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segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Conta corrente, conta poupança, conta digital e conta de pagamento: saiba qual é a diferença entre elas


Há uma confusão enorme acerca dos diferentes tipos de conta onde colocamos o dinheiro. Na hora de guardar nossos recursos, é preciso pensar em todas as possibilidades. Afinal, os benefícios de que desfrutamos numa opção, tendemos a perder noutra. Além disso, as vantagens e desvantagens mudam de acordo com o perfil de quem movimenta essas contas.

Nos últimos anos, em meio ao boom das fintechs, empresas de tecnologia que desenvolvem serviços inovadores com perfil financeiro, surgiram novas modalidades que apenas levantam mais dúvidas para os correntistas e poupadores brasileiros. Pesa, também, o temor de por a conta em risco ao deixar o dinheiro sob os cuidados de instituições que acabaram de entrar no mercado -
neste ano, o Banco Neon teve liquidação extrajudicial anunciada pelo Banco Central (BC), o que causou um alvoroço entre seus clientes.

Nesse contexto, é importante esclarecer o que cada uma dessas modalidades de contas disponíveis no mercado financeiro moderno oferecem, bem como apontar riscos e benefícios para o consumidor final.


Conta Corrente (CC)

A Conta Corrente ou Conta Corrente de Depósitos à Vista é a conta bancária básica, aberta em um banco comercial. Dela é possível fazer todas as operações financeiras mais básicas. O que muita gente não sabe é que o banco pode, dentro dos limites impostos pela autoridade monetária, utilizar o dinheiro do cliente para emprestá-lo para terceiros – e sem necessariamente compartilhar o lucro com ele. Isso ocorre porque o banco não tem o dinheiro de todos os correntistas disponíveis a todo momento, já que parte está, por exemplo, empenhada em empréstimos a terceiros. Portanto, o BC fica de olho para garantir que a instituição bancária tenha dinheiro disponível ("liquidez") para honrar os pedidos de regate.

Mesmo assim, em caso de quebra do banco - situação em que todos clientes sacam seu dinheiro ao mesmo tempo -, boa parte das instituições possui a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que funciona como um "seguro" para os correntistas, cobrindo até R$250.000 por CPF ou CNPJ. É por isso que os clientes do Banco Neon que aplicaram seu dinheiro em Certificados de Depósito Bancários (CDBs) da instituição devem ter todo seu dinheiro restituído através do FGC.


Conta Poupança

A conta poupança é a famosa caderneta de poupança. Na prática, ela é uma conta corrente onde os recursos estão aplicados na poupança, que é regulamentada pelo BC. Seu grande diferencial, quando comparada à conta corrente, é a garantia de rendimento (que hoje é de 70% da taxa SELIC mais a Taxa Referencial - TR). Embora tenha várias vantagens (nenhuma taxa mensal de manutenção e saques de graça em caixa eletrônico), vários bancos cobram tarifas ou até mesmo não permitem movimentações para contas de terceiros. O cliente tem que ponderar isso caso queira utilizar esse produto.


Conta Digital

A Conta Digital ou Conta de Serviços Essenciais é, na prática, uma conta corrente que atende à resolução 3.919/2010 do Banco Central, que obrigou os bancos a oferecer um pacote básico de conta corrente para quem quiser, isentando o cliente da maior parte das tarifas. Em contrapartida, o usuário só pode utilizar esta conta por meios eletrônicos, seja pela internet ou no caixa eletrônico, e o banco pode cobrar tarifas caso o usuário precise utilizar os serviços de um gerente de agência ou até mesmo atendimento telefônico.

Essa conta, que nos últimos anos atingiu status de "lenda urbana", é difícil de ser aberta pelo usuário, já que os bancos em geral proíbem a "migração" de seus clientes para essa modalidade e nem sequer anunciam em propaganda que ela existe. Como esse tipo de conta só pode ser movimentada por meios eletrônicos, ela ganhou o apelido de "conta digital" por alguns bancos e a na imprensa. Mas na prática, ela ainda é uma conta corrente, cuja única distinção é um pacote específico de serviços.


Conta-salário

É uma conta aberta por uma empresa, em nome do empregado, especificamente com o propósito de receber o salário do empregado. Na prática, ela é utilizada só como "ponte" para a conta corrente indicada pelo empregado para transferência do salário, que pode ser uma conta corrente no mesmo banco, uma conta corrente em outro banco ou mesmo uma conta de pagamento em uma Instituição de Pagamento. Ela pode ter isenção de tarifa, e até mesmo cartão de débito, mas tudo depende da negociação da empresa interessada com o banco.


Conta de Pagamento

A Conta de Pagamento foi regulamentada pela lei 12.865 de 2013, que tem como objetivo aumentar a inclusão bancária e a competitividade entre os bancos, permitindo que outras empresas, além de bancos, prestem serviços básicos de pagamento e conta – é aqui que entram as fintechs. Há vários tipos de conta de pagamento que podem incluir desde, por exemplo, um saldo em uma empresa como PayPal ou MercadoPago, até o saldo de um cartão pré-pago.
Na prática, a grande distinção é se a conta de pagamento está ou não "conectada" ao Sistema Brasileiro de Pagamentos (SPB)—algo hoje restrito às maiores Instituições de Pagamento. Contas que tenham essa função - como a NuConta, do Nubank, por exemplo - são quase indistinguíveis de contas corrente normais, já que podem fazer e receber TED, emitir boletos em nome do titular, entre outros serviços básicos. 

Estas contas possuem algumas diferenças importantes, contanto, para o consumidor. Ao contrário de uma conta corrente normal, a instituição de pagamento que custodia a conta não pode aplicar livremente o saldo dos clientes da maneira como podem bancos comerciais, estando restritos somente à aplicação em títulos públicos ou depósito do saldo diretamente no Banco Central. É como se a conta tivesse um "compulsório" de 100% e o banco fosse proibido de emprestar o saldo para qualquer um que não seja o próprio governo. Desta maneira, até o seguro que os bancos têm com o FGC se torna desnecessário, dado o baixíssimo risco. 

Muitas vezes estas contas também são chamadas de "contas digitais", o que pode causar confusão do lado do cliente. Na prática, as contas de pagamento em geral são digitais somente no sentido de que são tipicamente oferecida por fintechs que não possuem agências físicas e são acessadas via site ou app, mas elas não são obrigadas a serem oferecidas sem a cobrança de tarifas como as "contas digitais" regulamentadas em lei. Mesmo assim, tendem a ser uma opção mais barata do que as contas bancárias tradicionais.







Ricardo Taveira - CEO da Quanto, fintech brasileira que está impulsionando o segmento de open banking no País– quanto@nbpress.com



Brasil é o país com maior percepção de declínio, aponta pesquisa da Ipsos


No mundo, 44% acreditam que seu país está em queda. No Brasil, 69% acreditam que partidos e políticos tradicionais não se importam com a população.


O Brasil lidera o ranking de países com maior percepção de declínio. Sete em cada dez brasileiros (67%) concordam com essa concepção. O percentual é menor do que em 2016 (72%), quando o Brasil estava em terceiro lugar neste mesmo ranking, atrás de África do Sul (77%) e Itália (73%). Os números de 2018 do Brasil são muito maiores do que a média global (44%). Os dados são da pesquisa “Beyond Populism? Revisited – Global Advisor” da Ipsos, realizada em 24 países, incluindo o Brasil, com 17,2 mil entrevistados, entre os dias 26 de junho e 9 de julho. A margem de erro para o Brasil é de 3,5 pontos percentuais.

Além do Brasil, as percepções de declínio são mais fortes na África do Sul (64%), na Argentina (58%), Turquia (54%) e Hungria e Estados Unidos (ambos com 51%). Os países com índices menos negativos são o Chile (24%), a Alemanha (25%), o Canadá (30%), a Coréia do Sul e a Índia (ambos com 31%).

“Tal percepção de declínio explica o forte sentimento antissistema captado nos últimos anos e reforçado nas eleições, que culminou com a vitória do candidato que fez o melhor uso dessa narrativa”, avalia Danilo Cersosimo, diretor da Ipsos Public Affairs.

A maioria dos entrevistados (59%) acredita que os partidos e políticos tradicionais não se importam com a população. Em 2016, o resultado foi de 64%. No Brasil, o índice caiu de 69% em 2016 para 64% neste ano.

Pouco mais da metade dos entrevistados globalmente (52%) acredita que é necessário ter um líder forte disposto a quebrar regras, contra 49% em 2016. No Brasil, o percentual teve um leve aumento de 48%, em 2016, para 51% neste ano. O Peru (69%) é o país que mais acredita nesse tipo de líder.

Por outro lado, para dois em cada cinco (39%) existe um risco reconhecido na eleição de partidos com planos radicais que não estiveram no poder antes. Entre os países mais hesitantes estão Peru (57%), Brasil (54%) e Rússia (52%), enquanto Itália (24%), Suécia (27%) e Grã-Bretanha (28%) estão mais dispostos a abraçar partidos não testados.

No Brasil, 8 em cada 10 (81%) entrevistados não confiam nos partidos políticos. A média global é um pouco menor, de 79%. O Chile é o país onde a desconfiança é maior (89%) e a Malásia tem a menor (65%). A confiança no governo também está baixa: 81% dos brasileiros disseram que não confiam no governo. O resultado foi igual ao de 2016. A média global é de 66%.

O apoio aos partidos estabelecidos é fraco, com apenas um em cada cinco (21%) dizendo que os países devem ficar com os partidos políticos e líderes que estiveram no poder antes. No Brasil, o percentual é um pouco maior: 26%.

“O enfraquecimento do papel dos partidos e a descrença nos políticos faz parte desse movimento antissistema que atingiu grandes democracias nos últimos anos. No Brasil, esse fenômeno teve impacto tanto na eleição presidencial quanto nas estaduais, bem como nos Legislativos federal e estadual”, complementa Cersosimo.


População média e ricos

Ainda existe um forte sentimento de que os responsáveis não se importam com a pessoa média e preferem os ricos e poderosos, embora ligeiramente menos de dois anos atrás.

Dois em cada três (63%) acreditam que a economia de seu país está equipada para dar vantagem para os ricos e poderosos. O resultado é menor do que o registrado em 2016: 69%. No Brasil, essa percepção cresceu de 69% em 2016 para 71% em 2018.

A confiança no sistema de justiça é baixo na América Latina. Peru (81%) e Argentina (76%) são os países que menos confiam. No Brasil, seis em cada dez (67%) não confiam na justiça.

Para sete em cada dez brasileiros (77%), as autoridades não são rigorosas para controlar e punir crimes. No Peru, o percentual é ainda maior, com 86%. A média global é de 56%.






Ipsos Brasil - New, Fresh & Digital https://youtu.be/AWD_nwkXrpM
Ipsos Brasil – Diferenciais https://youtu.be/gSWOO5KunKI
Ipsos Brasil – Curiosidade https://youtu.be/eEm9dve420s



Transições de carreira – como mostrar resultados rapidamente?



O mundo corporativo atual exige dos executivos receptividade para mudanças frequentes, sejam de cargo, área, País ou ainda de nível hierárquico dentro da estrutura da empresa.
Segundo modelo proposto por William Bridges, autor de “Managing Transitions: Making the Most of Change”, existe uma diferença conceitual entre mudança e transição de carreira:
Mudança é caracterizada como um evento externo e situacional e que ocorre rapidamente.
Transição envolve a adequação interna/psicológica necessária para que a adaptação à mudança aconteça. Envolve a renúncia da antiga identidade de carreira para que se abra espaço para a nova situação.
As transições, ainda que não representem perdas, são momentos críticos e desconfortáveis. Mudanças internas já são processos naturais do ser humano. Mas quando a mudança é repentina e provocada externamente, por exemplo, a perda do emprego, a ruptura vai provocar uma reação interna.
A transição de carreira se caracteriza pelo período em que um processo de mudança de direcionamento da função, nível hierárquico, papel ou orientação está em andamento.
Esses momentos de mudança podem ser boas oportunidades para que os profissionais evoluam e alcancem mudança de patamar de desenvolvimento. Frente a crises na carreira, a abertura à experimentação de novas possibilidades pode ser uma oportunidade.
Em função das exigências do mercado, a empresa tem a necessidade de que os executivos apresentem resultados assim que a mudança de carreira aconteça, sem levar em conta o processo interno que está em andamento para que a transição se estabeleça.
O mundo dos negócios, muitas vezes, não pode esperar que o processo interno de adaptação às mudanças aconteça naturalmente. Por isso, os executivos precisam desenvolver estratégias que acelerem sua adaptação a novas posições e garantam alguns resultados no curto prazo.
Quando um executivo assume um novo cargo, além dele, todos que se relacionaram com ele também estão em transição, e precisam aprender a lidar com isso e acelerar a adaptação. Lidar com as transições é uma habilidade aprendível, e as empresas podem e devem contribuir para que seus líderes se desenvolvam nesse quesito.
Antes de pensar em estratégias para obter resultados, o executivo precisa entender qual é o cenário, ou seja, a que tipo de situação está sendo exposto e para a qual terá que apresentar direcionamento. O primeiro passo, portanto, será diagnosticar a que situações precisará apresentar planos e soluções. Michael Wartkins, no livro “Os Primeiros 90 Dias”, apresenta 4 tipos de cenários possíveis, cada qual com seus desafios característicos:

Cenários
Desafios
Lançamento
Desenvolver algo do zero
Mudança completa
Realinhar funcionários abatidos e tomar atitudes impopulares
Realinhamento
Desafiar o que já está estabelecido e convencer envolvidos
Sucesso Continuado
Organizar defesas e identificar oportunidades de mudança de patamar de excelência

Ajustar a estratégia de ação à situação é uma atitude inteligente e pode contribuir para que o executivo aja em direção a obter alguns ganhos iniciais visíveis.
Existem algumas estratégias genéricas que o executivo pode usar para acelerar sua transição e gerar resultados iniciais, tais como: saber mais sobre o negócio, estabelecer prioridades, formar uma equipe para trabalhar nas prioridades e conquistar o apoio da empresa. Contudo, a forma como ele vai usar essas estratégias dependerá do tipo de situação que enfrentará - essa adaptação é fundamental.
Para garantir alguns ganhos iniciais, evitar erros como: escolher o foco errado, não dar valor à situação atual dos negócios ou não se adaptar à cultura, podem contribuir significativamente para o sucesso do empreendimento. Além disso, conquistar credibilidade logo no começo também pode ter grande impacto nos resultados. As pessoas precisam identificar no líder alguém em quem podem confiar para dar o direcionamento correto para as situações.
No mesmo livro citado acima, Michael Watkins apresenta uma série de estratégias para que os líderes em novas posições possam acelerar sua adaptação e mostrar resultados logo no início. Segundo o autor, as ações do executivo nos primeiros 3 meses no novo cargo vão definir o seu sucesso ou fracasso. Abaixo, algumas das estratégias apontadas:
  • Fazer a própria promoção: encarar que é uma mudança e não tentar construir o presente e futuro com base no sucesso passado, ou seja, o sucesso atual não pode ser garantido pelo sucesso passado. Outros caminhos precisaram ser percorridos.
  • Acelerar o aprendizado: aprender tudo sobre a nova situação de forma rápida e organizada.
  • Ajustar a estratégia à situação: agir estrategicamente de forma adequada ao desafio enfrentado.
  • Garantir ganhos iniciais: mesmo que modestos, contribuem para consolidar credibilidade e ganhar energia para continuar avançando.
  • Negociar o sucesso: negociar e acordar com o novo empregador quais são as expectativas com relação aos objetivos.
  • Concretizar o alinhamento: garantir que a sua estratégia esteja alinhada com a estratégia maior da organização.
  • Montar uma equipe: montar ou readaptar para ter uma equipe adequada e que tenha condições de atuar em direção aos objetivos.
  • Criar coalizões: influenciar e estabelecer parcerias com Stakeholders.
  • Manter o equilíbrio: manter o equilíbrio emocional para ser capaz de fazer análises e tomar decisões acertadas.
  • Acelerar a todos: contribuir para que todos os envolvidos acelerem suas transições.
Um processo de Coaching Executivo pode facilitar o caminho pelo qual a transição do antigo para o novo papel transcorra de forma mais fluida. Esse processo abre um espaço seguro para que o executivo lide com as questões da adaptação à nova função e possa desenvolver estratégias para obter alguns resultados logo no começo. O profissional Coach que tenha conhecimento de como as carreiras se desenvolvem, de como a cultura das empresas exige resultados rápidos e de como os processos de transição de carreira se estabelecem, poderá apoiar o executivo na caminhada de adaptação aos novos papéis.
Quanto maior for o repertório do Coach em assuntos relacionados ao desenvolvimento de carreira e ambiente organizacional, maior será seu entendimento sobre as questões trazidas pelos executivos e melhor poderá atuar como facilitador nos processos de transição de carreira.





Yara Leal de Carvalho - Coach Executivo e Empresarial e Diretora da ABRACEM (Associação Brasileira de Coaching Executivo e Empresarial)



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