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quinta-feira, 13 de maio de 2021

Pandemia reduziu acesso de crianças vítimas de violência a serviços de saúde

Referência em atendimento de vítimas de maus-tratos, Hospital Pequeno Príncipe recebeu 20% menos crianças em comparação ao ano anterior. Dos 554 casos atendidos na instituição, 59% tinham até 6 anos

 

Uma estatística triste. A cada ano, o Hospital Pequeno Príncipe recebe centenas de crianças e adolescentes vítimas de todos os tipos de violência: sexual, física, psicológica, negligência ou autoagressão. Em 2020, foram 554 atendimentos, sendo que a violência sexual foi a predominante, com 362 crianças vítimas, o que corresponde a 65,3% do total de casos. Cento e três menores necessitaram de internação para se recuperar das lesões sofridas ou para serem retirados da convivência familiar até que os órgãos de defesa da infância tomassem as medidas protetivas cabíveis. “São números estarrecedores, que ressaltam a importância de a sociedade estar atenta, ouvir os pedidos de socorro desses meninos e meninas, e denunciar sempre, pois a denúncia pode salvar vidas”, enfatiza a diretora-executiva do Hospital, Ety Cristina Forte Carneiro.

Especialistas são unânimes em dizer que a necessidade de ficar mais tempo em casa agravou os casos de violência contra as crianças. “Historicamente, em cerca de 80% dos casos de violência, o agressor é alguém da própria família ou conhecido da família. Em tempos de pandemia, a convivência com esses agressores está aumentada. Se somarmos a isso o fato de as pessoas estarem mais estressadas, menos tolerantes, com diversos problemas sociais, e ainda sem a escola, que é um lugar de proteção das crianças, elas, sem dúvida, estão muito mais vulneráveis”, analisa a psicóloga do Pequeno Príncipe Daniela Prestes.

Um dado alarmante é com relação à pouca idade das vítimas: 326 tinham até 6 anos. Segundo o Comitê das Nações Unidas sobre o Direito da Criança, os primeiros anos da vida são a base para o desenvolvimento futuro de uma pessoa, e o estresse na primeira infância (que vai desde a gestação até os 6 anos), incluindo a exposição à violência, coloca em risco a saúde e a educação das crianças, com consequências mentais e fisiológicas negativas em longo prazo e que podem causar mudanças permanentes no cérebro em desenvolvimento, afetando a aquisição da linguagem, o funcionamento cognitivo e o autocontrole. Também pela pouca idade, a criança não consegue identificar o que é violência e pedir socorro sozinha.


Perfil das vítimas

Conforme relatório de 2020 da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma a cada duas crianças sofre algum tipo de violência no mundo todo ano. A Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, que mantém o Disque 100, contabilizou 95.252 denúncias de maus-tratos contra crianças e adolescentes em 2020 no Brasil. No Pequeno Príncipe, foram 554 atendimentos. A maioria das vítimas, 67,5% do total, era menina. De todas as crianças atendidas, 167 apresentaram lesões aparentes, e em 103 casos foi necessária a internação. Enquanto em 2019 duas crianças foram retiradas da família e encaminhadas a abrigos, em 2020 o número passou para oito.

Nos casos de violência sexual, as menores crianças vítimas desse tipo de violação foram três meninas e um menino de 10 meses de idade. Em três dos quatro casos, o pai foi o principal suspeito. O genitor foi apontado como principal suspeito em 70 dos casos atendidos (20%). Em 81% das situações de violação sexual, a agressão foi cometida por alguém do vínculo familiar da criança.

Considerada também como violência, a autoagressão é bastante preocupante. O que chama a atenção é que em 2020 a menor vítima de tentativa de suicídio era uma criança de apenas 10 anos de idade. Ao todo o Pequeno Príncipe atendeu 19 crianças e adolescentes por situações provocadas pela própria vítima.

Veja, ouça, denuncie

Para sensibilizar a sociedade sobre a importância da denúncia, o Pequeno Príncipe mantém, desde 2006, a Campanha Pra Toda Vida – A Violência não Pode Marcar o Futuro das Crianças. Por meio de manuais voltados a profissionais de saúde e da educação, livros sobre autoproteção direcionados ao público infantojuvenil e mobilização da comunidade por meio das redes sociais e outros materiais, a campanha busca dar visibilidade ao tema, seja ajudando os profissionais a identificarem os sinais de violência, seja incentivando as pessoas a denunciarem.

Em 2021 o tema é um chamado ainda para a sociedade engajar-se na proteção às crianças e adolescentes. “Veja – Ouça – Denuncie é um apelo à sociedade, é um pedido para que todos fiquem de olhos abertos, atentos aos pedidos de socorro das crianças e em ação, denunciando os casos suspeitos de violência. A denúncia pode ser feita ligando de forma anônima para o Disque 100 (nacional), 181 (Paraná) ou 156 (Curitiba). Este é um gesto que tem o poder de salvar vidas”, ressalta Ety.

Histórico de atendimento no Hospital Pequeno Príncipe


 


Lei 14.151: (Des)Regulamentação do afastamento presencial das gestantes

Foi publicada em 13 de maio a Lei 14.151, que dispõe sobre o afastamento da empregada gestante das atividades de trabalho presencial durante a emergência de saúde pública decorrente do coronavírus.

A referida lei estabelece uma única obrigação, que é a do empregador afastar as suas empregadas gestantes do trabalho presencial, sem prejuízo da remuneração.

E em seguida prevê a possibilidade de trabalho em domicílio, por qualquer formato à distância. Em não sendo possível – seja por incompatibilidade ou por falta de equipamentos tecnológicos, por exemplo, parece-nos que a empresa estará diante de uma licença remunerada, então. Empregada gestante deve ser considerada à disposição para trabalhar, desde que isso seja possível de ocorrer na sua casa.

Obviamente louvável a intenção do legislador em proteger a gestante e o bebê nesse momento caótico que vivemos num cenário de pandemia, mas hesitamos se não haveria outros meios de solucionar essa situação sem onerar indistintamente as empresas.

E dividimos aqui alguns questionamentos nos inquietam nesse primeiro momento:

i. como fica o setor do comércio, que na maioria das localidades vem tentando reabrir as portas?

ii. e as grávidas que apresentaram laudos médicos às empresas consignando que não fazem parte do grupo de risco e querem trabalhar?

iii. como ficam as atividades empresariais que não conseguem realocar suas empregadas grávidas remotamente em razão da própria natureza?

iv. e como compatibilizar as atividades empresariais que não conseguem realocar suas empregadas grávidas remotamente com o pagamento da remuneração, já que também estão tentando sobreviver economicamente?

v. havendo vacinas para esse grupo, a restrição se mantém?

vi. as empresas podem negociar coletivamente com os sindicatos solução diferente?

Todas essas dúvidas nos fazem refletir se estamos também no campo jurídico desregulamentando na busca da proteção excessiva, ou ao menos desencontrada.

Isso sem contar que uma medida que deveria ser de ação afirmativa pode se tornar discriminatória, prejudicando na prática a contratação de mulheres pelas empresas e, consequentemente, desprotegendo numa época de desemprego latente na sociedade brasileira.

De qualquer modo, as empresas precisam estar cientes de que teremos mais um capítulo no enfrentamento da COVID-19, com a esperança de que dias melhores se aproximem.

 


Raissa Bressanim Tokunaga - especialista em relações do trabalho. Sócia do Riva Bressanim Advogados

 

quarta-feira, 12 de maio de 2021

Movimento Divabética lança Campanha Digital Mulheres & Diabetes no mês da Luta pela Saúde da Mulher e da Mortalidade Materna

A iniciativa contempla a Exposição Mulheres e Diabetes - Retratos de histórias que Inspiram e Transformam


No mês em que são comemoradas a Redução da Mortalidade Materna e a Luta pela Saúde da Mulher, datas que integram o 5º Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM), da Organização das Nações Unidas (ONU), o Movimento Divabética lança a Campanha Digital Mulheres e Diabetes - Retratos de histórias que Inspiram e Transformam. O objetivo da iniciativa é conscientizar sobre a condição que afeta milhões de pessoas no mundo, e reforçar a autoestima e empoderamento de quem tem diabetes e a sociedade de forma geral.

A ação proporciona uma exposição presencial na Estação Tatuapé do Metrô e virtual no site https://mulheresediabetes.com.br/. Nela, há fotos produzidas em um ensaio fotográfico, que aconteceu ano passado antes da pandemia iniciar, e reúne as histórias de 13 mulheres com a condição, e que superaram desafios da doença, buscaram informação e apoio e hoje vivem com qualidade de vida.

O site também inclui informações sobre o autocuidado, que ajudarão a controlar melhor o diabetes. Fabiana Couto, empresária, psicanalista e fundadora do Movimento Divabética relata “O objetivo da exposição, além de levar conscientização e a educação às pessoas, é também romper com qualquer tipo de estigma ainda relacionado ao diabetes. Por meio da exposição, queremos que as pessoas se amem e aceitem a condição, e percebam que o diabetes bem cuidado não limita, e pode promover uma qualidade de vida ainda maior”, complementa Fabiana Couto.

Segundo a OMS,  aproximadamente 199 milhões de mulheres (8%) vivem com diabetes no mundo, e 8,5 milhões, ou seja, 7,8% das mulheres brasileiras, de acordo com a pesquisa da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgada em 2020 pelo Ministério da Saúde.

Um levantamento feito pelo Ministério da Saúde estima que um em cada seis nascimentos ocorra em mulheres com alguma forma de hiperglicemia durante a gestação*. Sem planejamento preconcepção, o diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2 resultam em uma mortalidade e morbidade materna e infantil significativamente maiores.

Assim, iniciativas como a campanha “Mulheres & Diabetes” são fundamentais para a prevenção de complicações e um renovar o sentimento de esperança para quem tem a condição e seus familiares.

Para conhecer a inciativa acesse: www.mulheresediabetes.com.br, e as redes sociais do Movimento Divabética.

As iniciativas têm o apoio do Metrô de São Paulo e das empresas Medtronic e Novo Nordisk.

 

Sobre o Movimento Divabética

O Movimento Divabética foi criado em 2017, com o objetivo de reforçar a autoestima e autoconfiança de pessoas com diabetes, apoiando-as e empoderando-as para que conquistem mais aceitação da condição e autocuidado, evitando complicações e vivendo uma vida mais plena e feliz. 

 

 

Exposição de Fotos:

Período: até 06 de julho de 2021

Local: Online Website www.mulheresediabetes.com.br, Físico: Estação Tatuapé do Metrô, no espaço Cultural Nível B – Mezanino

Endereço: R. Melo Freire - Tatuapé, São Paulo

* https://www.diabetes.org.br/profissionais/images/pdf/diabetes-gestacional-relatorio.pdf

 

Em tempos de pandemia, manter a mente sã pode garantir um corpo mais saudável


Uma forma cada vez mais comum de trabalhar a saúde no Brasil (e em quase todo o mundo) é voltando os olhos para práticas que focam apenas no corpo físico. Desde muito cedo, aprendemos na escola a importância da Educação Física, hoje com mais aulas teóricas que práticas. Desde criança, ouvimos falar o quanto praticar esportes faz bem – o videogame não era adorado como hoje pela maioria das crianças e adolescentes. “O que fazíamos antigamente era brincar de ‘rouba bandeira’, bola e pega pega ou correr de um lado para o outro o dia inteiro na rua. Era energia que não acabava mais”, lembra o médico Jean Rafael, um dos mais renomados palestrantes brasileiros sobre Gerenciamento do Estresse e autor do livro “A Ciência da Gratidão - Como prevenir as doenças da mente e aplicar o gerenciamento de estresse”.

 

Somos conhecidos, ainda, como o “País do futebol”, mas os números mostram que estamos mais para sofá, pipoca e petiscos que para chuteira, uniforme e bate bola, já que somos uma das populações mais sedentárias do mundo, com boa parte das pessoas apresentando sobrepeso e obesidade. “Para piorar ainda mais o quadro, os jovens estão nas estatísticas que mostram uma relação direta entre a falta de cuidados com o corpo e o alto número de complicações de saúde na pandemia que estamos vivendo. A Covid-19 está mostrando o quanto ser jovem e não cuidar da saúde é perigoso. Todos os dias cresce o número de pessoas jovens internadas com a saúde se complicando por conta da pandemia do coronavírus”, afirma Jean.

 

A verdade é que estamos longe de termos os cuidados conhecidos como “ideais” com o corpo físico como boa alimentação, hidratação, atividade física regular e muitos outros. Grande parte dos profissionais da área de Saúde e alguns programas de Governo alertam há tempos para a necessidade de cuidar do corpo como um “templo sagrado que nos permite vivenciar as belezas e alegrias da vida”, segundo Jean. Mas parece que tudo isso tem surtido pouco efeito e as doenças que aumentam os fatores de risco vão ganhando espaço. O que presenciamos são mais hipertensos e diabéticos sendo diagnosticados e em idades cada vez mais precoces.

 

Uma das formas de garantir a saúde do corpo é cuidar da saúde mental. “Falar sobre cuidar da mente para garantir a saúde do corpo ainda soa estranho, mas, nos últimos tempos, a pandemia deu mais força ao assunto. Trabalho com gerenciamento de estresse há um bom tempo e já vivenciei muitos momentos inusitados com relação a isso. Já ouvi gente comparando estresse à calça jeans, dizendo que os dois estão na moda e caem bem. Tem gente que diz que é só tomar uma bebida que o estresse diminui. Já os mais resistentes ao assunto dizem que estresse é frescura. A verdade é que trabalhar com transtornos mentais não é tão simples como parece. Quando paramos para pensar nos casos de depressão e suicídio no mundo, chegar a ser assustador”, afirma Jean.

 

Ao trabalhar com diversos pacientes, ele afirma ter percebido que colocar uma roupa para ir à academia já não tem sido fácil no País, ainda mais colocar uma roupa para meditar ou fazer yoga e relaxamento. “Parece ser um desafio ainda maior em nossa sociedade. Novas metodologias e pesquisas têm surgido para auxiliar nos cuidados com a saúde emocional. O que já se sabe é que a pratica diária de propostas que impactam no gerenciamento do estresse pode mudar o panorama de interação entre a mente e o corpo”, acredita Jean.

 

]Entre algumas medidas que o palestrante considera importantes estão:

 

1. Viver o momento presente. E isso é um verdadeiro desafio, ainda mais nos tempos atuais, em que nossa atenção está muito dispersa. Muitos fatores desfocam nosso estado de concentração, como o celular ou a carga de tarefas que se apresenta no dia a dia. Vivemos em um ritmo frenético e acabamos não percebendo nem as coisas boas e nem algumas pessoas ao nosso redor.

 

2. Ajustar o modo de pensar. Nossa mente está sempre buscando sempre o futuro e estes pensamentos nos empurram para a ansiedade, que, por sua vez, gera sintomas limitantes. É preciso estar atento ao modo de pensar, ajustando os filmes criados em nossas mentes e mudando os finais derrotistas e trágicos por verdadeiros finais felizes que podem fazer a diferença. Não é negar a realidade, mas ver o que faz sentido e o que não faz. Se é para criar, então, que sejamos mais otimistas.

 

3.Agradecer mais. A reclamação já faz parte do nosso cotidiano, então, preste mais atenção nas possibilidades que a vida oferece e estimule as áreas cerebrais, modificando a química do metabolismo por meio da prática da gratidão. Sabemos que, às vezes, não é fácil agradecer, principalmente, em períodos como o atual, mas vale a pena tentar!

 


Jean Rafael – palestrante, médico cirurgião geral com residência médica pelo Hospital Universitário de Alagoas Professor Alberto Antunes. É professor mestre em ensino na saúde pela Universidade Federal de Alagoas - coordenador da disciplina Saúde, Ciência e Espiritualidade . É pós-graduado em Ensino na Saúde pelo Hospital Sírio Libanês, em Auditoria de Sistemas de Saúde pela Faculdade Estácio de Sá do Rio de Janeiro e em Psicoterapia Transpessoal pelo Núcleo de Expansão da Consciência LUMEM. Possui certificação em Gerenciamento do Stress (ISMA – BR) e é treinador comportamental formado pelo IFT. É autor do Best Seller “A ciência da gratidão – Como prevenir as doenças da mente e aplicar o gerenciamento do estresse” (Literare Books International – 2019).


Sexo 4.0: pandemia e inteligência artificial impulsionam a revolução sexual

Profissionais que lidam com sexualidade humana afirmam que comportamento sexual passa por transformações inéditas que levam desde o aumento da assexualidade, quanto a buscas por novas formas de sexo


O que Alexa, Siri, Google Assistente e pandemia têm a ver com sexo? Tudo. É o que profissionais e pesquisadores de sexualidade humana do mundo todo estão constatando em atendimentos e estudos voltados a entender os efeitos do distanciamento social sobre o comportamento humano. Na visão dos especialistas, assim como o home office já era uma tendência que foi acentuada pela necessidade do distanciamento social, a revolução sexual em curso também foi acelerada, consolidando tendências como a busca por formas artificiais de prazer que farão parte do novo normal daqui por diante.

Para dar conta dessa revolução, disparou a produção de artigos e a busca por atendimento especializado em sexologia. “Como tudo em nossa sociedade da ansiedade vira sintoma para diagnóstico, a procura pelos consultórios médico-psicológicos ou por aconselhamento em instituições sociais aumentou. A problematização sintomática da libido é inicialmente uma busca de saída rápida e fácil pela via da medicação – em alta em tempos de indústria farmacológica –, mas, em seguida, vem um mal-estar pela consciência dos efeitos colaterais dos remédios, dentre os quais, sempre a diminuição da própria libido”, alerta Ocir de Paula Andreata, pós-doutor e doutor em Teologia, psicólogo especialista em Sexualidade Humana e coordenador da pós-graduação em Sexualidade Humana da Universidade Positivo (UP).

O especialista chama atenção para a diminuição e a inibição do desejo, que antes já eram as principais queixas nos consultórios, mas que com a pandemia pioraram. “Motivação do desejo sexual pela fantasia é algo que não pode acabar. É preocupante o desinteresse que tem feito crescer a assexualidade, ou seja, a morte do desejo, que é o grande elemento que move a sexualidade, desde a estrutura biológica do impulso afetivo até a conexão com relações sociais de prazer sexual”, pondera.

Na avaliação dele, o que é considerado involução, são formas abusivas e esvaziadoras que minam a confiança e sem alimentação afetiva da alma. Já a adesão à tendência mundial, muito anterior à pandemia, do chamado sexo “tinder-pornô” de prazer livre sem vínculo afetivo, pode ser classificada como um comportamento que reflete o contexto tecnológico e de valores das gerações que caminham para relações mais fluídas, complexas e desapegadas de grandes definições. “O pornográfico se tornou o paradigma do sexo, a facilidade de encontro feito por aplicativos virou símbolo de relações fugazes apenas para o prazer-orgásmico, e os relatos de mulheres e homens são de um vazio na contínua busca por um sexo que seja também amor”, revela.


Solteiros X casados

De acordo com a própria experiência como profissional da área e relatos de colegas e ex-alunos que viram lotar as agendas de atendimento durante a pandemia, o especialista afirma que o sexo parece ter diminuído para os casados e compromissados e que esteja “mais diversificado” para solteiros de livres relacionamentos. “A libido diminuiu e se recolheu em relações estáveis a ponto de levar a separações e aumento da violência doméstica. Por outro lado, em solteiros de todas as idades, especialmente os de meia-idade, aumentou a busca por contatos diversificados de parceiros e novas formas de prazer sexual via redes de comunicação, que deixam as relações mais horizontais, e de aplicativos de contato, que facilitam interações e encontros com finalidade exclusivamente sexual para o prazer”, aponta. 

Tal situação acompanha o que já foi descrito em algumas pesquisas no mundo. Durante o primeiro mês da pandemia, o Instituto Kinsey, junto à Universidade de Indiana, nos EUA, fez uma pesquisa on-line sobre a situação do sexo na pandemia, com 1.559 pessoas adultas. Na pesquisa, quase metade da amostra relatou um declínio na vida sexual, mas um em cada cinco participantes relatou expandir seu repertório sexual incorporando novas atividades. Os acréscimos mais comuns foram conversas eróticas on-line por aplicativos, experimentar novas posições sexuais e compartilhar fantasias eróticas.


Ressignificação da sexualidade

Andreata considera que a pandemia serviu para trazer à tona problemas relacionais já existentes, questões indefinidas de gênero e subjetividades inquietas por outras formas de prazer e amor. “Nota-se um aumento da ansiedade por retorno aos encontros sexuais fáceis do tinder-pornô. Mas observa-se também certa vontade de algum novo aumento do desejo que tanto inove as relações de prazer quanto retorne ao afeto sustentador”. Nesse sentido, ele acredita que a revolução sexual deve caminhar no sentido de uma ressignificação da sexualidade. “Acima de tudo, é o sujeito desta atual modernidade que está em crise e não necessariamente a identidade ou os modos de gozo, os quais, aliás, quanto mais comuns e populares, mais banalizam a experiência sublime do sexo”, ressalta.


Sobre o curso de Sexualidade Humana

O curso de Pós-Graduação em Sexualidade Humana: Clínica e Educação é, há sete anos, um ambiente de pesquisas, formação e fomento de projetos na área da sexualidade humana em suas mais diversas modalidades de acontecimento. O corpo docente, formado por cerca de quinze professores, doutores e mestres, profissionais e pesquisadores da sexualidade em suas áreas médica, psicológica, fisioterápica, educacional, antropológica, relacional, organizacional e bioética, têm entre si algumas percepções compartilhadas. O curso reúne a experiência prática, pesquisas, estatísticas de dados e leitura analítica. Em 2020, foi o curso que registrou maior aumento na procura na Universidade Positivo, com 42% de crescimento no número de alunos.


Mindfulness e meditação ajudam a lidar com sentimentos comuns na pandemia. Especialista dá dicas de como começar a prática

Transtornos mentais, como ansiedade, associados ao isolamento e a Covid-19 afetam o dia a dia dos brasileiros; Busca na internet por "como fazer meditação para ansiedade" cresceu 4.000%



Mais de um ano após o início da pandemia causada pela Covid-19, e em uma realidade em que casos e mortes aumentam de forma crescente, pode-se dizer que a saúde mental de muitas pessoas isoladas até agora é motivo de preocupação entre especialistas no assunto. Um cenário que se mostra em pesquisas: pelas projeções da Organização Social da Saúde (OMS), as doenças mentais serão prevalentes nos próximos 10 anos, agravadas pela pandemia da Covid-19.

Buscar válvulas de escape e formas de controlar a ansiedade também tem aumentado nas redes: as buscas pelos termos meditação e mindfulness atingiram o recorde dos últimos 16 anos, segundo levantamento do Google. Em relação ao ano passado, a pergunta "como fazer meditação para ansiedade" cresceu 4.000% e o aumento de "benefícios da meditação" chegou aos 200%.

E, segundo o psiquiatra Marco Abud, a prática é, de fato, altamente benéfica para períodos como esses em que, além de ansiedade (ou por causa dela) também aumentaram os casos de insônia no país. Ainda de acordo com a OMS, cerca de 40% dos brasileiros apresentam esse problema.

Isso tem afetado não só a saúde mental em geral, mas a vida prática de muitos: segundo o Ministério da Economia, em 2020, houve recorde de concessões de auxílio-doença e aposentadorias por invalidez decorrentes de doenças relacionadas à depressão e à ansiedade. Os afastamentos por transtornos mentais tiveram aumento de 33,7%, saltando de 213,2 mil, em 2019, para 285,2 mil, em 2020.

Mas então, como conseguir exercitar o mindfulness? O especialista, que lidera o canal no Youtube Saúde da Mente - o maior do país sobre o tema, com mais de 1,5 milhão de inscritos - ensina técnicas para incluir a prática no dia a dia. "A maioria dos brasileiros estão desolados com a situação da pandemia. Além dos números assustadores, do isolamento social e do medo de perder alguém ou ficar doente, há também uma nova rotina, que mistura o ambiente de trabalho com o doméstico e pessoal, sobrecarregando ainda mais o dia a dia. A prática da meditação e de mindfulness ajuda a minimizar esse cansaço físico, aliado com a exaustão mental", explica.

A seguir Marco Abud esclarece as principais dúvidas sobre o mindfullness. Confira:



Qual é a diferença entre mindfulness e meditação?


Mindfulness é um estado mental (que envolve três componentes: estar no presente, sem julgar e com postura de gentileza). Esse estado mental pode ser desenvolvido por meio da prática regular de tipos específicos de meditação. A meditação mindfulness é o processo pelo qual uma pessoa desenvolve a capacidade de estar conectado(a) ao momento presente.



Por que devo praticar mindfulness?


Psicólogos, médicos e neurocientistas têm estudado os efeitos do MINDFULNESS no cérebro e no bem-estar através de décadas, e agora sabemos que a meditação mindfulness feita de forma regular está associada a efeitos extremamente positivos para a saúde, incluindo níveis mais baixos de estresse, aumento da felicidade e do bem-estar. Assim como há muitas razões para fazer atividade física (perder peso, ficar mais forte, se sentir melhor, ser mais saudável, etc.) há muitas razões para meditar.



Quando é um bom momento para praticar mindfulness?


A melhor coisa sobre o mindfulness é que você pode se tornar totalmente atento(a), conectado(a) e curioso(a) sobre qualquer atividade, a qualquer momento. Desde escovar os dentes e tomar banho, até fazer uma xícara de chá ou ir para o trabalho - assim que você perceber que está fazendo algo de forma rápida e sem pensar, você tem a possibilidade respirar fundo e prestar atenção nessa atividade.

Em relação à prática de meditação, é difícil meditar quando estamos muito cansados, sonolentos, exaustos ou quando estamos muito agitados. Quando você sentir que está alerta e não muito inquieto(a), é uma boa hora para treinar a meditação.



A meditação precisa ser longa?


O objetivo é chegar a 10 a 20 minutos por dia. Mas isso é uma meta final, como correr uma mini-maratona. Não vamos começar a fazer atividade física já correndo uma maratona. Isso diminui muito nossa chance de sucesso e não é agradável. O ideal é começarmos com poucos minutos ao dia, 2 a 3 minutos. E irmos aumentando conforme fortalecemos essa habilidade.

Dieta com restrição de carboidratos é boa alternativa para o tratamento do transtorno bipolar

Segundo o psiquiatra, membro da ABLC, Régis Chachamovich, a ciência mostra, com cada vez mais dados, que a dieta cetogênica é capaz de atuar em diversos mecanismos responsáveis por doenças neuropsiquiátricas


Doenças psiquiátricas costumam ser tratadas principalmente com o uso contínuo de medicamentos, que muitas vezes não geram resultados eficientes. O que grande parte da população desconhece, inclusive grande parte da classe médica, é que alimentação tem grande interferência na saúde mental e pode ser usada como ferramenta terapêutica para mitigar os efeitos nocivos de distúrbios psíquicos e mentais.

Segundo o médico psiquiatra, especialista em psiquiatria nutricional e membro da Associação Brasileira Low Carb (ABLC), Regis Chachamovich, muitas evidências científicas e clínicas confirmam que uma alimentação saudável, principalmente baseada em “comida de verdade”, (de origem natural e minimamente processada) pode ser de grande eficácia, por exemplo, para o manejo de quadros de transtorno bipolar, doença que acomete aproximadamente seis milhões de brasileiros.

“Com início costumeiro no final da adolescência ou início da fase adulta, o transtorno bipolar representa um verdadeiro desafio para o portador e seus familiares”, explica Chachamovich.  Isto porque, conforme o psiquiatra, a doença tem caráter crônico e demanda tratamento contínuo por longos períodos, frequentemente por toda a vida.

A bipolaridade se caracteriza por períodos de mania ou hipomania, depressão e normalidade. De acordo com Chachamovich, durante a fase de mania ou hipomania, o paciente costuma apresentar elevação do humor, aceleração da atividade mental, irritabilidade, diminuição da necessidade de sono, aumento da velocidade da fala e alterações de comportamento que frequentemente colocam a pessoa em situações de risco. O que difere a mania da hipomania é a intensidade e a duração do quadro. “Já a fase depressiva é marcada por tristeza intensa, falta de prazer em atividades que normalmente dão prazer, desânimo, choro fácil e frequente, falta de energia, pensamentos com conteúdo negativista”, relata o psiquiatra.

Para tratar os sintomas, utiliza-se tradicionalmente medicamentos como estabilizadores de humor e antipsicóticos. Os resultados, porém, nem sempre são satisfatórios. Segundo o psiquiatra, é visto com frequência na prática clínica, pacientes que seguem tendo crises, mesmo medicados, ou que apresentam melhora parcial, mas com prejuízos significativos na qualidade de vida. “Em alguns casos, por exemplo, as crises são controladas, mas o paciente permanece em um estado depressivo leve duradouro”, explica.

Nestas brechas relacionadas aos tratamentos com uso contínuo de medicamentos é que urge falar de outras possibilidades terapêuticas, como, por exemplo, a abordagem alimentar cetogênica, que preconiza o baixo consumo de carboidratos e prioriza a ingestão de alimentos ricos em proteínas e gorduras. O especialista em psiquiatria nutricional explica que a dieta cetogênica é um estilo de alimentação que promove importantes alterações no metabolismo do corpo como um todo, e especialmente no metabolismo cerebral. “O que a ciência tem mostrado com cada vez mais dados é que estas alterações são altamente benéficas em um número crescente de situações, entre elas os distúrbios mentais”, diz.

Entre os mecanismos amplamente aceitos pela comunidade científica, responsáveis por diversas doenças neuropsiquiátricas, tais como o transtorno bipolar, estão: inflamação crônica em nível do sistema nervoso central; diminuição da produção de energia proveniente da glicose; resistência à insulina em âmbito cerebral; desbalanços de neurotransmissores; e aumento do estresse oxidativo. Conforme Chachamovich, a dieta cetogênica é capaz de atuar em diversos destes mecanismos. “O que confere a estratégia um espectro de ação significativamente mais amplo do que as medicações hoje disponíveis, com chances muito reduzidas de efeitos adversos”, afirma.

De acordo com o especialista em psiquiatra nutricional, há inúmeros relatos de casos clínicos que dão conta de pessoas com transtorno bipolar e transtorno esquizoafetivo (uma forma intermediária entre o transtorno bipolar e a esquizofrenia) que obtiveram melhoras significativas com a implementação da dieta cetogênica. “Quando procuramos o que chamamos de relatos anedóticos (pessoas que relatam seus casos, não publicados em periódicos especializados) também encontramos uma quantidade enorme de pessoas relatando graus importantes de melhora com essa estratégia”, conta.

Não obstante a importância já comprovada da estratégia alimentar com redução de carboidratos no tratamento de doenças psiquiátricas, Chachamovich faz questão de salientar que a terapêutica não concorre com o uso de medicamentos tradicionais. “Estes muitas vezes têm um papel definitivo em diversos casos”, pondera. Conforme o psiquiatra, a melhor abordagem a ser empregada deve ser sempre decidida com o paciente, após uma avalição individual, levando em conta preferência pessoais e contraindicações.

Chachamovich destaca ainda que o uso da dieta cetogênica para o tratamento de distúrbios mentais necessita do acompanhamento de um profissional com conhecimento sobre a doença e sobre o manejo da alimentação. “Apesar de a estratégia alimentar ser bastante segura para a maioria das pessoas, são necessários cuidados importantes em relação à implementação e fase de adaptação, ao controle das medicações em uso, e ao acompanhamento de alguns parâmetros”, conclui.

 


Régis Chachamovich - Psiquiatra e Psicoterapeuta em Florianópolis (SC), com atuação em Psiquiatria Nutricional, e membro da Associação Brasileira Low Carb (ABLC). É especialista em Prática Clínica Low Carb High Fat / Keto, Reversão do Diabetes e Reversão da Obesidade pela The Noakes Foundation (África do Sul), e possui formação em Low Carb / Keto no tratamento de Doenças Mentais.


Entenda a importância de dormir bem para o controle de peso e o combate a doenças

Conforme explica especialista em Medicina do Estilo de Vida, enquanto dormimos ocorrem processos metabólicos importantes que garantem o equilíbrio e a harmonia do organismo


A falta de uma alimentação balanceada e de exercícios físicos não são os principais fatores que prejudicam a saúde de modo geral. A qualidade do sono também entra nesta lista, já que além de fazer nosso corpo descansar, o descanso ajuda a manter o equilíbrio do sistema imunológico, endócrino, neurológico e de diversas outras funções. “Nunca foi exagero dizer que precisamos dormir oito horas por noite”, afirma Dra. Livia Salomé, médica especialista em Medicina do Estilo de Vida pela Universidade de Harvard e vice-presidente da Regional Minas Gerais do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida.

Conforme a médica explica, uma noite bem dormida pode significar inúmeros benefícios, como manutenção do peso, controle do diabetes, hipertensão, melhora da memória e até da depressão. “Enquanto dormimos, ocorre uma série de processos metabólicos importantes, que garantem o equilíbrio e a harmonia do organismo”, diz ela.

Um dos hormônios produzidos durante o sono é a leptina, responsável pela sensação de saciedade. Segundo a Dra. Lívia, nosso corpo queima calorias durante o descanso noturno, sendo que dormir menos de oito horas pode reduzir em até 55% esse consumo. “O estresse e uma noite de sono mal dormida são os principais responsáveis pela desregulação da produção de um hormônio chamado grelina, sabido ser o principal  hormônio estimulante do apetite. Esta substância é responsável pela produção do desejo de comer”. Isso explica por que pessoas com apneia do sono e insônia podem sentir mais vontade de comer: é pela carência da grelina. 

Além disso, dormir mal aumenta a resistência do corpo à insulina, complicando ainda mais o controle do diabetes. De acordo com pesquisadores da Northwestern University, dos Estados Unidos, 82% dos pacientes diabéticos que apresentam dificuldades para dormir e que tiveram seu sono monitorado, apresentaram resistência à insulina.

Outro problema gerado pelo cansaço das noites mal dormidas é a hipertensão. “Se não descansamos o suficiente, nossa pressão sanguínea aumenta, causando pressão alta em médio prazo”, afirma a especialista em Medicina do Estilo de Vida. Segundo estudo da Universidade de Montreal, no Canadá, a hipertensão desencadeada por insônia afeta até mesmo os pacientes sem predisposição à doença.

Embora muitas pessoas tentem evitar o consumo de alimentos antes de dormir, acreditando que possam engordar, isso nem sempre é verdade. “É essencial saber escolher o que comer antes de ir se deitar, pois, se a ingestão de calorias for muito elevada, isso pode mesmo acontecer”. 

Por isso, a médica recomenda o consumo de alimentos leves, de fácil digestão e com propriedades calmantes para facilitar o sono, como  abacate, iogurte com aveia, banana com nozes ou leite com mel, por exemplo. 

“São interessantes também as bebidas com propriedades calmantes, como chá de camomila ou suco de maracujá, que ajudam de forma natural a acalmar, relaxar e dormir bem”, finaliza a especialista.

 


Dra. Lívia Salomé - Graduada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem especialização em Clínica Médica e certificação em Medicina do Estilo de Vida pelo American College of Lifestyle Medicine. Atualmente, é vice-presidente da Regional Minas Gerais do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida (CBMEV).


Falta de cuidado com saúde bucal pode impactar desempenho de atletas

Para Barbara Domingos, o cuidado com a estética está sendo parte fundamental da preparação na busca por uma vaga olímpica
Créditos: Reprodução/Confederação Brasileira de Ginástica (CBG)

Carreira precoce é um dos motivos que pode resultar em negligência nos cuidados bucais de atletas profissionais


Não é somente para o corpo que os atletas precisam dar atenção antes e durante as temporadas, mas também para a saúde bucal. Investigar, prevenir, tratar e reabilitar as doenças e problemas bucais são ações que estão diretamente ligadas a um melhor rendimento esportivo e até à prevenção de lesões. O fato de iniciar uma rotina de trabalho cedo, muitas vezes ainda na infância, pode fazer com que atletas deixem de lado hábitos comuns para crianças, como o aprendizado da escovação correta e uma rotina de cuidados em casa e também no dentista. Além disso, os tratamentos comuns para adolescentes, como o uso de aparelho ortodôntico e remoção dos sisos, são planos que acabam sendo adiados para não interferir na evolução da carreira, mas que podem ser prejudiciais para o desempenho futuro no esporte. 

Além do perigo de lesões mais graves, é muito comum que os  esportistas apresentem cáries, por exemplo. “A ingestão de alguns alimentos, consumo de isotônicos, medicamentos e suplementos podem ser os causadores da doença”, destaca Sergio Bernardes, dentista e gerente de novos produtos e práticas clínicas do Grupo Straumann. De acordo Sergio, os atletas que são respiradores bucais precisam dar atenção aos dentes e a presença do terceiro molar pode aumentar o risco de fraturas mandibulares. “A falta de precaução com a saúde bucal também pode levar à ocorrência de patologias ou disfunções da articulação temporomandibular (ATM) e doenças periodontais”, conta. Além disso, fraturas podem ocorrer durante os treinos mais pesados e nas competições. “Manter um acompanhamento com dentista ou ortodontista pode evitar possíveis traumas dentários. O uso de placas protetoras, alinhadores transparentes ortodônticos e a realização de exames periódicos podem auxiliar em questões como a eficácia da respiração, casos de apertamento dentário, correção da mordida e ainda proteção contra pancadas e acidentes”, afirma o dentista. 


Estética vale pontos 

A melhoria no desempenho e o cuidado com a saúde são essenciais, mas isso não tira a estética da lista de vantagens que o cuidado odontológico pode proporcionar para quem pratica esportes. No caso da atleta da Seleção Brasileira de Ginástica Rítmica Individual e medalhista de prata nos Jogos Pan-Americanos de Lima, Barbara Domingos, o cuidado com a estética está sendo parte fundamental da preparação na busca por uma vaga olímpica. “Cuidar do sorriso faz parte da preparação da ginasta, já que a estética conta pontos na nossa apresentação e, neste ano, como eu estou em busca da vaga olímpica, cada detalhe faz a diferença no tablado”, conta. 

No caso de Barbara, a solução encontrada foi buscar pelos alinhadores transparentes, nova tendência de tratamento para atletas. “Como nós saltamos e também trabalhamos com a bola e maças, o aparelho comum se tornava um risco, já que, em uma queda ou erro com os objetos, eu poderia me machucar. Além disso, a estética do aparelho comum não é o ideal para as apresentações, eles interferem muito na expressão facial”, explica a ginasta. 

A  dentista responsável pelo processo e especialista em alinhadores ClearCorrect, Isabela Shimizu, explica que o alinhador garante segurança em caso de atritos, colisões ou acidentes. “O ideal é que o paciente use os alinhadores 22 horas por dia, retirando somente nas refeições, mas, como ele é transparente e tem um formato mais anatômico, não apresenta risco de ferir a boca e pode ser usado em apresentações de ginástica ou até mesmo em jogos de futebol, por exemplo”, ressalta Isabela. 

O formato, além da vantagem estética, também traz mais mobilidade e conforto para a prática de esportes. De acordo com Isabela, a possibilidade de manter o tratamento mesmo durante viagens e longos períodos longe do dentista é um ganho para os atletas. “O tratamento com alinhadores transparentes permite que eles mantenham o cuidado mesmo em competições ou períodos fora da cidade, pois cada alinhador é previamente programado. Ou seja, na data certa, é só o atleta trocar o alinhador para o próximo, que já estará com ele, e seguir a rotina normal ”, explica a dentista. 

Na temporada 2020/2021, Barbara Domingos tem o Pan-Americano, agendado para acontecer no Brasil no mês de junho e, se conquistar a tão sonhada vaga, a Olimpíada de Tóquio. 

 


ClearCorrect

Group Straumann


Grávida pode fazer atividade física? Conheça os benefícios de exercícios na gestação

Ginecologista comenta os principais tipos de exercícios e as recomendações para a prática segura durante a gravidez

 

O pré-natal é uma oportunidade crucial para acompanhar a saúde da mãe e do bebê durante a gestação, além de proporcionar cuidado, apoio e informação. A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza algumas diretrizes para os cuidados que as gestantes devem receber a cada contato com o sistema de saúde. 

Além das orientações sobre uma dieta saudável e nutrição ideal, as atividades físicas e suplementação corretas também atuam no combate de sintomas fisiológicos comuns durante a gravidez, como náuseas, dores nas costas e constipação.  

Segundo Evelyn de Souza, ginecologista da Pró-Saúde e com atuação no Hospital São Luiz, em Cáceres (MT), a atividade física é de grande importância para a saúde da mulher. “Os exercícios diminuem as dores na hora do parto e nas costas, fortalecem a musculatura e favorecem o parto normal”, destaca.  

A especialista ressalta que a gestante deve ser avaliada por um profissional de saúde antes de começar qualquer atividade. “Com as orientações corretas tudo encaminha para uma gravidez tranquila”, diz.  

A OMS também recomenda suplementação de ferro, ácido fólico e outros nutrientes que devem ser individualizados de acordo com a saúde de cada gestante. Isso evita doenças que podem impactar na saúde da mulher e do bebê na gestação, como anemia materna, sepses puerperais, baixo peso e prematuridade. 

Entre as práticas de exercícios físicos durante a gravidez, as mais comuns são: 

Caminhada: ideal para mulheres que eram sedentárias antes de engravidar; recomenda-se de três a quatro vezes por semana; 

Pilates: melhora a respiração, frequência cardíaca, alonga e fortalece os músculos e é ótimo para a postura; 

Yoga: promove o alongamento, a respiração e não possui impacto nas articulações. Além disso, ajuda a recuperar a energia, relaxar, melhorar a circulação e postura, evitando as dores na lombar típicas nesse período, principalmente, durante as últimas semanas da gravidez; 

Musculação leve: as grávidas que já faziam musculação antes de engravidar e que tinham um bom condicionamento físico, podem fazer exercícios de musculação, mas devem diminuir a intensidade dos exercícios para evitar sobrecarga da coluna, joelhos, tornozelos e assoalho pélvico. 

“É importante ressaltar que as atividades físicas também ajudam a diminuir a ansiedade, liberam serotonina e endorfina, além de melhorar a circulação da placenta, permitindo que o bebê receba mais oxigênio e nutrientes”, destaca a ginecologista.


Pré-Natal 

O Ministério da Saúde recomenda que a mulher deve realizar ao menos seis consultas durante os nove meses de gravidez, sendo uma no primeiro trimestre, duas no segundo trimestre e três no terceiro trimestre, além de uma sétima consulta no puerpério (até 42 dias após o parto) – e esta agenda deve ser mantida mesmo neste período de pandemia. 

Além disso, o pré-natal é essencial para detectar qualquer intercorrência com o feto, como malformações ou doenças congênitas, algumas delas ainda em fases iniciais, permitindo o tratamento intrauterino e proporcionando ao recém-nascido uma vida perfeitamente saudável. 

Referência em gestações de alto risco, a maternidade do Hospital São Luiz, unidade gerenciada pela Pró-Saúde, faz parte da história da região de Cáceres, sendo responsável pela maioria dos nascimentos da população local. 

A unidade vem recebendo investimentos para fortalecer a assistência dedicada às parturientes, como a aquisição de novos equipamentos e recentes reestruturações, que visam proporcionar mais conforto às gestantes e fortalecer o vínculo entre mãe e bebê. 

As práticas adotadas pelo São Luiz foram reconhecidas pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e pela OMS (Organização Mundial da Saúde), por meio do selo Amigo da Criança, concedido pela IHAC (Iniciativa Hospital Amigo da Criança) aos hospitais que realizam o cumprimento dos 10 passos para o sucesso da amamentação. 

O São Luiz é referência ainda no atendimento em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, ginecologia e pediatria para 22 municípios do oeste mato-grossense e até mesmo para algumas cidades do país vizinho, a Bolívia.


Parto por Hipnose: O queridinho delas

Novidade do momento para as grávidas da atualidade, o parto por hipnose já está ganhando cada vez mais simpatizantes. Sem dor e com rápida recuperação, a mamãe fica consciente na hora do parto e ainda consegue apreciar o seu momento com o bebê.


Para viver o momento mais emocionante na vida de uma mãe, as mulheres estão procurando formas alternativas para dar à luz. Hoje, o parto por hipnose é a opção que está no topo da lista. Por ser menos invasivo, a promessa é que esse novo processo ajude no pré e no pós parto.

A anestesia é trocada por hipnose. Os médicos não usam substâncias pesadas e, assim, economizam com uma internação mais curta ao usar o estado alterado de consciência para desviar foco da dor no paciente.

O Brasil é o segundo país com o maior índice de cesáreas do mundo. A taxa é quase duas vezes superior à dos EUA. Segundo dados do Ministério da Saúde, o total de procedimentos chega a 55,5% em hospitais particulares, e o índice pode atingir 84%.

 A hipnose não é indicada somente para a hora do parto, antes e depois também acontece. No pré-parto, a mamãe fica nervosa e isso influência diretamente no nascimento do bebê. Depois do parto, é essencial o acompanhamento e a continuidade do tratamento, pois serão duas vidas totalmente renovadas, fazendo com que a recuperação seja mais rápida do que o normal.

Além de seu efeito anestésico, o estado hipnótico tem outras utilidades. A hipnose pode ser usada para o tratamento de fobias e traumas. O especialista usa essa janela da consciência para acessar lugares que seriam mais difíceis com a mente totalmente acordada. Na anestesia, o objetivo é apenas o estado hipnótico por si só que já é suficiente para desviar o foco da dor.

Conforme dados da Healthtech Theia coletados no mês de outubro de 2020, 51% das grávidas mostravam interesse em realizar um parto normal, mas apenas 32% assim o fizeram por conta do medo da dor. Hoje, como forma de aperfeiçoar esse momento, o procedimento de hipnose tem sido adotado nos hospitais para bloquear a dor sem anestesia.

“A ideia é dar liberdade para o parto normal, que é o desejo de muitas mães, e deixar o medo da dor de lado. A nova técnica irá ajudar de uma maneira em que ela ficará consciente de tudo”, comenta Michael Arruda, CEO da OMNI Brasil, que forma milhares de profissionais em hipnoterapia.

 

  

Michael Arruda – CEO da OMNI Brasil: Autor do best-seller Desbloqueie o Poder da Sua Mente, mais de 2.500 milhões de exemplares vendidos. Michael também é palestrante, hipnoterapeuta e presidente da OMNI Brasil. Começou seus estudos em hipnose aos 13 anos. Em 2015, trouxe a OMNI para o Brasil, a maior escola de hipnoterapia do mundo, presente em 26 países. Nos últimos três anos, o escritório brasileiro se tornou a maior base da instituição em todo o mundo. Michael é especialista em usar a hipnose no sentido de programar a mente para o sucesso profissional, gestão de carreiras e saúde.

 

OMNI Brasil

https://omnihypnosis.com.br/blog-hipnoterapia-problemas-tratados/


MÊS DE CONSCIENTIZAÇÃO DA DOENÇA CELÍACA: DIAGNÓSTICO É SÓ O PRIMEIRO PASSO

Um dos desafios de quem é celíaco é encontrar alimentos que não contenham nem ao menos traços de glúten, e a conscientização ajuda na criação de novos produtos  

Diarreia ou prisão de ventre crônicos, distensão abdominal, ocorrência de vômitos, desnutrição, anemia, falta de apetite, dor abdominal e até depressão e doenças neurológicas são alguns dos sintomas da doença celíaca. 

De acordo com a Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (FENACELBRA), em torno de 2 milhões de pessoas são afetadas pela condição no país. Porém, apesar da consciência em torno dessa desordem sistêmica autoimune ter aumentado, a maioria dos celíacos ainda está sem diagnóstico. 

 

Maio verde  

Na intenção de conscientizar a população sobre a doença celíaca, foi criada a campanha Maio Verde.  

Quem convive com essa condição sabe que é preciso ir além do diagnóstico. Afinal, o glúten não pode fazer parte da vida de um celíaco - e nem ao menos os traços de glúten.  

Com mais gente entendendo o que é essa condição, a oferta de produtos seguros também cresce. A empresa Vida Veg, por exemplo, não utiliza ingredientes com glúten na produção de seus produtos alimentícios a base de plantas.  

São iogurtes, queijos, cremes de castanha, hambúrgueres e uma linha inteira de leites vegetais pensados para atender esse público. Este mês, a Vida Veg está inovando mais uma vez lançando um leite de aveia sem glúten, fugindo do tradicional, além de ser sem lactose e sem adoçante e promete agradar os fãs do tradicional café com leite. 

 

O que é a doença celíaca  

Caracterizada pela intolerância permanente ao glúten, a condição celíaca é uma doença autoimune que afeta o intestino delgado. Por conta disso, interfere diretamente na absorção de nutrientes.   

A condição pode se manifestar em crianças e adultos, e cada caso pode ser diferente do outro porque os sintomas também variam de pessoa para pessoa. O diagnóstico é feito a partir de exames como o de sangue e a endoscopia.  

O tratamento é para vida toda: manter-se longe do glúten, que é uma proteína presente no trigo, aveia, centeio, cevada, malte e derivados.  

O diagnóstico é só o começo da busca por maior qualidade de vida. Campanhas como o Maio Verde mostram que, além do acompanhamento médico, é preciso cuidar da dieta e evitar a contaminação cruzada.  

Quanto mais pessoas conhecerem a condição, maior segurança e autonomia os celíacos poderão ter. 

 

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