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terça-feira, 14 de setembro de 2021

Cuidados com a alimentação são essenciais para cães com doenças cardíacas

Shutterstock/Divulgação PremieRpet®
A dieta é um importante coadjuvante no tratamento e deve ser prescrita pelo médico-veterinário


Atualmente, estima-se que 10% dos cães terão alguma doença cardíaca a partir dos 5 anos de idade, proporção que aumenta para 25% a partir dos 9 anos e para 75% quando consideramos cães com idade superior a 16 anos. Por isso, o “Setembro Vermelho”, conhecido como o mês internacional do coração, conscientiza os tutores sobre a importância da prevenção de doenças cardíacas.

 

As doenças do coração nos pets, na maioria das vezes, chegam de forma silenciosa. Portanto, a prevenção e a atenção aos sintomas devem ser constantes.

 

"A Insuficiência Cardíaca Congestiva, ou ICC, é a principal consequência das doenças cardíacas em cães, e ocorre quando o coração não está bombeando sangue suficiente para atender às necessidades do organismo. Como resultado, pode ocorrer acúmulo de líquido nos pulmões, abdômen e em outros tecidos por todo o corpo", aponta o médico-veterinário Flavio Silva, supervisor de capacitação técnico-científica da PremieRpet®.

 

Alguns sinais do dia a dia devem ser levados em consideração para identificar a doença, principalmente se eles forem frequentes. “Tosse seca, dificuldade para respirar, cansaço, falta de apetite e perda de peso são os sintomas mais alarmantes e exigem avaliação do médico-veterinário”, afirma Silva.


 

A alimentação também faz parte do tratamento


Os alimentos de alta qualidade devem sempre fazer parte da vida do pet para os cuidados preventivos. No entanto, quando a enfermidade já está instalada, é necessário que, além do tratamento prescrito pelo médico-veterinário, o pet receba um alimento específico, especialmente formulado para suas necessidades.

 

“A nutrição clínica do cão cardiopata deve fornecer quantidades adequadas de proteínas para preservar a massa muscular, além de manter o sódio em níveis moderados para evitar que, em uma tentativa de compensar o problema cardíaco, o organismo comece a reter sódio e tentar aumentar a pressão sanguínea”, avalia Flavio. 

Além disso, é importante que o alimento contenha ingredientes como ômega 3, para modular a resposta inflamatória; taurina, que tem poder antioxidante e colabora com os músculos cardíacos; e l-carnitina, para aumentar a produção de energia para o coração.

Ao seguir o planejamento nutricional, sempre com o acompanhamento do médico-veterinário, o tutor poderá manter o bem-estar do cão cardiopata. A detecção precoce e um tratamento adequado podem garantir uma vida mais longa, saudável e feliz ao pet. 


PremieRpet®

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Ativista entrega abaixo-assinado à Câmara pelo fim do limite para castração pública de animais em São Paul

               O abaixo-assinado foi levado ao gabinete da vereadora Edir Sales (Foto: Arquivo Pessoal)

 

Tutora de 11 gatinhos, sete deles com deficiência, Simone Gatto entregou, nesta quinta-feira (9), mais de 20 mil assinaturas ao gabinete da vereadora Edir Sales, autora de PL sobre o tema

Simone Gatto dedica a vida a lutar pelos direitos daqueles que não têm voz: os animais. Tutora de 11 gatos, sete deles com deficiência, a ativista abraçou uma luta para mudar a realidade que torna difícil o trabalho de resgate de animais abandonados, na cidade de São Paulo: o limite de castração pública a apenas 10 animais por CPF, ou seja, por pessoa. 

 

A ativista lançou uma mobilização na plataforma Change.org, reunindo em apenas um mês mais de 20 mil assinaturas. Na manhã desta quinta-feira (9), a causa foi ainda mais longe. Simone, acompanhada da equipe da plataforma, foi até a Câmara Municipal de São Paulo entregar o abaixo-assinado à vereadora Edir Sales (PSD), uma das autoras do PL 38/2017. 

 

O Projeto de Lei, que também teve autoria de Rodrigo Goulart (PSD) e do vereador à época Zé Turin (PSD), visa instituir o “Programa Castração Legal” para cães e gatos, sem restrição ou limites de quantidade por pessoa física. Em fevereiro deste ano, foi solicitado o desarquivamento e o PL voltou a tramitar na Câmara Municipal de São Paulo. 

 

“Nós cobramos isso. Nós queremos essa lei aprovada e por isso nós corremos atrás”, comenta Simone sobre a ação. “Nós precisamos ter essa liberdade de que qualquer cidadão, pagante de impostos, possa castrar quantos animais for necessário”, acrescenta.  

 

Segundo Simone, a atual limitação para castração de animais pelo poder público faz com que cuidadores e ativistas precisem pagar do próprio bolso para lutar por uma cidade sem abandono e maus-tratos. No texto do abaixo-assinado ainda aberto na plataforma, ela destaca que o Estado de São Paulo tem mais de 2 milhões de animais abandonados pelas ruas. 

 

“Esses animais, que vivem em condições precárias, naturalmente se reproduzem, fazendo com que esse triste cenário piore ao longo dos anos. Limitar a castração é ignorar totalmente a importância da causa animal”, ressalta a ativista na petição. “Imagine quantos animais poderiam estar castrados e quanto sofrimento seria evitado”, completa. 

 

A vereadora Edir Sales agradeceu, parabenizou e acolheu a petição com entusiasmo. O especialista em campanhas da Change.org, Marcelo Ferraz, que acompanhou Simone na entrega do abaixo-assinado, enfatizou a importância da mobilização e da entrega da petição.

 

“É sempre muito empolgante conhecer pessoas dedicadas a lutar pelos animais na cidade de São Paulo, Simone é um exemplo e consegue dar voz a essas e tantas outras causas”, afirma Marcelo. “Ser ouvido por representantes do poder público nos faz acreditar em uma sociedade mais justa, onde a participação cidadã é fundamental”, conclui. 

 

Além da petição relacionada às castrações, Simone também entregou à Câmara uma outra, com mais de 100 mil assinaturas, pela liberação do transporte de animais, em tempo integral, nos ônibus de São Paulo. O PL 605/2016 tramita na Casa legislativa sobre o assunto. Ainda participou do ato a veterinária ativista da causa animal Maria Eugenia Carretero. 

 

Paulo, assessor da vereadora, recebeu os cadernos de assinaturas de ambas as petições e destacou que os dois projetos já estão com andamento bastante adiantado. Os PLs já foram aprovados em todas as comissões e agora devem ser submetidos ao plenário. 

 

A proteção dos direitos dos animais é uma das causas mais fortes e que engajam mais público na plataforma. Por isso, no ano passado, a organização lançou um movimento contra os maus-tratos aos animais, reunindo em um único site mais de 200 petições com 20 milhões de assinaturas em mobilizações em defesa dessa causa. As campanhas de Simone fazem parte deste movimento, que possui apoio da ANDA. Confira: https://maustratosnao.org/ 


 

A legislação em São Paulo

 

Em 2001, foi sancionada na cidade de São Paulo a lei 13.131, disciplinando a criação, propriedade, posse, guarda, uso e transporte de cães e gatos no município. Esta norma limitou a posse de 10 animais por pessoa a fim de evitar o problema dos “acumuladores”. Entretanto, conforme aponta a petição de Simone, a medida fez com que a castração pública de animais fosse consequentemente limitada, o que agravou outro problema sério: o abandono dos pets.

 

Apesar disso, funciona em São Paulo o Programa de Apoio ao Protetor Independente (PAPI), que ampara os protetores independentes cadastrados e não impõe um limite para a esterilização cirúrgica. Simone opina, porém, que o programa é burocrático e não atende a necessidade e a demanda dos ativistas que não têm cadastro, mas que se dedicam à causa. 

 

“Quem não é protetor e faz o mesmo tipo de trabalhos sem rótulos não consegue se cadastrar”, explica Simone. “Eu prefiro ter a liberdade de ir numa comunidade e levar 20 animais para castrar, eu sozinha”, continua. A ativista ainda questiona que não há uma norma que facilite essa inscrição e que esclareça os critérios para definir quem é ou não “protetor”.

 

Uma vida de ativismo

Simone tem sete gatinhos com deficiências (Foto: Arquivo pessoal)

Com longa estrada de luta em defesa dos animais, Simone Gatto já conseguiu importantes feitos para os bichinhos, como o direito de levá-los no transporte público de São Paulo - ação que também contou com uma mobilização em abaixo-assinado na Change.org

 A ativista é tutora do gato Paçoca, um verdadeiro símbolo dessa luta. O gatinho, que é paraplégico, tem mais de 4,2 mil seguidores no Instagram e dá cara a inúmeras campanhas

Na Change.org, Simone lidera cinco petições em defesa dos pets. Entre elas, uma pelo uso do canabidiol para tratamentos veterinários - do qual depende sua gatinha Denise.


7 dicas para produzir conteúdo pet nas redes sociais

Especialista em pets influencers lista práticas que podem engajar mais no Instagram e TikTok

 

As redes sociais estão em ascensão e ganhando cada vez mais espaço em nosso cotidiano, com isso, os pets conseguiram seu lugar e criaram um nicho de influencers diferenciados. O Brasil está entre os maiores mercados do mundo para pets, encerrando o ano de 2020 perto de R$40,1 bilhões de faturamento, segundo o Instituto Pet Brasil.

Há tutores que se dedicam somente à administração do perfil de seu pet e faturam até R$80 mil por mês, logo, essa taxa de engajamento tende a crescer, pois os tutores enxergam a oportunidade do marketing digital em seus animais, e os posts vão além do entretenimento. 

Pensando neste mercado em ascensão, Fernanda Rabaglio, CEO da Matilha Brasil, empresa especializada em ensinar pets a se tornarem influenciadores digitais, traz 7 dicas para produzir conteúdo, que pode engajar pets e marcas: 


1) Se atente à qualidade das fotos e vídeos

A primeira impressão se dá devido ao post, logo, é necessário que tenha qualidade. O impacto visual é fator decisivo para o público continuar vendo a sua publicação, ou continuar descendo o feed. Por isso, pense numa produção que traga qualidade. Fotos e vídeos em baixa resolução, por exemplo, mal posicionados e iluminados, tendem a chamar menos a atenção. 


2) Estude e faça análises das produções de conteúdo

A maioria dos tutores começa a administrar o perfil pet como uma brincadeira, por isso, não tem base técnica e estudo para entender que o engajamento vai além de fotos de carinha fofa e um “bom dia”. Portanto, é necessário que os tutores compreendam que o mercado pet é uma oportunidade para patrocínios.

Entretanto, muitas vezes é escolhido o caminho mais fácil e pouco eficaz, que vai da automação aos grupos de engajamento, deixando de lado o estudo e análise da produção de conteúdo e das plataformas. Não é à toa que quem se dedica e estuda, se destaca. 


3) Tenha conteúdos frequentes

Publicar ao menos uma vez por dia no formato tradicional da plataforma e pelo menos 5 stories ao longo do dia, é um pacote básico para iniciantes. É importante atentar-se a conteúdos estratégicos, para que a ideia inicial dos posts não se perca, além de pensar em conteúdos que façam com que os seguidores fiquem mais tempo navegando, consumindo e interagindo.


4) Tenha conteúdos exclusivos para Instagram e TikTok

Como são plataformas completamente diferentes, o conteúdo também muda - mesmo sendo assuntos similares. Porém, existe a “Derivação de Conteúdo”, que nos permite adequar, ajustar e aplicar a mesma pauta em vários formatos, inclusive dentro da mesma plataforma, como feed, reels e stories, dentro do Instagram. 

Por isso, evite postar a mesma coisa em todas as redes sociais e crie derivações para cada uma delas, entendendo como o público reage em cada plataforma. 


5) Utilize gatilhos do momento

Ao surfar a onda de um meme ou uma trend, normalmente o objetivo é o crescimento de seguidores e aproveitar o gatilho do momento, que acontece ao se destacar na avalanche de conteúdo sobre o tema. Contudo, é importante entender que não adianta crescer a qualquer custo, mas as trends são incríveis e devem ser usadas com cautela, desde que seja possível relacioná-la com seu nicho e conteúdo. 

Caso contrário, você pode atrair um público errado que, ou não vai te seguir, ou vai seguir e se tornar o famoso seguidor fantasma, porque só gostou daquela trend, mas não se importa com seu assunto de fato. Vemos muito disso acontecer com perfis que adaptam todas as trends para o pet e crescem com esse conteúdo. Mas não criam conexão com o público, pois não entregam valor de fato.


6) “Desapegue” de aparatos tecnológicos

No começo, não é necessário câmera profissional e domínio de Photoshop, mas claro que isso pode ser relevante na medida em que o perfil cresce. Com um celular legal e aplicativos de tratamento de imagem (gratuitos, inclusive) você já pode produzir conteúdo de qualidade. Você pode aproveitar cenários urbanos, de casa e usar a luz natural. No fundo, para mandar bem nas redes sociais com seu pet, você precisa essencialmente de 1 pet, 1 celular, noções de foto e vídeo, além de criatividade. 


7) Traga personalidade para o seu conteúdo

Sabe quando você lê uma legenda de um post e parece que está ouvindo aquilo como se fosse um personagem falando? Isso é o que chamamos de "personalidade" para o conteúdo, inspirando e divertindo o público. Exemplos práticos que vemos acontecendo são de perfis, com personagens diferentes como @porquinhojerfiso, até lideranças como @arthur.pastoralemao, passando pelos comediantes da @cacausando, e pela irreverência do Leon dos @ursinhoschochow. 

No fundo, a persona pode ser pet, mas ela está sempre aliada a um arquétipo, uma linha editorial bem definida que acompanha as crenças e objetivos do perfil.

 


Matilha Brasil


Estresse e ansiedade podem ter intensificado sintomas de vitiligo

 

Freepik
Sociedade Brasileira de Dermatologia - Secção RS (SBD-RS) reafirma a importância de conhecer a doença e conduzir o tratamento da maneira adequada

 

O vitiligo está entre as doenças que preocupam médicos por conta do prolongado período vivido na pandemia que trouxe uma carga elevada de estresse, ansiedade e depressão na população. A doença acontece, segundo a médica dermatologista e vice-presidente da SBD-RS, Clarissa Prati, por um princípio imune no qual o corpo desenvolve anticorpos aos melanócitos que são as células produtoras da melanina, substância responsável pela pigmentação da pele.

“Como na grande parte das doenças imunes, o estresse, a ansiedade, a depressão e outras situações que envolvem a liberação de substâncias inflamatórias, podem ser desencadeantes desse processo em pacientes que tenham uma tendência familiar ou genética para esse tipo de doença”, explica.

O vitiligo é uma doença imune e crônica da pele caracterizada por manchas de coloração mais clara. A médica lembra que o combate a doença tem tido grandes avanços

“Tem sido importante o desenvolvimento de novos medicamentos eficazes e que atuam como inibidores da "Janus kinase" e de outras moléculas. Estes fármacos agem no sentido de reduzir o processo inflamatório induzidos por esses anticorpos e, também, atuam na repigmentação da pele", explica.

A SBD-RS atua de forma permanente na conscientização sobre a doença ressaltando que embora não provoque o adoecimento físico, o vitiligo atinge diretamente a autoestima dos pacientes. Apesar do estigma, especialistas esclarecem que a doença não é contagiosa, ou seja, não pode ser transmitida de uma pessoa para outra por meio do contato próximo. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, 1% a 2% da população mundial sofre com a enfermidade. No Brasil são cerca de 150 mil pessoas.

 


Marcelo Matusiak

 

Setembro Verde: número de transplantes no Brasil cai 25% na pandemia e reflexos são sentidos mesmo em estados referências na áre

Brasil viu os números de transplante e doação de órgãos despencarem com o agravamento da pandemia
Créditos: Envato

Paraná se manteve líder na doação e hospital SUS de Curitiba se destaca pela maior conversão de entrevistas em captações efetivadas


O que fazer quando um órgão do corpo humano não funciona mais nem se recupera com tratamentos convencionais? A medicina tem uma solução radical: trocar o órgão. É um procedimento de alta complexidade, que exige muita competência médica, estrutura hospitalar e solidariedade humana. No mundo, nem mesmo os avanços tecnológicos impediram que as doações e os transplantes de órgãos fossem impactados pela pandemia. Só na primeira onda de covid-19, diminuiu 31% o número de transplantes realizados em todo o mundo, como aponta a pesquisa publicada no jornal científico The Lancet Public Health.

Ao considerar dados de 22 países, espalhados por quatro continentes, o estudo indica que 11.253 cirurgias desse tipo deixaram de ser efetuadas no ano passado, o que significa uma redução de 16% ao longo dos 12 meses. O transplante mais afetado  foi o de rim com doadores vivos, que teve queda de 40% no comparativo entre 2019 e 2020. A pesquisa mostra ainda que a diminuição na quantidade de transplantes representou mais de 48 mil anos perdidos nas vidas de pacientes.

O Brasil não ficou fora desse cenário. O país, que é um dos líderes mundiais na doação e no transplante de órgãos, viu os números despencarem com o agravamento da pandemia. A taxa de doadores efetivos caiu 13% e a efetivação de doações reduziu para 24,9%. O principal motivo desse declínio é o aumento de 44% na taxa de contraindicação, em parte pelo risco de transmissão de covid-19. Os dados são da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), em um comparativo do primeiro semestre de 2020 com o primeiro semestre de 2021.


Como ficam estados referências

Líder entre os estados brasileiros na captação e entre os primeiros em transplantes de órgãos, o Paraná consolidou um sistema que é referência dentro e fora do país. Trabalho de ponta que é tema de estudos multicêntricos, em razão da qualidade das equipes e da estrutura apropriada. Mas a covid-19 fez as doações caírem 23,13%, segundo o Sistema Estadual de Transplantes do Paraná. Enquanto o primeiro semestre de 2020 registrou 41,5 doações por milhão de população (pmp), 2021 teve apenas 31,9 pmp. Mesmo com as dificuldades trazidas pela pandemia, o Paraná ficou à frente de todos os estados brasileiros e muito acima da média nacional, que atingiu a marca de 13,7 pmp. 

O Brasil tem a regulação de órgãos operada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), considerado o maior sistema público de transplantes de órgãos do mundo. Dentro dessa operação, o Hospital Universitário Cajuru, em Curitiba (PR), que atende 100% por meio do SUS, é referência no transplante renal. Foram 60 procedimentos realizados no ano de 2020 e 24 no primeiro semestre de 2021. “A excelência da equipe de transplante torna possível que, em 95% dos casos, não haja rejeição do órgão em um prazo de um ano, índice semelhante aos hospitais de São Paulo e também dos Estados Unidos”, afirma o diretor-geral do HUC, o médico Juliano Gasparetto. 


Bastidores da doação e da conscientização

São muitas as equipes que correm contra o tempo nos bastidores do processo de doação de órgãos. Equipes como a do Laboratório de Imunogenética do Hospital Universitário Cajuru, que realizam exames de compatibilidade para o transplante de órgãos e tecidos. Com a mais avançada tecnologia disponível no mercado, o laboratório atua como um facilitador para a eficácia do processo de doação, ao atender a Central de Transplantes, as equipes transplantadoras e as unidades de diálise do Paraná.

Um laboratório que não dorme. É assim que a coordenadora dessa equipe, Helena Cazarote, se refere ao  trabalho essencial realizado ali, que começou há 25 anos e se mantém como referência no Brasil. “A partir do momento que temos a confirmação de um potencial doador, o laboratório entra efetivamente no processo para liberar os exames de compatibilidade no menor tempo possível. Isso causará impacto direto na sobrevida desse órgão e na qualidade de vida do paciente pós-transplante”, explica Helena. 

O HUC é destaque na captação de órgãos. Com uma equipe multiprofissional, o hospital mantém o maior índice de conversão estadual de entrevistas com as famílias em doações efetivadas. Em 2020, a taxa de conversão foi de 84%, e em 2021, está em 81%, bem acima das médias dos demais estados. Enquanto que a recusa pela doação está em 39% no país e 25% no estado, sendo que o Hospital Universitário Cajuru tem a média de apenas 19% de recusa. “Somos modelo, pois o processo é muito bem estruturado e bem realizado. O resultado positivo na doação e no transplante de órgãos é fruto de um trabalho de uma equipe dedicada e capacitada no que faz”, ressalta o diretor-geral.


Endometriose em números: especialista relata estatísticas sobre uma das doenças que mais atingem o sexo feminino

A endometriose não é uma doença hereditária. Mas você sabia que mulheres com irmãs e mães que têm endometriose apresentam risco oito vezes maior de desenvolver a doença?

 

De acordo com a ginecologista Dra. Camila Ramos (@dracamilaramos), referência em reprodução humana e climatério, a endometriose é considerada uma doença crônica, que regride espontaneamente com a menopausa, por causa da queda na produção dos hormônios femininos. Mas para muitas mulheres, essa é uma doença que interfere na qualidade de vida.

 

“Está é uma doença que precisa sim de um olhar especial. São mais de sete milhões de mulheres que possuem endometriose no Brasil. Destas, de 30% a 40% com a doença são inférteis. Além disso, o diagnóstico pode demorar até 8 anos para aparecer e a média de idade em que a mulher é diagnosticada é aos 28 anos”, explica Dra. Camila.

 

Dentre os sinais, o mais comum é a dor pélvica durante ou fora da menstruação e, geralmente, este desconforto tende a piorar com o passar do tempo. Outros sintomas também podem deixar um alerta, como: dismenorreia (cólica intensa antes e/ou durante a menstruação) intensas, incômodo ao praticar relações sexuais, dor na região pélvica, fadiga e exaustão, sangramento vaginal irregular, alterações intestinais e/ou urinárias, dificuldade para engravidar, infertilidade (em casos mais graves), dor e sangramento ao evacuar e urinar, diarreia (principalmente no período menstrual) e cistos na pelve.

 

“Agora falando de infertilidade, a doença pode provocar dificuldade ou incapacidade de engravidar por ser uma doença inflamatória. O processo inflamatório da doença ocasiona a formação de aderências entre o tecido que reveste as paredes internas da cavidade abdominal e alguns órgãos pélvicos. Mas, é bom lembrar que a fertilidade pode ser restabelecida com o tratamento adequado”, finaliza a especialista. 

Procure estar em dia com exames de rotina e consulte sempre seu ginecologista. Inicie o tratamento adequado ao seu caso tão logo tenha tido o diagnóstico.

 


Dra. Camila Ramos - ginecologista com ênfase em reprodução humana e climatério - CRM: 52-95691-0 - http://instagram.com/dracamilaramos

 

Dia 16.09 é "Dia Nacional de Combate e Prevenção à Trombose"

Uma em cada quatro pessoas no mundo morre por condições causadas por trombose, segundo a Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia. A doença, que é causada por um coágulo sanguíneo que pode bloquear ou prejudicar o fluxo de sangue na região em que está e até se soltar e se mover para um órgão. Apesar da gravidade, muitas pessoas desconhecem as principais causas, sintomas e maneiras de prevenção. O cirurgião vascular Dr. Caio Focássio, da capital paulista, enumera os fatores de risco e deixa algumas medidas preventivas.

A trombose venosa profunda causa dores e inchaço súbito que piora quando a região é pressionada, fazendo com que muitas pessoas confundam com dor muscular ou com um início de um processo inflamatório", afirma o cirurgião vascular.

A trombose venosa é um distúrbio vascular causado pela formação de um coágulo de sangue (trombo) dentro de um vaso sanguíneo (veia). Isso ocorre devido à diminuição de velocidade de fluxo dentro das veias, quadro que ocorre quando muito ficamos tempo parados já que neste estado a coagulação é mais ativada, como por exemplo, em períodos pós operatórios ou traumas graves ou ainda por lesão da parede interna das veias. E apesar da idade avançada ser um fator de risco para a trombose, isso não quer dizer que o problema não ocorra em outras fases da vida. "Mesmo sendo menos comum, a trombose pode acontecer em jovens, em período pós cirúrgicos, no casos de obesidade, câncer, de pacientes com doenças autoimunes e durante a gestação. Além disso, longos períodos de imobilização, como viagens por exemplo, também podem ser situações que aumentam as chances de adquirir a doença", alerta o médico.

Para entender quem entra no grupo de risco, Dr. Caio deixa alguns alertas.

 

Os riscos para desenvolver a doença:

- Pessoas que fazem uso de medicações, como contraceptivos orais, quimioterápicos e tratamentos hormonais;

- Obesidade;

- Gravidez e pós-parto;

- Paciente com câncer, que passaram recentemente por um AVC (Acidente Vascular Cerebral), ou que sofreram traumatismos principalmente nas extremidades inferiores, pessoas com doenças crônicas, como insuficiência cardíaca e doenças pulmonares crônicas ou doenças agudas, como infarto do miocárdio, com infecções, pneumonia ou vítimas de fraturas ósseas.

 

Já para prevenir a trombose, o médico faz algumas ressalvas:

- Manter-se no peso;

- Não fumar;

- Ter uma alimentação balanceada;

- Não ficar muito tempo sentado;

- Praticar atividades físicas três vezes na semana por 30 minutos - pelo menos;

- Usar meias elásticas devidamente recomendadas por um cirurgião vascular.



FONTE: Dr. Caio Focássio - Cirurgião vascular formado pela Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo e Membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. Pós graduado em Cirurgia Endovascular pelo Hospiten - Tenrife (Espanha). Médico assistente da Cirurgia Vascular da Santa Casa de São Paulo.

https://www.drcaio.com.br

Instagram: @drcaiofocassiovascular


Exames genéticos apontam condições clínicas suscetíveis e auxiliam a prevenir emergências cardíacas

Médico geneticista e membro da SBGM, Fabiano de Oliveira Poswar explica a importância da cardiogenética na prevenção de doenças cardiovasculares


Estudo foi apresentado em evento da SBGM
(Divulgação)

 O avanço dos estudos na medicina permite que médicos de especialidades diferentes atuem em conjunto na prevenção e no tratamento de diversas doenças. No caso da cardiogenética, exames são capazes de rastrear condições clínicas relacionadas às doenças cardíacas e indicar se uma doença pode ser genética e quais outros familiares também estão em risco. Com a identificação de um padrão familiar, é possível prevenir emergências cardiovasculares, como uma morte súbita, por exemplo.

Para o máximo aproveitamento dessa associação, é preciso observar o momento correto de se buscar o auxílio na genética. De acordo com o médico geneticista da Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica (SBGM), Fabiano Poswar, existem três situações mais comuns em que o paciente com doença cardíaca deve ser encaminhado ao geneticista.

"Quando há um fenótipo bem delimitado de uma cardiomiopatia primária; quando existem sintomas extracardíacos, dismorfismos ou suspeita de doença metabólica e para aconselhamento genético em pacientes assintomáticos", explicou.

Conforme o médico, a recomendação mais recente para casos de cardiomiopatia é o teste genético, assim que o diagnóstico for estabelecido.

"É preciso testar o membro da família mais claramente afetado e que teve o início mais precoce e seguir testando familiares quando se encontrar uma variante patogênica", sustenta Poswar.

O médico ainda alerta aos casos em que existem sintomas extra-cardíacos e que podem auxiliar na avaliação do paciente e no rápido atendimento.

"É possível fazer uma avaliação clínica direcionada buscando algumas situações que são úteis para o diagnóstico. Exemplos são catarata, alterações musculares, na pele, casos de morte súbita na família", pontua. "Para alguns pacientes, podem ser solicitados exames metabólicos de primeira linha, especialmente quando não se tem os testes genéticos disponíveis. Se nada associado é encontrado, isso reduz muito a chance de ser uma doença metabólica", pontua.

No aconselhamento genético aos pacientes que não apresentam sintomas, o geneticista avalia que nos casos em que a mutação familiar é patogênica ou provavelmente patogênica, a testagem genética é recomendada para os parentes de primeiro grau de uma pessoa afetada", explica.

Com exemplos clínicos, o tema foi tratado no webinar Educagene "Cardiogenética: quando encaminhar paciente com doença cardíaca para o geneticista?", promovido pela Sociedade Brasileira de Genética Médica (SBGM), no mês de julho. O evento foi moderado pela presidente da SBGM, Têmis Maria Félix.

 

Vítor Figueiró

 

Setembro Azul

Próteses auditivas discretas e tecnológicas ajudam a derrubar
o preconceito contra a surdez

Admitir que já não ouve bem é o primeiro passo na busca de tratamento


Em setembro, mês em que se comemora a luta das pessoas com perda auditiva em busca de uma sociedade com menos preconceito e mais inclusão, por que tantos indivíduos que começam a perder a audição, no processo natural de envelhecimento, ainda têm vergonha de usar aparelho auditivo? Trazer esta discussão à tona é importante porque a deficiência auditiva, em geral, se agrava com o avançar da idade e, no Brasil, o número de idosos tende a crescer muito nas próximas décadas.

É preciso, então, dizer 'não' ao preconceito contra a surdez e os aparelhos auditivos, que assim como os óculos de grau, são indispensáveis para grande parte da população. E usar óculos não é problema. O que mais vemos nas ruas são pessoas com armações modernas e coloridas. Mas o que muitos não sabem é que estilo e elegância também compõem o design das atuais próteses auditivas. Os avanços tecnológicos vêm permitindo a criação de aparelhos auditivos cada vez mais bonitos e discretos. No entanto, falta informação para quebrar esse tabu.

O que acontece é que, com o decorrer dos anos, as células ciliadas da orelha interna começam a morrer. Algumas pessoas perdem a audição mais cedo e mais rápido do que outras. No entanto, a vergonha de usar aparelho auditivo ainda faz com que a maioria demore mais de cinco anos para buscar ajuda de um fonoaudiólogo.

"É fundamental acabar com a imagem antiga daquele aparelho auditivo enorme, que constrangia os usuários. Atualmente já existem próteses auditivas pequenas, com alta tecnologia, qualidade sonora excepcional e conectadas com dispositivos inteligentes, como TV, notebook e celular. E, a cada ano, são criadas soluções auditivas cada vez mais sofisticadas. Por que, então, não usufruir dessa tecnologia para voltar a ouvir e retomar a confiança para conversar com familiares, amigos e colegas de trabalho?", afirma a fonoaudióloga Rafaella Cardoso, especialista em Audiologia da Telex Soluções Auditivas.

É importante lembrar que a perda auditiva adquirida na idade adulta, quando não tratada, pode acarretar também outras dificuldades, como insegurança, medo, dificuldades no convívio em sociedade e até mesmo prejuízos na ascensão profissional.

"Com o dia a dia agitado e cada vez mais conectado, a quebra do preconceito em relação ao uso de aparelhos de audição é fator primordial para que o indivíduo aceite sua condição auditiva, procure tratamento e, assim, possa continuar a ter uma vida ativa e produtiva", conclui a fonoaudióloga da Telex.

Ao sentir alguma dificuldade para ouvir, o primeiro passo é consultar um médico otorrinolaringologista e/ou um fonoaudiólogo, que irá avaliar a causa, o tipo e o grau da perda auditiva. A partir do resultado de exames como o de audiometria, será indicado o tratamento mais adequado. Muitas vezes, o uso de aparelho auditivo é a melhor opção para a reabilitação auditiva.


Pesquisa revela: Brasil tem 9 milhões de pessoas com perda auditiva

A perda auditiva já afeta mais de 1,5 bilhão de pessoas em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2021). Destas, 432 milhões (93%) são adultos e aproximadamente um terço são pessoas com mais de 65 anos. No Brasil, isso corresponde a 9 milhões de pessoas com perda auditiva permanente, sendo mais de 4,6 milhões com idade entre 15 a 59 anos e pouco mais de 4,4 milhões com idade acima de 60 anos (IBGE, 2010).

Vinte por cento dos idosos com perda auditiva não conseguem sair sozinhos, só 37% estão no mercado de trabalho e 87% não usam aparelhos auditivos. Entre as pessoas com perda auditiva, 54% são homens e 46% mulheres. Os dados constam de estudo feito em setembro de 2019 com brasileiros com perda auditiva e ouvintes, pelo Instituto Locomotiva e a Semana da Acessibilidade Surda.

Ainda segundo a pesquisa, 9% das pessoas com perda auditiva nasceram com essa condição. Os outros 91% a adquiriram ao longo da vida, sendo que metade teve perda auditiva antes dos 50 anos. E entre os que apresentavam perda auditiva severa, 15% já nasceram com algum grau de perda auditiva.


Por que Setembro Azul?

O mês de celebração das pessoas com perda auditiva é conhecido como Setembro Azul porque nele se comemora o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência (21/9) e o Dia Nacional do Surdo (26/9). A cor remonta à Segunda Guerra Mundial, quando os nazistas identificavam todos os deficientes com uma faixa azul no braço.

 

Ferida crônica: serviço especializado muda realidade de pacientes sem mobilidade

A jornada de paciente para vencer a lesão por pressão pode ser desgastante, mas tem solução

 

Lesão por pressão, também conhecida como escara popularmente, é um dano na pele provocado pela pressão durante um tempo prolongado de contato, impedindo a circulação sanguínea e desencadeando a destruição do tecido. Por isso, o problema acomete principalmente pessoas acamadas, em cadeiras de rodas ou aquelas com restrições ou impossibilitadas de mudar de posição. 

Dados revelam que a lesão por pressão é o terceiro tipo de evento mais frequentemente notificado pelos serviços de saúde do país. Além disso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) relata que é a quinta principal causa de morte no mundo. 

A aposentada Eliete Pereira dos Santos, de 65 anos, entrou para essa triste estatística quando desenvolveu o problema e não sabia por onde começar a busca pelo tratamento. Natural de Palmas de Monte Alto, uma cidade pequena localizada no sudoeste baiano, Eliete chegou em São Paulo aos 19 anos, onde trabalhou como empregada doméstica, recepcionista e, posteriormente, como instrumentadora cirúrgica. 

Com o passar dos anos, Eliete sentia muitas dores nas pernas e achava que era devido ao ritmo de sua rotina agitada. Contudo, após uma longa internação motivada por essas dores, Eliete recebeu o diagnóstico de Cisticercose, uma doença provocada pelas larvas (cisticerco) da tênia, um tipo de parasito conhecido vulgarmente como solitária. Foi então que surgiu a dificuldade de locomoção, que dia após dia se agravou e, hoje, a deixou em uma cadeira de rodas, após perder a capacidade motora dos membros inferiores. 

Com um quadro de saúde fragilizado, Eliete passou longos períodos de internação. No entanto, foi em março de 2020, em meio à pandemia do novo coronavírus, que ela passou mais de um mês internada para tratar uma infecção intestinal severa e desenvolveu a tão temida lesão por pressão. Com uma ferida dolorosa na região das nádegas, que causava incômodos e mau odor, ela passou por diferentes tratamentos que não impediram a piora da ferida. Pelo contrário, o problema só se agravava. Depois de mais de um ano, Eliete descobriu um serviço especializado capaz de promover a cicatrização da ferida com previsibilidade de tempo de tratamento e custos. Após dois meses de tratamento, a lesão já apresenta evolução para a cicatrização e o tratamento completo deve terminar em, aproximadamente, mais dois meses, totalizando quatro meses de acompanhamento especializado. 

O novo modelo de tratamento, desenvolvido pela ConvaTec, líder global nos segmentos de tratamento avançado de feridas, é realizado na Clínica ConvaCare, uma rede internacional de clínicas de excelência, cuja primeira unidade brasileira acaba de ser inaugurada em São Paulo. Com uma metodologia única e já aplicada em toda a América Latina há mais de 10 anos, é possível prever o tratamento abreviado por meio de uma avaliação integral do paciente, classificando a complexidade e considerando as comorbidades e capacidade de controlá-las, e usando um protocolo efetivo de tratamento da ferida, no qual são contempladas as diferentes tecnologias. 

Como evidenciado no caso da Eliete, além de representar uma significativa melhora em qualidade de vida para pacientes e seus familiares, a nova forma de tratar permite a reinserção dessa pessoa na sociedade em um curto período de tempo. Assim como Eliete, com essa nova forma de tratar, é possível voltar mais rapidamente a ter uma vida sem feridas.

 

Aumento de procura por cannabis medicinal chama atenção para dificuldade de acesso no Brasil

Médica canabinóide aponta necessidade de produtos com qualidade farmacêutica para toda população

 

O crescente interesse pela cannabis medicinal tem trazido debates em vários âmbitos sobre a necessidade de acessibilizar o tratamento para todos os indivíduos. Apesar de ter sido regulamentada pesquisa, produção e comercialização de medicamentos à base de Cannabis no Brasil, aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em dezembro de 2019 e em vigor desde março de 2020, o acesso ainda é bastante limitado e restrito à elite. Mais de 30 países já regulamentaram o uso da cannabis para tratar pacientes com doenças como epilepsia refratária, Alzheimer, autismo, dor crônica, entre outras, seguindo as mais rígidas práticas para um medicamento de qualidade.

Com o cenário brasileiro, a realidade de muitas famílias é recorrer às associações que disponibilizam o óleo de cannabis a preços mais acessíveis, já que o produto importado pode custar cerca de R$ 1,5 mil. A justiça também tem autorizado o plantio individual para uso médico por meio de habeas corpus preventivos. Entretanto, alguns especialistas se preocupam com a qualidade desses medicamentos, que podem apresentar efeitos adversos ou serem ineficazes por não seguirem todos os padrões sanitários previstos pelas agências reguladoras. 

“As pessoas têm acesso a produtos mais baratos e sem controle de qualidade de grau médico. Independente da condição financeira do indivíduo, ele tem que ter acesso a um produto de qualidade, porque a cannabis medicinal é um medicamento que deve seguir todas as etapas necessárias para produção. Em cultivo ao ar livre e produções amadoras podemos ter contaminações provenientes do solo (fungos, bactérias, etc), agrotóxicos, e outros, além da impossibilidade de uma análise rigorosa de Controle de Qualidade, o que pode causar complicações. As boas práticas para fabricação de um medicamento seguro e eficaz incluem certificação do processo de gestão e garantia da qualidade, certificação das instalações e de todas as etapas necessárias, desde escolha do insumo até armazenamento e distribuição do produto final. O ponto essencial é a concentração estandardizada dos princípios ativos, que devem ser iguais em cada lote”, explica a Dra. Maria Teresa Jacob, médica que desenvolve medicina canabinóide. 

No último mês, o estado de Nova York decidiu regulamentar a produção, distribuição e venda de canabidiol (CBD), uma das substâncias da cannabis, visando uma maior cautela com possíveis produtos que não atendam aos padrões de qualidade, exemplo que pode ser seguido no Brasil. “Existe a necessidade de produtos com qualidade farmacêutica para toda população e não somente para uma parte privilegiada. O importante é ter medicamentos que passem por todas as etapas de controle necessários para que sejam seguros e eficazes”, completa Dra. Maria Teresa.

A especialista acredita que deveriam existir mais estímulos para que as indústrias passem a produzir o medicamento aqui, o que diminuiria o custo e traria o respaldo necessário para o uso medicinal mais acessível. “Para isso, tem que ter uma produção industrial com todos os testes necessários, desde a escolha da semente, tipo de plantio, irrigação com água purificada e estéril, colheita e tudo mais. A saúde é um direito garantido pela Constituição. Já existem laboratórios que estão fazendo testes de qualidade para a Anvisa autorizar a produção no país, o que, segundo eles, diminuiria cerca de 40% a 50% no custo em dólar para o paciente. Acredito que beneficiaria uma grande parte da população”, finaliza.

            Hoje, para a Anvisa emitir autorização sanitária de produtos de cannabis, as indústrias devem apresentar os seguintes itens:

  • Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE);
  • Autorização Especial (AE);
  • Certificado de Boas Práticas de Fabricação (CBPF);
  • Justificativa para formular o produto;
  • Controle de qualidade;
  • Notificações de efeitos adversos;
  • Concentração dos canabinóides.

 


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