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terça-feira, 11 de maio de 2021

Por que investir em marketing digital para varejo?

Não é de hoje que a forte competição dentro do mercado varejista torna a missão de abrir um novo negócio, ou manter empreendimentos antigos um desafio.  

E se engana quem acredita que apenas as grandes empresas e marcas renomadas precisam desenvolver novas estratégias de crescimento. 

 

É nesse cenário que o marketing digital se tornou um termo tão presente e frequente dentro de conversas sobre empreendedorismo e sucesso da marca.

 

Entre as posturas mais importantes de um empreendedor que busca um bom espaço na competição econômica, é necessário entender que o marketing digital vem para somar as estratégias mais clássicas para o fortalecimento da marca. 

 

Mas afinal, você está familiarizado com o marketing digital? Você sabe quais estratégias são essas?

 

 

O que é o marketing digital? 

 

O investimento em marketing é um tipo de ação muito comum dentro de empresas. E tem como objetivo fazer com que as marcas e negócios se aproximem mais do público e clientes. 

 

Com a presença quase que integral da internet e tecnologias na rotina das pessoas, surgiu um novo “braço” desse marketing, mais voltado para estratégias online, em redes sociais, sites de busca, entre outros meios digitais. 

 

 

Qual a importância do marketing digital para o varejo? 

 

Sabendo resumidamente qual é o objetivo do marketing digital, fica mais fácil entender o porquê empreendedores do varejo precisam incorporar essas estratégias em seu negócio. 

 

Entre as justificativas, é possível destacar as mais “simples” e nítidas: 

·         Possibilidade de conhecer melhor o perfil de seu cliente; 


·         Antecipação de decisões e preferências do público, se posicionamento à frente da concorrência;


·         Promoção dos produtos de forma mais dinâmica; 


·         E principalmente, o aumento das vendas. 

Lembrando que entra as vantagens do investimento em marketing digital para o varejo, é interessante destacar que essas estratégias, quando bem executadas, têm o poder de afetar diretamente as emoções do público-alvo. 

 

Formulando assim, todo um ciclo com benefícios já citados, como por exemplo a possibilidade de estar a frente da concorrência, o que aumenta sua visualização e quantidade de vendas, e que afeta consequentemente o lucro de seu negócio. 

 

O consumidor passa a ser influenciado não só por estratégias montadas e pensadas para o ponto de venda, mas também por plataformas digitais e redes sociais que estão 24 horas por dia ao alcance de boa parte do público. 

 

Outra questão que precisa ser destacada é que muitos dos clientes que se mantêm conectados, na hora da decisão de que marca ou empresa optar, passam pelo momento de consulta de informação na internet. 

Logo, manter-se presente e bem estabelecido no cenário digital não é só importante, mas se torna essencial para seu negócio angariar novos clientes, e manter, com mais tranquilidade, um bom posicionamento em relação à concorrência. 

 

 

Ferramentas de marketing digital que podem ser usadas no varejo 

 

Depois de entender o que é o marketing digital e algumas de suas inúmeras vantagens quando implementado em um empreendimento, é importante estudar as estratégias que podem ser utilizadas, e quais as ferramentas que podem facilitar e favorecer essas ações. 

 

Mas antes de passar para a etapa de indicações de ferramentas, é fundamental reforçar que o mundo do marketing digital passa por mudanças e atualizações constantes. 

 

A plataforma e o recurso utilizado hoje, pode ser insuficiente e retrógrado amanhã. Por isso, sempre estude e esteja antenado em relação às novas ideias, ações e demandas. Sendo assim, confira algumas das ferramentas mais utilizadas no setor: 

 

 

1 - Google Analytics

 

Obviamente, a empresa mais importante do mundo digital teria uma ferramenta voltada para o marketing, não é mesmo? Uma só não, muitas. 

 

Entre elas, o Google Analytics é uma das mais utilizadas, e obrigatórias para quem já tem um site, aplicativo ou blog. 

 

Com a ferramenta você é capaz de analisar melhor seu público, como seus visitantes se comportam em sua página, dados do seu negócio, entre outras informações. 

 

 

2 – SimilarWeb

 

Essa ferramenta é fundamental para quem quer visualizar melhor o cenário do mercado. O SimilarWeb analisa seu site, focando na comparação com a concorrência. 

 

 

3 – Ubersuggest

 

Para os negócios que marcam presença no cenário digital, saber quais são as palavras-chave mais importantes para seu segmento é uma informação fundamental. 

 

O Ubersuggest é uma ferramenta de pesquisa de palavras-chave, que apresenta diversas informações, como por exemplo, o volume de tráfego, a competitividade,e diferentes termos que você pode optar na hora de fazer um texto para o site ou blog. 

 

 

4 – mLabs

 

É fundamental que seu empreendimento não foque apenas na empresa em plataformas de busca, com sites e blogs, mas também atue nas redes sociais. 

 

O mLabs é uma ferramenta interessantíssima para o gerenciamento de redes sociais. Nele você consegue responder comentários, agendar publicações, analisar métricas dos perfis, entre outras ações. 

 

 

5 - Google Ads

 

Sendo mais uma das ferramentas do Google, o Ads é uma plataforma que te permite criar anúncios para o site de busca, incluindo links patrocinados. Ótimo para empreendimentos que precisam de um maior alcance e mais visualizações.

 

 

Marcas que investem em marketing digital

 

Como explicado anteriormente, se engana quem acredita que o marketing digital é assunto apenas das grandes marcas. As estratégias para aproximação com o consumidor são fundamentais para a boa performance de seu negócio. 

 

Mesmo assim, foram separados aqui dois exemplos de ações de marketing digital de dois importantes empreendimentos do mercado, para que você entenda a genialidade desse tipo de trabalho. 

 

 

Starbucks

 

A rede de cafeterias Starbucks, vendo o cenário de isolamento social e medidas de saúde durante a pandemia, desenvolve frequentemente em suas redes sociais posts sobre seu serviço de “pedidos para viagem”. 

 

Colocando essa opção como mais interessante durante tal momento, a empresa entende os acontecimentos do mundo, e soube promover seus serviços adaptados. 

 

Além disso, expõem com certa periodicidade fotos de seus funcionários com máscara, e seguindo todos os cuidados necessários por conta do coronavírus. 

 

Mostrando a seus clientes que se sensibiliza com o momento, e segue os conselhos estabelecidos pelas autoridades de saúde. 

 

 

Nespresso 

 

A marca Nespresso, também analisando o momento vivido pela sociedade, passou a desenvolver campanhas que mostram a importância da presença do famoso "cafezinho" na sua rotina do dia a dia, principalmente no home office. 

 

Usando assim, um consumo quase que cultural do brasileiro e a pandemia, para se estabelecer como marca presente na vida de seus clientes. 

 

Outra estratégia foi perceber o clima tropical do país, e assim fortalecer a linha de cápsulas de café própria para o verão: a linha de bebidas geladas. 

 

Assim, não dá mais para acreditar que qualquer empreendimento esteja “livre” do investimento em marketing digital. 

 

A tecnologia é uma realidade na vida do consumidor, e deve ser utilizada também para o bem de seu negócio. Atualize suas estratégias! 

 

 

 

 

Luciana Gama Penteado - Gerente de Marketing na Localoo, atualmente atua em Paris para o mercado brasileiro.

 

60% dos MEI formalizados na pandemia abriram o negócio por oportunidade


Mais de 215 mil microempreendedores se formalizaram em Minas Gerais entre março de 2020 e abril deste ano

 

Cerca de 20% dos microempreendedores individuais (MEI) de Minas Gerais se formalizaram durante a pandemia e 60% deles abriram um negócio por oportunidade nesse período, como mostra a pesquisa realizada pelo Sebrae Minas para avaliar o perfil dos novos MEI, segmento que corresponde a 63% dos pequenos negócios do estado. Entre março de 2020 e abril deste ano, 215.025 novos MEI chegaram ao mercado, totalizando 1.342.377 formalizados.

 

O percentual tanto de mulheres como de homens que se tornou MEI durante a pandemia e que empreendeu por oportunidade foi próximo a 60%. “Apesar da pandemia e de seus impactos econômicos, a maioria dos entrevistados afirma ter se tornado MEI no último ano porque identificou uma oportunidade no mercado”, explica Paola La Guardia, analista da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas.

 

Entre os MEI que empreenderam durante a pandemia, 8% têm idade entre 18 e 24 anos. Os jovens nessa faixa etária que empreendiam antes da pandemia eram 5%. Já entre os MEI na faixa dos 55 anos ou mais, essa diferença é ainda maior, com apenas 6% tendo se tornado MEI durante a pandemia, contra 15% dos que já eram microempreendedores. 

 

“Os dados confirmam o aumento da participação dos jovens brasileiros entre os empreendedores iniciais, como vem apontando a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), que avalia a atividade empreendedora em vários países, incluindo o Brasil”, afirma Paola La Guardia.


 

Fonte de renda

 

A pesquisa do Sebrae Minas também mostra que a atividade como MEI é a única fonte de renda familiar para 40% dos microempreendedores individuais. Outros 35% afirmam que a família tem outra fonte de renda, e a do MEI é complementar; e 18% têm outra fonte de renda, porém a do MEI é a principal.


 

Local de atuação

 

Praticamente a metade (49%) dos microempreendedores realiza parte ou todo o trabalho em casa. Os outros locais onde o MEI mais trabalha são em um estabelecimento próprio (32%) e na casa do cliente (27%). Os que trabalham exclusivamente nesses locais são: 31% em casa, 18%em um estabelecimento próprio e 10% na casa do cliente.

 

Uma proporção maior de mulheres realiza parte do trabalho em casa: 59%, contra 40% dos homens. O inverso ocorre entre os que realizam parte do trabalho na casa ou na empresa do cliente: 53% dos homens e 32% das mulheres.


 

Perfil dos MEI


 

22% dos MEI de Minas Gerais se formalizaram na pandemia

 

56% dos MEI são da cor preta ou parda

 

74% empreendem nos setores de Comércio e Serviços

 

31% têm o Ensino Superior completo ou Pós-graduação

 


Formalizou por oportunidade


65% das mulheres

61% dos homens

6 em cada 10 têm entre 25 e 44 anos

 


Onde atua


49% realizam parte do trabalho em casa

 

32% em um estabelecimento próprio

27% na casa do cliente

 


MEI como fonte de renda

 

40% - única fonte de renda

35% - fonte complementar

18% - fonte principal

 


Semana do MEI


A Semana do MEI, promovida pelo Sebrae, começou ontem (10/05) e vai até a próxima sexta-feira, dia 14/05. A programação é totalmente on-line e gratuita para todo o país, com a participação de 45 palestrantes. As inscrições podem ser feitas neste link. São oferecidas oficinas práticas e palestras com especialistas para microempreendedores individuais (MEI) e para quem deseja abrir o próprio negócio.



Empresário do futebol dá dicas de como não cair no golpe dos falsos agentes de jogadores

Daniel Dantas, fundador e presidente da DWS, afirma que um empresário com boas intenções nunca pede dinheiro ao atleta

 

Em um país em que o pobre tem poucas oportunidades, muitos meninos enxergam no futebol uma forma de vencer na vida e deixar para trás as dificuldades. Cheios de sonhos e sem saber distinguir bons e maus empresários, eles são cooptados por falsários com a promessa da tão sonhada carreira profissional. Esses falsos agentes se aproveitam da vulnerabilidade social da família desses garotos para aplicar golpes. 

Mas como se proteger desses golpistas? Daniel Dantas, fundador e presidente da DWS (Dantas World Soccer e outros negócios na América) afirma que fazer um levantamento do agente é fundamental.

"Antes de assinar qualquer documento com alguém que se diz ser empresário ( agente ), faça um levantamento nas redes sociais da vida dessa pessoa ou empresa. Existem muitas pessoas se passando por Agente Fifa, empresário de jogador, que na realidade não passam de aproveitadores de pessoas humildes, sem muitos conhecimentos e recursos financeiros", diz o empresário. 

É comum lermos ou assistirmos matérias de famílias que perderam muito dinheiro com a promessa desses falsos agentes. Daniel afirma que empresário que trabalha com seriedade arca com todas as despesas do atleta.

"Nunca acredite em um empresário que lhe peça dinheiro em troca de uma grande oportunidade. Esse está mais interessado em seu dinheiro do que lhe ajudar profissionalmente. Procure se informar mais a respeito de quem está querendo lhe ajudar. Com as redes sociais tudo fica mais fácil. Não se deixe enganar. Infelizmente o mundo em que vivemos está cercado por aproveitadores", afirma. 

Mas um jogador precisa mesmo de um empresário?

"Na realidade, um empresário é fundamental na carreira de um jogador de futebol. Grandes atletas como Cristiano Ronaldo, Neymar Junior e muitos outros grandes jogadores, talvez não tivessem chegado aonde chegaram, se não fossem as investidas de seus empresários. E claro que os jogadores por si só, já poderiam se auto representar. Mas um Agente sempre estará buscando uma situação bem melhor do que o jogador se encontra no momento", argumenta Dantas. 

Daniel explica como funciona da  DWS (Dantas World Soccer e outros negócios na América)

"Temos um  cuidado especial com relação aos nossos jogadores. Desde o primeiro momento em que assinamos um contrato com o atleta, deixamos bem claro toda a nossa obrigação como empresa para com o jogador. É muito fácil prometer mundos e fundos ao atleta quando ele está no auge da sua carreira profissional e sem condições financeiras de seguir em frente. E aí que fazemos a diferença, cumprimos com o que prometemos. A DWS já atua aqui nos Estados Unidos há mais de 9 anos. Seu objetivo principal é transformar vidas através do esporte", pontua. 

Atualmente, a DWS tem parcerias com clubes na América do Sul ( Brasil, Argentina, Colômbia, México e Equador ), Europa ( Portugal, Espanha, França, Alemanha e Inglaterra ), América do Norte ( Estados Unidos e Canadá ) e Ásia( China, United Arab Emirates, Saudi Arabia e Qatar). A empresa, hoje, conta com 12 jogadores atuando em clubes profissionais no Brasil e no exterior.Dantas diz que ser empresário de jogador não é uma profissão fácil. Ele relata que já perdeu dinheiro por causa da má índole de pessoas e clubes. 

"Desde de quando me tornei Agente FIFA em 2012, tenho visto de tudo no mundo do futebol. Já fui passado para trás algumas vezes por presidentes de clubes, por colegas da profissão que se diziam também ser empresários de jogador e por jogadores. Tudo na vida serve como experiência para que você cresça e não caia no mesmo golpe duas vezes. Aprendi que não basta o atleta ser um excelente jogador dentro de campo, ele também tem que ser excelente fora dele. Trabalhamos muito a parte moral do atleta para que ele, ao se tornar um profissional, saiba administrar o seu dinheiro. Transformar a vida de um ser humano através do esporte é a nossa meta. Até aqui Deus tem nos ajudado e acreditamos no sucesso do nosso trabalho", conclui.


79% das mulheres na música já sofreram discriminação, revela pesquisa da União Brasileira de Compositores

 Levantamento inédito da UBC revela: 53% das profissionais do setor que a responderam jamais receberam valores de direitos autorais; participaram compositoras, músicas, intérpretes, produtoras e técnicas


Lançada em março, junto com a apresentação da edição 2021 do relatório Por Elas Que Fazem a Música - uma iniciativa da União Brasileira de Compositores para medir a participação feminina entre os associados -, uma pesquisa inédita para destrinchar seus dados e experiências pessoais reuniu um universo de 252 mulheres dispostas a contar em mais detalhes sua realidade num meio que é silenciosamente hostil a elas. Prova disso é que 79% disseram ter sofrido discriminação de gênero em algum momento da sua carreira. Muitas deixaram depoimentos sobre pequenos e grandes embaraços ligados ao simples fato de serem mulheres - e você poderá ler alguns deles no final deste texto.

Como se trata de uma pesquisa respondida por iniciativa própria das profissionais, sem que tenham sido aplicados critérios científicos de representação geográfica, etária ou étnica na seleção das participantes, os resultados devem ser lidos como um retrato desse universo específico, o das respondentes. Mas a experiência empírica revela que, em muitos aspectos, elas podem perfeitamente refletir, com mais ou menos precisão, o conjunto das mulheres no mercado musical brasileiro.

Por exemplo, os percentuais de origem geográfica (com 63% oriundas da região Sudeste, com Nordeste, Sul, Centro-Oeste e Norte em seguida) e faixa etária (35% delas têm de 31 a 40 anos; 28%, até 30 anos; e 24%, de 41 a 50, segundo as outras faixas bastante minoritárias) coincidem com os dados de dois outros trabalhos: o próprio relatório Por Elas Que Fazem a Música e a pesquisa Músicos/as e Pandemia, realizada pela UBC e pelo cRio, think tank da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) ano passado.


Outro dado com resultado similar é sobre a área de atuação das mulheres que responderam à enquete: 33% delas são compositoras; 30% se disseram intérpretes; 19% são produtoras fonográficas; 17% são músicas executantes; e 3% delas trabalham em outras áreas dentro da música, como funções técnicas, por exemplo. A soma não corresponde a 100% porque várias delas atuam em mais de uma função.Se, agora, 10% 0das participantes são do sexo feminino, uma pergunta sobre identidade de gênero e orientação sexual mostra que os avanços na aceitação às diferenças já começam - ainda que timidamente - a se refletir no mercado musical: 55% se definem como mulheres cisgênero heterossexuais, 23% como cis bissexuais; 17%, como cis homossexuais, e pouco mais de 1% são mulheres transgênero (hetero, bi ou homossexuais).

A maioria das mulheres (60%) que responderam se declara branca, com pardas, pretas, amarelas e indígenas somando os outros 40%, praticamente uma inversão dos percentuais que vêm sendo verificados há alguns anos pelo IBGE. A escolaridade das mulheres participantes também difere bastante dos dados do conjunto da população, com 46% tendo completado uma carreira universitária; 12% com mestrado e doutorado; e apenas 3% com segundo grau incompleto ou menor escolaridade.


 

O que não impede que nada menos do que 53% declarem jamais ter recebido nenhum valor de direitos autorais e que 51% delas afirmem receber no máximo R 800 anuais oriundos dessa fonte. As que recebem mais de R 54 mil em direitos autorais representam apenas 3% das que responderam, traduzindo inequivocamente a grande disparidade na distribuição dos rendimentos verificada em outros levantamentos - e que se deve, entre outros fatores, à dificuldade de inserção para artistas independentes e de fora do mainstream no mercado musical como um todo.


 

A maioria das respondentes é solteira (53%), e a grande maioria (68%) não tem filhos, o que lança alguma luz sobre a dicotomia entre poder dedicar-se à carreira ou formar uma família frequentemente imposta às mulheres não só no meio musical, mas no mercado como um todo.

Com iniciativas como a enquete e o relatório anual Por Elas Que Fazem a Música, a UBC quer ressaltar a necessidade de equiparação de condições e rendimentos entre homens e mulheres no mercado musical, algo que beneficiaria toda a cadeia produtiva.

"Além de ter lançado em março a quarta edição do Por Elas, contendo dados da participação feminina entre nossas associadas, quisemos fazer esta pesquisa adicional para ampliar nossos resultados e poder ter acesso a dados mais claros que não constam da nossa base. Temos o compromisso de ampliar esse debate, discutir constantemente o cenário e, através da conscientização, ajudar a construir um panorama melhor para as mulheres", disse Vanessa Schütt, coordenadora do projeto.


DEPOIMENTOS:

"Em uma entrevista de rádio me perguntaram por que eu, cantora sertaneja, não chamo um homem para fazer dupla comigo. O entrevistador disse que, ao estar acompanhada de um homem, seria mais fácil vender show e até mesmo um empresário investir em mim."

"Em inúmeros eventos, eu sou a única mulher trabalhando no backstage".

"Basta você dizer que é compositora para ser desacreditada. Mulher cantando é até aceitável, mas compondo, acham que não temos competência".

"Em algumas entrevistas, as perguntas técnicas acerca da composição de música ou de dificuldades da banda eram direcionadas apenas aos meus companheiros de banda. Minhas perguntas eram mais relacionadas ao que eles consideravam do ''mundo feminino".

"Colegas músicos frequentemente não escutam minhas opiniões por acharem que não tenho muito a acrescentar, apesar de eu ser graduada em música pela Universidade Federal da Bahia e ter vasta experiência no mercado".

"Já fui chamada de puta enquanto cantava".

"Nasci como artista no meio gospel, onde o machismo ainda não é tão condenado e as próprias mulheres reforçam atitudes que diminuem a mulher. Sempre que meu esposo viajava comigo, mesmo apenas me acompanhando, a presença e a figura dele eram muito valorizadas, e os líderes sempre o mencionavam e falavam dele".

"Fui tirada de uma banda por crerem que mulher não sabe tocar bem."

"Recebi o cachê mais baixo que o combinado pelas gravações de voz de um disco completo. Eu era a única mulher da banda e atuava como cantora/intérprete. Até hoje não recebo pelos direitos conexos."

"Em várias ocasiões, na hora de dirigir a minha banda, enfrento desconfiança e questionamentos à minha autoridade. Depois, passa, mas sempre há uma resistência inicial."

"Sempre me perguntam se sou mesmo a compositora e a arranjadora das minhas músicas. Frequentemente ficam muito surpresos quando digo que produzo."

"Um rapaz, perguntou, uma vez, ao olhar minha composição: 'você escreveu isso?'."

"Trabalhei em um estúdio de música, e, por eu ser técnica de som, a maioria dos artistas não respeitava meu trabalho, sempre era 'o ver para crer'."

"Antes do show, houve um problema técnico com o som. Pedi explicação. Na hora de explicar, não olhavam para mim, responderam a todos os outros homens que estavam lá, menos a mim, que fiz a pergunta."

"Dentre várias situações, me lembro de uma vez que fui ensaiar em um estúdio com a minha banda, na qual todas somos mulheres. Demos de presente ao dono do lugar nosso primeiro EP. Ele perguntou quem tinha gravado os instrumentos."

"Já ouvi tantos absurdos, mas alguns dos que mais me marcaram foram falas do tipo 'além de bonita, ainda canta'; e 'é bom ela ficar na frente, enfeita o palco'. Também já fui descartada por um produtor quando descobriu que eu não estava solteira."

"Produtores já interromperam a minha fala várias vezes."

"Homens tentaram aproximação afetiva quando minha abertura foi apenas para relação profissional."

"Homens já tentaram me explicar como regular meu próprio instrumento, querem nos ensinar a tocar, fazem comentários de cunho sexual e, muitas vezes, acham que estamos acompanhando alguém da banda, e não que somos a própria banda."

"Nas rodas de samba, fui discriminada. Ali, os homens se sentem a grande atração."

"Sinto também discriminação por ter iniciado a minha carreira aos 60 anos."

"Já fui excluída de projetos pelo simples fato de ser mãe sola."

"Já vivi situações de não ser levada a sério. Ser ignorada por técnicos de som, na passagem de som para um show. Já fui assediada e tratada sem a devida importância, por ser mulher e ser negra."

"Fui impedida de acessar o meu próprio equipamento porque o cara do festival que estava responsável por vigiar não sabia que era uma mulher que ia usar, estava esperando um homem que jamais chegou."

"Comecei cantando hip hop em 1998, no Rio, não havia muitas mulheres nesse cenário. Os homens não nos deixavam subir ao palco, desligavam o som... Chegaram a me tirar do palco à força porque continuei cantando mesmo depois de terem apagado o som."

"Nos festivais, em sua grande maioria, o corpo de jurados é formado em sua totalidade por homens."

"Faço parte de uma banda com quatro homens, já me senti mal por ser chamada de 'patroa' e 'chata' ou 'mandona' por simplesmente expor meu ponto de vista, administrar a banda como qualquer sócio. Já senti uma pressão para usar certos tipos de roupa e me colocar mais como um sex symbol, na visão deles."

"Quando o contratante é um homem, ele já cresce pra cima de você."

"Em um barzinho, enquanto um cantor se apresentava, eu pedi o microfone e cantei um pedaço da minha música que fala sobre empoderamento feminino. Todos aplaudiram muito, e ele, ao final, tentou me convencer a ceder minha música para ele gravar. Disse que faria muito mais sucesso na voz dele."

 

Conheça as principais diferenças entre o PABX local e o PABX em Nuvem

O PABX em nuvem possui as mesmas funções de um PABX físico local, com algumas grandes diferenças.  A mais relevante é que o PABX em nuvem pode ser acessado em qualquer lugar e quando você quiser. Isso porque, seus dados são armazenados em nuvem e estão disponíveis em todos os dispositivos móveis conectados à internet. No entanto, neste artigo pretendo abordar as diferenças entre os dois serviços. Para esclarecer as vantagens dos serviços de cloud computing em relação ao PABX da sua empresa. 

Antes de entender o sistema de PABX em Nuvem, é importante saber como funciona o sistema de PABX local. Bom, eles normalmente roteiam as chamadas via SIP trunking, Rede Telefônica Pública Comutada (RPTC), Rede Digital de Serviços Integrados (RDSI), Sistema Global para Comunicações Móveis (GSM) e outras linhas telefônicas.

 

O roteamento desses serviços auxilia o sistema PABX local que não está disponível em telefones tradicionais e celulares. Sim! Você terá que investir em aparelhos telefônicos específicos para a implantação de um PABX local. Basicamente, os serviços locais incluem encaminhamento e transferência de chamadas, gravações, enfileiramento, espera, roteamento, música em espera, informações em espera e chamadas em conferência.


 

PABX local: quais são os prós e os contras?

 

Se você está pensando em investir em um sistema PABX local para o seu negócio, você pode estar se perguntando quais benefícios ele oferecerá. Indiscutivelmente, a maior vantagem de usar um sistema PABX local é o fato de que ele fornecerá controle. Isso ocorre porque você possui e terá acesso aos aparelhos telefônicos, servidores, componentes de rede e outros hardwares que compõem o sistema PABX.

 

No entanto, você terá que investir um bom dinheiro na aquisição de todo o hardware com um sistema PABX local. Embora os sistemas PABX locais oferecem poucos benefícios, eles têm mais alguns pontos negativos.

Para começar, os sistemas de PABX locais carregam mais custos do que as variantes baseadas na nuvem. Você não só precisa comprar telefones, servidores e equipamento de rede antecipadamente, mas também precisa desembolsar mais dinheiro ao longo do tempo para manter e atualizar seu sistema PABX, o que pode ser uma dor de cabeça para empresas que não tem como fazer esse investimento.

 

Também há a questão do espaço. Usando um sistema PABX local, você precisará armazenar um equipamento de telecomunicação volumoso em seu escritório ou data center. Ao mesmo tempo, esses sistemas podem ser complicados de configurar, usar e manter. Além disso, você precisará de uma equipe de TI experiente que possa supervisionar o funcionamento de seu sistema de PABX local ou terceirizado. Devido a esses motivos, os sistemas de PABX locais são inviáveis ​​para empresas e organizações menores.


 

PABX em Nuvem: quais são os prós e os contras?

 

Para pequenas e médias empresas que precisam de um sistema telefônico de nível empresarial, as soluções de PABX em nuvem são uma excelente escolha. Ao contrário dos sistemas PABX locais, os serviços baseados em nuvem funcionam na Internet e são executados em servidores externos supervisionados por uma empresa de hospedagem como a Operadora JRC PABX.

 

Com um sistema PABX em nuvem, as empresas só precisam pagar pelos telefones comerciais e pelo software. A infraestrutura como servidores, equipamentos de rede, licenciamento e outros componentes são gerenciados pelo provedor de PABX em nuvem e, portanto, você não precisa comprar nenhum deles.

 

Além de lidar com os custos do equipamento de PABX externo, o provedor também será responsável por mantê-lo e atualizá-lo. Isso torna os serviços de PABX em nuvem mais fáceis de instalar e usar.

 

Quando se trata de usar um sistema PABX baseado em nuvem, você será capaz de realizar e aceitar chamadas. Você também pode acessar sistemas de PABX em nuvem por meio de desktops, tablets, smartphones, telefones VoIP e outros dispositivos, o que os torna perfeitos para equipes remotas.


 

PABX em nuvem: Quais são os prós e os contras?

 

Se você estiver pensando em contratar um PABX na nuvem, ficará feliz em saber que esses sistemas oferecem uma ampla variedade de benefícios. Eles são baratos, rápidos e fáceis de configurar; simples de usar; extremamente escalável e flexível; repleto de recursos; compatível com dispositivos móveis; requerem muito pouco espaço de escritório; e oferecem muitas outras vantagens.

 

Mas, apesar de ser mais barato e menos complicado do que as soluções de PABX locais, alguns sistemas de PABX em nuvem não são perfeitos. Em primeiro lugar, eles são sistemas baseados na Internet, então você precisará de uma conexão sólida para fazer e aceitar chamadas IP.

 

Soluções como a da Operadora JRC PABX, dão a liberdade para as pessoas não ficam mais presas ao escritório, os usuários podem se conectar e falar de qualquer lugar do mundo através da internet Wi-Fi ou Cabeada ou Rede 3G, 4G e 5G usando seu Celular, Notebook, Tablet ou computador de mão. De qualquer lugar do mundo você atende seu ramal ou faz ligações como se estivesse na sua mesa. Ou seja, o PABX em nuvem faz parte da transformação digital que acontece mundialmente e seu único ponto negativo é não ter uma boa internet.  

 



Nauber Barros - Diretor Comercial Nacional da Operadora JRC PABX


Educação Infantil: ensino remoto é desafio para escolas e famílias

Educadores afirmam que, sem o engajamento da família, o processo de aprendizagem nessa fase não se completa


O longo período de suspensão das aulas presenciais e o vai e vem de reaberturas de escolas tem causado forte impacto na Educação, principalmente no segmento da Educação Infantil. Muitas famílias optaram por tirar os filhos das escolas privadas, matriculando em escolas públicas ou simplesmente deixando-os em casa. A coordenadora pedagógica do Colégio Unicol, em São Gonçalo do Sapucaí (MG), Marcela Cisneros, confirma que o momento é realmente delicado para a Educação Infantil. "Em nossa cidade, atualmente, somos a única escola particular do município a oferecer turmas de Educação Infantil", conta Marcela. 

De acordo com a coordenadora, a escola percebeu o enorme desafio e, ciente de que os pais seriam os principais aliados para viabilizar a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças, optou por facilitar e individualizar o atendimento. "As aulas eram gravadas e postadas junto com as propostas de atividades, para que as famílias pudessem encontrar o momento mais oportuno para cada uma delas realizar as atividades com suas crianças. Isso ajudou demais porque os pais puderam se adaptar conforme a sua disponibilidade e não no dia e hora que a escola determinava", conta a coordenadora. Para garantir a interação professor e aluno, foi desenvolvido um cronograma de atendimento individualizado para cada criança. "Quando está atendendo um aluno apenas, a professora tem mais condições de explorar a oralidade e as experiências da criança, conseguindo também observar e avaliar melhor o seu desempenho", acrescenta Marcela. 

De acordo com a editora de conteúdo do Sistema Positivo de Ensino, Patrícia Waltiach, o ato de brincar é uma das atividades fundamentais para a aprendizagem e para o desenvolvimento das crianças. "Ao brincar, a criança se defronta com desafios e problemas, e precisa buscar constantemente soluções para ele. Não à toa as brincadeiras e interações são apontadas nos documentos oficiais como organizadores do dia a dia nas instituições de Educação Infantil. Na escola, as situações de brincadeiras repletas de interações tornam-se ainda mais potentes pela ação especializada e intencional do professor. Com o ensino remoto, a intervenção do professor ficou bastante restrita", ressalta Patrícia. Para ela, são poucas as brincadeiras que podem ser feitas a distância, além de as interações entre as crianças e com as crianças ficarem bastante prejudicadas. "Obviamente, esse novo panorama imposto pela pandemia exigiu e continua exigindo das equipes das escolas uma adequação profunda no planejamento das ações e uma permanente reflexão em torno das melhores formas para se manter o contato com as crianças e as famílias", conclui.

A coordenadora editorial de Educação Infantil do Sistema Positivo de Ensino, Silvia Dumont, insiste na importância do engajamento das famílias. "É preciso compreender que o momento pandêmico expôs o fato de que não é papel exclusivo da escola manter a criança engajada com o processo de aprendizado. Escola e família são instituições complementares. Por isso, os familiares também são responsáveis por esse engajamento que, agora, exige não apenas o acompanhamento das tarefas, mas o acesso adequado a equipamentos eletrônicos e internet. Esse modelo parece ser um pouco mais desafiador quando se trata de crianças pequenas. No entanto, a disponibilidade, a persistência e a motivação permanente farão a diferença nesse processo. Não se pretende que os pais ou outros familiares assumam o papel dos professores; o que se deseja é que a família colabore, criando condições para que a criança vivencie as situações propostas pelo professor", argumenta. 

Para a especialista, o importante é os pais acreditarem na capacidade de superação e flexibilidade dos filhos, não medindo o tempo e o esforço que estão sendo necessários para acompanhar a atividade proposta. "Haverá dias em que a criança ficará um tempo maior concentrada, interagindo com a professora ou mesmo com os adultos que estão realizando as propostas com ela, em casa; em outros, o nível de atenção pode baixar consideravelmente", explica Silvia. Ela reconhece que não é fácil nem para as escolas, nem para as famílias, mas garante que é possível vencer o desafio. 

"Na faixa etária abaixo dos 4 anos, uma das principais atividades realizadas nas escolas de Educação Infantil diz respeito à socialização, à convivência e à interação com a professora e outras crianças, o que, aparentemente, não combina com o ensino a distância", afirma Silvia. No entanto, a educadora assegura que os especialistas estão se empenhando para proporcionar atividades lúdicas e instigantes aos alunos. "São joguinhos, brincadeiras e afazeres que, além de entreter as crianças, auxiliam no seu desenvolvimento afetivo, motor e cognitivo.

 Além disso, os professores podem, neste momento difícil para todos, dar todo o suporte às famílias com relação a dúvidas e sugestões relacionadas ao desenvolvimento das crianças", acrescenta. Para Silvia, é fundamental, neste momento, investir em práticas que compensem a falta que a escola faz. E são os professores e o ensino remoto que conseguem garantir ganhos nesse sentido. "Há maneiras, sim, de despertar o interesse infantil e engajar as crianças em aprendizagens significativas. Com o acesso à internet, os pequenos poderão falar com os professores, ouvir histórias, fazer desfile de fantasia, desenhar, recortar e colar, cantar junto e recitar quadrinhas, trava-línguas e parlendas. Outro benefício é que, por meio das lives, o vínculo entre escola e família é mantido, o que certamente terá um efeito positivo assim que as crianças retornarem ao ensino presencial", reforça a educadora.


Sedimentos marinhos explicam como parte do Nordeste se tornou semiárida

Fenômeno relaciona-se com encolhimento do cinturão tropical de precipitação que teria ocorrido paulatinamente ao longo dos últimos 5 mil anos. Resultados do estudo conduzido na USP ajudam a prever o futuro climático da região (coleta de amostras de sedimentos marinhos próxima à desembocadura do rio Parnaíba; foto: Cristiano Chiessi)



 

As chuvas associadas à chamada Zona de Convergência Intertropical impactam a segurança alimentar e hídrica de aproximadamente 1 bilhão de pessoas ao redor do planeta. Aproximadamente 11% da população do Brasil, concentrada no Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão, faz parte desse grupo. Esses Estados possuem clima semiárido em grandes extensões e aproximadamente metade de toda a precipitação anual ocorre em apenas dois meses do ano: março e abril. Tais chuvas fazem parte do cinturão tropical de precipitação quando este atinge sua posição mais ao sul, sobre o norte do Nordeste brasileiro. Durante o restante do ano, o cinturão desloca-se mais ao norte, sendo responsável pelo pico de precipitação na região costeira da Venezuela, entre julho e agosto.

Projetar o comportamento futuro das chuvas em regiões semiáridas como a citada é fundamental para que a sociedade possa se antecipar a possíveis modificações nos padrões de precipitação, em função da mudança climática em curso. Um estudo realizado pelo professor da Universidade de São Paulo (USP) Cristiano Chiessi e colaboradores mostrou que a precipitação sobre o norte do Nordeste do Brasil diminuiu sistematicamente durante os últimos 5 mil anos, contradizendo um importante paradigma da paleoclimatologia. Esta revisão do que ocorreu no passado ajuda a compor um cenário mais realista sobre o que poderá ocorrer no futuro.

Artigo a respeito está disponível no periódico Paleoceanography and Paleoclimatology. O trabalho contou com apoio da FAPESP.

“Segundo o paradigma vigente, o cinturão tropical de precipitação teria se deslocado para o sul no decorrer dos últimos 5 mil anos. Nossa pesquisa sugere que, em vez disso, o que aconteceu foi que o cinturão sofreu uma contração no seu intervalo latitudinal de oscilação. Isto é, passou a oscilar dentro de uma faixa mais estreita”, diz Chiessi à Agência FAPESP.

Informações valiosas a respeito das respostas do sistema climático a diferentes condições estão registradas em sedimentos geológicos depositados no fundo dos oceanos. No estudo em pauta, foram utilizados três indicadores independentes de precipitação, por meio de sedimentos coletados ao largo da desembocadura do rio Parnaíba, na divisa dos Estados do Piauí e do Maranhão.

“Analisamos a razão entre as concentrações dos elementos químicos titânio e cálcio – o titânio oriundo da erosão das rochas continentais e o cálcio proveniente das conchas dos organismos marinhos. Além disso, levantamos a taxa de acumulação de sedimentos continentais no fundo do oceano e a composição dos isótopos de hidrogênio nas ceras de plantas continentais encontradas nos sedimentos marinhos. Esses três conjuntos de dados, juntamente com a análise de resultados de um modelo climático numérico, apontam para a contração do cinturão tropical de precipitação durante os últimos 5 mil anos, em vez do sugerido deslocamento para o sul”, informa Chiessi.

O estudo mostrou ainda que a distribuição das temperaturas das superfícies dos dois hemisférios é fundamental no controle da posição do cinturão tropical de precipitação, diferentemente do proposto no paradigma vigente.

“De acordo com esse paradigma, a migração do cinturão para o sul seria decorrente do aumento gradual da radiação recebida do Sol pelo hemisfério Sul durante o verão. Como no hemisfério Norte a situação inversa ocorreu, tal cenário teria imposto dificuldades crescentes ao avanço do cinturão para o norte. No entanto, duas fragilidades desse modelo chamaram nossa atenção. Em primeiro lugar, o fato de que a posição do cinturão deveria ser determinada pela distribuição das temperaturas das superfícies nos dois hemisférios, que não necessariamente respondem de forma linear à distribuição da radiação recebida do Sol. Em segundo lugar, as evidências que davam suporte ao paradigma estavam localizadas quase que exclusivamente no hemisfério Norte, faltando a contraprova austral do suposto deslocamento”, explica Chiessi.

Segundo o pesquisador, apesar de a radiação recebida do Sol ter sofrido as mudanças descritas, as respostas dos dois hemisférios ao fenômeno foram distintas. Isto devido à diferença na área coberta por continentes e oceanos nos dois hemisférios, uma vez que os continentes respondem mais rapidamente do que os oceanos a mudanças na radiação solar. “Torna-se, portanto, necessário revisar o paradigma que influenciou a paleoclimatologia por duas décadas”, afirma Chiessi.

Até o fim deste século, os modelos climáticos numéricos sugerem uma contração do intervalo latitudinal de oscilação do cinturão tropical de precipitação, o que diminuiria ainda mais as chuvas na porção norte do Nordeste do Brasil, com consequências socioambientais potencialmente severas. Porém, caso a grande circulação das águas do Atlântico se enfraqueça substancialmente, transpondo um limiar crítico, como prevê outro estudo de Chiessi, o Atlântico Sul deverá aquecer mais do que o Atlântico Norte, forçando o cinturão para o sul. “Isso traria consequências bastante negativas em diversas partes do planeta, mas, no âmbito regional, evitaria uma redução ainda maior das chuvas na faixa norte do Nordeste”, comenta o pesquisador (leia mais em: agencia.fapesp.br/23015/).

O artigo Mid- to Late Holocene Contraction of the Intertropical Convergence Zone Over Northeastern South America pode ser acessado em https://agupubs.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1029/2020PA003936. 

 



José Tadeu Arantes

 Agência FAPESP

https://agencia.fapesp.br/sedimentos-marinhos-explicam-como-parte-do-nordeste-se-tornou-semiarida/35828/


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