B12, folato, zinco, ferro, cobre e selênio, que desempenham papel vital, muitas vezes sinérgicos em cada estágio da resposta imune.

Essas deficiências imunológicas também têm sido associadas a baixas respostas às vacinas.
• Uma revisão sistemática e meta-análise de nove estudos envolvendo 2.367 indivíduos encontraram taxas de soroproteção mais baixas para o vírus influenza A subtipo H3N2 e para o vírus influenza B naqueles com deficiência de vitamina D.

• Uma relação de causa e efeito entre o estado de micronutrientes e as respostas à vacinação foi demonstrada por meio de ensaios clínicos randomizados em pessoas mais velhas. Por exemplo, idosos entre 65-85 anos que consumiam ≥5 porções de frutas e vegetais por dia em comparação com idosos da mesma faixa etária que consumiam ≤2 porções, a resposta à vacinação pneumocócica no grupo que consumiu a maior quantidade de frutas e vegetais foi melhor.

• Outro estudo com 88 indivíduos com mais de 65 anos, que receberam 60, 200 ou 800 mg de vit E por 235 dias, demonstrou melhora na resposta a algumas vacinas como hepatite B, tétano, difteria e pneumocócica em comparação com o grupo placebo.

• Em uma revisão sistemática de 2020 que incluiu 28 estudos, que avaliou a insuficiência de minerais, incluindo 7203 idosos (≥60) vivendo de forma independente em 13 países ocidentais e 2.036 vivendo em instituições em sete países ocidentais. A deficiência de zinco foi observada em 31% das mulheres da comunidade e 49% dos homens. A ingestão de selênio foi igualmente comprometida com deficiência em 49% das mulheres e 37% dos homens na comunidade e 44% das mulheres e 27% dos homens nas instituições. Além disso, insuficiência de ferro, iodo e cobre foi observado em ambas as populações.

• Específico para o Reino Unido, a Pesquisa Nacional de Dieta e Nutrição de 2019 mostrou piora na ingestão alimentar e escassez crônica de vários dos nutrientes envolvidos no apoio às funções imunológicas. Estes incluíam vit A, B12, C e D e os oligoelementos Zinco, Selênio e Cobre. Essas deficiências de micronutrientes podem limitar a eficácia das vacinas da COVID 19.

Por isso alimentos fontes de vit A(vísceras (principalmente fígado), gemas de ovos, leite e seus derivados e frutas e legumes amarelos e alaranjados como manga, mamão, cajá, caju maduro, goiaba vermelha, abóbora, tomate e cenoura) Vit do complexo B (Leite e derivados, carne, ovos, vegetais folhosos verdes, carne vermelha, peixes, leveduras, cereais integrais, brócolis, cenoura, tomate, soja e castanhas)vit E(semente de girassol, amendoim, amêndoas, nozes, óleos de milho e soja, gérmen de trigo, azeite de oliva, vegetais de folhas verdes, fígado, gema de ovo)VitD (para ser sintetizada, precisa da exposição da pele aos raios ultravioleta do sol.

Óleo de fígado de bacalhau, salmão, atum, arenque, truta e sardinha, gema de ovo e fígado são alimentos fontes) VitC (camu-camu, acerola, laranja, limão, mamão, morango, abacaxi, brócolis, couve e pimentão e os minerais) Zinco (amendoim, amêndoa, camarão, carne vermelha, castanhas, chocolate amargo, feijão, grão-de-bico) Selênio(peixes, carnes de boi, frango, queijos, leite e ovos, os alimentos de origem vegetal, destacam-se as castanhas-do-pará, a castanha-de-caju) e Ferro (carne bovina, suína, frango, peixes, feijão, espinafre, brócolis, couve) devem estar presente na alimentação de todos os maiores de 60 anos, em quantidades adequadas por um período de 2 semanas antes de receber a vacina e deve ser mantida até 2 semanas depois de receberem a dose.

 


Adriana Stavro - Nutricionista Funcional e Fitoterapeuta - Especialista em Doenças Crônicas não Transmissíveis - Mestre do Nascimento a Adolescência pelo Centro Universitário São Camilo.
Instagram: @adrianastavronutri


Aprenda a identificar os principais sinais que podem indicar perda auditiva em crianças


Será que o desenvolvimento do meu filho está adequado para a idade? Está é uma das perguntas mais comuns entre os pais de crianças até 5 anos de idade. Para entender melhor de que forma está o desenvolvimento da criança é importante prestar atenção na linguagem e na fala. Cada fase dos pequenos traz novas aquisições para seu desenvolvimento por meio dos estímulos sensoriais.

 

Um dos fatores que vai impactar de forma determinante a apreensão de mundo na fase infantil é a audição. Ela é a principal responsável pelo desenvolvimento da fala, uma das grandes preocupações dos pais. Da mesma forma, a audição é responsável por todo o processo de aprendizagem da criança.

 

Apesar do teste da orelhinha, obrigatório em todas as maternidades do país, atestar a audição da criança, é importante manter-se atento para acompanhar o desenvolvimento auditivo.

 

E não é tão difícil assim perceber se o filho ouve bem. Basta prestar atenção em alguns pontos em cada fase da criança para perceber se há algum problema com a audição. A FONOTOM e a fonoaudióloga Andréa Soares preparam um guia com dicas rápidas para identificar o correto desenvolvimento infantil em cada fase da vida.


 

Até um ano de vida


Nesta fase o principal é perceber se a criança reage de alguma forma a qualquer estímulo sonoro. Até completar os primeiros 3 meses de vida, o bebê deve se surpreender com sons altos, ter atenção ao som da voz e reagir com sorriso ou expressão no olhar ao ouvir a voz dos pais. Já entre 4 a 6 meses de idade o bebê começa a fazer sons com a boca, gritos diferentes para cada situação. Começa a procurar os sons com o olhar e fica atento a música ou brinquedos sonoros.

 

A partir dos 7 meses até 1 ano de idade o bebê começa a emitir algumas sílabas, como um balbuciar. Geralmente, começa com sons como “pa, ba, ma” e pode variar se ele está triste ou alegre. Nessa fase, ele começa a virar na direção dos sons e responder quando chamado pelo nome. Ele também passa a entender e responder frases simples como: não, vem aqui, quer mais. Na vontade de se comunicar, o bebê passa a usar gestos e sons para chamar atenção. Imita diferentes sons de fala e começa a tentar falar palavras como “mamã”. Nessa idade, a criança precisa reagir claramente aos sons, procurar a fonte sonora e olhar quando ouvir a voz dos pais.


 

Segundo ano de vida


A partir de um ano de idade a linguagem começa a se estruturar de forma mais clara para a criança. Ela deve ser capaz de apontar partes do corpo quando você pergunta e realizar instruções simples como: “role a bola”, “manda beijo” ou “cadê o papai”. Aos poucos, seu vocabulário cresce e ele passa a conhecer o nome de objetos e animais. Como parte da curiosidade natural da idade, é nesta fase que surge a pergunta “o que é isso?” e ele começa a juntar duas palavras como, “quero água”. "Vale lembrar que o estímulo dos pais nesta idade é muito importante para que a criança se comunique mais e melhor" - reforça Andréa Soares.


 

Entre os 2 e 3 anos


Com a aquisição de linguagem, a criança passa a entender instruções simples em duas partes, como "Pegue a colher e coloque-a sobre a mesa". Ela também passa a entender o significado de novas palavras rapidamente e busca repeti-las. Em geral, a criança adota uma palavra que usa com frequência e passa a usar duas ou três palavras para pedir coisas.


 

A partir dos 3 anos


Com a linguagem mais estruturada e com uma melhor apreensão do mundo que a cerca a criança começa a aprender mais palavras e conceitos. Nesta fase ela passa a conhecer cores, formas e palavras para a família como: vovô, tia, irmão. Usa pronomes como eu, vocês, eles e usa o plural em palavras. Ela já consegue formar frase com 4 palavras e consegue contar resumidamente como foi seu dia na escola, por exemplo.


 

Até os 5 anos


O poder de abstração fica maior e ela consegue elaborar frases um pouco mais complexas. Aos poucos, a criança passa a entender variáveis de tempo, como ontem, hoje ou amanhã. Compreende frases longas com mais de uma tarefa, como: “escove os dentes e depois coloque o pijama”. E passa a entender instruções de tarefas simples da escola, como “desenhe um círculo” ou “pinte o gatinho”.


 

A partir dos 5 anos


Com a aquisição da fala praticamente completa, a criança já deve conseguir falar palavras com todos os sons da fala. Nesta fase é natural que ela cometa pequenos erros, em sons ou palavras mais difíceis e desconhecidas para ela. Com a fala mais elaborada, os pequenos adquirem a capacidade de contar histórias e manter conversas. Uma boa dica é estimular a fala. Converse com ela, mostre objetos na rua, monte frases e incentive que forme frases para conseguir o que quer.

 

Se o filho não se encaixa no que foi dito acima, pais não precisam se preocupar! É comum que as crianças desenvolvam seu próprio ritmo. Por isso, é válida a consulta com um profissional especializado. Na dúvida, leve a criança ao médico otorrino e ao profissional de fonoaudiologia, para realização de exames e, se for o caso, um tratamento adequado. “A avaliação audiológica é um exame simples, capaz de detectar qualquer nível de perda auditiva e de indicar os melhores tratamentos para cada caso.” – explica a fonoaudióloga Andrea Sores, da FONOTOM.

 

Vale lembrar que é fundamental o acompanhamento pediátrico e que crianças são diferentes entre si. Manter a boa saúde da criança e consultas regulares ajuda a diagnosticar e tratar o problema. Quanto mais cedo a perda auditiva for detectada, mais simples é o tratamento e menor o impacto para o desenvolvimento da criança.

 

A melhor maneira de identificar o problema é brincar, conversar e interagir com o filho. Ele, com certeza, vai gostar muito de ter os pais por perto!

 



FONOTOM

Avenida Angélica, 1968 sala 64 – Higienópolis,

São Paulo – SP, 01228-200 - (11) 93392-6028 (whats)

Próximo à linha amarela do Metrô, entre as estações Mackenzie e Paulista.

www.fonotom.com.br


Pediatras fazem apelo para que pais coloquem vacinação das crianças em dia

Freepik
Receio da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) é de que doenças voltem a circular pela não vacinação de crianças


A preocupação da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) é de que, antes da pandemia as coberturas vacinais já estavam baixas e, agora, com o cenário provocado por todos os acontecimentos, houve um agravamento desse cenário.

"A faixa etária da infância é considerada um grupo extremamente vulnerável a doenças infecciosas principalmente no primeiro ano de vida. A partir do momento que é feita a proteção individual e consegue-se altos níveis de coberturas vacinais, obtém-se a proteção coletiva. Muitas vezes ao vacinar uma faixa etária, tem-se a imunidade coletiva que é a proteção de outras pessoas que não receberam vacina", afirma o membro do Comitê de Infectologia da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), Juarez Cunha.

Os imunizantes trouxeram e continuam trazendo enormes benefícios na prevenção desses e de outros males infecciosos. Entre alguns casos que podem ser citados estão a varíola que é a única doença, atualmente, erradicada. O sarampo foi eliminado, retornando a partir de 2018. Febre amarela é outra doença que estava controlada e desde 2016 há surtos. Além disso, a Poliomelite é uma doença com elevado risco porque está presente em alguns outros países do mundo e nossas coberturas em determinadas regiões estão com menos de 50% de cobertura vacinal e se não houver um foco para manutenção das imunizações, há risco dela retornar.

 


Marcelo Matusiak


Dia do Idoso

Especialista da Unifesp destaca os pilares da longevidade na terceira idade

Amizade, músculo, propósito e saúde mental garantem jornada de vida com qualidade


O Brasil está envelhecendo. A queda da natalidade, somada ao fato de os idosos viverem cada vez mais anos, fez com que o país alcançasse 40 milhões de idosos, de acordo com a última Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (Pnad), o que representa quase 20% da população. Até 2040, o IBGE estima que essa população chegue a 52 milhões de pessoas. Agora, mais do que viver, existe alguma receita para viver bem, garantindo longevidade com qualidade? Para o geriatra e médico da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp), Carlos André dos Santos, essa longevidade passa por quatro pilares: amizade, propósito, músculo e saúde mental, ligada à cognição.

"Trata-se de uma equação que impacta diretamente a qualidade de vida de quem já passou dos 60 anos e quer seguir a jornada por muito mais tempo. A amizade representa as relações, fundamentais para qualquer ser humano. Independentemente da idade, somos seres sociais, incapazes de viver em isolamento. Por isso, é primordial que o idoso tenha com quem conversar, possa contar com alguém, assim como também tenha alguém que ele possa ajudar. Nutrir essas relações, inclusive com pessoas de outras gerações, traz brilho de vida e funciona como uma fonte de energia para a longevidade", explica Santos, que é especialista em exercício físico e envelhecimento ativo.

O propósito, por sua vez, é o pilar que representa uma ocupação. "É fundamental que o idoso se sinta útil, que não fique estagnado ou apenas na inércia da vida. Ele deve ter algum objetivo, de modo que a cada despertar possa correr atrás desse objetivo, que pode ser uma função, seja num trabalho voluntário, seja em algum tipo de afazer doméstico. O importante é ter algo que o mantenha ativo e com a sensação de autoestima elevada, justamente por se sentir contribuindo e fazendo a diferença", diz Santos.

O médico destaca como terceiro pilar a atividade física. O envelhecimento é um processo que traz transformações ao corpo e ao organismo e para que o avançar dos anos não torne o idoso dependente de outras pessoas é essencial manter os músculos em dia.

"Os músculos são exigidos em todo e qualquer tipo de movimento, do levantar da cama, do ir ao sanitário, até nos momentos divertidos com filhos, netos e outros familiares. A independência nesses movimentos assegura a longevidade com qualidade e muita satisfação e isso só é possível com a manutenção da saúde dos músculos, conseguida em exercícios dos mais diferentes estilos, seja no pilates, na hidroginástica ou na caminhada matinal. A atividade deve ser escolhida de acordo com o desejo e com as possibilidades de cada um. O importante é se mexer".

Por fim, mas igualmente importante, está o pilar da saúde mental, relacionada aos aspectos cognitivos. "Ter uma boa cognição, um bom cérebro do ponto vista que garanta a autonomia e o entendimento do que se quer é fundamental. Existem doenças neurodegenerativas e doenças sistêmicas que acabam impactando na autonomia e, assim, na saúde mental do idoso, assim como síndromes demenciais e depressivas, que precisam ser freadas e, na medida do possível, prevenidas para que o envelhecimento seja bem sucedido. Aqui, vale ressaltar o conceito da autonomia, que é o desejo e a capacidade de ter críticas, de ter pensamentos abstratos e capacidade de criar estratégias para construir o que se deseja", explica Carlos André dos Santos.

O especialista conclui: "ao juntar saúde mental com prática de atividade física, propósito e amizades, nossos idosos estarão prontos para seguir com alegria e saúde até os 80, 90 e porque não, alcançar os 100 anos".

Pessoas que tiveram AVC têm mais risco de infarto, indica estudo


Resultados de pesquisa conduzida no Hospital das Clínicas da FM-USP apontam a necessidade de acompanhar atentamente esse grupo de pacientes e de usar medicamentos mais potentes para combater a aterosclerose (imagem: NHLBI/NIH)

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Estudo conduzido na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) com 120 pacientes mostrou uma relação entre o histórico de acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico e o risco de novas doenças vasculares, incluindo outros episódios de AVC e até mesmo infarto do miocárdio. O trabalho foi publicado na revista Cardiology and Cardiovascular Medicine.

No Hospital das Clínicas da FM-USP, os pesquisadores avaliaram um parâmetro chamado “escore de cálcio” em 80 pacientes acometidos por AVC isquêmico e em outros 40 voluntários sem histórico da doença. Obtido por meio de exames de tomografia, esse parâmetro serve como indicador de risco de depósito de gordura nas artérias (aterosclerose) do coração. Pacientes com um escore maior que zero correm mais risco de ter artérias doentes, mesmo que não manifestem nenhum sintoma.

“Dentre os pacientes que tiveram AVC, 85% tiveram um escore de cálcio acima de zero, em contraste com 57,5% dos indivíduos sem AVC. Pacientes com AVC e placas de aterosclerose em artérias cervicais e intracranianas tiveram os escores de cálcio mais altos que os demais participantes da pesquisa. Isso não quer dizer que essas pessoas terão necessariamente um infarto ou outro AVC, mas o fato de terem esse resultado mesmo já fazendo tratamento para evitar o problema acende um alerta”, diz à Agência FAPESP Ana Luíza Vieira de Araújo, primeira autora do estudo, realizado durante seu doutorado na FM-USP.

O trabalho integra um projeto financiado pela FAPESP e coordenado por Adriana Bastos Conforto, livre-docente e orientadora de pós-graduação da FM-USP.

“Hoje, os pacientes que tiveram AVC têm indicação de medicamentos que por si só deveriam prevenir a doença coronária. São controlados fatores de risco para aterosclerose, como hipertensão arterial e diabetes. Mesmo assim, eles tiveram um escore de cálcio que sugere uma maior propensão a um novo AVC ou a um infarto”, explica Conforto. O estudo foi coorientado por Márcio Sommer Bittencourt, médico do Hospital Universitário (HU) da USP.

O cálcio é um componente natural do sangue e sua circulação pelas veias e artérias é normal. O mineral pode se acumular em placas de aterosclerose, doença que causa enrijecimento das artérias e favorece sua obstrução por coágulos (trombose). Nesses casos, ocorre a diminuição do fluxo de sangue para órgãos como o coração (levando a infarto do miocárdio) ou o cérebro (levando ao AVC isquêmico). Essas doenças estão entre as principais causas de morte no Brasil.


Acompanhamento de pacientes

A pesquisa chama a atenção para a necessidade de um acompanhamento mais atento dessas pessoas, que têm risco aumentado de sofrer um novo AVC ou um infarto.

“Pacientes que tiveram AVC muitas vezes apresentam sequelas cognitivas e têm dificuldade de aderir ao tratamento. Os resultados sugerem que eles precisariam ser acompanhados mais de perto, por exemplo, pelos profissionais do Programa de Saúde da Família do SUS [Sistema Único de Saúde]. Essa e outras estratégias poderiam evitar que morressem de problemas cardíacos, mesmo tendo sobrevivido ao AVC”, diz Conforto.

As doenças cardiovasculares são a maior causa de morte no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre os casos de AVC, 85% são isquêmicos e, desses, entre 20% e 25% são causados por aterosclerose. Em países desenvolvidos, programas baseados na adesão ao tratamento e na melhoria do estilo de vida tiveram uma redução no número de mortes.

“No Brasil, esse é um problema de saúde pública sério e precisa ter uma atenção diferenciada”, afirma a pesquisadora.

Um sinal da prevalência do problema é que, durante o estudo, parte do grupo usado como controle, sem histórico de AVC, também apresentou fatores de risco para aterosclerose. Ainda que tivessem menos propensão do que os que haviam tido acidente vascular cerebral, o grupo de voluntários “saudáveis” apresentou, em sua maioria, escores de cálcio maiores do que zero, o que é um indicador de risco. “Muitos só descobriram que tinham diabetes ou colesterol alto por conta do estudo”, conta Araújo.

Além do acompanhamento dos pacientes com maior risco, as pesquisadoras apontam como possibilidade o uso de medicamentos mais potentes no grupo que teve aterosclerose em duas artérias e, portanto, apresentou maior predisposição para a doença coronária. O trabalho poderia servir de base para estudos clínicos com esse grupo e, dependendo dos resultados, a posterior adoção dos fármacos pelo sistema público de saúde.

O artigo Association of Subclinical Coronary Artery Disease and Ischemic Stroke Caused by Cervical or Intracranial Atherosclerosis está disponível em: www.fortunejournals.com/articles/association-of-subclinical-coronary-artery-disease-and-ischemic-stroke-caused-by-cervical-or-intracranial-atherosclerosis.html.



 
André Julião

Agência FAPESP

https://agencia.fapesp.br/pessoas-que-tiveram-avc-tem-mais-risco-de-infarto-indica-estudo/36962/

ViaQuatro e ViaMobilidade recebem, dias 4 e 5 de outubro, ações de conscientização sobre a dislexia, transtorno de aprendizagem que afeta a leitura e a escrita

Profissionais da Associação Brasileira de Dislexia - ABD estarão nas estações Luz (segunda-feira, 4/10) e Largo Treze (terça-feira, 5/10) para orientar sobre este transtorno do neurodesenvolvimento que atinge 10% da população mundial

 

Dia 8 de outubro é o Dia Mundial da Dislexia - e este é o mês dedicado ao esclarecimento do transtorno. Aproveitando a data, a ViaQuatro e ViaMobilidade, concessionárias responsáveis pela operação e manutenção das linhas 4-Amarela e 5-Lilás de metrô, respectivamente, abrem espaço nas estações Luz (Linha 4-Amarela) e Largo Treze (Linha 5-Lilás), para receber profissionais da Associação Brasileira de Dislexia - ABD.

Eles estarão nas estações das 10h às 16h para orientar o público sobre o transtorno, que atinge 10% das pessoas, mas que ainda é desconhecido. Essa realidade leva muitas pessoas com dislexia a sofrerem preconceitos na vida escolar, principalmente, com consequências na autoestima, o que pode desencadear, em algumas situações, quadros de depressão e ansiedade.

Luiz Gustavo Simi, psicólogo e pesquisador da ABD, explica que a dislexia é um transtorno específico de aprendizagem, de origem neurobiológica e características genéticas e hereditárias, que impacta especificamente as habilidades de leitura e escrita. "Não é uma doença, portanto não tem cura, mas pode ser enfrentada com apoio especializado", diz.

A ação nas estações, explica, visa combater a desinformação sobre o transtorno. Simi destaca que, dos portadores de dislexia, cerca de 60% não têm diagnóstico formado. "Muitas pessoas sofrem preconceito, têm depressão por isso e são rotuladas com outros problemas quando na verdade têm dislexia. Identificar o transtorno é essencial", afirma.

Maria Eugênia Ianhez, design de interiores, recebeu o diagnóstico aos 27 anos. "Ser disléxico não é fácil", garante. Hoje, aos 53, luta no Senado, ao lado de outras 19 entidades, pela aprovação de um projeto de lei que garanta acompanhamento integral de estudantes com dislexia e outros transtornos de aprendizagem na educação básica. O projeto é fruto de uma luta de mais de 10 anos, explica, e está próximo de ser aprovado. "É uma grande vitória, pois se trata da primeira política pública aprovada, em âmbito federal, sobre dislexia e outros problemas similares", afirma.

Segundo Maria Eugênia, com a aprovação do PL, crianças terão direito ao diagnóstico da dislexia e receberão acompanhamento integral, com adaptação de metodologia para impulsionar seu aprendizado. "O projeto visa favorecer a interlocução entre as áreas da educação e da saúde, o que é fundamental neste caso".

Nas estações, a equipe da ABD chamará atenção dos passageiros com um cartaz afixado no local de atendimento. "É muito importante que as pessoas consigam compreender o que é a dislexia e identificar os sintomas o quanto antes", afirma Simi.

"A ViaQuatro e a ViaMobilidade, para além de oferecer um transporte seguro e confortável, estão atentas a ações que visam informar, desconstruir preconceitos e garantir mais qualidade de vida à população", afirma Juliana Alcides, gerente de Comunicação e Sustentabilidade das concessionárias.


Serviço:

Campanha de Conscientização sobre a Dislexia - atendimento nas estações oferecido pela ABD:

4 de outubro: Estação Luz, Linha 4-Amarela - das 10h às 16h

5 de outubro: Estação Largo Treze - Linha 5-Lilás - das 10h às 16h


Como se proteger de informações falsas

Hoje, como nunca antes, é muito fácil ter acesso a informações, incluindo as que nos ajudam a cuidar da nossa saúde e segurança. Mas, ao fazer a sua pesquisa, você precisa ter cuidado com informações falsas, como por exemplo:

Por exemplo, durante a pandemia da covid-19, o secretário-geral das Nações Unidas alertou para uma epidemia de desinformação. Ele disse: “Aparecem cada vez mais tratamentos médicos fraudulentos e orientações que prejudicam a saúde.” Ele acrescenta: “A TV e o rádio divulgam muitas mentiras. A internet está contaminada com teorias da conspiração. O ódio está viralizando, fazendo pessoas e grupos serem alvos de preconceito e discriminação.”

É claro que informações falsas não são algo novo. Mas a Bíblia disse que nos nossos dias “as pessoas más e os impostores se [tornariam] cada vez piores, enganando e sendo enganados”. (2 Timóteo 3:1, 13) E, agora com a internet, a gente pode receber e, sem querer, divulgar informações falsas com facilidade e rapidez, como nunca antes. Em resultado disso, nosso e-mail, nossas redes sociais e feeds de notícias ficam lotados de fatos distorcidos e meias-verdades.

Como você pode se proteger de informações falsas e teorias da conspiração? Veja alguns princípios bíblicos que podem ajudar.

Não acredite em tudo o que você vê ou ouve

O que a Bíblia diz: “A pessoa ingênua acredita em qualquer palavra, mas quem é prudente pensa bem antes de cada passo.” — Provérbios 14:15.

Se não tomarmos cuidado, é fácil sermos enganados. Por exemplo, existem imagens com legendas ou vídeos curtos, chamados memes, que são amplamente divulgados on-line, principalmente nas redes sociais. Esses memes geralmente são feitos para as pessoas rirem. Só que imagens e vídeos podem ser facilmente alterados ou tirados do contexto. É possível até criar vídeos de pessoas reais fazendo e dizendo coisas que elas nunca fizeram ou disseram.

“A maior parte das informações falsas que os pesquisadores encontram nas redes sociais apresentam vídeos ou imagens fora do contexto, como os memes.” — Axios Media.


Pergunte-se: ‘Será que essa notícia é verdadeira, ou é apenas um meme?’

Avalie a fonte e o conteúdo

O que a Bíblia diz: “Certifiquem-se de todas as coisas.” — 1 Tessalonicenses 5:21.

Antes de acreditar numa informação ou encaminhá-la, verifique se ela é verdadeira, mesmo que seja muito divulgada ou apareça muitas vezes nas notícias. Como você pode fazer isso?

Veja se a fonte é confiável. Agências de notícias e outras organizações podem distorcer os assuntos para apoiar seus interesses comerciais ou pontos de vista políticos. Compare com outras fontes o que um canal de notícias diz. Às vezes, amigos podem, sem má intenção, passar informações falsas por e-mails ou pelas redes sociais. Então, não confie numa notícia se você não puder conferir de onde ela veio.

Tenha certeza de que o conteúdo está atualizado e é correto. Procure datas, fatos e fortes evidências que comprovem o que está sendo dito. Tenha cuidado especialmente se informações complexas parecem ser apresentadas de forma muito simples ou se a notícia foi feita para provocar uma reação emocional.

“Checar uma informação tornou-se tão importante quanto lavar as mãos.” — Sridhar Dharmapuri, diretor sênior de Segurança Alimentar e Nutricional para a ONU.

Pergunte-se: ‘Será que a notícia apresenta opiniões como se fossem fatos ou conta apenas um lado da história?’

Seja guiado pelos fatos, e não por suas preferências

O que a Bíblia diz: “Quem confia no seu próprio coração é tolo.” — Provérbios 28:26.

É mais fácil confiar em informações que confirmam o que queremos acreditar. As empresas da internet muitas vezes personalizam as notícias e os feeds das redes sociais para apresentar informações de acordo com os nossos interesses e o nosso histórico de buscas. Mas nem sempre o que queremos ouvir é aquilo que precisamos ouvir.

“As pessoas têm a capacidade de raciocinar de forma lógica, mas os nossos desejos, esperanças, medos e motivações geralmente nos levam a dar mais crédito a informações que confirmam o que queremos acreditar.” — Peter Ditto, psicólogo social.

Pergunte-se: ‘Será que eu confio nessa informação só porque ela diz o que eu quero acreditar?’

Interrompa a circulação de desinformação

O que a Bíblia diz: “Não espalhe uma notícia falsa.” — Êxodo 23:1.

Lembre-se de que as informações que você compartilha podem influenciar o modo de pensar e de agir de outras pessoas. Compartilhar uma informação errada pode ter consequências ruins, mesmo que você faça isso sem má intenção.

“A regra número um é parar, pensar e se perguntar: ‘Eu tenho certeza de que essa informação é verdadeira para poder compartilhar com outros?’ Se todo mundo fizesse isso, a desinformação na internet iria diminuir bastante.” — Peter Adams, vice-presidente sênior de uma ONG americana de educação para a mídia (News Literacy Project).

Pergunte-se: ‘Estou compartilhando essa informação porque eu sei que é verdade?’

 

A verdade sobre as teorias da conspiração

“As teorias da conspiração estão influenciando bastante o modo de pensar e o comportamento das pessoas, como nunca antes”, diz Shauna Bowes, pesquisadora em psicologia. Veja o que você precisa saber sobre teorias da conspiração.

O que é uma teoria da conspiração? É quando alguém afirma que grupos poderosos e mal-intencionados estão criando secretamente um plano para causar acontecimentos marcantes ou trágicos.

Por que elas são perigosas? As teorias da conspiração podem criar dúvidas sobre fontes de informações confiáveis, e algumas podem levar as pessoas a rejeitar orientações de saúde e segurança. Essas teorias podem promover o preconceito e a violência contra o grupo supostamente envolvido na conspiração.

Por que elas são tão populares? As teorias da conspiração se tornam mais populares durante “períodos de dificuldades em que muitas pessoas estão ansiosas e inseguras”, diz a Encyclopaedia Britannica, como por exemplo “em tempos de guerra, crise econômica e depois de desastres naturais, como tsunamis, terremotos e pandemias”. Diante dessas dificuldades, as pessoas aceitam as teorias da conspiração porque essas teorias confirmam o que elas acreditam ou as ajudam a entender por que coisas ruins acontecem.

Como a Bíblia pode ajudar você a se proteger das teorias da conspiração? A Bíblia nos dá conselhos práticos que nos ajudam a não ficar tão preocupados em situações difíceis. Ela nos revela qual é a verdadeira causa dos problemas e mostra como eles serão resolvidos. Para aprender mais, assista ao vídeo Por Que Estudar a Bíblia?.

 

Fonte: https://www.jw.org/pt/ensinos-biblicos/paz-felicidade/desinformacao-teoria-conspiracao/


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